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Capítulo 42 - Proteção I


Contém 3900 palavras.

Boa leitura💜

Observei o olhar sério de minha esposa, fazendo-me sorrir. Sem responder, ela se deitou ao meu lado, colocando a mão sobre meu peito, curando o machucado. Um longo suspiro escapou de meus lábios, a olhei apaixonadamente.

Agora temos a eternidade juntos!

— Nunca mais me deixe nessa agonia! — as palavras de Sarah, sussurradas, carregavam toda a dor, o medo e o desespero que ela sentira. Suas lágrimas quentes escorriam por meu pescoço, me queimando como brasas.

Senti meu coração se apertar, um aperto insuportável que me atingiu com mais força que qualquer ferimento. Jamais ousaria fazê-la sofrer tanto. Vê-la assim era pior que a morte.

— Me perdoe! — beijei-a carinhosamente, meus lábios buscando consolá-la.

Minha testa encostou na dela e suspirei pesadamente, sentindo a fragilidade do seu corpo contra o meu. Seu rosto, desolado e marcado pelas lágrimas, me partia o coração.

— Meu amor, não chore — abracei-a suavemente, sentindo-a tremer em meus braços. O corpo, tão frágil, tão vulnerável, me deixava desesperado.

— Pensei que fosse perdê-lo, e quase perdi nossos filhos! — as palavras dela me atingiram como um choque, me lançando em um turbilhão de pânico.

O pânico me invadiu, um frio intenso me percorreu. Nossos filhos correram risco?

— O quê? Eles estão bem? Sarah, o que aconteceu? — perguntei, minha voz carregada de urgência e preocupação. Tentei sentar na cama, mas uma onda de dor me percorreu, me fazendo gemer. Cada centímetro da minha pele doía como se estivesse em chamas. Aquele maldito veneno era mais poderoso do que imaginei.

— Primeiro, deitado! — ela exclamou, sua voz firme, mas seus olhos estavam cheios de preocupação. Resmunguei, mas obedeci, deitando-me sob o seu olhar divertido.

Ainda sem me responder, ela passou a vagar as mãos iluminadas em meu corpo, neutralizando as dores com sua magia. Resolvi ficar quieto, esperando. Estava preocupado com nossos filhos, mas ela não falaria nada até me ver bem.

— Está melhor? — a voz de Sarah, suave e preocupada, quebrou o silêncio. Seus olhos, cheios de uma seriedade que me deixou inquieto, me analisavam atentamente. Assenti nervosamente, e ela suspirou, se aconchegando ao meu lado. — Quando você foi apunhalado, eu dei minha imortalidade a Thanatos... em troca de que ele deixasse sua alma aqui por mais um tempo, pelo menos o suficiente para que nós conseguíssemos fazer o antídoto.

As palavras dela me atingiram como um raio, me paralisando. Ela arriscou a própria vida por mim?

Sem a imortalidade, seu corpo era vulnerável, humano. E isso significava que ela não conseguiria suportar a gestação! A gravidade da situação me invadiu, quase me deixando sem fôlego.

— Mas... o que... por que faria isso? — perguntei, aturdido, a voz falha.

— Ainda tem a audácia de perguntar? Porque eu amo você! — ela resmungou, seus olhos brilhando com uma mistura de raiva e amor.

Não contive o sorriso e seus olhos brilharam com ternura. Pensei que nunca mais a veria, que nunca mais sentiria o calor do seu corpo contra o meu. O alívio era tão intenso que quase me deixava sem fôlego. Ver o amor contido no olhar, sentir a força da sua presença me enchia de uma alegria imensa. Tive tanto medo de não poder passar a eternidade ao seu lado, de não conhecer nossos filhos.

— Depois que Thanatos pegou minha imortalidade, meu corpo ficou completamente humano, incompatível com nossos filhos, rejeitando-os... — ela declarou em um sussurro, sua voz carregada de uma tristeza que me partiu o coração.

Arregalei os olhos, sentindo a culpa me atingir com toda a sua força. Não tinha ideia do sacrifício que ela fez.

— Sarah... — minha voz falhou.

— Não começa, Hades. Sei que isso foi imprudente, mas não poderia perdê-lo! — ela interrompeu-me, sua voz trêmula, mas firme. Seu olhar, intenso e apaixonado, me enchia de uma gratidão imensa.

Sorri ternamente enquanto ela segurava minhas mãos com carinho, seus dedos entrelaçados aos meus.

— Por isso você é uma deusa agora? — perguntei, a curiosidade e a admiração transparecendo em minha voz. Ela assentiu, a seriedade de sua expressão suavizou-se.

— Hécate e Poseidon conversaram sobre isso. Meu corpo humano não aguentaria a gravidez. Na noite passada, tive um sangramento. Graças a eles... não perdi os bebês. — Sua voz tremia ligeiramente, mas havia uma força inabalável em suas palavras.

Meu coração doeu ao imaginar a possibilidade de perdê-los. Sarah e nossos filhos eram tudo na minha vida.

— Dulce meum... perdão por fazê-la passar por tudo isso! — fechei os olhos, um peso de culpa esmagando meu peito.

— Deixa de besteira, a culpa não é sua. Agora sou mais forte e posso proteger nossos filhos — ela retrucou, pegando minhas mãos e colocando-as sob sua barriga, onde a vida pulsava.

Não consegui conter o sorriso ao sentir os pequenos movimentos dentro dela, a leveza de seus chutinhos me enchendo de alegria. O amor que sentia por ela e por nossos filhos crescia a cada instante. Saber que teria mais uma oportunidade de passar a eternidade ao seu lado, de criar uma família com ela, me preenchia de gratidão. Peguei-a em meus braços, suspirando em contentamento, finalmente sentindo que estava em casa.

— Estou tão feliz por tê-los comigo — murmurei, envolvendo-a em um abraço apertado, sentindo a batida dos nossos corações se fundirem em um só ritmo.

༺۵༻

Stella mea — a voz suave de minha amada esposa, um sussurro que me envolveu como um calor reconfortante, quebrou o silêncio. Senti cada parte do meu corpo doer, um incômodo persistente que me lembrava da minha quase-morte. Mas a imagem de Sarah me impulsionou a abrir os olhos. Não podia perdê-la de vista novamente, não depois de ter acreditado que nunca mais a veria.

Abri lentamente os olhos, seus olhos intensos, cheios de um amor que transcendia qualquer descrição, me encontrando. Ela me olhava como se fosse a joia mais preciosa do universo, e seu olhar, carregado de ternura, me enchia de uma alegria inefável. Sorri abertamente, meu sorriso ecoando o seu, um sorriso que refletia a promessa de um futuro junto, um futuro que lutaríamos para construir.

— Precisa se alimentar, quero você forte! — seu sorriso, radiante e cheio de amor, me transmitia uma paz profunda. Ajudou-me a me sentar, seus movimentos delicados e cuidadosos.

Cerrei os olhos em sua direção, ao vê-la colocar uma pesada bandeja sob meu colo, o peso da bandeja me surpreendeu.

— Está carregando peso? — perguntei, minha voz séria, carregada de preocupação. Ela sorriu, um sorriso divertido e um tanto travesso.

— Claro que não! Seu irmão designou Proteus para ficar em minhas ordens. Foi ele que trouxe — ela respondeu, sua voz carregada de alívio.

Já reparei que meu irmão estava mais ameno em relação a ela. Saber que ele cuidou bem dela e dos meus filhos era um alívio enorme. Sempre soube do grande coração que ele possuía, mesmo que ele não soubesse expressá-lo.

— Poseidon cuidou muito bem de vocês — comentei, minha voz carregada de gratidão. Ela sorriu docemente, seus olhos brilhando.

— Seu irmão ficou muito abalado, não que os outros não tenham ficado, mas Zeus tinha que cuidar do Olimpo e da caça a Perséfone, Adamanto ficou encarregado de cuidar do submundo, Poseidon... ele mesmo se ofereceu para que ficasse em suas vistas. Ouso dizer que me vigiou o tempo todo, nada escapava dele — Sarah declarou, sua voz carregada de admiração e afeição. — Ele é muito mais do que aparenta e ama muito você!

Sim, meu irmão era sentimental demais, apenas não sabia demonstrar. Ela perceber isso apenas demonstrava o quanto Poseidon a estimava, pois ele não costumava demonstrar seus sentimentos para ninguém. Isso apenas evidenciava o que sempre suspeitei: meu irmão parou de vê-la como uma intrusa e a aceitou de coração na família.

— Ele é seu cunhado preferido agora? — perguntei, bem-humorado, tentando aliviar a tensão.

— Sim, quando ele está de boca fechada — ela retrucou, piscando marotamente.

Ri suavemente junto dela, mas a pontada de dor em meu peito queimou, e isso não escapou do seu olhar atento.

— Chega de conversa e vai comer. Depois, vou dar um banho em você — ela declarou, sua voz séria, mas seus olhos brilhavam com ternura.

Suspirei, descontente. Não gostava de ser tratado daquela maneira, muito menos de me sentir incapaz. Aquilo era um pesadelo!

— Não sou criança, não preciso que me dê banho! Fora que você não pode estar para lá e para cá comigo! — retruquei, minha voz carregada de frustração. Isso resultou em um sorriso malicioso no rosto dela.

— Tudo bem, se não quer a minha ajuda... posso pedir a Proteus, Poseidon ou até mesmo Eros para dar banho em você. Mas sozinho, você não fica! — ela retrucou, divertida, sob meu olhar atônito. — Ou posso chamar Adamanto e Zeus se não quiser os que citei, candidatos não faltam!

Aquilo já era demais!

Conhecia a esposa muito bem para saber que aquela ameaça era real. Não queria passar por aquilo, principalmente com meus irmãos, aliás, nem com Eros!

— Você ajuda! — resmunguei, fazendo-a rir.

Comi sob o olhar atento da esposa, quase ri diante da cena. Ela estava mesmo agindo como se fosse um inválido!

Resolvi não retrucar, ao menos por enquanto. Por mais que a situação me irritasse, ela tinha razão. Mal tinha forças para comer.

Não conseguia parar de rir, principalmente ao vê-lo emburrado, uma expressão que nunca vi antes em seu rosto. Para o seu desespero, não dei ouvidos aos seus resmungos. Ele precisava de cuidados, e não estava disposta a adiar isso por mais um segundo. Coloquei-o sentado à espera da banheira encher. Estava tão entretida no que fazia que, só quando virei, encontrei seu olhar fixo em meu corpo, um olhar quente e intenso que me fez estremecer.

— Pode esquecer o que está pensando, vamos apenas tomar banho! — provoquei, com um sorriso malicioso que pretendia ser inocente, mas que traía meus próprios desejos. Ele suspirou, seus olhos em chamas, sua frustração palpável no ar.

Aproximei-me para despi-lo, lentamente, com movimentos delicados para não machucá-lo. Seu corpo ainda estava pálido, o tom vermelho sob o peito, apesar de não haver cicatrizes visíveis, me lembrava da violência que ele sofreu. Quando meu olhar desceu para sua intimidade, arfei, sentindo meu próprio corpo se encharcar. Ele estava nu, excitado, e a visão me deixou sem fôlego.

Hades não perdeu tempo, um sorriso malicioso se abriu em seus lábios.

— Você vai se controlar, meu amor? — sua voz rouca, intensa, provocou um arrepio que percorreu toda a minha espinha.

Era difícil, ainda mais com ele agindo daquela maneira, mas naquele momento, nada mais importava além dele. Resolvi ignorá-lo, pois sabia que, se desse o mínimo espaço para o assunto, ele se aproveitaria. Peguei-o pela cintura, sentindo a firmeza dos seus músculos sob as minhas mãos, fazendo-o se levantar e, lentamente, o conduzi para a banheira, fazendo-o se sentar com cuidado.

Seu suspiro de contentamento preencheu o ambiente, fazendo-me sorrir ternamente. Peguei uma esponja e passei-a suavemente em suas costas, tomando cuidado com sua pele, pois sabia que, apesar dele não falar nada, sentia dores.

— Entra comigo? — ele pediu, sua voz manhosa, um tom que me deixava completamente vulnerável.

Suspirei, fechando os olhos com força, tentando apagar a imagem de seu corpo nu à minha frente. O desejo me queimava por dentro, algo que lutava desesperadamente para controlar. A cada movimento, passada da esponja por seus músculos definidos, a cada curva de suas costas, traço de seus braços, minha respiração se tornava mais ofegante, mais superficial. Era uma tortura deliciosa, uma luta contra o meu próprio corpo. "Por favor, entra," ele sussurrou, sua voz rouca, um pedido que ecoava no meu próprio desejo.

— Não — neguei suavemente, passando a esponja pelo seu peito, evitando o local da ferida.

Hades segurou meu braço com delicadeza, atraindo meu olhar. Apesar do brilho de divertimento, seu semblante ficou sério ao analisar como estava torta para conseguir banhá-lo.

— Dulce meum, ficará mais confortável para você — ele apontou, sua voz suave, revelando sua preocupação.

Realmente estava desconfortável, toda torta para conseguir banhá-lo. Suspirei em concordância, apesar de saber que ele estava esperando o momento, pois conhecia o bem. Lentamente, tirei meu vestido, sob seu olhar quente e intenso, e entrei na banheira. Ele sorriu maroto e revirei os olhos, sentando-me sob suas pernas para continuar a passar a esponja sob seu peitoral.

— Viu que não é perigoso? Nossos filhos estão fazendo um escudo para protegê-la! — ele respondeu, animado, segurando minha barriga entre nossos corpos. Seu toque era suave, mas a eletricidade que percorreu meu corpo não tinha nada a ver com a água. Era apenas por senti-lo desperto, vivo e perto de mim.

— Então contenha sua ereção! — debochei, sentindo seu membro mais animado contra minha perna.

Hades sorriu malicioso, suas mãos passaram a vagar pelo meu corpo, até minha intimidade, massageando com um gesto preguiçoso, mas preciso, me fazendo ofegar. Estava mais sensível devido aos hormônios, e sabia que aquilo era tudo parte do plano dele. Mesmo com a certeza disso, era impossível resistir.

— Hades... Hécate disse: repouso... oh... a-absoluto — suspirei, arfante, ao sentir dois dedos em meu interior. A sensação era tão intensa, tão deliciosa, que me fez esquecer de tudo, exceto do prazer.

— Estou repousando, não se pode negar os desejos de um Deus que voltou da morte, dulce meum — ele murmurou, rouco, aumentando a velocidade. Seus olhos intensos me hipnotizaram.

Meu corpo aqueceu ao ver seus olhos em um tom intenso de roxo, completamente em chamas em minha direção. Amava o prazer estampado em sua face.

— Oh! — gemi alto, rebolando contra ele.

Apesar de tentar esconder, seu semblante se transformou em uma careta de dor, mas ele não conseguiu evitar o gemido. Ele parou de imediato meus movimentos.

Sabia que isso aconteceria!

— Por isto que precisa de repouso absoluto! — resmunguei, saindo da banheira sob seu olhar arrependido.

— A gente faz na cama! — ele retrucou, esperançoso.

Doeu meu coração, mas precisava manter a razão.

— Está de repouso! Não saia daí, que vou colocar uma roupa e já venho ajudá-lo — respondi, séria, mas com um toque de ternura em minha voz.

Ele suspirou em descontentamento. Mesmo do quarto, conseguia escutar seus resmungos de que estava se sentindo um inútil e isso me doeu demais.

Poderia esperar milênios para termos um momento juntos, mas não poderia viver sem ele. Mas Hades era impaciente demais! Sua frustração era palpável, uma aura que o envolvia como uma névoa espessa.

Voltei completamente vestida, aumentando sua carranca. Seu olhar, uma mistura de desejo e irritação, me observava.

— Amor, tenha paciência. Você quase morreu, hoje está bem melhor, logo vai estar cem por cento! — disse, aproximando-me dele com cuidado, meu toque suave como uma carícia.

Ele suspirou, revirando os olhos, mas sua expressão não escondia completamente a sua vulnerabilidade.

Ignorei seu mau-humor, secando-o com delicadeza e o vestindo rapidamente.

— Estou me sentindo inválido! — ele resmungou, sua voz carregada de frustração.

— Stella mea, não diga isso. Está se recuperando rapidamente, agradeço aos céus por estar aqui com você. Só tenha paciência — beijei delicadamente seus lábios, um beijo suave, cheio de ternura, que carregava a promessa de um futuro juntos.

Ele suspirou, contente, suas mãos entrelaçando minha cintura, puxando meu corpo contra o seu. A proximidade dos nossos corpos, a sensação do seu calor contra o meu, reacendeu a chama da nossa paixão. Ele aproveitou para aprofundar o contato, seus lábios encontrando os meus em um beijo mais intenso, mais urgente.

— Precisa... de paciência — me separei dele, ofegante, sob seu olhar pedinte, cheio de desejo. A eletricidade entre nós era palpável.

Sorrindo, puxei-o novamente para o quarto, deitando-o na cama com cuidado. Ele revirou os olhos a todo momento, mas não discutiu. Sei que para ele, acostumado a comandar, a ter o controle de tudo, era a morte estar sem poder fazer nada. Mas para mim, ter a oportunidade de retribuir, mesmo que minimamente, tudo o que ele merece, faria isso com todo o meu amor e carinho.

Ajeitei suavemente os travesseiros em suas costas, deixando-o totalmente confortável, quando a porta se abriu com um estrondo. Pulei assustada, meu corpo tenso, sob o olhar irritado de Hades direcionado aos seus irmãos, que pararam no batente, olhando-o com uma mistura de culpa e constrangimento.

— Zeus, bata na porta antes! E se eles estivessem em um momento íntimo? — Adamanto perguntou, sua voz carregada de reprovação pela falta de educação do irmão mais novo.

Eles adentraram o quarto sem prévio convite, e Zeus sorriu sem graça.

— Esqueci disso! — Zeus respondeu, sua voz baixa.

Adamanto suspirou, colocando a mão na testa, visivelmente frustrado.

— Sempre assim, idiota! — Adamanto resmungou, sua irritação evidente.

— Fiquem tranquilos, que estou de castigo — Hades resmungou, sua voz carregada de ironia, ocasionando uma onda de risos contidos de seus irmãos.

Mas que cretino! Ele vai mesmo falar disso para seus irmãos? Meu olhar irritado o encontrou, e ele riu, aumentando minha irritação.

— Hades! — minha voz carregada de reprovação cortou o ar.

— Hécate disse repouso absoluto! — Poseidon declarou, um sorriso malicioso nos lábios.

Hades suspirou, olhando para o teto, sua frustração evidente.

— É tortura! Não vou aguentar estar ao lado dela sem fazer nada! — ele resmungou, emburrado, os risos contidos dos irmãos ecoando no quarto. Seu olhar percorreu cada um deles, uma carranca no semblante. — Estar ao lado, tomar banho e dormir com uma deusa dessas, repouso é a última coisa em que vou pensar!

Senti meu rosto queimar de vergonha. Que falta de tato!

— Hades, cala a boca! — rosnei furiosa, mas ele me olhou em desafio, um brilho travesso em seus olhos.

Droga! Por que ele tem que ser atraente até quando me irrita? Seu semblante debochado, a sobrancelha erguida em desafio, junto ao sorriso brincando no canto dos lábios, era uma doce tortura para mim também. Ele estava me provocando!

— Se não se comportar, vai tomar banho, dormir e ficar perto do Proteus ou de algum de seus irmãos! — retruquei, minha voz firme, mas com um toque de brincadeira.

O brilho em seu olhar apagou na hora, para meu divertimento.

— Não, obrigado! — ele resmungou, sob o olhar divertido dos irmãos.

— Hades na coleira — Zeus declarou, e os irmãos riram mais alto.

Sorri diante da cena, principalmente por ver que Hades concordou com um lindo sorriso.

— Fico feliz em vê-lo bem, nos deu um baita susto! — Adamanto declarou, mudando de assunto, quebrando a tensão.

Hades sorriu ameno para os irmãos. Sei o quanto ele estava alegre por ter a família toda reunida. Embora faltasse algo para que nossa segurança ficasse completa: pegar a maldita da Perséfone!

— Conseguiu achá-la? — Hades perguntou, olhando diretamente para Zeus, que trocou um olhar sutil e preocupado com seus irmãos.

Senti meu interior apertar ao vê-los daquela maneira. Esperava estar errada, pois, se fosse verdade, o problema estava apenas crescendo.

— O que aconteceu? — perguntei, minha voz carregada de apreensão, ao ver seus rostos preocupados.

— Perséfone... reivindicou o trono do submundo — Zeus declarou, sua voz séria, carregada de gravidade.

Ela... o quê? Como ela poderia fazer isso?

— Ela não pode fazer isso! Sarah é a minha esposa e espera meus filhos. Se algo acontecer a mim, é ela que seria a regente até um de meus filhos assumir — Hades retrucou, sua voz irada, cortando o ar.

Adamanto suspirou, aproximando-se mais da cama, seu semblante grave.

— Perséfone está alegando que você deu a cortesia do submundo a ela, pois era com ela que queria se casar. Como nunca retirou essa bênção, ficou subentendido que não confiava em sua esposa — Adamanto respondeu cuidadosamente, escolhendo cada palavra com precisão.

Senti meu coração apertar com isso. Não imaginava que ela teria esse peso, essa importância toda no submundo. Sei que tudo foi uma manipulação dela, mas ainda assim doía pensar nisso.

— Nem me lembrava disso! Aliás, concedi, pois ela usou seus poderes me manipulando! — Hades resmungou, irado, sua frustração evidente.

Seus irmãos trocaram um olhar preocupado, atraindo meu olhar desconfiado.

— E o que mais? — perguntei, minha voz firme, mas meu coração batia forte no meu peito.

— E... ela... — Adamanto enrolou, olhando para os irmãos, que suspiraram, a gravidade da situação evidente em seus rostos.

— Ela está alegando que os seus filhos não são de Hades, portanto ele não tem herdeiros no submundo além dela, por conta de sua bênção — Poseidon respondeu, sua voz séria, ocasionando uma onda de fúria em meu ser.

Aquilo era um completo absurdo! A raiva ferveu em minhas veias, um turbilhão de emoções que lutava desesperadamente para controlar. Qualquer Deus, por mais fraco que fosse, ao estar na minha presença, perceberia que os filhos eram dele, pois ambas as crianças possuíam a aura de Hades! A ideia de que alguém ousasse questionar a paternidade de Hades, de que alguém pudesse duvidar do amor que nos unia, me consumia. Apertei os punhos, meus dedos brancos, contendo a fúria que ameaçava explodir. Mas respirei fundo, lembrando-me da necessidade de manter a calma, de pensar estrategicamente. Por enquanto.

— O QUÊ? — Hades gritou, se levantando da cama como um foguete, sua raiva explodindo.

Um gemido escapou dos lábios dele, a dor o atingindo com força bruta. Vi seu corpo se contorcer, cada músculo tenso, como se milhares de agulhas o perfurassem. Meu coração se apertou. Aquele veneno, a maldita Deméter! A raiva me queimou por dentro, mas minha prioridade era acalmá-lo, aliviar sua dor. Sussurrei um feitiço para aliviar sua agonia.

— Tem que ser sangue-frio. Todos ainda pensam que está inconsciente e que sua esposa é uma simples humana — Poseidon declarou, fazendo-o assentir fracamente.

Poseidon tinha razão. Sangue frio era necessário. Mas a racionalidade me abandonava. A maldita Perséfone... não apenas me difamava, mas ameaçava meus filhos!

— Melhor que pensem isso, ficaram mais seguros no momento — Adamanto respondeu, sério, seu olhar focado em Hades.

— Eros causou uma cena no submundo para que todos pensem que você está... morrendo e que Sarah o odeia por isso. Perséfone vai baixar a guarda e, enquanto isso, você se recupera. Quando estiver recuperado, pode pegar seu trono de volta — Zeus declarou, chamando minha atenção.

— Cena no submundo? — perguntei, meus olhos cerrados, meu tom de voz indicando minha desconfiança.

— Perséfone foi designada a nova rainha... enquanto não sabem o que vai acontecer a Hades e estão à espera do nascimento de seus filhos para provar se são seus — Adamanto respondeu cuidadosamente, seu semblante grave.

Perséfone queria a morte dos meus filhos. Não era só uma suspeita, era uma certeza que me invadia como uma onda de gelo. Ela aproveitou o fato de eu ser uma bruxa, usando isso como desculpa para afastar qualquer um que pudesse perceber a minha gravidez por conta dos meus poderes que poderiam enganar os deuses. A maldita sabia que era impossível esconder que meus filhos são de Hades, a aura das crianças era inegável.

— Perséfone vai tentar matá-los, assim fica com o submundo para ela! — sussurrei, a voz falha, minhas mãos tremendo sobre meu ventre. O medo era uma lâmina afiada, cortando meu coração.

Hades se sentou com dificuldade, seus movimentos lentos e doloridos, mas seus braços me envolveram com força, seu abraço foi um escudo contra o meu terror.

— Vou cuidar pessoalmente dela. Perséfone está condenada! —ele murmurou, sua voz firme, apesar da dor.

Sua força, sua determinação me deram um fio de esperança em meio ao meu desespero. Ele me puxou mais para perto, seu corpo transmitindo calor e segurança.

— Amor, vou protegê-los! Ela não chegará a respirar o mesmo ar que nossos filhos, prometo a você! — ele sussurrou, seus olhos cheios de amor e promessa. E em seu abraço, no calor do seu corpo, encontrei um refúgio, um porto seguro em meio à tempestade.

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