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Capítulo 57 - Momentos preciosos

Contém 4k palavras.

Boa leitura💜

O tempo voou, um turbilhão de dias e noites que se confundiram em uma sequência ininterrupta de cuidados, sorrisos e descobertas. Quase não conseguia acreditar que meus bebês já tinham cinco meses e Melinoe, nossa pequena guerreira, também se adaptou à nova vida, aos poucos, encontrando seu lugar em nossa família. Ainda havia momentos de tristeza, soluços abafados que ecoavam a saudade de sua mãe, Helena. Mas aos poucos, com paciência e amor, ela foi compreendendo que sua mãe encontrou a paz, que seu espírito descansava, mas que seu amor continuava vivo, presente em cada batida de seu coração.

Estávamos lá, para confortá-la, guiá-la e ajudá-la a superar a dor, para mostrar que ela era amada, incondicionalmente.

E Hades... oh, Hades. Ele revelou uma faceta que me deixou completamente encantada. Com os gêmeos, com Melinoe... seu amor transbordava, um amor tão puro e intenso que me deixava sem palavras. Ele era o babão apaixonado, o pai amoroso, o companheiro compreensivo, o protetor incansável. Ele era, simplesmente, o pai dos sonhos. Observá-lo com os gêmeos, brincando, trocando fraldas, cantando cantigas de ninar, era uma experiência que me enchia o coração de uma felicidade tão profunda que parecia transbordar.

A conexão entre ele e Melinoe era quase mágica, uma sintonia perfeita que me comovia profundamente. Não foi surpresa, então, quando ele chorou ao ouvir a pequena chamá-lo de "papai" pela primeira vez.

"Era comum Hades desaparecer por horas no submundo. Nunca entendi como ele conseguia ser tão eficiente, terminando seus trabalhos com tanta rapidez. Mas a verdade era que ele sempre encontrava um jeito de escapar, mesmo que fosse por pouco tempo, para estar com nossos filhos. Hoje era um desses dias. Ele ficou com os gêmeos enquanto trabalhava, pois estaria lidando com poções que poderiam ser nocivas para eles. Ele adorou a oportunidade de cuidar deles sozinho. Quando terminei meu trabalho, corri para a sala do trono, ansiosa para vê-los. Mas eles não estavam lá.

Um sorriso se espalhou pelos meus lábios, aquecendo meu rosto como os raios de sol que invadiam o quarto. Ao parar na porta do quarto dos gêmeos, uma onda de ternura me envolveu, tão suave e reconfortante quanto o aroma de talco que pairava no ar. Hades, sentado no chão, envolvido na tarefa de trocar as fraldas dos gêmeos, seus movimentos delicados e precisos como uma dança silenciosa. O som abafado de suas ações, o sussurro de suas palavras enquanto falava com os bebês, criavam uma melodia suave e reconfortante. Melinoe, ao seu lado, tagarelava sem parar, sua pequena voz aguda e melodiosa enchendo o quarto com uma alegria contagiante. Seus olhos brilhantes, cheios de vida e admiração, refletiam a felicidade que emanava deles. O riso de Hades, baixo e profundo, era a trilha sonora perfeita daquela cena, um som que ecoava em meu peito, preenchendo-o com uma felicidade tão intensa que me deixava sem palavras.

— Estão limpinhos! — a alegria na voz de Hades era palpável, uma onda de calor que me envolveu, tão reconfortante quanto o aroma de talco de bebê que pairava no ar.

O riso de Daemon, alto e contagiante, era a trilha sonora perfeita para aquela cena de ternura. Observando Raven, fascinada com o pai, senti um aperto no peito, uma onda de amor incondicional. Seus grandes olhos roxos absorviam cada detalhe, cada gesto, cada palavra, revelando uma conexão profunda.

E então, a pequena Melinoe, sua voz doce e um pouco hesitante, murmurou:

— Papai, passa pefume!

O ar ficou denso, carregado de emoção. Hades paralisou, o choque estampado em seus olhos, uma mistura de surpresa, incredulidade e uma alegria profunda que o deixava visivelmente comovido. Senti as lágrimas se formando em meus olhos, compartilhando a intensidade do momento. As lágrimas escorriam livremente por seu rosto, um rio de emoções que transbordavam. Era uma mistura de alegria e espanto, um turbilhão de sentimentos que me deixavam sem fôlego. Um sorriso enorme e irresistível se abriu em meus lábios. Aquele momento, tão simples, tão puro, era inesquecível. Aquele era o momento em que Hades se tornou oficialmente "papai" para Melinoe, um laço de amor selado para sempre."

Depois daquele dia, não havia mais dúvidas: Hades estava completamente apaixonado por Melinoe. Seu amor por ela era tão evidente, tão intenso, que transbordava em cada gesto, em cada olhar, em cada palavra. Ele se tornou um pai babão assumido, e adorava isso.

Hades era simplesmente especial. Seu coração era tão grande, tão cheio de amor, que parecia não caber em seu peito. Ver aquele amor puro e incondicional direcionado aos nossos filhos aquecia meu coração a cada dia, preenchendo-o com uma felicidade profunda e reconfortante. Era um amor que transcendia palavras, um amor que curava, que confortava, que protegia. Mas mesmo com todo esse amor ao nosso redor, a exaustão me atingiu com força. Suspirei, exausta. Deveria ter escutado Hades. Ele me aconselhou a deixar o jantar para os servos, mas, na minha teimosia, decidi prepará-lo eu mesma. Afinal, era uma ocasião especial. Melinoe finalmente conheceria seus tios.

Hades sempre foi cauteloso, compreensivo, sua natureza protetora tão evidente quanto o brilho em seus olhos roxos. Ele preferiu deixar Melinoe se acostumar com nossa rotina, com nossa presença constante, antes de apresentá-la novas pessoas. Sua preocupação era palpável, um bálsamo suave que acalmava minhas próprias ansiedades. Concordei totalmente. Ela era muito pequena para lidar com tantas mudanças e acontecimentos tão intensos. O ar estava carregado de uma expectativa silenciosa, um misto de ansiedade e esperança que me deixava inquieta.

Parei na porta do quarto de Melinoe, meu coração palpitando forte no peito, um ritmo frenético que contrastava com a quietude do quarto. A luz suave do sol da tarde banhava a cena, criando uma atmosfera de paz e ternura. Um sorriso hesitante se abriu em meus lábios. Vê-los ali, reunidos, era como contemplar um quadro perfeito. Hades, com Daemon nos braços, seu corpo emanando um calor reconfortante, conversava animadamente com Melinoe, que estava deitada na cama, seus grandes olhos claros brilhando com uma admiração quase reverencial. Raven, aninhada ao lado da irmã, observava tudo com uma curiosidade silenciosa, seus pequenos dedos entrelaçados aos de Melinoe. O ar estava carregado de um silêncio precioso, pontuado apenas pelo sussurro das vozes e pelo som suave da respiração das crianças.

— Está uma princesa! — Hades declarou, a voz carregada de orgulho, sua mão grande e forte envolvendo a pequena mão de Melinoe. Ela sorriu timidamente, um sorriso pequeno e hesitante que iluminou seus olhos brilhantes, porém carregados de uma mistura de expectativa e nervosismo. — Seus tios vão amar você!

E então, tudo aconteceu com uma velocidade assustadora. Um movimento repentino de Raven, quase imperceptível a olho nu, mas que congelou meu sangue. Senti um arrepio percorrer minha espinha, um pressentimento gélido que antecipou o perigo. Antes que pudesse sequer emitir um som, Raven se virou bruscamente na cama, o lençol de algodão se enrugando sob seu pequeno corpo, perdendo o equilíbrio e prestes a cair. O pavor me atingiu com força total, me paralisando por um instante. O ar ficou denso, pesado, como se o tempo tivesse parado. Hades também arregalou os olhos, sua expressão mudando instantaneamente da alegria radiante para um pânico silencioso, sua boca entreaberta em um grito silencioso.

— Aven não! — o grito de Melinoe cortou o silêncio, uma lâmina afiada de terror infantil que rasgou o ar. O tempo realmente pareceu congelar. Estava petrificada, incapaz de me mover, assistindo em câmera lenta à queda iminente de Raven, cada segundo se esticando numa eternidade de angústia. Senti o suor frio escorrer pelas minhas têmporas, o coração batendo forte contra as costelas.

E então, um alívio indescritível, tão intenso que quase me fez desmaiar. Como um relâmpago, um espectro fantasmagórico surgiu do nada, uma figura etérea e translúcida que se materializou no ar, interceptando a queda de Raven com uma precisão sobrenatural. Senti um choque de energia, um arrepio que percorreu todo o meu corpo. Com um movimento suave e preciso, o espectro a pegou no ar, depositando-a cuidadosamente na cama, como se fosse uma pluma. O medo deu lugar a uma onda de gratidão e espanto tão avassaladora que me deixou sem fôlego. Aquele espectro, silencioso e misterioso, nos salvou de um desastre. O cheiro de ozônio e a sensação de uma energia estranha pairaram no ar.

Adentrei o quarto, meu coração ainda disparado, um ritmo frenético que ecoava em meus ouvidos, as mãos tremendo levemente. A imagem que se apresentava a mim era de uma calma surpreendente, contrastando com a adrenalina que ainda corria em minhas veias. Hades estava sorrindo, orgulhoso, olhando para Melinoe com um misto de admiração e espanto. Seus olhos brilhavam com uma mistura de alívio e incredulidade.

— Ela invocou um fantasma para salvar a irmã — ele explicou, o sorriso ainda presente em seus lábios, mas agora carregado de um quê de admiração.

— Céus, isso foi tão rápido que não conseguimos nem reagir! — minha voz saiu ofegante, carregada de ansiedade e incredulidade. A rapidez da ação, a precisão sobrenatural do espectro, tudo era tão surreal que ainda me deixava sem fôlego.

Me aproximei de Raven, observando-a com cuidado. Ela estava sorrindo, segurando seus pequenos pezinhos como se nada tivesse acontecido, sua inocência e despreocupação contrastavam com a gravidade do momento que havíamos acabado de vivenciar.

— Muito bem, querida, sempre deve proteger seus irmãos! — Hades disse, sua voz um ronronar baixo e profundo que vibrava com orgulho e ternura. A expressão em seu rosto era um misto de admiração e afeto, seus olhos brilhavam com um calor intenso. Melinoe, aninhada ao seu lado, sorriu timidamente, um sorriso pequeno e hesitante que iluminou seus olhos brilhantes, como estrelas cintilantes.

— Aven tá bem? — Melinoe perguntou, sua voz carregada de preocupação genuína, como um fio delicado de seda. Seus pequenos braços, macios e rosados, se estenderam em minha direção, buscando o meu abraço, seus dedos pequenos e delicados procurando os meus.

Sorri, pegando a pequena em meus braços. Seu corpo era leve e quente contra o meu, seu pequeno coração batendo forte contra as minhas costelas. Ela se aninhou em meu colo, rindo, seus cabelos macios e sedosos roçando meu rosto, e agarrando meus cabelos com força, seus pequenos dedos firmes como garras.

— Sim, essa danada quase me mata do coração! — exclamei, minha voz ainda um pouco trêmula pela experiência recente, um reflexo do meu coração que ainda batia forte no peito. O cheiro doce e suave do seu cabelo me envolveu, trazendo-me de volta à realidade.

Essa era uma coisa com a qual eu precisava me acostumar: os sustos constantes da maternidade. Melinoe era calma, doce e observadora, um pequeno anjo de pureza. Mas os gêmeos eram verdadeiros furacões de energia, imprevisíveis e agitados, como dois pequenos vulcões prestes a entrar em erupção. Minha ansiedade aumentava a cada dia, a cada nova aventura, um turbilhão de emoções que me deixavam exausta, mas também incrivelmente feliz. Era como se meu coração estivesse submetido a um teste de resistência constante.

— Ela é agitada como a mãe! — Hades riu, um tom divertido em sua voz, como o som de um trovão distante, que não era ameaçador, mas sim reconfortante.

Cerrei os olhos em sua direção, um sorriso irônico se formou em meus lábios.

— Não sou agitada! — resmunguei, mas não pude evitar um sorriso genuíno que iluminou meu rosto.

— Imagina! Esqueceu que é explosiva, dulce meum? — ele provocou, sua voz suave como uma carícia, balançando a mão de Daemon para mim, seus dedos grandes e fortes envolvendo a pequena mão do bebê. Seus olhos brilhavam com diversão, como brasas acesas em uma lareira aconchegante. — Nem vamos mencionar que você propôs uma luta contra mim, só porque estava contrariada.

Olhei para ele, indignada, mas a lembrança daquela situação, tão absurda quanto divertida, me fez rir. Senti um calor subir pelas minhas bochechas.

— Você me prendeu, seu sem vergonha! — resmunguei, minha voz carregada de afeto, um carinho que transparecia em cada palavra.

Ele explodiu em gargalhadas, um som profundo e contagiante que ressoou pelo quarto, como o eco de um trovão em uma caverna.

— Detalhes... — ele disse entre risos, seus olhos brilhando com amor, um amor profundo e incondicional que me envolvia como um abraço quente.

Neguei com a cabeça, mas não pude evitar que um sorriso se formasse em meus lábios, um sorriso tão largo e verdadeiro que me fez esquecer a exaustão do dia.

O amor transbordava em meu peito, uma força tão intensa que parecia querer romper minhas costelas. Nunca neguei meu desejo por uma família numerosa, afinal, cuidar dos meus irmãos me ensinou o significado do amor e da responsabilidade. Mas a paternidade era algo completamente diferente, uma experiência tão profunda e avassaladora que me deixava sem fôlego. O peso da responsabilidade, a alegria imensa e o medo constante de falhar se misturavam em meu coração, criando um turbilhão de emoções.

Não havia distinção entre Melinoe e os gêmeos em meu coração, o amor que sentia por cada um deles era igual, profundo e inabalável. Mas era inegável que as situações eram diferentes. Com os gêmeos, cada dia era uma descoberta, uma lição de paciência e alegria. Com Melinoe, já grandinha, os aprendizados eram mais complexos, mais sutis, mas igualmente gratificantes. O brilho em seus olhos, a doçura em sua voz, me tocavam profundamente.

O calor daquela felicidade me envolvia, uma sensação tão intensa que me deixava sem fôlego. Sarah, segurando os gêmeos em seus braços, irradiava uma aura de serenidade e amor. O peso dos pequenos corpos contra o seu, o suave perfume de seu cabelo, me enchiam de uma paz profunda. E então, senti o toque delicado de Melinoe em minha mão, seus pequenos dedos envolvendo os meus com um toque tímido e ansioso. A expectativa em seus olhos brilhantes, uma mistura de ansiedade e excitação, era quase palpável. Ela estava nervosa, sentia isso. Afinal, não conviveu com ninguém além de nós durante esses meses, e a curiosidade em conhecer seus tios era evidente.

Ao adentrarmos na sala de jantar, um coro de resmungos nos atingiu como uma onda. Adamanto e Poseidon, já estavam em plena disputa, suas vozes ecoando pelas paredes, um som irritante, mas familiar. Senti um suspiro escapar dos meus lábios ao vê-los disputar o privilégio de ser o "guardião" da pequena Melinoe.

Eles conseguiam ser mais infantis que as próprias crianças presentes, suas brigas e discussões eram tão patéticas quanto divertidas. O som de suas vozes, um misto de protestos e reclamações, criava uma melodia peculiar, um som peculiar que me fazia sorrir.

Já Zeus, encostado na parede, observava tudo com sua habitual serenidade. Seus olhos, amarelos e penetrantes como os de uma águia, analisavam cada detalhe, cada movimento, cada expressão. Ao seu lado, Hécate tinha um sorriso singelo e misterioso nos lábios, seus olhos brilhavam com uma curiosidade quase maliciosa. Apesar de sempre estar presente em nossas vidas, ela ainda não tinha interagido com Melinoe.

— Já falei que serei eu! — Adamanto resmungou, sua voz baixa e irritada ecoando na sala, seus ombros estavam tensos, sua expressão séria, revelando uma teimosia infantil que me arrancou um sorriso.

Poseidon elevou a sobrancelha num gesto arrogante, um leve movimento que expressava sua superioridade com uma ironia quase divertida. Seus olhos brilhavam com uma fagulha competitiva.

— Só por ser mais velho? Já tem o Daemon! — Poseidon retrucou, sua voz carregada de uma ironia suave, uma provocação sutil que fez Adamanto rir, um som alto e contagiante que preencheu a sala.

— E você, a Raven! — Adamanto replicou, sua voz agora mais leve, mais divertida, a tensão inicial dissipando-se no ar. Poseidon fechou a cara, seus lábios se apertando em uma linha fina, revelando sua frustração.

Sarah tossiu discretamente, um som leve e quase inaudível, mas suficiente para chamar a atenção dos meus irmãos, que rapidamente ficaram ruborizados, seus rostos corando como se tivessem sido pegos em flagrante. Mas o que realmente me chamou a atenção foi o brilho nos olhos de Zeus, um brilho intenso e quase radiante, ao ver Melinoe. Era um misto de admiração, alegria e um alívio quase palpável, como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. Senti uma onda de ternura e gratidão percorrer meu corpo ao observar aquele gesto.

Nos aproximamos, e Melinoe, tímida e insegura, se escondeu atrás de minhas costas, seu corpo pequeno e frágil tremulando contra o meu. Já os gêmeos, cheios de energia, gritaram animados ao verem seus tios, suas vozes agudas e vibrantes cortando o silêncio da sala.

— Céus, eles crescem rápido! — Poseidon sorriu, sua voz suave e reconfortante, pegando Raven em seus braços. A pequena, com seus cabelos macios e sedosos, rapidamente agarrou os cabelos do tio, rindo animada, um som cristalino que ecoou na sala.

Daemon, um furacão de energia, riu e pulou nos braços de Sarah, tentando chamar a atenção de Adamanto, que o pegou sem conter o sorriso, seus dedos grandes e fortes envolvendo o pequeno corpo do sobrinho com cuidado e ternura. O ar estava carregado de amor e alegria, um momento precioso que queria guardar para sempre na memória.

— Nem me fale! O tempo passou rápido demais! — resmunguei, minha voz carregada de um cansaço que se refletia na minha postura relaxada, enquanto apontava para Raven com um gesto leve, quase inconsciente. — Essa pequena quase caiu da cama hoje!

Meus irmãos arregalaram os olhos, suas expressões mudando instantaneamente de descontração para preocupação. O medo e a surpresa refletiam-se em seus rostos, seus olhos se arregalando em incredulidade.

— Ela está machucada? — Adamanto e Poseidon perguntaram em uníssono, suas vozes carregadas de preocupação genuína. Eles analisaram Raven, seus olhares atentos examinando cada parte do pequeno corpo da criança, como se procurassem por algum sinal de ferimento.

— Não, Melinoe invocou um fantasma que salvou Raven sem que ela tivesse nenhum arranhão — declarei, meu tom de voz carregado de orgulho.

O brilho nos olhos de Melinoe, a lembrança da figura etérea que surgiu do nada, a sensação de alívio que me invadiu naquele momento, tudo isso ainda ecoava em minha mente, criando uma mistura de emoções que me deixavam sem fôlego.

Meus irmãos olharam para Melinoe, sua pequena figura aninhada em minhas pernas, parcialmente escondida atrás de mim como um pequeno pássaro procurando abrigo. Seus cabelos loiros, extremamente claros como fios de ouro, contrastavam com a penumbra da sala, criando uma aura quase mágica. Seus olhos, azuis vibrantes como o mar Egeu, brilhavam com uma curiosidade inocente, refletindo a luz que pairava na sala.

— Ela é linda, deve ser igual à mãe! — Adamanto comentou, sua voz suave e cheia de admiração. Suas palavras provocaram uma risada baixa e quase inaudível de Melinoe, um som delicado que ecoou na sala, um som que me tocou profundamente.

Lentamente, Melinoe foi aparecendo por trás de minhas pernas, seus movimentos tímidos e hesitantes, como um pequeno animal curioso explorando um novo território. Seus olhinhos azuis observavam meus irmãos com uma mistura de curiosidade e cautela, seus pequenos dedos brincavam com a barra da minha roupa.

— Idiota! Já conversamos sobre isso! — Poseidon resmungou, sua voz carregada com um tom de reprovação.

Adamanto arregalou os olhos, surpreso com a repreensão, sua expressão mudando instantaneamente de admiração para culpa. O ar ficou tenso por um instante, a atmosfera levemente carregada com um misto de expectativa e nervosismo.

Ao decidirmos apresentar Melinoe aos meus irmãos, Sarah, me encarregou de convidá-los, e aproveitei para alertá-los sobre a proibição de mencionar a paternidade de Zeus. O peso da responsabilidade recaía sobre meus ombros, a necessidade de proteger Melinoe de uma confusão que ela não merecia. Ela era muito pequena para entender a complexidade da situação, para compreender que tinha duas mães, uma delas um anjo, e que sua origem era diferente do comum. A ideia de explicar a existência de dois pais, de uma paternidade complexa, a deixaria confusa e abalada. E, claro, se Hera soubesse... Nem queria imaginar a confusão que se seguiria.

— Mama é linda — Melinoe murmurou, sua voz suave como o som de um pequeno sino, seus olhos azuis brilhando com admiração enquanto observava Sarah. A declaração inocente da pequena fez meus irmãos pararem de brigar instantaneamente, seus rostos se suavizando, suas energias tensas se dissipando como fumaça. O silêncio que se seguiu foi profundo e significativo, interrompido apenas pela respiração suave das crianças.

Poseidon, com um gesto delicado e cuidadoso, se aproximou de Melinoe, abaixando até a sua altura, seu olhar se suavizando numa expressão de carinho. Melinoe riu timidamente, um som leve e quase inaudível, como o murmúrio de um riacho, seus pequenos dedos brincando com a barra da roupa de Poseidon. O toque suave de sua pele macia contra a roupa dele era quase palpável.

— Sim, sua mãe é linda — ele murmurou, sua voz rouca e cheia de afeto, um tom que expressava a admiração que sentia por Sarah. Melinoe riu novamente, um som que ecoou na sala, e pulou, beijando-o suavemente na bochecha, um gesto espontâneo e cheio de carinho. — E você é uma princesa.

O sorriso de Melinoe se ampliou, seus olhos brilhando com alegria. Adamanto, com um gesto gentil e cuidadoso, se aproximou e pegou Melinoe no colo. Seu corpo pequeno e delicado se aninharam junto de Daemon nos braços fortes do tio.

— E bem poderosa! — Adamanto comentou, rindo, sua voz carregada de admiração e um toque de brincadeira. — Será igual à sua mãe, só espero que menos temperamental.

Não contive o riso ao ver Sarah revirar os olhos, um gesto sutil, mas eloquente.

— Claro que ela será poderosa, está no sangue! — Poseidon estufou o peito, sua voz carregada de orgulho e um toque de arrogância, um gesto teatral que me fez rir.

Sarah balançou a cabeça, num gesto suave e resignado, para a birra infantil dos meus irmãos. Ela já estava se acostumando com esse jeito deles, com suas brincadeiras e seus exageros. Aquele era um momento de união familiar, um momento de amor e alegria, estava grato por tê-los ali, compartilhando aquele momento único e especial.

Zeus contentou-se em observar a pequena de longe, sua expressão serena e contemplativa, como se estivesse absorvendo cada detalhe daquela cena. A luz suave da sala refletia nos seus olhos amarelos, fazendo-os brilhar com uma intensidade peculiar.

— Zeus, queria perguntar-lhe algo — Sarah murmurou, sua voz suave e firme, atraindo a atenção dele como um ímã. — Quer ser o guardião da Melinoe?

Quando ela propôs isso mais cedo, não vi motivos para negar. A mudança que vi nele, a evolução de um homem que estava disposto a ser um pai presente, me encheu de orgulho. Assim, não via problemas em tê-lo como guardião da nossa pequena.

— Tem certeza? — ele perguntou, os olhos arregalados em surpresa, refletindo uma mistura de esperança e insegurança.

Sorri para ele, um gesto encorajador que transmitia a confiança que sentia.

— Sim, você está merecendo... agora — Sarah retrucou, piscando para ele com um sorriso travesso, que fez a tensão se dissipar. Zeus sorriu, a alfinetada dela o pegou de surpresa, mas o toque de humor no ar trouxe alegria ao momento.

— Quero sim! — Zeus respondeu, seu olhar se voltando para a pequenina com adoração. O brilho em seus olhos, a maneira como seu rosto se iluminou ao olhar para Melinoe, era como se ele estivesse vendo um milagre diante de si.

Melinoe, com a inocência de sua tenra idade, me olhou confusa, a cabeça inclinada para o lado, seu cabelo loiro caindo suavemente sobre os olhos.

— Adião papai? — Melinoe perguntou, virando o rosto na minha direção, a expressão infantil de dúvida fazendo meu coração derreter.

— Guardião, pequena, um protetor que vai cuidar de você... tipo o papai — eu expliquei, a voz suave e reconfortante, enquanto observava seu semblante mudar à medida que assimilava a informação. Ela sorriu, um sorriso radiante que iluminou seu rosto, seus olhos brilhando de entendimento ao olhar para Zeus.

— Obrigado! — Zeus respondeu, sua voz embargada de emoção, como se as palavras não conseguissem capturar a profundidade do que sentia.

Meu coração aqueceu ao ver minha família unida, um laço de amor que se fortalecia a cada dia, como sempre quis. Era um momento que queria guardar para sempre.

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