Capítulo 56 - Nossa família
Contém 3230 palavras.
Boa leitura💜
Hades quebrou o silêncio, sua voz carregada de preocupação.
— E o que espera que façamos? — ele perguntou, seu olhar fixo em Zeus.
Zeus se levantou, seus olhos agora brilhando com uma chama de determinação que me surpreendeu.
— Quero que cuidem dela... pelo menos até conseguir convencer Hera a não matá-la. Sei que você fez seu feitiço para que nenhum deus interferisse em suas vidas, mas preciso ter certeza de que ela não tentará nada... — suas palavras foram ditas com uma urgência desesperada. A aflição dele era palpável, me deixando ainda mais preocupada.
Hades suspirou, um som longo e pesado que ecoou no silêncio da sala. Ele cruzou os braços sobre o peito, seu semblante era sério e preocupado.
— Hera nunca vai aceitá-la — decretou ele, sua voz firme, mas carregada de uma tristeza resignada.
Zeus soltou um suspiro exasperado, e a frustração emanava dele como uma onda.
— E o que faço? Jogo a menina fora? Hades... ela está extremamente magra e morando na rua desde que sua mãe morreu — ele resmungou, evitando o olhar do irmão.
Hades, em resposta, elevou a mão à ponte do nariz, um gesto que transparecia sua exaustão.
— Sabe que tudo isso poderia ter sido evitado se tivesse tomado vergonha na cara e assumido as responsabilidades dos teus atos? — Hades rosnou, a fúria em sua voz cortando o silêncio como uma faca afiada.
— Sei que a culpa é minha, não precisa evidenciar isso! — Zeus retrucou, sua voz carregada de raiva, enquanto se preparava para se afastar, virando as costas.
Mas antes que ele pudesse sair, um impulso me moveu.
— E o que está disposto a fazer para mantê-la a salvo? — perguntei, a urgência nas minhas palavras paralisando-o.
Zeus voltou os olhos para mim, completamente sério, e a intensidade do seu olhar me fez sentir o peso da responsabilidade que estava sobre seus ombros. O ar parecia tenso, como se a resposta que ele desse pudesse mudar o destino da pequena Mel.
— Se for preciso, dou a minha vida! — A declaração de Zeus me surpreendeu.
A honestidade em sua voz, a sinceridade em seus olhos eram algo que nunca vi antes.
Mas, apesar de sua promessa, uma pontada de preocupação me atingiu. A pequena Mel jamais poderia ficar sob os cuidados dele. Mesmo que Zeus fosse firme em sua decisão, Hera, com sua natureza vingativa e cruel, jamais deixaria a menina em paz. E Mel não merecia viver sob a sombra daquela víbora. Ela era uma criança inocente e indefesa, merecedora de um lar cheio de amor e carinho.
Lancei um olhar para Hades, que me observava com um sorriso gentil e compreensivo. Ele percebeu meus pensamentos, a solução que estava tomando forma em minha mente.
— Hades, podemos dizer que a adotamos. Quando ela tiver idade suficiente, falaremos a verdade. Até lá, ela será adulta e estará segura — decretei, minha voz firme e decidida. A decisão se formou em minha mente como um raio de luz em meio à escuridão, uma solução que me pareceu a mais adequada para proteger a pequena Mel.
— Faria isso? — A pergunta de Zeus me surpreendeu, seus olhos arregalados, cheios de uma mistura de esperança e incredulidade.
— Pela primeira vez desde que o conheço, está tomando uma atitude decente. Então, sim, faria — respondi, minha voz firme, mas meu coração cheio de uma mistura de compaixão e determinação.
— Traga a Mel aqui — a voz de Hades quebrou o silêncio, sua resposta direta e sem hesitação me confortou.
Zeus, com um sorriso que transparecia gratidão e alívio, seus olhos marejados, saiu rapidamente, deixando-nos a sós. O alívio em seu semblante era palpável.
Hades se aproximou, seus braços me envolvendo em um abraço quente e reconfortante. Ele enlaçou minha cintura, me puxando para perto, me aninhei em seus braços, sentindo a segurança e o amor que emanavam dele. Meu corpo relaxou, meu coração se aquietava no calor do seu abraço, e naquele momento, a sensação de paz era imensa.
— Então seremos pais novamente... — a voz rouca de Hades sussurrou em meu ouvido, sua respiração quente contra minha pele. Um arrepio percorreu minha espinha, não apenas pelo seu toque, mas pela imensa alegria que suas palavras me causaram. Olhei para ele de canto de olho, seu sorriso largo e radiante me contagiando.— Falei que Raven e Daemon eram os primeiros... — ele completou, sua voz carregada de uma felicidade contagiante.
— Céus, nem brinca com isso! — resmunguei, dando-lhe um leve tapa em seu braço, um gesto de afeto que o fez rir. A surpresa ainda era grande, a alegria imensa, mas um toque de incredulidade ainda pairava no ar.
Ele parecia estar em êxtase, sua felicidade transbordando. E não conseguia negar: a paternidade o completava, o tornava ainda mais radiante e amoroso. A imagem dele com nossos filhos, a família que estávamos construindo, me enchia de uma alegria profunda e reconfortante.
༺۵༻
Quando Zeus chegou com a garotinha nos braços, mal consegui conter um grito de horror e compaixão. Era Mel, mas a criança que ele carregava parecia muito mais jovem do que seus três anos. Seu corpo era tão magro que a fazia parecer menor, mais frágil, quase etérea. A pele, fina como papel de arroz, cobria ossos salientes, e seus olhos, fundos e escuros, estavam quase totalmente fechados. Parecia que não dormia há dias, seu sono pesado e profundo me partia o coração. Cada traço delicado de seu rosto, normalmente expressivo e cheio de vida, estava apagado, perdido em meio à magreza extrema. A imagem da pequena naquele estado me causou uma dor lancinante, uma dor física que me oprimia o peito. Seu corpo era tão frágil, tão vulnerável, que senti a necessidade urgente de protegê-la, de curá-la, de devolver-lhe a vida que lhe foi roubada.
— Acho melhor mudarmos o nome dela... quanto à aura dela... não sei se com magia irá sumir, já que de longe pode-se ver de quem ela é filha — murmurei, minha voz baixa e preocupada. A aura de Mel, fortemente ligada a Zeus, poderia atrair problemas.
Hades assentiu, seus olhos, normalmente brilhantes e cheios de vida, estavam opacos, fixos na pequena Mel com uma expressão de profunda preocupação. A testa franzida, os lábios comprimidos e a tensão em sua mandíbula denunciavam a dor que sentia ao contemplar a fragilidade da criança.
— Ela é uma semideusa, seu sangue humano a deixa frágil... se ela tomar o sangue de Hades, tornando-se uma deusa? — a pergunta de Zeus pairou no ar, carregada de uma mistura de esperança e incerteza.
Hades arregalou os olhos, um turbilhão de emoções cruzando seu rosto. Surpresa, incerteza, preocupação e uma pontada de ternura se misturavam em seu olhar, enquanto ele contemplava a pequena Mel nos braços de Zeus.
— Sua filha vai ter minha aura... sendo minha filha, por assim dizer... tem certeza disso? — A pergunta de Hades era um reflexo de sua luta interna, de sua tentativa de equilibrar a compaixão pela criança com a incerteza sobre o futuro.
— Não me importo com isso, só a quero segura e bem — a resposta de Zeus foi firme, sua determinação em proteger Mel me comoveu.
O orgulho no olhar de Hades ao ver a mudança em seu irmão era evidente. Seus olhos, cheios de uma ternura recém-descoberta, se voltaram para mim, uma pergunta silenciosa em seu olhar. Não havia motivos para negar. Acolhi Mel em meu coração. Um sorriso suave se formou em seus lábios, e com uma delicadeza que contrastava com sua habitual postura imponente, ele pegou a pequena Mel em seus braços. A fragilidade dela tocou-o profundamente, despertando nele uma onda de compaixão e amor. Ele a segurou com cuidado, como se ela fosse algo precioso e delicado, um tesouro a ser protegido. Ela era tão franzina que parecia desaparecer em seu abraço.
— Que nome? — a pergunta de Hades foi um sussurro, seu olhar fixo no meu, buscando uma conexão profunda.
— Melinoe — respondi, a palavra escapando dos meus lábios como um suspiro de alívio. — Deusa dos Fantasmas.
O sorriso dele se alargou, um sorriso que transparecia compreensão e admiração.
— Também significa "pensamento sombrio"... está pensando em colocar algo oculto em seu nome? — ele perguntou, sua voz carregada de uma ternura que me tocou profundamente.
— Ninguém a fará mal algum! — afirmei, minha voz firme e decidida.
A pequena Mel acordou assustada, um grito abafado escapando de seus lábios antes mesmo que ela abrisse os olhos. Seu choro ecoou pela sala, um som fino e agudo que partiu meu coração. Hades tentou embalá-la, mas percebeu que ela estava atordoada, seu olhar perdido e confuso. Peguei-a em meus braços, sentindo a fragilidade de seu corpo contra o meu. O calor da minha pele contra a dela pareceu acalmá-la. Embalando-a calmamente, cantei uma cantiga suave, minha voz baixa e reconfortante. Lentamente, seus soluços diminuíram, seu corpo relaxando contra o meu. Seus olhos, grandes e claros, se encontraram com os meus. Um olhar suave, cheio de uma confiança inabalável, me fez sorrir. Apesar do tempo que passou desde a última vez que nos vimos, ela me reconheceu.
Acenei para Zeus, sinalizando que a levaria dali. Ele assentiu, seu semblante aliviado, a tensão em seus ombros finalmente se dissipando.
༺۵༻
A água da banheira, morna e perfumada com um leve toque de lavanda, envolvia Melinoe como um abraço suave. Seus pequenos dedos, enrugados pela água, batiam ritmicamente na superfície, um som quase hipnótico que contrastava com o silêncio pesado da sala, interrompido apenas pela minha respiração ofegante. Seu olhar estava perdido, distante, fixo em algum ponto além da banheira, e uma pontada de dor, profunda e lancinante, me atingiu. O vapor da água cobria o ambiente, criando uma atmosfera etérea, quase onírica.
O aroma doce e floral da lavanda misturava-se ao cheiro leve e adocicado da pele de Melinoe, tão macia e fina como a pétala de uma rosa. Uma onda de compaixão me invadiu, tão intensa que quase me sufocou. A lembrança da minha própria perda, há tanto tempo enterrada, ressurgiu com força, misturando-se à dor imensa de Melinoe. Era uma dor compartilhada, uma dor que ecoava entre nós, mãe e filha, unidas por um laço invisível, mas inquebrantável. Nenhuma filha deveria perder a mãe. A sensação era tão avassaladora que quase me fez desabar.
— Querida... sua cabeça deve estar muito confusa, mas fique tranquila, agora você está segura — murmurei, minha voz trêmula, enquanto lutava para controlar as lágrimas que ameaçavam cair. A aparição dos brinquedos na água foi um ato quase automático, um gesto para tentar aliviar a dor que me consumia, e também a dela. Pequenos patinhos de borracha, coloridos e brilhantes, surgiram na água, como se por magia, criando uma distração colorida e suave naquela atmosfera carregada de tristeza.
Um sorriso mínimo, quase imperceptível, se formou em seus lábios. Ela pegou os brinquedos, seus dedos pequenos e delicados os manipularam com uma concentração surpreendente. Passaram longos minutos assim, até que ela parou abruptamente, seus olhos fixos em algo atrás de mim. Um brilho estranho brilhou em seus olhos, um reflexo de algo que não conseguia ver.
— Mamãe! — A palavra saiu como um sussurro, carregada de uma doce familiaridade que me arrepiou. A pronúncia era um pouco hesitante, como se ela estivesse testando a palavra, experimentando o som.
Me virei, meu coração saltando no peito. Ali estava Helena, seu espírito translúcido e sereno, observando a cena com uma expressão serena e tranquila. Sua forma era quase etérea, como se feita de névoa e luz, mas sua presença era inegavelmente real.
— Estou tranquila agora que vejo que ela está segura — a voz de Helena ecoou em meus ouvidos, suave como o sussurro do vento, carregada de um alívio profundo e uma paz serena. Ela olhava para Melinoe, que sorria abertamente em resposta, um sorriso que refletia a paz da mãe. Era um sorriso genuíno, cheio de uma alegria infantil e pura, que me tocou profundamente.
Meu coração se partiu. Compreendi então o motivo de sua hesitação, sua incapacidade de descansar. Também não conseguiria descansar sabendo que meus filhos estariam perdidos, sofrendo.
— Nunca a deixou... — sussurrei, as palavras carregadas de emoção, de compreensão.
Helena sorriu tristemente, desviando o olhar. A dor refletida em seus olhos era palpável, profunda e incomensurável, que transcendia a morte.
— Não, mas agora chegou a hora do meu espírito descansar... desculpas por mais uma vez pedir isso, mas... cuide dela, por favor? — a súplica de Helena foi um sussurro, sua forma etérea começando a se dissipar, a luz que a compunha ficando cada vez mais tênue, como uma chama que se apaga lentamente.
— Mel... Melinoe será minha filha e de Hades. Cuidarei dela como se ela tivesse nascido de mim... ela será muito amada e feliz — declarei com firmeza, minha voz carregada de uma promessa que ecoava em meus próprios ouvidos, uma promessa que faria questão de cumprir.
Helena sorriu, um sorriso radiante e libertador, e seu espírito se desfez em uma suave fumaça, desaparecendo como um sonho, deixando para trás apenas um leve aroma de lavanda e um silêncio profundo.
O grito desesperado de Melinoe me atingiu como um soco no estômago. Seu choro partiu meu coração, um som agudo e doloroso que ecoou na sala vazia. Peguei-a em meus braços, envolvendo-a em um abraço apertado, transmitindo todo o meu amor e proteção. Seu corpo pequeno tremia em meus braços, seus soluços abafados contra meu peito. Essa seria a missão da minha vida: fazê-la feliz e amada. No momento certo, ela entenderia que sua mãe jamais deixaria de olhar para ela, pois sua alma estava viva na pequena, e seria assim eternamente. Segurei-a com força, meu coração transbordando de amor e determinação.
༺۵༻
Melinoe chorou por um longo tempo, soluços abafados que ecoavam em meu peito, partindo-o em mil pedaços. Era uma dor profunda, uma dor que sabia que demoraria a cicatrizar, uma ferida aberta na alma. Mas então, seus olhos se encontraram com os dos gêmeos. Um brilho diferente surgiu em seus olhos, como uma faísca de esperança em meio à tristeza. Eles, com seus olhares curiosos e cheios de vida, pareceram encantá-la. Ela esqueceu o choro, seus lábios se movendo em um tagarelar incessante, como se estivesse brincando de boneca com seus novos companheiros. Vesti um lindo vestido de flores em seu corpo franzino, o tecido macio e delicado contrastando com a fragilidade de sua pele. Aquele vestido, com suas cores vibrantes e desenhos alegres, parecia querer trazer um pouco de luz para aquela pequena vida tão marcada pela tristeza.
Os gêmeos, agitados com a nova presença, mexiam as perninhas com entusiasmo, seus corpinhos pequenos e cheios de energia se contorcendo em uma dança silenciosa de alegria. Melinoe conversava com eles, sua voz um fio tênue que se misturava ao balbuciar dos bebês. A cena aqueceu meu coração, uma onda de ternura me envolveu, como um abraço suave e reconfortante. Era um vislumbre de esperança, um sinal de que a cura era possível, que a felicidade ainda poderia encontrá-la.
Mesmo assim, a alegria no ambiente não conseguiu me distrair do fato de que Hades havia sumido por horas, deixando um nó de preocupação se formando em meu estômago.
Deixei a pequena Melinoe na minha cama, aconchegada entre os gêmeos, enquanto observava a porta com ansiedade crescente. O tempo parecia se arrastar, e meu coração pulsava em um ritmo acelerado, questionando se ele ainda estava com Zeus ou se algo mais estava acontecendo.
Então, finalmente, ele surgiu. Hades apareceu na entrada do quarto, com um sorriso alegre iluminando seu rosto. O brilho em seus olhos ao nos ver brincando sob a cama aquecia meu coração. Era como se o peso da preocupação se dissolvesse instantaneamente, substituído por um calor reconfortante. Ele se aproximou, a presença dele trazendo uma sensação de segurança que eu tanto precisava. A imagem dele ali, cercado pela inocência e alegria de nossa família, fez com que todo o meu ser se enchesse de amor e esperança.
— O que está aprontando? — perguntei, meus olhos semicerrados em uma expressão de divertida desconfiança.
O sorriso dele se alargou, um sorriso travesso que iluminou seu rosto. Ele se agachou, seus olhos encontrando os de Melinoe. A pequena, atenta a cada movimento seu, parecia hipnotizada por sua presença. Alguns segundos de silêncio, carregados de expectativa, se passaram. Então, um sorriso tímido, mas radiante, surgiu nos lábios dela.
— Melinoe, quer ver uma surpresa? — ele perguntou, sua voz animada e cheia de entusiasmo, a alegria transparecendo em cada palavra. A pequena pulou em seus braços, num movimento espontâneo e cheio de alegria infantil.
Hades riu, seu corpo se contorcendo levemente em um gesto de contentamento. Sem outra alternativa, peguei os gêmeos, seus corpinhos pequenos e agitados se mexendo em meus braços. Seguimos Hades e Melinoe até o quarto ao lado.
O quarto era enorme, quase um santuário de sonhos infantis. As paredes estavam pintadas em tons de lilás claro, quase branco, criando uma atmosfera suave e etérea, como se o espaço estivesse envolto em um encantamento. No centro, uma enorme cama de dossel dominava o ambiente, com lençóis macios e bordados delicados que pareciam convidar a pequenas aventuras. Ao canto do quarto, um castelo de brinquedo se erguia majestoso, repleto de janelas coloridas e torres encantadas. Inúmeras bonecas estavam ali dentro, sentadas em sofás minúsculos, como se estivessem aguardando uma festa real. O quarto exalava uma sensação de magia, como se pertencesse a uma princesa de um conto de fadas.
— Então? — Hades me olhou, seu sorriso radiante e orgulhoso do trabalho que havia feito. O brilho em seus olhos revelava a alegria de ter criado um espaço tão especial para Melinoe, e quase sentia pena de sua expectativa.
Era um lindo quarto, sem dúvida, mas, ao mesmo tempo, era grande demais para uma criança de apenas três anos. A imensidão do espaço parecia quase opressiva, como se as paredes altas e os móveis elegantes fossem um pouco intimidantes para sua pequena figura.
— Querido, essa cama é grande demais. Ela tem só três anos... — comecei, a preocupação se infiltrando em minha voz. Não queria que Melinoe se sentisse perdida em meio àquele espaço vasto e deslumbrante.
Hades soltou uma gargalhada sonora, o som ressoando no quarto enorme, uma risada cheia de amor e alegria. Seus olhos, cheios de ternura, se fixaram em Melinoe, que estava completamente fascinada pelo novo espaço. A pequena explorava o ambiente com uma alegria contagiante, seus olhos grandes e claros cheios de admiração.
— Ela é grande já! Nossa mocinha merece o quarto dos sonhos! — ele exclamou, fazendo cócegas em Melinoe, que explodiu em uma gargalhada cristalina. O som de sua risada era puro, inocente, e preenchia o quarto com uma energia vibrante.
— Gande! — Melinoe concordou, sua pronúncia ainda um pouco hesitante, mas sua alegria era inegável. Hades riu, orgulhoso e cheio de amor por sua pequena. O brilho em seus olhos revelava a alegria de ter criado um espaço tão especial para ela.
Ele a soltou e a pequena correu para o castelo de brinquedo, seus passos leves e rápidos ecoando no silêncio do quarto. Sua risada alegre e contagiante se misturava ao som de seus pequenos pés, criando uma sinfonia de pura felicidade. Não pude deixar de sorrir, observando a farra dos dois. Melinoe estava radiante, mas Hades parecia ainda mais feliz, seu rosto iluminado por um sorriso que refletia o amor incondicional que sentia por sua filha. Ele se juntou à pequena e os dois se perderam em um mundo de bonecas e fantasias.
Ele conseguia me apaixonar mais a cada dia! Aquele momento, tão simples e cheio de amor, era um retrato perfeito de nossa família.
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