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Capítulo 37 - Batalha pelo amor I

Contém 3776 palavras

Boa leitura❤️

Meu pânico aumentava a cada segundo, ameaçando submergir minha racionalidade. Meu coração batia forte no meu peito, num ritmo frenético que ecoava em meus ouvidos. Não conseguia pensar em uma saída, apenas na imagem de minha esposa e filhos em perigo. A culpa me esmagava, uma força opressora que me deixava sem ar.

A culpa não era de ninguém além de mim mesmo! Deveria ter acabado com aquilo na primeira vez. Se tivesse matado Perséfone quando tive a chance, nada disso estaria acontecendo!

— Calma, Hades! Nenhum Deus além de você e Hécate tem poderes sobre Sarah! — Zeus declarou, sua voz tentando ser ressonante, mas carregada de preocupação. Suas palavras, em vez de me acalmar, aumentaram minha culpa.

Entre todos os deuses que poderiam ter poderes contra Sarah, justamente tinha que ser ela!

— Aquela maldita tem! — rosnei, entredentes, a raiva me consumindo. Meus irmãos me olharam, confusos, mas a minha fúria era incontrolável. — Quando ela foi minha noiva, me pediu um presente, a cortesia do submundo, algo que faria os seres daqui terem respeito por ela. Eu dei a bênção!

Uma hora dessas, minha esposa estava correndo risco de vida. Ela não poderia de fato morrer, mas meus filhos... A imagem deles, indefesos e vulneráveis, invadiu minha mente, me deixando sem fôlego.

Não me perdoaria se algo acontecesse a eles!

— Por que fez isso? — Adamanto perguntou, abismado, sua voz carregada de incredulidade.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor.

— Ela acreditava que os seres daqui ficariam contra ela... — respondi, minha voz baixa e rouca.

— Como pode ser tão idiota a esse ponto? — Adamanto interrompeu, sua incredulidade evidente. A raiva dele, porém, era justificada.

Suspirei, exasperado. Ele tinha razão. Fui um idiota!

— Agora não é hora disso, Adamanto! Hades, pense com a razão! Sarah pode se ferir, mas não pode morrer! Perséfone gosta de contar vantagens, vamos focar em acabar com essa barreira e você dá a volta para encontrá-la do outro lado! — Poseidon decretou, sua voz séria, impondo ordem ao caos em minha mente.

Precisava ser frio naquele momento. Minha família precisava de mim!

Dei as costas para meus irmãos, correndo com toda a velocidade que podia. A imagem de Sarah, a mulher que eu amava mais do que tudo no mundo, invadia minha mente. Os momentos alegres, as descobertas, as sensações com nossos filhos... Não poderia perder nada disso!

༺۵༻

Ao longe, no corredor escuro e úmido do submundo, observei uma figura parada, como se estivesse me esperando. Era Eros, seu corpo tenso, seus olhos cheios de um medo que mal conseguia disfarçar. Seus cabelos ruivos estavam despenteados e suas roupas estavam rasgadas. Ele parecia exausto, mas sua expressão foi de determinação. Quando o reconheci, a fúria explodiu em mim como um vulcão, me consumindo por inteiro. Meus músculos se contraíram, meus dentes rangeram e um calor infernal me percorreu as veias. Senti meu sangue ferver, minha cabeça latejar, e um desejo incontrolável de destruir Eros me invadiu. Lancei-me sobre ele, pronto para atacá-lo.

— Quer me matar? Tudo bem! Mas agora precisamos salvar Sarah e seus filhos. Depois, você pode me espancar à vontade! — ele gritou, me segurando com força.

— Por que acreditaria em você? — perguntei, minha voz baixa e ameaçadora. Minha respiração estava ofegante, meus punhos cerrados tão forte que senti minhas unhas cravarem na pele das mãos. Rosnei, minha voz rouca e carregada de raiva.

— Porque eu realmente amo Sarah. Não quero que ela e seus filhos sofram! — Eros respondeu, sua voz séria, seus olhos fixos nos meus. — Hades, você poderia ter usado minhas flechas desde o início e nunca quis. Usei meus poderes de persuasão, controle e minha aura, admito isso, mas nunca forcei ela a ter sentimentos por mim!

— Ao menos está admitindo. Se tiver algo a ver com esse ataque de Perséfone, vou matá-lo! — respondi, minha raiva incontrolável.

— Jamais a machucaria. Ordenei a Perséfone que ficasse longe de Sarah e seus filhos! — Eros respondeu, rendido.

Olhei-o com desconfiança. Não queria dar espaço para que ele fizesse algo, principalmente, não queria confiar no maldito.

— Idiota! Estamos perdendo tempo! Perséfone vai matar Sarah novamente! — Eros me puxou para caminhar, sua mão firme em meu braço.

Analisei cuidadosamente suas palavras e, então, a percepção se fez em minha mente, me deixando atônito. Um choque percorreu minhas veias.

— Como assim, novamente? — perguntei, meus olhos se arregalando.

— Você é burro ou muito inocente? Acha mesmo que ela nada teve a ver com o que aconteceu à Sarah? — Eros retrucou, sua voz irritada.

A pergunta me pegou desprevenido. Sempre tive uma pitada de dúvida, pois sabia que minha Sarah jamais atentaria contra a própria vida. Ela era viva demais, intensa e feroz... Mas nunca me ocorreu que Perséfone pudesse ter manipulado tudo.

— Hades, a ideia de flechar você foi dela. Ela queria que fosse depois que Sarah aceitasse seu pedido, para que o sofrimento ficasse maior. Perséfone atraiu Sarah até o submundo e a controlou mentalmente para que ela cometesse suicídio. Ela matou Sarah — Eros rosnou, suas palavras pesadas como pedras.

Meu corpo paralisou momentaneamente, a verdade me atingiu como um golpe brutal. Sempre me perguntara o motivo dela estar no submundo... O bilhete... As lembranças... Mas nunca fiz a conexão. Eros não era burro a ponto de fazê-la ver com seus próprios olhos... A resposta estava em minha frente, e não me dei conta disso.

Perséfone matou Sarah!

— Maldita! — rosnei, a raiva me consumindo por completo, enquanto seguia em frente.

Salvaria meus amores, nem que para isso arriscasse minha própria vida.

— Sei que ela pode contra os poderes de Sarah, mas não creio que ela tenha esperado tanto tempo para atacá-la sem uma carta na manga. Perséfone é inconsequente, mas não é burra — a fala de Eros me paralisou novamente.

Uma arma que fosse capaz de... um veneno, talvez? A ideia se formou em minha mente, uma solução tão sombria quanto necessária. A lembrança da risada de Perséfone me atingiu como uma onda de frio, me fazendo tremer internamente.

Senti meu interior apertar com a lembrança do frasco de Hera, uma imagem vívida que me assombrava. A lembrança do veneno, escuro e viscoso, me deixou enjoado, uma sensação de desespero crescendo dentro de mim. Esperava de todo coração que minha cunhada maldita não tivesse nada com isso!

— O frasco de Hera! — rosnei, o pavor me congelando.

Eros me olhou confuso. Expliquei rapidamente sobre o frasco de veneno que Hera me mostrou antes da luta contra Sarah. Quanto mais falava, mais a realização se fazia em minha mente, aquela era a única alternativa para tirá-la de cena.

— Ela vai usá-lo em Sarah! Nos deuses, ele causa uma morte lenta e nela... a faria adormecer para sempre! — declarei, desesperado.

Eros fechou os olhos momentaneamente, procurando raciocinar. O ar estava pesado com a ameaça iminente, e o cheiro de terra úmida e mofo do submundo me lembrava da urgência da situação.

— Minha avó não possui poderes com veneno, ela deve ter procurado alguém que seja especialista — Eros respondeu, pensativo.

Quase ri ao escutá-lo chamar Hera assim, pois sabia que ela tinha uma síncope cada vez que a palavra era pronunciada. Mas aquele não era momento para divagar. Pouco importava quem fosse o real dono do veneno, a maldita deu para Perséfone!

— Todo veneno tem um antídoto... Vá ao encontro de Sarah, que procurarei Hera — Eros declarou, apressado.

Segurei com firmeza seu braço, a tensão entre nós era palpável. A raiva e a desconfiança borbulhavam dentro de mim, como um veneno que se espalhava por minhas veias. Não confiava nem um pouco nele.

— Como posso confiar em você? — perguntei, minha voz baixa e ameaçadora.

— Imbecil! Use logo algum de seus poderes em mim e pare de perder tempo! — Eros rosnou, sua impaciência evidente.

Manipulação espiritual — minha voz saiu melodiosa, reverberando no ar denso do submundo e ofuscando momentaneamente os olhos de Eros. Uma onda de poder percorreu meu corpo enquanto estabelecia o laço, uma conexão que pulsava como um coração batendo em uníssono. — Seu espírito está sob meu controle. Será leal a mim e não me trairá. Encontrará o antídoto do veneno para salvar Sarah e não tentará tomá-la para si!

Era um laço entre nós, um contrato eterno selado pela necessidade e pela urgência. Se ele fizesse algo que não fosse o ordenado, sua alma seria arrancada de seu corpo, e ele morreria. A pressão desse pacto pesava sobre nós como uma sombra, um lembrete constante da gravidade do momento.

Após longos segundos com os olhos opacos, Eros voltou a si, virando-se para a busca do antídoto. Ao menos agora sabia que, nem se ele quisesse, poderia me trair.

Estava aflito, meu coração batendo forte no peito, cada batida ecoando como um tambor de guerra. Uma mistura de pânico e desespero me consumia, como se uma mão invisível estivesse apertando meu peito. Esperava poder chegar antes de acontecer alguma tragédia. Implorei por clemência pela vida de Sarah e meus filhos. O ar estava pesado, quase irrespirável, impregnado com o cheiro de mofo e umidade do submundo. O silêncio era opressivo, como se o próprio lugar estivesse segurando a respiração, aguardando o desenrolar dos eventos. Não suportaria perdê-los pela minha falha. Deveria ter adivinhado as verdadeiras intenções de Perséfone. Pequei em não ver, e agora minha família corria risco.

A voz de Sarah ressoou ao longe, fraca e arfante, como um sussurro carregado de dor, aumentando meu pânico. Ela estava ferida, e cada nota de sua voz cortava meu coração como um punhal. Ao escutar os risos cruéis e triunfantes de Perséfone, corri em desespero para sua direção, o medo me impulsionando como um fogo ardente em minhas veias. O corredor do submundo parecia se estender infinitamente, cada passo ressoando como um eco de minha impotência.

— Cérbero! — invoquei meu cão infernal, minha voz carregada de urgência. Cérbero surgiu ao meu lado, uma massa de sombras e músculos, seus olhos brilhando como brasas em meio à escuridão, me guiando com uma velocidade absurda, rompendo as barreiras do submundo.

Quebrei a parede que me separava de Sarah, e o que vi me paralisou. Ela estava de joelhos, vulnerável e ferida, com Perséfone empunhando um punhal em sua direção. O ar ficou pesado, carregado de tensão, como se o próprio tempo tivesse congelado.

— Perséfone, pare! — gritei, minha voz ecoando na câmara, a fúria me consumindo como um incêndio incontrolável. Cada palavra era carregada de desespero, cada nota ressoava com a dor de saber que Sarah estava em perigo.

— Oh! Meu amor, chegou a hora de me ver matar sua vadia e seus bastardinhos! — Perséfone declarou, um sorriso cruel contorcendo seus lábios.

Não poderia fazer um movimento brusco, pois isso poderia causar uma tragédia, ferindo Sarah. Teria que agir com frieza, mesmo que meu coração estivesse a mil pelo medo. Conhecia a deusa, ela não deixaria Sarah escapar.

— Saia de perto deles agora! — atraí a atenção da deusa, enquanto invocava meus poderes com as sombras, o ar escurecendo ao meu redor.

— Nunca quis ter filhos comigo, no entanto, nessa maldita vadia, não perdeu tempo! — Perséfone rosnou, a raiva em sua voz.

— Perséfone, pense bem no que está fazendo. Não estrague sua vida... — tentei, minha voz baixa e suplicante.

— EU ERA PARA SER A IMPERATRIZ DESSE LUGAR, SUA ESPOSA E MÃE DOS SEUS FILHOS! — a deusa berrou, sua voz ecoando como um trovão, fora de si enquanto levantava o punhal para acertar Sarah.

Movi as sombras lentamente, como se fossem extensões do meu próprio ser, envolvendo Perséfone em um abraço frio e escuro, paralisando-a. Ela me olhou em choque, os olhos arregalados de incredulidade, como se não pudesse acreditar que tivesse a coragem de confrontá-la.

Umbracinese — criei uma corda de sombras, envolvendo seu corpo, prendendo-a no lugar.

— Sempre irá protegê-la! Amor é um sentimento tolo, Hades. Ele vai ser sua ruína! — a deusa declarou, seu ódio evidente em seus olhos.

Ignorei-a. Cuidaria da maldita depois. Minha prioridade era minha esposa. Aproximei-me com cautela, pegando-a em meus braços. O leve movimento a fez gemer de dor, e meu coração apertou com preocupação. Afastei-me o máximo que pude de Perséfone, que mantinha um olhar de puro nojo, mas minha atenção estava completamente voltada para Sarah.

— Está muito machucada? — perguntei, aflito. Ela negou lentamente, sua respiração ofegante.

Aproximei as mãos de sua barriga, o coração acelerado, esperando sentir o movimento dos nossos filhos. Mas meus olhos se arregalaram em puro terror ao perceber que os bebês não se mexiam. O desespero me envolveu, não poderia ter chegado tarde demais!

— D-Daemon os protegeu... u-usou sua força vital em mim e direcionei a eles. A barreira em volta deve ter se intensificado, por isso você não sente eles se mexendo... — ela sussurrou, sua voz fraca, mas havia uma centelha de determinação em seus olhos.

Ao canto, perto dos pés de Perséfone, o corpo de Daemon jazia inerte. A sensação de culpa me atingiu como um golpe brutal. Ele não deveria estar morto. Mas estava profundamente agradecido por ele salvar minha família.

— E-ela... usou suas chamas negras em mim — Sarah sussurrou, sua voz fraca.

Olhei-a em choque. As mesmas chamas que ela usou naquele jantar... Sarah se salvou por conta dos poderes dos nossos filhos, eles conseguiram se proteger. E agora?

— As chamas... não podem ser apagadas simplesmente — murmurei, o pavor me consumindo.

Ela sorriu fracamente, seus olhos brilhando com uma força inabalável.

— Eu... usei meus poderes, mas estou exausta... ainda bem que está aqui — ela sussurrou, sua voz fraca, mas cheia de amor.

Não contive o olhar orgulhoso em sua direção. Sempre soube que ela era forte!

— Meu amor, você é maravilhosa! — beijei sua testa, sentindo-a suspirar cansada. O toque de meus lábios em sua pele suave trouxe um alívio temporário à minha preocupação, mas a tensão em meu peito não diminuía. Precisava tirá-la dali para averiguar seu estado. Para uma grávida, ela passou por muita tensão, e isso não era bom, nem para ela, nem para nossos filhos. A sorte era que ela era imortal, mas isso não significava que estava imune aos efeitos devastadores daquela luta.

Aqueles malditos poderes que Perséfone possuía eram aterrorizantes, uma força sombria que ela dominava com maestria. Ela não era de combate corpo-a-corpo, mas seus ataques eram certeiros e normalmente nocauteavam seu oponente em questão de segundos. O pensamento de que Sarah havia aguentado ataques dela duas vezes, estando grávida, me deixava em estado de choque.

Peguei-a suavemente no colo, tentando não machucá-la mais do que já estava.

— Precisamos sair daqui, vocês precisam de cuidados — declarei, olhando-a sério.

— E quanto a ela? — Sarah perguntou, referindo-se à deusa quieta no local.

— Ficará presa aqui até que vocês estejam seguros, não se preocupe com isso — murmurei baixinho. Ela assentiu lentamente em resposta.

Não estava preocupado com Perséfone, tudo que precisava no momento era saber se Sarah e nossos filhos estavam bem. Cuidaria da maldita depois!

Assim que me virei, uma dor aguda e lancinante explodiu em minhas costas, como se milhares de agulhas incandescentes estivessem sendo cravadas em minha carne. Um grito silencioso escapou dos meus lábios, mas a paralisia já se instalava, congelando meus músculos. Entretanto, a força da minha vontade, alimentada pelo desespero de proteger Sarah, ainda me permitia um mínimo de controle.

Com uma lentidão agonizante, como se cada movimento custasse uma eternidade, abaixei-me, depositando-a suavemente no chão, meu corpo inteiro se contorcendo em uma luta desesperada contra a paralisia que me prendia. Cada músculo gritava em protesto, cada fibra se retorcia sob a agonia insuportável, mas não permiti que um único tremor traísse meu esforço para mantê-la a salvo. A cada respiração, sentia como se meus pulmões estivessem sendo esmagados, a falta de ar me sufocando. A escuridão se aproximava, não como uma sombra, mas como uma onda avassaladora, me engolfando lentamente, mas mesmo assim, consegui manter meus olhos fixos em Sarah, meu último ato de amor e proteção antes de sucumbir à paralisia completa.

— HADES! — Sarah gritou em desespero.

Não consegui responder, a paralisia tomou-me por completo, levando-me para a escuridão. Entreguei-me a ela sem poder resistir.

Ainda me custava acreditar que permitira tudo aquilo. Jurei lealdade a Hades, um ato que selava minha derrota, mas não me arrependia se isso significasse a felicidade de Sarah e seus filhos. Sempre quis seu bem, seu sorriso era tudo que importava, mesmo que isso significasse minha própria ausência. A verdade, porém, era implacável: eu a amei, mas nunca a tive de verdade. Ela sempre amou Hades, e essa constatação, embora dolorosa, era a única que me permitia respirar, a única que me libertava do peso do meu egoísmo.

A culpa me corroía por dentro. Como pude ser tão cego, tão egoísta?

Agora, ao lado de Hades, selando minha derrota, só conseguia ver a extensão do meu erro. Minha lealdade a ele era um ato de expiação, uma tentativa desesperada de reparar o dano que causei. Sempre quis a felicidade de Sarah, mas meu amor distorcido a transformou em sofrimento. O peso de sua dor era uma sombra que me seguia, uma lembrança constante de que não era o único que a amava.

Aproximei-me de onde os irmãos de Hades estavam, assustando-os momentaneamente. A tensão no ar era palpável, e se a situação não fosse tão séria, poderia até rir de seus semblantes. Nunca os vi tão preocupados, tão vulneráveis.

— O que fez a ele? — Adamanto perguntou em fúria, pensando que fiz uma armadilha para Hades.

Revirei os olhos ao vê-lo vir com tudo em minha direção, não poderia impedi-lo, pois, no fundo, me sentia culpado pelo que estava acontecendo. Se não fosse meu egoísmo, Sarah estaria segura. Adamanto foi parado por Poseidon, que o olhava atentamente, antes de direcionar o olhar em minha direção, sabendo o que estava ocorrendo.

— Olhe com atenção seu braço, ele tem a marca da lealdade a Hades — Poseidon declarou, apontando para meu braço.

Não tinha tempo para suas brigas estúpidas. Me aproximei de Zeus, que me olhava atentamente.

— Onde está Hera? — perguntei, a ansiedade crescendo em meu peito. O olhar confuso de Zeus só aumentou minha preocupação.

— Olimpo, mas o que ela tem com isso? — Zeus perguntou aturdido.

— Perséfone está em posse de um veneno mortal aos deuses e que causaria um sono eterno em Sarah — respondi, fazendo-o arregalar os olhos.

— Merda!

— O que está acontecendo? — Poseidon perguntou, irritado.

À medida que eu falava sobre o veneno, a compreensão tomava os presentes. Zeus chegou a admitir que conversou com Hera, obrigando-a a devolver o veneno, que guardou em um local seguro, já que não conseguiu destruí-lo e não sabia como descartar algo tão mortal sem causar um caos.

Pelo visto, não era um local tão seguro assim!

Esperava de todo coração que Hera não tivesse nada com isso, pois, por mais que ela fosse quem era, a mataria por conta disso!

— Se algo acontecer aos meus sobrinhos... a culpa será toda minha — Zeus declarou com pesar evidente na voz.

— Poseidon, vamos até Hades. Enquanto isso, Zeus, vá com Eros buscar Hera... precisamos de um antídoto! — Adamanto declarou aos irmãos, que assentiram em concordância.

༺۵༻

Sentia a raiva borbulhar dentro de mim, um fogo ardente que ameaçava consumir meu controle à medida que me aproximava do Olimpo. A vida de Sarah estava suspensa por um fio, um leve sopro e tudo poderia desmoronar. A ideia de que ela pudesse perder seus filhos era insuportável, sabia o quanto isso a destruiria, assim como Hades não aguentaria o baque. Por mais que o desprezasse, não desejava essa dor para ele.

Não culpava Hades por deixar o submundo, mas a maneira como o encontrei era estranha. Criaturas leais a Hades, normalmente tão imponentes, foram derrotadas sem esforço. Aquilo não era normal! A presença de Perséfone era aterrorizante, mas mesmo ela tinha suas limitações.

— Onde está Hécate nessas horas? — rosnei.

Zeus olhou-me pelo canto dos olhos, suspirando exasperado.

— Desacordada, ela estava no meio do escudo de plantas... o pouco que deu para remover sem problemas parece ter sido atacada por alguém de confiança — Zeus atraiu meu olhar suspeito.

As palavras "atacada por alguém de confiança" ecoaram em minha mente, como um sino de advertência. Poderes com venenos... Tudo isso apenas aumentava minhas suspeitas. Esperava que não estivesse certo, pois se fosse verdade, não teríamos chances.

— Está suspeitando de Hera? — Zeus perguntou, preocupado.

— Não... Hécate estava desconfiada de Hera, não baixaria a guarda perto dela. Outro deus está na jogada — rosnei, entrando no Olimpo.

Não dei nem dois passos, quando trombei com meus pais, fazendo-me suspirar em agonia. Eles acabariam me atrasando!

— Estávamos preocupados, soubemos dos gigantes e logo vocês sumiram! — Ares declarou, olhando ansioso em minha direção.

— Precisamos achar Hera, depois falo o que aconteceu com detalhes! — aflito, dei as costas para meus pais.

A aura da minha mãe aumentou, sufocando-me de imediato. Suspirei, irritado com sua interrupção.

— Pode parar aí! O que aconteceu? — Afrodite perguntou, séria.

A agonia crescia em meu coração, estávamos perdendo tempo, mas sabia que ela não me deixaria sair dali sem uma resposta. Resumi a história sob os olhares atônitos dos pais.

— A mãe está em seus jardins... por que ela faria isso à esposa de Hades? — Ares perguntou espantado, olhando para Zeus, que suspirou cansado.

— Hera tem raiva de Sarah... por algo que eu fiz... — Zeus declarou baixo, sentindo-se cada vez mais culpado.

Caminhamos até os jardins que Hera costumava frequentar no Olimpo. Ao avistá-la, com o olhar perdido sob uma flor negra, vi uma fração de seu poder, mas também a fragilidade de sua condição atual. Ela se assustou ao notar nossa presença, cravando um espinho em seu dedo, fazendo uma gota de sangue manchar a rosa, transformando-a em um vermelho vivo, um símbolo de sua dor.

— Vai acontecer algo! — Hera anunciou, olhando atentamente para Zeus.

— Hera, você pegou o veneno? — ele perguntou, olhando-a sério.

— Você o tomou de mim após a luta! — Hera resmungou, e Zeus bufou com raiva, pegando-a fortemente nos braços.

— Não perguntarei novamente! — a voz do deus saiu gelada, paralisando a deusa.

— J-juro que não peguei! — Hera declarou, com os olhos arregalados para o marido.

Aquilo não adiantaria em nada, sentia pelos seus sentimentos que ela estava sendo sincera.

— O que compõe o veneno? — minha voz saiu como uma melodia em direção à deusa, fazendo-a olhar alegremente para mim.

Estava usando meus poderes de persuasão para forçá-la a falar, não poderíamos mais perder tempo.

— Não sei, Deméter me deu para ajudar os deuses, mas não sei do que é feito — Hera respondeu, sorrindo.

Todos olharam surpresos para ela.

Meu coração apertou com a constatação, sabia que ela estava metida nisso, embora nunca tivesse a visto. A única que poderia ter um veneno tão poderoso assim era ela.

— O veneno é de seu próprio corpo... não tem antídoto! — Zeus confirmou, abismado.

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