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Capítulo 43 - Proteção Ⅱ


Contém 3600 palavras.

Boa leitura💜

Contemplar o trono que sempre almejei deveria me fazer sorrir. No final, me tornei a rainha do submundo, mas a ironia era cruel: minha vitória era construída sobre as cinzas do meu único amor. A alegria era um fantasma, uma ilusão. A raiva me consumia, tão intensa quanto o fogo do inferno, uma frustração que me rasgava por dentro, mais profunda que o próprio abismo. Se Hades tivesse me amado, se tivesse me visto, se tivesse percebido meus sentimentos... tudo teria sido tão simples, tão fácil. Mas ele preferiu aquela vadia insignificante. E agora, aqui estou, no meu trono, sozinha, cercada pela escuridão, meu coração tão vazio quanto o abismo. A amargura me corroía, mais profunda que a escuridão do submundo, uma solidão que ecoava no silêncio do meu reino.

"Caminhava pelo Olimpo, quando o vi passar diante de mim. Seu porte digno de um imperador me encantou. Ele não notou minha presença, mas foi nesse momento que o desejei. Aquele primeiro vislumbre o marcou em minha mente, e a cada encontro furtivo, a cada olhar roubado, a imagem dele se tornava mais vívida, mais incontrolável. Desde a primeira vez, arrumava meios de encontrá-lo sem querer, mas ele parecia ignorar minha existência. A cada dia, a vontade de estar perto dele crescia, uma chama que ardia dentro de mim.

Com o passar dos dias, minha beleza começou a ser mais notada em todo o Olimpo, perdendo apenas para Afrodite. Usei isso a meu favor, pois ela seria minha arma para conquistá-lo. Quando o vi se aproximando, com o rosto contemplando um livro, decidi esbarrar nele para parecer um acaso.

— Perdão! — Hades desviou por um tris, se desculpando sem sequer me olhar nos olhos.

A decepção me atingiu como um golpe, mas a minha vontade de conquistá-lo permaneceu inabalável. Não desistiria!

— Perséfone, devia desistir — Hermes debochou, aproximando-se sorrateiramente.

Olhei-o com nojo, mas seu olhar malicioso não mudou. A zombaria dele só me alimentava.

— E o que tem a ver com isso? — perguntei, tentando manter a raiva sob controle.

— Eu particularmente, nada, mas está pagando mico para todo o Olimpo ver. Todos riem de você por essa obsessão por Hades. Ele não a quer e jamais a olhará como deseja — Hermes debochou, deixando-me sozinha.

Mas as suas palavras não me abalaram. Sabia o meu valor. O que queria. E o teria. Custe o que custar. A minha beleza, inteligência e força... tudo isso estava a meu serviço. Era mais forte do que eles imaginavam."

Desde o início, usei tudo a meu favor, mesmo depois da morte daquela mortal. A frustração me corroía. Ele ainda não me olhava como desejava, na verdade, ele nem me olhava! Quando o vi pela primeira vez, senti um frio no estômago, meus olhos brilharam como nunca, jamais desejei outro que não fosse ele. Então ele conheceu aquela vadia, e tudo mudou. Depois da morte dela, vi Hades se enterrar em um mar de sofrimento. Era sufocante respirar o mesmo ar que ele, pois tudo que via era tristeza. Mesmo depois de tudo, ele ainda a amava!

A frustração se transformou em uma fúria incontrolável. Não era apenas a sua indiferença, mas a traição. A descoberta de que o amor de Hades era falso, motivado apenas pelos meus poderes, foi um golpe devastador. Era como se o chão tivesse sumido debaixo dos meus pés. Tudo o que construí, tudo o que acreditei, desmoronou em ruínas. Nada importava mais, exceto a minha dor, raiva e desejo de vingança. Os meus sentimentos por ele, antes tão intensos, agora se transformavam em cinzas amargas. A lembrança do seu toque, da sua voz era uma lembrança envenenada. Precisei usar meus poderes para conquistá-lo, e quando ele finalmente me retribuiu, pensei ter encontrado a felicidade. Mas aquela felicidade era uma ilusão, uma mentira. A verdade era cruel, implacável: ele nunca me amou de verdade.

Um estrondo violento interrompeu meus pensamentos, um estrondo que ecoou pela sala como um trovão, sacudindo até os alicerces do meu reino. Olhei em choque para a porta, meu corpo tenso, o coração batendo forte no peito, mas um frio calculista percorria minha espinha. E então o vi: Eros, a face contorcida pela fúria, os olhos brilhando com um ódio que me gelou o sangue.

— VOCÊ! — ele sibilou, a voz carregada de ódio, cortando o silêncio como uma lâmina afiada.

Mas, em vez de medo, senti uma satisfação mórbida, uma alegria sádica, se espalhando por mim como um veneno doce. Um sorriso cruel, frio e calculista tocou meus lábios. Ele estava ali, exatamente como planejado, meus planos estavam funcionando perfeitamente. A imagem daquela vadia, sozinha, mergulhada na escuridão, me causava uma satisfação perversa, uma alegria sádica. Hades estava morto, ele jamais a tocaria novamente. Jamais veria aquelas crianças. Ela carregaria o peso da culpa, a dor da perda, para sempre. Já os malditos, a eliminação dos bastardos era apenas uma questão de tempo.

— Eros... não era para confortar Sarah, ela não quer você? — perguntei debochada. Seus olhos brilharam em ódio para mim.

— Mandei ficar longe dela! Agora ela me odeia por Hades estar morrendo! — Eros declarou irado, apontando seu arco e flecha para mim.

Não controlei o riso.

— Eros, teve sorte que matei Hades e não a maldita, ainda a deixei de presente para você... junto aos bastardinhos! — declarei maliciosa, ocasionando um olhar de fúria nele.

— Não os chame de bastardos! Eles são filhos legítimos de Hades! — ele rosnou.

Elevei a sobrancelha, olhando-o completamente debochada.

— Oh? Mesmo? Será que são dele mesmo? Seus, sei que não podem ser, você nunca conseguiu nada com a vadia — retruquei.

Num instante, antes mesmo que meu cérebro pudesse processar a ameaça, três flechas de prata, rápidas como relâmpagos, perfuraram meu corpo. Não senti dor, pelo menos não imediatamente. Foi uma estranha sensação de deslocamento, como se meu próprio ser estivesse sendo desfeito, deslocado de sua base. Uma confusão profunda me invadiu, uma desorientação que transcendia a simples dor física. Era uma magia desconhecida, um poder que me deixava vulnerável, exposta, desprovida de meus próprios recursos.

— Maldito! — exclamei, a voz rouca de incredulidade e raiva. — O que você fez?

Eros sorriu, um sorriso cruel e calculista.

— Quando você se olhar no reflexo, sentirá apenas repulsa por si mesma. Não se preocupe, não a matarei. Este é apenas um aviso — ele disse, desaparecendo.

A humilhação foi mais profunda que qualquer ferida física. Minhas mãos se fecharam em punho, os dedos brancos de força contida, mas a mente se recusava a obedecer. Pensamentos confusos, imagens fragmentadas, invadiam minha consciência, obscurecendo a razão. Um tremor convulsivo percorreu meu corpo, não de medo, mas de uma energia bruta, incontrolável, que me fazia estremecer de dentro para fora. A respiração se tornou ofegante, presa na garganta, enquanto um rugido rouco, animal, escapou dos meus lábios, um som primitivo e incontrolável, que expressava a perda de controle, a fúria que me consumia por completo.

Ver Perséfone ali, tão imponente, tão dona do lugar, um profundo enjoo me invadiu, subindo pela garganta como uma onda de bile. A imagem dela, tão radiante, tão perfeita, era uma afronta, um insulto à Sarah. E a ajudei a chegar até ali, mesmo que indiretamente. A culpa me esmagava, um peso insuportável no peito. No início, não reconheci seu jogo doentio, sua sede insaciável de destruição. Apenas a vi como uma deusa sofredora, manipulada por um destino cruel. Mas a verdade, quando se impôs, foi um golpe brutal, um soco no estômago que me deixou sem ar. A responsável pela morte de Sarah. Foi a terrível clareza dessa verdade que me fez decidir me afastar da escuridão, que me fez jurar lutar pelo que era certo.

Estar diante dela não era difícil. A dificuldade estava em encarar a verdade, a terrível constatação de que Sarah estava certa. Estava tão obcecado quanto Perséfone, cego pelo meu próprio desejo. A única e profunda diferença era que sentia algo genuíno por Sarah. Não era apenas desejo ou luxúria. Era algo mais profundo, mais verdadeiro, algo que ecoava em cada célula do meu ser. A prova disso, a prova inegável, era o esforço sobre-humano que fiz para manter Hades vivo. Transferi parte da minha própria energia vital, do meu próprio ser, para que seu coração voltasse a bater. Cada batida daquele coração era um pedaço de mim mesmo, um sacrifício que fiz sem hesitar. Uma prova do meu amor por Sarah, um amor que me impulsionava a lutar contra a escuridão, a lutar por ela, mesmo que ela estivesse com ele.

Perséfone, ao contrário, não sentia nada por Hades. Sua alegria com a morte dele era palpável, uma frieza que cortava o ar como uma lâmina afiada. O brilho nos seus olhos, o sorriso cruel em seus lábios, confirmavam tudo o que seus irmãos sempre disseram sobre ela. Era bom que ela guardasse essa lembrança, que a dor a consumisse, especialmente agora, no final da gravidez de Sarah. O pensamento de sua felicidade em meio ao sofrimento alheio me deixava nauseado.

A mesquinhez de Perséfone alimentou minhas flechas, que não eram comuns. Eram flechas impregnadas com uma praga de raiva e repulsa, uma maldição destinada a atingir seu ego, seu maior orgulho. A cada pensamento, a cada batida do meu coração, a determinação crescia dentro de mim. Quando ela se visse no espelho, só veria o que inspirava nos outros: um nojo absoluto. Isso não seria uma questão de aparência, a repulsa não se limitava ao reflexo de sua face, mas penetraria profundamente em sua essência, um reflexo distorcido de quem ela realmente era.

E naquele momento, desejava que ela sentisse o peso de sua própria crueldade. Que a dor que ela causou à Sarah, a dor que ela infligiu ao mundo, voltasse para ela em um ciclo interminável. Cada flecha que lançasse seria uma extensão do meu desprezo, uma arma de justiça que miraria diretamente no coração frio de Perséfone.

Mantive minha presença oculta, quase me divertindo enquanto seu ataque de fúria se desenrolava. O ambiente ao redor parecia vibrar com a intensidade de suas emoções, o ar carregado de uma tensão palpável, como se o próprio espaço estivesse se contorcendo sob o peso de sua raiva. Era quase eletrizante.

— Maldito! Quem pensa que é! — ela rosnou, a voz carregada de ódio, como um trovão que ecoava nas paredes do recinto.

Observei-a em silêncio, um sorriso sarcástico se formando em meus lábios. Ela era uma idiota, se achava capaz de me enfrentar. Seus poderes eram insignificantes perto dos meus, como uma vela tremulante diante de uma tempestade. Ela não conseguia me sentir no recinto, essa era sua grande falha. Não via o que estava bem na sua frente.

Sua raiva se refletiu nos coitados que trabalhavam ali, obedecendo-a cegamente, seus olhares vazios e assustados. Eles escondiam qualquer superfície refletora, temerosos do que poderiam ver. Que tola! Pensei. Isso não vai adiantar nada.

Aproximando-me dela sem que ela me percebesse, sussurrei em seu ouvido, cada palavra como veneno: "O desejo fará com que deixe de dormir, comer e viver... sentirá apenas a angústia a consumir, dia após dia. Seus pensamentos serão devorados pela dor e culpa... até finalmente ver seu rosto."

Senti a tensão em meus músculos enquanto observava sua reação. Sua respiração, controlada, mas acelerada, ecoava em meus ouvidos. Seu corpo se arrepiou, como se uma corrente elétrica tivesse percorrido sua espinha. Seus olhos se arregalaram de medo, um brilho de terror que não pude ignorar. Ela não me viu, mas senti sua vulnerabilidade diante do meu poder. A sensação de controle se espalhou por mim, um prazer sombrio e intoxicante que me envolveu, como um manto escuro que me aquecia.

Seu rosto sereno, imerso num sono profundo, era a única coisa que me fazia agradecer aos céus. Ele estava aqui, comigo, e seria assim pela eternidade. Um sorriso malicioso brincava em seus lábios mesmo enquanto dormia, um convite silencioso que me atraiu como um imã. Suspirei, hipnotizada pela beleza esculpida de seu rosto, pelas linhas suaves de sua expressão adormecida, pelas madeixas cinzas que emolduravam suas feições. Não consegui resistir ao impulso de acariciar seus cabelos, sentindo a maciez inebriante contra meus dedos.

— Hum... — um resmungo rouco, entreaberto. Seus olhos se abriram, encontrando os meus numa troca silenciosa de desejos.

— Estava sonhando com o quê? — perguntei, a voz rouca de antecipação.

Um sorriso lento se abriu em seus lábios. Ele me puxou para perto, para o calor envolvente de seu corpo, me prendendo em seus braços. Antes que pudesse reagir, nossos lábios se encontraram num beijo que transcendeu a simples paixão, um beijo que era promessa e um desejo incontrolável. Uma corrente elétrica percorreu meu corpo, me deixando tonta, fraca, entregue à sua força. A textura deliciosa de sua pele contra a minha, o calor de seu corpo me envolvendo, suas mãos deslizando pelas minhas costas, descendo até minhas nádegas, apertando-as com firmeza contra seu corpo. Um arrepio percorreu minha espinha, intensificando o atrito entre nossas intimidades.

Afastei-me por um instante, apenas para ver seus olhos, completamente dominados pela luxúria, me deixando sem fôlego. Ele segurou meus cabelos com firmeza, puxando-me de volta para perto, seus lábios traçando um caminho de fogo pelo meu pescoço, fazendo-me gemer baixinho, um som rouco de puro prazer.

— Oh!? Hades... por favor, querido... não — suspirei, ofegante, sentindo um arrepio percorrer meu corpo. Ele riu, um som rouco e profundo, contra minha pele.

Não consegui me controlar. Meu corpo se moveu instintivamente contra o dele, buscando mais, exigindo mais.

— Quer saber o que estava sonhando? — ele perguntou, sua voz rouca, um sussurro quente contra meu ouvido. — Estava que estava te fodendo.

Um gemido escapou dos meus lábios, um som alto e sem vergonha. Não resisti mais ao desejo e me sentei em seu colo, sentindo seu sorriso malicioso contra minha pele.

— Vou te foder tanto, meu amor — ele rosnou, seus dedos firmes em meu quadril, me puxando para mais perto.

Um suspiro de abandono escapou de meus lábios, um som que parecia ecoar em meio ao silêncio do quarto. Senti o aperto forte em minhas nádegas, um toque que me fez gemer involuntariamente e me mover contra ele, um impulso de prazer que logo se transformou em êxtase. Mas, de repente, um barulho abafado ecoou pelo quarto, interrompendo nosso momento íntimo. Meu corpo inteiro queimou de vergonha ao ver meus cunhados parados na porta, olhos curiosos fixos em nós.

— Eita! Desculpa! — a risada de Zeus ressoou pelo ambiente, quebrando o clima íntimo como um vidro se estilhaçando. Meu rosto queimou, um calor intenso subiu das bochechas até a ponta dos dedos, como se estivesse sendo consumida por chamas.

Adamanto suspirou, dando um tapa na cabeça de Zeus, que resmungou sob os risos contidos de Poseidon.

— Já disse para não entrar assim, pateta! — A indignação de Adamanto só aumentava meu embaraço, como se ele estivesse jogando mais lenha na fogueira da minha vergonha.

— Como eu ia saber? Ele está de repouso — Zeus retrucou, um sorriso travesso nos lábios, seu olhar brincalhão apenas tornava tudo mais constrangedor. O constrangimento me invadiu como uma onda, paralisando-me por um momento, presa em um mar de vergonha e confusão.

Não conseguia pronunciar uma palavra, a língua colada ao céu da boca, especialmente sob os olhares divertidos dos cunhados, que pareciam se divertir às minhas custas. Era como se estivesse em um palco, exposta e vulnerável, enquanto minha dignidade se desvanecia.

— É bom ter um bom motivo para me interromper! — Hades resmungou, sua frustração sexual evidente.

Esse idiota! A mistura de risos e irritação fervia dentro de mim.

— Na verdade, temos sim um motivo — Eros disse, visivelmente constrangido, desviando o olhar de mim.

Um choque percorreu meu corpo ao ouvir suas palavras. Arregalei os olhos e me afastei de Hades imediatamente, como se tivesse sido queimada, evitando o olhar dos outros. A vergonha era insuportável, um peso que parecia me sufocar, tornando cada respiração um desafio.

— Não precisa sair — Hades resmungou, mas não dei atenção.

— Hécate virá examiná-lo. Acho bom estar melhor, ou vou colocá-los em quartos separados — a voz séria de Poseidon cortou o ar, carregada de autoridade. O tom dele soou firme, mas havia uma leveza na atmosfera, como se todos soubessem que a situação era, de certa forma, absurda.

A expressão desesperada de Hades era hilária, teria rido se a situação não fosse tão embaraçosa. Ele estava exposto, vulnerável, e aquela era uma versão dele que nunca vi antes. Era difícil não sentir uma onda de carinho por ele, mesmo em meio a tanto constrangimento.

— Nem fudendo! — ele rosnou, puxando-me de volta para perto, como se temesse que eu fosse escapar. — Não vou conseguir ficar longe dela, vou ficar mais nervoso, aí que não melhoro!

Os irmãos de Hades trocaram olhares cúmplices antes de caírem na gargalhada, e eu, por outro lado, não consegui conter um riso abafado. Eles estavam acostumados a ver um Hades contido, racional. Este, descontrolado pela paixão, era uma visão hilária que não poderia esquecer. A mistura de seu charme e vulnerabilidade me fazia sentir um calor no peito.

Uma tosse leve chamou nossa atenção. Todos se viraram para Eros, que parecia um tomate maduro, corado e evitando olhar para mim. O pobre coitado não merecia ver essa cena, mas não pude evitar sentir um certo alívio ao vê-lo tão desconfortável. Era um lembrete de que, por mais embaraçoso que fosse, a vida continuava.

— O que vocês querem, além de atrapalhar minha foda? — Hades perguntou, a irritação evidente em sua voz, mas havia um tom brincalhão que não podia ser ignorado.

— Se não calar essa boca, você não vai foder tão cedo! — respondi, com a raiva borbulhando, mas não consegui manter a seriedade. A situação era engraçada demais para ignorar.

Hades cerrou os olhos, mas um suspiro resignado escapou de seus lábios. Mesmo em meio a essa confusão, ele estava completamente encantador, e eu não pude deixar de me perguntar como ele conseguia ser tão irresistível, mesmo quando estava furioso.

— O que vocês querem? — ele resmungou, olhando para seus irmãos sob olhares brincalhões.

— Fui até o submundo ontem. Perséfone não sabe que está vivo, ela referiu-se a você como morto — Eros declarou, sua voz séria quebrando o clima leve.

Hades assentiu, a expressão dele agora mais grave. Esperávamos por isso. Era melhor que ela pensasse que seus planos estavam dando certo. Daria mais tempo para agirmos.

— Melhor assim, pegá-la de surpresa é a melhor opção — Hades respondeu, sua voz firme e a determinação em seu olhar me tranquilizaram.

Eros concordou, e naquele momento, uma nova tensão se instalou no ar, misturando a diversão da situação anterior com a gravidade do que viria a seguir. O peso da responsabilidade pairava sobre nós, mas a proximidade de Hades me dava força. Sabia que enfrentaríamos isso juntos.

— Vocês ficam aqui até o Hades recuperar-se totalmente — a voz de Poseidon cortou o ar, séria e inabalável, como o som de um trovão distante.

Hades resmungou baixinho, um som de descontentamento que mal consegui ouvir, mas a frustração em seu olhar era clara. Ele não gostava da ideia, podia sentir a tensão crescendo entre eles. Mas Poseidon tinha razão. Por mais que Hades estivesse acostumado a cuidar dos outros, agora era a vez dele ser cuidado. Ele precisava ter paciência. A preocupação apertava meu coração, queria que ele estivesse bem.

— Estou recuperado já — ele grunhiu em resposta ao irmão, a teimosia evidente em sua voz, como um leão ferido tentando manter sua dignidade.

Poseidon sorriu, um sorriso astuto e conhecedor que imediatamente me deixou em alerta. Ele se aproximou lentamente de Hades, colocando a mão sobre seu peito. O gesto era casual, mas a pressão de seus dedos, embora leve, fez Hades gemer de dor, um som abafado que me fez apertar os punhos, a raiva crescendo dentro de mim. Como podiam ser tão insensíveis?

— Oh? É mesmo? Daqui me parece que não mata nenhuma mosca — Poseidon declarou, o tom de deboche evidente em sua voz, como se estivesse se divertindo às custas do irmão. A zombaria me incomodava, uma ferida aberta em um momento que já era difícil.

Hades, por sua vez, lutava para manter a compostura.

— Talvez... eu precise de um tempo... — resmungou, sua voz carregada de frustração, sob os olhares zombadores de seus irmãos. Era uma luta constante, podia ver o esforço em seu rosto, a maneira como tentou controlar sua raiva. A tensão era palpável, e o desejo de protegê-lo queimava dentro de mim.

A atmosfera no quarto parecia pesada, carregada de emoções conflitantes. Queria gritar para que parassem, para que vissem o quão vulnerável Hades realmente estava. A batalha entre a fragilidade e a força dentro dele era uma dança delicada, não poderia deixar que essa zombaria o afetasse mais.

— Fora que está esquecendo-se de uma coisa, como pretende enfrentar o conselho do submundo estando frágil e sua esposa grávida? — Zeus perguntou, sua voz carregada de malícia. Hades suspirou, derrotado.

— São tantas coisas que nem consigo pensar! Mas estão certos, preciso me recuperar. Meu foco é Sarah e nossos filhos, que precisam nascer saudáveis, assim terei mais força para enfrentar o que virá — ele disse, olhando para o teto, sua voz carregada de um cansaço profundo. — Mas os idiotas fiquem cientes de que não importa o conselho, aceitando ou não minhas decisões, não me submeto a ninguém!

Olhei para Hades, a confusão me atingindo como uma onda, me deixando tonta e sem fôlego. Conselho? Submeter? As palavras ecoavam em minha mente, em fragmentos e imagens borradas, sensações confusas, um turbilhão de pensamentos sem sentido. Pressão na cabeça, uma sensação de sufocamento, como se estivesse afogando em um mar de incertezas. O que era tudo aquilo?

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