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Capítulo 35 - Pressentimento

contém 3500 palavras.

Boa leitura💜

Sorria ao contemplar minha barriga de cinco meses, uma enorme curva sob minhas roupas. Dois bebês. Dois pequenos milagres se agitando lá dentro. A ideia ainda me deixava sem fôlego, uma mistura de alegria, medo e uma imensa expectativa. Hades tem sido meu rochedo durante essa jornada. Ele me apoia com paciência e amor nos desafios que surgem a cada dia. Ele não demonstrava cansaço, mas via em seus olhos, na profundidade do seu olhar, o quanto ele estava ansioso pela chegada dos nossos gêmeos. Mas às vezes, a exaustão tomava conta dele.

Apesar de ficar irritado em acordar em plena madrugada, Hades jamais deixou de saciar algum desejo meu, mesmo que resmungasse contrariado. Seu amor, apesar de demonstrado de forma peculiar, era inegável. Agora, a cada passo que dava, sentia o peso da minha barriga como se fosse uma âncora me prendendo ao chão. Cada movimento me causava uma pontada de dor nas costas, e a exaustão me espreitava, como uma sombra.

Parei diante da imponente porta da sala do trono, tentando recuperar o fôlego. A sala, com suas colunas de mármore polido que brilhavam sob a luz suave das tochas, emanava um aroma de incenso antigo e misterioso. O ar estava pesado, carregado de uma energia quase palpável. Era divertido vê-lo de longe, mesmo que ele já soubesse da minha presença. A essa altura, era impossível escondê-la, as auras dos bebês eram fortes demais, isto me denunciava, sem contar o barulho dos meus passos, pois não conseguia mais ser silenciosa.

Uma leve ondulação, um tremor suave sob minha pele, me deixou momentaneamente em choque. Quando senti o ventre vibrar novamente, coloquei as mãos sobre ele, maravilhada ao sentir o movimento. Era como se dois pequenos pássaros estivessem batendo suas asas dentro de mim.

— Hades! — gritei, minha voz ecoando no silêncio majestoso da sala.

Seu olhar se voltou para mim e ele correu até meu lado. Seu semblante, antes impassível, agora demonstrava uma mistura de apreensão e expectativa.

— O que aconteceu? — ele perguntou, aflito, suas mãos se aproximando das minhas.

Sorri, pegando suas mãos e colocando-as sobre minha barriga. Ele me olhou estranho por alguns instantes, até sentir um suave movimento contra suas palmas. Uma onda de euforia me cobriu ao ver seus olhos brilhantes de alegria e amor. Seus lábios se curvaram num sorriso suave, e um suspiro de admiração escapou de seus lábios.

— Eles estão chutando! — ele murmurou, admirado, abaixando-se até a altura do meu ventre, beijando-o carinhosamente. Seus dedos acariciaram minha pele com uma ternura.

Senti novamente o movimento, fazendo-o rir. Aquela sensação era completamente diferente de tudo que senti na vida, estava no mais profundo êxtase de felicidade.

— Meus amores, estão comunicando-se com o papai? — ele perguntou, emocionado, sua voz carregada de ternura.

— Estou louca para vê-los — murmurei, meu coração transbordando de amor. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, misturando-se à alegria que enchia minha alma.

O sorriso parecia estar costurado em sua face.

— Ou vê-las, podem ser meninas — ele respondeu, beijando com carinho minha testa. Seu toque era suave, delicado, como se temesse me quebrar.

— Queria que tivesse como vê-los, quando fomos aos domínios de Hécate mês passado, fiquei frustrada ao ver que não funcionou — resmunguei, lembrando-me da frustração que senti quando tentamos ver através do objeto que ela desenvolveu.

"Ao adentrarmos no templo, fui envolvida por um ambiente amplo e silencioso, com paredes de mármore negro cobertas por símbolos antigos que brilhavam suavemente à luz das lamparinas de óleo. O ar estava impregnado com o aroma doce de mirra, criando uma atmosfera quase etérea. No centro, uma maca de obsidiana sobre um altar emanava uma luz suave e mística.

Uma ninfa de aparência graciosa e serena nos recebeu, abaixando a cabeça respeitosamente. Sua pele negra e radiante refletia a luz das velas, enquanto seus longos cabelos cacheados, adornados com folhas verdes, pareciam dançar suavemente ao redor de seu rosto. Vestida com um tecido leve que parecia ser parte de sua própria essência, sua aura exalava uma serenidade pura e poderosa.

— Senhores, bem-vindos ao santuário de Hécate. Sou Hygeia, uma serva dedicada à deusa — anunciou ela, sua voz suave como o sussurro do vento.

Acenei com a cabeça em resposta, sentindo o ar carregado de expectativa. Meu coração pulsava forte, uma mistura de ansiedade e esperança pulsando em mim.

— O que preciso fazer? — perguntei, animada, a curiosidade transparecendo em minha voz.

— Vista este manto e deite-se na maca — disse Hygeia, indicando um conjunto de roupas leves e confortáveis.

Assenti e, rápida, fui até a salinha ao fundo para trocar de roupa. O tecido macio acariciou minha pele e voltei animada. Hades, com um olhar de expectativa e preocupação, ajudou-me a deitar na maca de obsidiana, que emanava uma energia acolhedora.

— Este cristal é chamado de Olho de Hécate — ela apontou para um cristal de quartzo negro que descansava em um suporte de ouro. — Ele será ativado através da magia. Com ele, poderemos vislumbrar os bebês através das ondas energéticas. Emitirá uma luz pura e pulsante, mas não se preocupe, será indolor e não fará mal a eles.

Segurei firme as mãos de Hades, sentindo seu olhar sério sobre o quartzo.

— Podemos vê-los? — Hades perguntou, sua voz trêmula de ansiedade.

— Sim, ele abrirá uma janela para que possam observar os bebês nitidamente, assim como seus fluxos de energia e suas auras — explicou a ninfa.

O cristal se ativou, emitindo uma luz intensa e hipnotizante, vibrando em ondas em minha direção. Fiquei fascinada, mantendo a atenção no objeto, mas a seriedade de Hygeia me deixou apreensiva.

— Não deveria aparecer algo? — perguntei, a ansiedade crescendo em meu peito.

A ninfa franziu o cenho, concentrando-se no cristal. Uma nova onda de energia surgiu, algumas linhas começaram a aparecer, mas desapareceram rapidamente, deixando apenas o quartzo vibrando.

— Sinto muito, mas não consigo ver os bebês — ela decretou, sua voz carregada de pesar. Um choque percorreu meu corpo.

— Eles estão bem? Aconteceu algo? — perguntamos juntos, a preocupação estampada em nossos rostos.

Hygeia ampliou a onda, mas a imagem que deveria ser nítida estava toda desfocada e escura demais.

— Fiquem tranquilos, não aconteceu nada. Entretanto, há uma camada protetora em volta deles que torna impossível a visualização. Olhem — a ninfa apontou, mostrando um enorme borrão indistinto.

— Como assim? — perguntei, meus olhos arregalados, incrédula.

— Vocês disseram que a Senhora foi atacada, correto? — ela questionou, seus olhos fixos nos nossos. Assenti em resposta, o coração acelerado. — Creio que eles formaram uma camada protetora em volta de si. É um feitiço involuntário.

Um feitiço? Meus bebês não tinham apenas os poderes de semideuses, mas também os poderes das bruxas?

— Eles criaram um feitiço involuntário? — perguntei, assustada.

Hygeia sorriu, um sorriso compreensivo.

— É muito comum os filhos de bruxas fazerem isso. Além disso, eles são semideuses, então são extremamente fortes. Diria que são mais poderosos que bruxas comuns e mais fortes que semideuses comuns, especialmente porque são filhos de uma bruxa imortal e de Hades — declarou Hygeia, sua voz carregada de admiração.

Hades sorriu, um sorriso orgulhoso e arrogante, segurando minha mão com força.

— Isso é óbvio! Meus filhos não seriam fracos! — ele declarou, seu ego transparecendo em cada palavra.

Não pude conter o revirar de olhos diante de seu ego gigantesco, mas meu coração se encheu de orgulho.

— Vamos tentar ouvir os batimentos cardíacos, mas já aviso, talvez o feitiço que eles fizeram também barre os sons — anunciou Hygeia.

Ela ergueu as mãos para o cristal e a energia vibrou intensamente, mas o silêncio ainda preenchia a sala.

— Hades, eles barraram os sons — comentei, triste, minha esperança diminuindo a cada segundo.

— Se eles se sentirem seguros, talvez o feitiço se desfaça — disse Hades, e de repente, um rápido som foi ouvido. Um som fraco, mas audível.

— Senhor Hades, fale com eles! — Hygeia incentivou, seus olhos brilhando de esperança.

— Amores do papai — Hades falou com uma voz amorosa e cheia de ternura. E, com uma alegria indescritível, pudemos ouvir os sons altos e fortes dos batimentos cardíacos dos bebês. Aquele som era a mais linda melodia do universo."

Fui tirada dos pensamentos com um riso fraco dele.

— Ao menos conseguimos ouvi-los — Hades comentou, arrancando-me uma risada em resposta.

— Sim — suspirei em uma leve careta.

Minha barriga estava enorme, uma imensa curva que pesava sobre meu corpo. A cada passo, sentia uma pontada aguda nas costas, uma dor lancinante que irradiava para as minhas pernas. Não queria fazer feitiços o tempo inteiro, pois poderia machucá-los se algo desse errado. Já me sentia mais fraca, mais vulnerável. Conseguia aguentar a dor bem, na maioria das vezes, mas naquele dia, a intensidade era irritante.

— Está sentindo algo? — ele perguntou, sua voz suave quebrando o silêncio. Seus olhos roxos, cheios de preocupação, se fixaram nos meus. Ele se aproximou, sua presença me envolveu em um calor reconfortante.

— Estou com dor nas costas — resmunguei, minha voz baixa e carregada de sofrimento.

— Isso eu posso resolver — ele declarou, um sorriso maroto surgindo em seus lábios. Seus olhos brilhavam com uma mistura de divertimento e afeição. Ele se aproximou, seus braços fortes me envolvendo em um abraço cuidadoso, mas firme.

Ele me ergueu no colo, com uma facilidade surpreendente, como se pesasse apenas alguns quilos. Soltei um gritinho, uma mistura de surpresa e de deleite. Seu toque era leve, mas firme, como se ele estivesse temendo me machucar.

— Hades, você vai me derrubar — disse, rindo, um riso abafado pela dor, mas também pela ternura do momento. Meu corpo se aconchegou em seus braços, procurando conforto. A maciez de sua pele contrastava com a firmeza de seus músculos.

— Como se eu fosse machucar os amores da minha vida — ele resmungou, um tom de orgulho e afeição em sua voz. Seu passo era firme, decidido, levando-me em direção ao quarto.

Cuidadosamente, a sentei na cama, observando-a com um sorriso apaixonado. Sua beleza radiante estava mais intensificada pelo brilho nos seus olhos. Aquele brilho era um reflexo do amor que compartilhávamos, do milagre da vida que ela carregava.

— Sou forte — pisquei para ela, e um sorriso radiante iluminou seu rosto.

Com movimentos suaves e delicados, quase hesitantes, tirei seu vestido. A beleza de seu corpo transformado pela gravidez me deixou sem fôlego. Seus seios mais fartos, seus quadris mais largos... cada curva era um testemunho do milagre que ela carregava, nossos filhos. O aroma suave do óleo de massagem, que espalhei em suas costas usando meus poderes para que a dor sumisse. A massagem começou lenta, cada toque me deixando mais excitado e ela mais relaxada e livre das dores, mas seus gemidos de contentamento me dominaram. Aquela voz, tão manhosa, tão plena de prazer, me deixou completamente rendido a seus encantos.

— Não geme assim — murmurei rente ao seu ouvido, minha voz rouca de desejo. Minhas mãos deslizavam lentamente por suas costas, explorando cada curva, cada músculo, aliviando a tensão que via em seus ombros. — Sabe que sou louco por você.

A cada toque, a intensidade da minha paixão por ela crescia, queimando como brasas sob minha pele. Seu suspiro alto foi um convite irresistível, quebrando todas as minhas defesas, libertando a fera adormecida dentro de mim. Meu olhar se perdeu em seu corpo voluptuoso, cada detalhe me incendiava: a curva perfeita de seus seios, a maciez de sua pele, a ondulação de seus quadris. Ela estava tão linda, tão plena, tão completamente entregue ao prazer, que me sentia derreter em seus braços. A visão dela, tão plena e irresistível, me enchia de uma admiração quase dolorosa.

— Meu imperador... suas mãos são tão boas — ela sussurrou, sua voz rouca e cheia de desejo. Aquelas palavras, carregadas de paixão, me deixaram completamente sem fôlego.

— Garota levada! — mordi seu pescoço, sentindo seu corpo tremer sob meu toque. Seu gemido foi a melodia que me conduziu ao êxtase.

— Quero você! — ela declarou, seus olhos brilhando de desejo. Aquele olhar, tão intenso, tão apaixonado, me deixou completamente rendido.

— Está cada dia mais gostosa! — não conseguia conter a admiração. A transformação de seu corpo pela gravidez me fascinava.

Era uma prova do nosso amor, sim, mas também uma prova do meu desejo incontrolável por ela. Um instinto primitivo, ancestral, me dominava por completo. Ela era minha, totalmente minha, e a posse dela me enchia de uma excitação selvagem. Sorri, um sorriso malicioso e predatório, ao vê-la completamente à minha mercê. Deitei-a na cama, meus lábios encontrando seu pescoço em um beijo lento e ardente. Desci lentamente pelo seu busto, meu corpo reagindo a cada curva, a cada toque. Seus seios, fartos e convidativos, me enlouqueciam. Beijei-os com uma paixão voraz, sentindo seu corpo se contorcer sob meu toque. Seus gemidos eram uma melodia obscena, que me levava à beira do desespero. Lentamente, desci ainda mais, meus dedos penetrando-a com uma urgência crescente. Seus gemidos ecoavam pelo quarto, uma sinfonia de prazer que me deixava completamente fora de controle, à mercê de seu corpo e de seus desejos.

— Já, meu amor? — perguntei, um sorriso perverso pintando meus lábios. Ela me puxou pelos cabelos, seus lábios encontraram os meus em um beijo cheio de paixão e necessidade.

— Para de me torturar e me fode logo! — Seus desejos eram tão intensos quanto os meus. A satisfação de atender aos seus desejos, de unir-me a ela em um ato de amor e paixão, era algo inebriante.

Deitei-a de lado, puxando sua cintura em minha direção. Seus gemidos ecoaram, assim como meus suspiros ao sentir seu corpo contra o meu.

— Hades!

— Está tudo bem? — perguntei, arfante.

— Estou bem, a-ah, me fode logo! — seus gemidos e suspiros eram uma sinfonia que me conduzia ao êxtase.

Lentamente, comecei a movimentar minha pelve contra a dela, sentindo seu corpo se contorcer sob o meu. Suspirei, rendido ao prazer.

— Sarah, calma, não quero machucá-la, dulce meum — murmurei, arfante, mantendo o ritmo lento. Ela bufou em descontentamento, me empurrando.

— Mas o quê? — perguntei, atônito.

Um rosnado selvagem escapou dos meus lábios ao senti-la por completo em meu membro. Seus olhos, cheios de luxúria, me enlouqueceram. A dominei, guiando seus movimentos com firmeza. O prazer era uma explosão, uma força bruta que me consumia. Senti meu membro esmagado em seu interior, um prazer tão intenso que me deixava completamente descontrolado. Aumentei a força, sentindo seu corpo se contorcer sob meu domínio. Seus gemidos eram uma melodia selvagem que me excitava ainda mais.

— Porra! — gemi, perdendo o controle. O prazer indescritível entorpeceu cada célula do meu corpo, me deixando completamente subjugado por seu poder.

Seu suspiro rendido me deixou em alerta, assim como seu corpo caindo cansado sob o meu. Assustei-me com o ato, olhando-a preocupado.

— E-estou bem — ela murmurou, olhando travessa em minha direção, fazendo-me suspirar aliviado em resposta.

Deitei-a ao seu lado, observando seu semblante satisfeito. Não contive o sorriso diante da cena.

— Seus desejos estão mais intensos — respondi atrevido, deixando-a vermelha.

Ao ver suas bochechas coradas, passei suavemente o polegar sob elas. Jamais me cansaria de admirar sua beleza.

— Como pode sentir vergonha depois da gente foder? — perguntei, divertido, fazendo-a dar um leve tapa em meus braços.

— Você é insuportável! — ela resmungou, me fazendo rir.

Estava distraída, perdida nos pensamentos, enquanto ouvia Daemon tagarelar sobre os bebês. Ele parecia um tio babão, o que era engraçado, considerando o quanto ele parecia aterrorizante à primeira vista. Mas comigo, ele era só um filhote, tão amável e protetor.

Um calafrio percorreu meus ossos, não um simples arrepio, mas uma onda de pavor que me congelava de dentro para fora. Meu coração batia forte no meu peito, um ritmo frenético que ecoava nos meus ouvidos. A respiração presa na garganta, sentia um nó de angústia me sufocando. Era como se uma sombra fria tivesse se instalado em meu ser, me aprisionando em um abraço gélido.

— Eles estão agitados — a voz de Daemon me trouxe de volta à realidade.

Olhei para ele sem entender. Então, ele aproximou o focinho da minha barriga, mostrando os bebês chutando. Estava tão avoada que não tinha percebido.

— Você está muito dispersa, o que aconteceu? — ele perguntou, sua preocupação me deixando ainda mais melancólica.

Estava assim desde a noite anterior. Um calafrio percorria meus ossos, uma sensação estranha, um medo que nunca tinha sentido antes. Um medo brutal, visceral, porque sentia que algo estava errado.

— Não sei... estou com um pressentimento ruim — confessei em voz baixa. O medo era um gosto amargo na minha boca, um nó na garganta que me impedia de respirar.

— Isso porque Hades está em reunião no Olimpo com os irmãos? — Daemon perguntou, sentando-se ao meu lado.

A verdade era que não gostava nada de estar longe de Hades, e ele também não gostava de ficar longe de mim. Mas sua presença era necessária na reunião, e desde o jantar ele havia evitado trazer qualquer pessoa de fora para nossa casa, mesmo que fossem seus irmãos. Por isso, a reunião teve que ser no Olimpo.

— Ele não queria ir, e também não queria me levar, mas precisava ir à reunião — murmurei, distraída, olhando para a porta.

Sentia-me estranha, como se houvesse algo pesado no ar, uma energia ruim. Não conseguia me concentrar em nada.

— Logo ele está de volta, aquele lá não desgruda mais de vocês — Daemon resmungou, me fazendo rir.

Era engraçado ver a leve disputa entre ele e Hades, e o ciúme que Daemon sentia pelos bebês. Às vezes, ele era mais protetor do que o próprio Hades!

— Céus, que ciúmes! — provoquei, e ele bufou, ofendido.

Antes que ele pudesse responder, um estrondo ecoou pela casa. Daemon ficou alerta na minha frente. Arregalei os olhos em pavor ao ver Perséfone entrar, seu olhar brilhando de fúria. Meu sangue gelou. Sabia que algo ruim estava prestes a acontecer. A paralisia me aprisionou. Era como se minhas pernas estivessem feitas de chumbo, minhas mãos pesadas, inúteis. Os gritos de Daemon ecoavam nos meus ouvidos, misturados ao som das árvores se quebrando. A visão de Perséfone, seus olhos brilhando de fúria, me causava náuseas. Sentia a fragilidade do meu corpo grávido, minha barriga pesada como se carregasse o peso do mundo.

— Quem diria que fosse tão fácil encontrá-la completamente só, Hades é muito confiante ou não dá a mínima para sua amada esposa e seus bastardinhos — Perséfone declarou, sorrindo maliciosa.

— Ela não está sozinha, maldita! Vou te matar! — Daemon rosnou, seus olhos em chamas.

— Vou ter que matar o pulguento primeiro! — Perséfone respondeu, e Daemon fechou os olhos brevemente, como se estivesse se preparando para o ataque.

Vi seus pelos se eriçarem. Então, ele abriu os olhos, completamente sangrentos, e atacou Perséfone sem hesitar, deixando-a machucada.

— Pulguento maldito! — Perséfone rosnou, furiosa.

— Sarah, fuja! — Daemon gritou.

Estava petrificada, incapaz de me mover. Daemon me olhou, sem entender minha paralisia. Em um momento de distração, Perséfone o atacou.

Mestre dos druidas — ela declarou, e uma enorme árvore surgiu, perfurando o corpo de Daemon.

O ar estava pesado, carregado de uma energia ruim que me sufocava. O cheiro metálico do sangue de Daemon se misturava ao aroma amadeirado do bosque. O som das árvores se quebrando ecoava como um lamento doloroso. Sentia a textura áspera da terra sob minhas mãos, a frieza do chão contra meu corpo.

Arregalei os olhos em choque ao ouvir seu ganido de dor. Me movi rapidamente para o seu lado. Precisava fazer algo, salvar Daemon. Com um esforço sobre-humano, canalizei minha magia. As palavras saíram como um sussurro rouco, mas carregadas de uma força ancestral. Senti o poder fluindo por minhas veias, aquecendo meu corpo e me dando força para continuar. Era como se uma força maior me guiasse, me impulsionando a agir.

Nolite sanguinem — murmurei, usando minha magia para estancar o sangramento. A magia fluiu de mim, um calor reconfortante que estancou o fluxo de sangue, mas não podia curar a gravidade dos ferimentos.

Seu corpo estava todo perfurado. Me sentia tonta, mas não podia me deixar levar pelo pânico. Precisava manter a calma.

Evanescet silvarum — murmurei novamente, fazendo a árvore desaparecer. Daemon gritou de dor. A fúria era uma chama que queimava em meu peito, me dando força para enfrentar o perigo. A preocupação por Daemon era uma dor lancinante, uma pontada constante em meu coração.

Vê-lo daquele jeito, todo machucado, me encheu de fúria. Até onde iria a ambição daquela deusa maldita? Ela estava completamente fora de si.

— Fique fora disso, Daemon — ordenei, meu olhar fixo em Perséfone.

— Meu dever é proteger você! — ele resmungou, levantando-se com dificuldade.

Não podia deixá-lo lutar daquele jeito. Também não podia lutar contra Perséfone estando grávida, mas precisava mantê-la ocupada até Hades chegar. A decisão foi tomada em um instante, um lampejo de determinação que cortou a névoa do medo. Invoquei meu espírito guardião com um grito silencioso, um pedido desesperado por ajuda. Senti uma onda de energia me envolver, preenchendo-me com uma força sobrenatural. Expecto Spiritus! Com essa antiga palavra de poder, invoquei meu lobo espiritual, meu protetor ancestral. Ele surgiu como uma resposta à minha prece, uma promessa de esperança em meio ao caos. Com um olhar intenso, sussurrei minha ordem:

— Avise-o! — E ele desapareceu, correndo velozmente para encontrar Hades.

Nolite sanguinem: Não sangre.

Evanescet silvarum: A floresta desaparecerá.

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