Capítulo 53 - Está tudo bem!
Contém 3500 palavras.
Boa leitura💜
A lembrança da luta ainda me assombra, a exaustão latejando nos músculos como se o combate tivesse acabado há apenas segundos, não horas. O peso da batalha não era apenas físico, sentia a pressão esmagadora nos ombros, uma carga mental insuportável. Cada movimento de Perséfone, cada golpe desferido, ecoava na minha mente como um martelo golpeando uma bigorna. A fadiga era avassaladora, uma névoa opaca que obscurecia minha visão, roubava-me a força, mas a cada instante em que pensava em desistir, uma chama interior se acendia, uma chama alimentada pelo amor por Hades, pelos meus filhos, por todos aqueles que amava. Eles eram meu escudo, minha força, meu combustível.
Cada movimento estratégico conduzindo-a para o momento final. Conhecia meus poderes, minhas limitações, mas a luta não foi fácil. Perséfone era implacável, imprevisível. Houve momentos em que quase sucumbi, como quando senti o cheiro doce e mortal do veneno se espalhando no ar, uma ameaça não apenas para mim, mas para todos os presentes. A visão das faces apavoradas da plateia me atingiu como um choque, e, instintivamente, ergui uma barreira mágica ao nosso redor, um escudo de energia que me deixou vulnerável, mas o antidoto que Belzebub preparou funcionou, neutralizando o veneno, mesmo sendo diferente do de Deméter.
A luta estava quase ganha, mas então ela o fez: usou meus pais contra mim, um golpe baixo que quase me destruiu. Senti a pontada da dor, tão real quanto se eles estivessem ali, ao meu lado, me observando. A imagem deles, seus rostos marcados pelo tempo, enrugados e cheios de histórias, se sobrepôs à imagem de Perséfone, e por um instante, quase sucumbi àquela onda de culpa, àquela dor lancinante que me dilacerava a alma. A culpa pela sua morte era um peso insuportável, uma sombra que me perseguia desde que eles morreram. Sabia que eles não deveriam ter pagado o preço do meu destino.
Mas então, a voz de Hades ecoou em minha mente, uma âncora em meio à tempestade. Sua presença, apoio e compreensão me mostraram a verdade: aqueles não eram meus pais de verdade. Aquele não era o peso da minha culpa, mas uma manipulação cruel de Perséfone. A paz que essa revelação me trouxe foi um bálsamo para minha alma ferida. Senti meus poderes recarregarem, uma energia poderosa fluindo por minhas veias, como um rio impetuoso quebrando todas as barreiras.
A imagem de Perséfone, contorcendo-se de dor enquanto o veneno percorria suas veias, ficou gravada em minha memória. Vi a mudança em sua pele, a palidez mortal que contrastava com o vermelho intenso do sangue que escorria de seus lábios. Senti o cheiro acre do veneno, um odor que me lembrava da morte, mas que agora estava associado ao fim de seu reinado de terror. Não senti satisfação ou vingança. O que senti foi um alívio profundo, uma libertação que me invadiu como uma onda, me limpando de dentro para fora. Era como se um peso imenso, uma opressão sufocante, tivesse sido removido de meus ombros.
Quando ela caiu, imóvel no chão, um silêncio pesado pairou no ar, quebrado apenas pelo som da minha própria respiração, ofegante, mas calma. Não houve gritos de triunfo, apenas uma paz profunda, era a sensação de uma carga imensa finalmente removida, a liberdade de um futuro sem a ameaça constante de Perséfone, sem a sombra de sua crueldade pairando sobre nossas cabeças. Senti o ar se tornar mais leve, mais limpo, como se uma tempestade tivesse passado, deixando para trás um céu limpo e estrelado.
Ela escolheu esse caminho, esse fim. Não tenho compaixão por quem se deleita na dor alheia, por quem manipula e destrói para alcançar seus objetivos. Sua queda não é uma tragédia, mas o resultado inevitável de suas ações cruéis e desumanas.
Hades entrelaçou sua mão na minha, seu toque firme e reconfortante, um fio de conexão que me trouxe de volta à realidade e afastou o turbilhão de pensamentos que me consumia desde o fim da batalha. Seu sorriso leve era um bálsamo para minha alma, e, em um instante, o ambiente ao nosso redor mudou, teleportando-nos para os domínios de Poseidon.
Ao chegarmos, a transformação foi imediata. O cheiro salgado do mar invadiu meus sentidos, fresco e revigorante, enquanto o som das ondas quebrando nas rochas se desenrolava como uma melodia tranquilizadora, um canto suave que acalmava meu coração inquieto. A visão diante de mim era tão serena que quase me fez esquecer as dificuldades que enfrentamos. Meus pequenos estavam nos braços do tio, que, com um sorriso de admiração, parecia transbordar amor por eles, uma cena que preenchia meu coração com uma alegria inesperada. A luz do sol refletia nas águas, criando um espetáculo de cores que envolvia a todos.
Mas, quando sentiram a nossa presença, tudo mudou. Seus rostos radiantes se transformaram em expressões ansiosas, e o choro ecoou pelo ambiente, cortando a tranquilidade como um grito. Poseidon, com sua figura majestosa e expressão de preocupação, tentou acalmá-los em vão, a frustração misturada à sua preocupação. A alegria do momento se esvaiu em uma fração de segundo, como uma onda que recua, deixando apenas a areia molhada para trás. Meu coração apertou ao ver a mudança, mas a necessidade de protegê-los, de confortá-los tomou conta de mim.
Um sorriso imenso, irresistível, se abriu em meu rosto, um sorriso que refletia a alegria imensa que inundava meu ser. Não consegui contê-lo, assim como não consegui conter a emoção que transbordava em meu peito. Hades, meu amado marido, retribuiu o sorriso, seus olhos brilhando com uma ternura que me fez o coração vibrar. A visão dos nossos filhos, tão próximos, seguros e protegidos nos braços de Poseidon, era mais preciosa que qualquer tesouro. Senti o calor do seu abraço, a maciez de suas peles contra as minhas, o som de suas risadinhas suaves e alegres, quebrando o silêncio que se instalou após a batalha. Era um momento puro, um momento de profunda felicidade, um momento que transcendia a realidade. O aroma do mar salgado se misturava ao doce perfume dos seus cabelos, criando uma fragrância inebriante, que guardaria para sempre na memória.
Aquele momento transcendeu a batalha, a dor, a luta. Foi um lembrete vívido do que realmente importava: nossa família.
Tudo o que passamos, todo o sofrimento, valeu a pena. Senti o peso da batalha se esvair, a tensão se dissipar, como se uma névoa escura tivesse sido afastada, a sensação de paz que me envolveu era profunda, quase palpável, como um bálsamo curando minhas feridas. Era a realização do meu maior desejo.
Finalmente, estávamos juntos, em paz, livres do medo e da ameaça. Ter a oportunidade de ver meus filhos mais uma vez, de sentir o calor do abraço de Hades, de experimentar a tranquilidade de nosso lar era a maior recompensa. Tínhamos conquistado a paz que merecemos, uma paz conquistada com suor, sangue e lágrimas, mas uma paz que agora, finalmente, era nossa, uma paz que jamais deixaríamos escapar.
— Calma, calma... não precisa desse desespero. Logo a mamãe vai estar aqui com vocês e seu papai também — Poseidon murmurou, sua voz suave como as ondas do mar, um som tranquilizante que parecia envolver os pequenos em um abraço acolhedor. O tom de sua voz era como um sussurro da brisa marítima, podia ver a tensão se desfazer em seus rostos, enquanto ele tentava acalmá-los. — Não faça isso, parte meu coração vê-los chorarem.
Encostei-me contra Hades, que olhava amorosamente para seu irmão e nossos filhos, seus olhos cheios de um carinho profundo. O calor de seu corpo era reconfortante, como um cobertor envolvendo minha alma, proporcionando uma sensação de segurança de que tanto precisava. Tivemos tantas dores em nosso caminho, e saber agora que nada mais nos impediria de sermos felizes era um alento que me preenchia de esperanças renovadas.
Enquanto isso, Zeus e Adamanto observavam a cena, sem esconder a surpresa em seus rostos. Hécate e Belzebub trocavam olhares cúmplices, seus sorrisos mal contidos revelando a diversão que sentiam ao ver Poseidon em um papel tão gentil.
— É a primeira vez em toda a minha vida que vejo ele sendo... amável? — Adamanto exclamou, os olhos arregalados, fixando o olhar no irmão. A incredulidade em sua voz era quase cômica, e isso trouxe um leve sorriso aos meus lábios.
Poseidon, ao perceber que não estava mais sozinho com os sobrinhos, adquiriu um leve tom rosado nas bochechas, um rubor adorável que contrastava com sua imagem imponente. A mudança em seu comportamento gerou risadas ao nosso redor, e a atmosfera tensa da batalha parecia se dissipar, dando lugar a um momento de leveza e alegria.
— Ora, o que você queria que fizesse? Fosse rude com meus próprios sobrinhos? — Poseidon resmungou, sua expressão defensiva quase cômica.
Adamanto adentrou o salão, com um sorriso debochado nos lábios.
— Para quem matou o próprio irmão... — ele replicou, lançando um olhar provocador a Poseidon, que revirou os olhos em resposta, numa expressão de exasperação.
Logo atrás, Zeus entrou, rindo estrondosamente, sua risada ecoando pelo salão como um trovão alegre. Hécate o seguia, com um sorriso divertido, enquanto Belzebub, mais contido, observava a cena com um brilho de entusiasmo nos olhos.
— Se continuar me aborrecendo, mato novamente — Poseidon retrucou, a acidez em sua voz clara como a água do mar, mas um sorriso travesso dançava em seus lábios, traindo sua verdadeira natureza. A tensão que antes pairava no ar agora era substituída por um ar de camaradagem, uma amizade renovada.
Adamanto cruzou os braços, olhando-o em desafio, um brilho travesso em seus olhos. Poseidon, por sua vez, revirou os olhos.
Hades suspirou, entrelaçando sua mão na minha e me puxando suavemente até eles, uma ação que trouxe um conforto familiar, como um lar que se revela após longas tempestades. Seu toque era firme e protetor, um lembrete silencioso de que estávamos juntos, enfrentando tudo lado a lado.
— Ninguém vai matar ninguém! — A voz gélida de Hades ressoou pelo salão, seu tom autoritário calando a todos imediatamente. A intensidade de suas palavras era como um trovão, fazendo com que até mesmo Poseidon, que normalmente era tão imponente, recuasse um passo.
Um sorriso espontâneo e radiante iluminou meu rosto ao erguer os braços para meus pequenos. A visão deles pulando ansiosamente no colo de Poseidon, seus corpinhos se contorcendo de alegria, era uma cena que derretia meu coração. As risadinhas ecoavam pelo salão, um som puro e contagiante que preenchia o espaço com felicidade. Senti um turbilhão de emoções me invadir: alívio, alegria, gratidão. Era como se todas as dores e angústias que havíamos enfrentado fossem dissolvidas na luz de suas risadas, transformando o ambiente em um refúgio seguro e acolhedor.
A atmosfera ao nosso redor mudou, tornando-se leve e cheia de amor. Sabia que, naquele momento, tudo valia a pena. Estávamos juntos, em paz, e isso era tudo o que realmente importava. O ar à minha volta parecia se transformar, preenchendo-se com um aroma inebriante, doce e inconfundível: o cheiro inigualável da pele dos meus bebês, um perfume celestial que evocava memórias do paraíso, do amor puro e incondicional. Era uma fragrância que carregava a promessa de um futuro brilhante, um futuro pelo qual lutei tanto para proteger.
Senti o toque macio e quente de suas pequenas cabeças contra meu peito, o peso suave de seus corpinhos deitados confortavelmente no meu colo. O cheiro inebriante de seus cabelos, misturado ao aroma de leite materno, me envolveu em um abraço silencioso e reconfortante. Uma onda de amor e proteção me envolveu por completo, curando as feridas deixadas pela batalha e dissipando as sombras do passado.
Hades se juntou a nós, envolvendo-nos em seus braços, e a união se tornou ainda mais sublime. O calor de sua presença, somado ao dos nossos filhos, criava uma bolha de segurança que me fazia sentir que finalmente estávamos em casa. Estamos em paz, finalmente, nossa família pode ser feliz!
— Como foi a surra? — Poseidon perguntou, um sorriso divertido curvando seus lábios. Seus olhos brilhavam com admiração. Ele se inclinou levemente para frente, esperando ansiosamente pela minha resposta, a expectativa clara em seu olhar.
Acomodei meus filhos em meus braços, sentindo o peso e o calor de seus corpos contra o meu. O contraste entre a fragilidade deles e a brutalidade da batalha recém-encerrada me atingiu com força. Retribuí o sorriso de Poseidon com uma expressão igualmente alegre, um sorriso que refletia a minha gratidão e alívio.
— Ela está no submundo agora, esperando por nós... — murmurei, a voz baixa, mas carregada de uma tranquilidade.
Poseidon sorriu, um sorriso orgulhoso e satisfeito, ao ouvir minhas palavras.
O suspiro de Hades cortou o ar como uma lâmina, profundo e ressonante, chamando minha atenção com uma intensidade que me gelou por dentro. Seu semblante, antes sereno, endureceu-se como pedra, a expressão calma dando lugar a uma máscara de fúria contida. Seus olhos, antes roxos e penetrantes, tornaram-se gélidos, dois poços de gelo fixos em mim, avaliando, julgando. Era um olhar que penetrava a alma, que via além da superfície, desnudando-me por completo, expondo cada fraqueza e insegurança.
Um gesto quase imperceptível, um movimento sutil de minha mão, sinalizou para Poseidon e Adamanto. Eles entenderam imediatamente, seus rostos refletindo a tensão no ar, e rapidamente pegaram os gêmeos, afastando-os de nós, liberando meus braços e criando um espaço entre mim e a tempestade que se formava. O silêncio que se seguiu foi ainda mais pesado, carregado de uma expectativa sufocante.
A contenção em seu olhar era palpável, uma represa prestes a romper a qualquer momento. Cada músculo de seu corpo parecia tenso, pronto para explodir. Sentia a energia contida emanando dele, uma aura de raiva e dor que me envolvia como um manto pesado, quase sufocante. O cheiro da tensão no ar era quase tangível, como eletricidade prestes a provocar um relâmpago. A lembrança do banho apressado, tomado em meio à tensão e à incerteza, me atingiu com força. Ele me esperou, contido sua fúria, mas agora a paciência estava se esgotando.
— Nunca mais você vai me fazer passar por isso! — a voz dele rompeu o silêncio, um rosnado contido, baixo e ameaçador, mas carregado de uma raiva que me fez estremecer até os ossos.
Bufei em resposta, a frustração me sufocando, como se as ondas de impotência me atingissem como um maremoto. Como se eu fizesse isso por gosto!
— Em minha defesa, só sabia o que Hécate me falou. Não sabia sobre Belzebub! — minha voz saiu carregada de justificativa.
O suspiro que se seguiu foi ainda mais profundo, um desmoronamento visível em seu semblante. A máscara de fúria se desfez, revelando a fragilidade por trás da fachada imponente. Ele fechou os olhos com força, como se tentasse conter uma inundação de emoções que ameaçava transbordar. Os ombros tremeram, um tremor quase imperceptível, mas que denunciava o descontrole que ele tentava desesperadamente reprimir. A luta interna que ele travava era palpável, sentia cada emoção como se fossem ondas batendo contra as rochas.
— Não me olhe assim! Senti algo que... só... pensei que fosse te perder! — ele murmurou, a voz quebrada pela agonia, as palavras entrecortadas por soluços contidos, que escapavam como fugas de uma represa rompida, inundando meu coração com uma onda de compaixão. A fragilidade em sua voz era tão intensa quanto a fúria que ele demonstrou momentos antes.
Sorri tristemente, segurando suas mãos nas minhas, sentindo a aspereza de seus dedos contra os meus, um contraste entre a força imponente que ele normalmente exibia e a vulnerabilidade que agora exibia abertamente. A dor profunda em seu olhar me dilacerava a alma, uma dor tão intensa que ecoava em meu próprio coração, como se uma corda invisível nos unisse, compartilhando a mesma dor. Vê-lo completamente despido emocionalmente, demonstrando a intensidade do que sentiu durante a luta, me partiu o coração.
— Eu sei que fiz errado, mas nunca iriam me aceitar como sua esposa senão provasse meu valor, stella mea. — puxei-o para meus braços, meu abraço envolvendo-o com toda a ternura que conseguia reunir, tentando acalmar a tempestade que o assolava.
Ele me apertou com força, seu corpo trêmulo contra o meu, a intensidade de sua emoção me atingindo como uma onda, me envolvendo em seu turbilhão de sentimentos. Senti seus braços fortes me envolvendo, e meu coração doeu ao sentir a intensidade de sua fragilidade, a vulnerabilidade por trás da força imponente que ele normalmente exibia.
— O que importa para mim é você... não o que aqueles malditos pensam... quase surtei acreditando que iria te perder novamente! — ele sussurrou em meu ouvido, sua voz rouca de emoção, as palavras carregadas de um amor profundo e desesperado, como um rio transbordando. O sussurro era quente contra minha pele, um eco direto de seu coração partido.
Suspirei, apertando mais seu abraço, sentindo o calor de seu corpo contra o meu, um calor que me aquecia e me confortava, como um abraço protetor contra o frio do mundo. A textura de sua pele contra a minha era familiar, reconfortante, um lembrete constante do amor que nos unia.
— Eu sei, mas você não vai me perder, estou aqui, stella mea! — sussurrei de volta, minha voz firme, transmitindo a certeza inabalável do meu amor, uma âncora em meio à tempestade que assolou nossos corações.
Ele tremia em meus braços, e meu coração se apertava a cada tremor, como se cada vibração fosse uma onda de dor que me atingia. Sei que doeu nele a dor da incerteza, o medo da perda, a angústia da batalha. Mas não poderia deixar que aquela maldita ficasse com o que não era direito dela. Faria de novo, e mil vezes se necessário, se isso significasse que estaríamos livres, juntos, para sempre.
— Sarah fez o certo, eles não iriam aceitá-la, Hades, e ela apenas sabia disso. Eu a deixei no escuro para que não ocorressem riscos, não queria perder a minha filha — Hécate declarou, sua voz calma e firme cortando o ar tenso, lançando uma luz sobre as motivações por trás das ações de Sarah. Seus olhos, penetrantes e sábios, demonstravam a clareza e a firmeza de suas palavras.
Hades se soltou levemente do meu abraço, me olhando com uma mistura de desconforto e intriga, seu olhar intenso buscando uma resposta em meus olhos. Um sorriso tenso curvou seus lábios, um sinal de que a tensão ainda pairava no ar, mas que aos poucos estava dando lugar à compreensão.
— Dei todo meu poder a ela. Perséfone nunca teve chance nessa luta. Sarah estava com seus poderes totais, só demorou a matar Perséfone porque seu corpo ainda não estava acostumado a seu poder — Hécate continuou, suas palavras revelando uma faceta estratégica da batalha que desconhecia.
O olhar que Hades me deu fez meu coração dar uma cambalhota, um turbilhão de emoções me atingindo de uma só vez. Era uma total admiração, uma aprovação profunda que jamais vi em seus olhos antes. Era como se ele estivesse vendo, pela primeira vez, a força e a determinação que possuía, uma força que ele ajudou a moldar.
— Também... fortifiquei seus poderes — ele admitiu, sorrindo singelo, um sorriso que alcançava seus olhos, iluminando seu rosto com uma ternura que me derretia por dentro. A confissão, tão genuína e simples, era como um bálsamo para a minha alma.
Meu sorriso abriu-se largamente sob seus olhos roxos brilhantes, um sorriso que refletia a alegria, a gratidão e o amor que transbordava em meu coração. Era um sorriso de alívio, de compreensão e de um futuro promissor que estava apenas começando a se desenrolar.
— Agora aqueles deuses arrogantes estão com medo de sua esposa, afinal, ela mostrou um poder e tanto com magia — Belzebub declarou suavemente, sua voz cortando o ar como uma adaga, atraindo nossa atenção para a nova realidade que se apresentava. Um sorriso sutil e malicioso curvava seus lábios.
Hades voltou-se seriamente para ele, seu olhar intenso e penetrante, como se pudesse perfurar a alma de Belzebub. O sorriso singelo de Belzebub, embora amigável, não conseguia disfarçar a tensão que pairava no ar.
— Convoque uma reunião agora, estou indo com minha esposa e meus filhos. Vou resolver isso de uma vez por todas — Hades decretou friamente, sua voz carregada de uma autoridade inabalável. A frieza em seu tom era glacial, um prenúncio da tempestade que estava por vir. Belzebub ergueu a sobrancelha, confuso, mas não ousou questionar a ordem do seu superior. — O castigo de Perséfone serei eu que vou dar!
As palavras de Hades ecoaram no ambiente, carregadas de uma aura imponente que me fez arrepiar. A decisão de Hades de impor o castigo pessoalmente revelava a profundidade de seus sentimentos, a intensidade de sua proteção por mim.
Belzebub sorriu malicioso, um sorriso que não chegava a alcançar seus olhos, revelando uma aura de malícia. Com um movimento quase imperceptível, ele desapareceu, obedecendo à ordem implícita que foi dada. Senti um largo arrepio pelo meu corpo, um arrepio que não era apenas de frio, mas também de antecipação e temor. Nunca vi Hades tão frio, tão determinado, tão implacável. A frieza em seus olhos era um prenúncio da tempestade que ele estava prestes a desencadear, uma tempestade que prometia mudar para sempre o equilíbrio de poder no Submundo.
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