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Capítulo 29 - Vínculo


Contém 3700 palavras

Boa leitura 💜

Ao entrar no quarto e deitá-la na cama, a primeira coisa que notei foi meu travesseiro com uma camisa minha. Ela usou para sentir meu perfume, minha presença. Um sorriso amargo tocou meus lábios, mas a culpa me atingiu como um golpe, um nó na garganta que me impedia de respirar.

Deixei-a na cama, com o coração na garganta, o medo gelando meu sangue ao ver sua fragilidade. Durante a locomoção até o quarto, ela permaneceu desacordada, o que fez Hécate ficar em silêncio, aumentando ainda mais minha preocupação.

— Por que ela desmaiou? — perguntei, nervoso. Hécate, porém, me ignorou, concentrada em Sarah.

Cada segundo se esticava, uma tortura que me corroía por dentro. As mãos da deusa vagaram iluminadas sobre o corpo desfalecido dela. Ao terminar, Hécate suspirou, virando-se para mim. Seu semblante sério me causou um aperto no peito.

— Sarah não dorme e não se alimenta direito desde que brigaram! — Hécate respondeu, sua voz carregada de reprovação, aumentando minha culpa.

Não sabia que ela estava tão mal. Deixei meu irmão vigiando, e ele apenas mencionou o quanto ela estava triste. Meu orgulho, maldito egoísmo, havia destruído tudo!

— Precisam se resolver! — Hécate decretou, séria.

Assenti rapidamente, o rosto torturado pela culpa.

— Foi uma queda de pressão, ela acordará em breve. Me chame quando ela abrir os olhos, preciso falar com ela — Hécate murmurou, séria, saindo do quarto.

Fiquei sozinho com ela, o desespero me sufocando, a culpa me corroendo. Deixar as coisas chegarem a esse ponto era uma estupidez!

Várias vezes, ela reclamou do ego e orgulho dos deuses. Nunca levei a sério, nunca enxerguei esse defeito em mim. Mas era o que mais possuía, isso me impediu de retornar a ela. Eu era o mais errado, sabia. Mas admitir para mim mesmo era completamente diferente de assumir em voz alta.

— Perdoe-me, Dulce meum. Não deveria ter demorado tanto! — sentei ao seu lado, sorrindo tristemente ao passar as mãos em seus cabelos, num carinho terno.

A culpa esmagadora em meu coração seria algo corrosivo, não deixaria mais que nada ficasse entre nós, nada mesmo!

Lentamente, suas pálpebras tremeram, o corpo voltando aos sentidos normais, como se ela estivesse acordando de um longo sono. Inconscientemente, ela suspirou, encostando-se mais contra minha palma em seus cabelos, provavelmente acreditando que era Hécate ou até um sonho. Seus olhos se abriram com dificuldade, buscando se acostumar com a leve claridade do quarto. Mas, ao me ver, apenas suspirou, fechando novamente os olhos.

— Mais um sonho... — Sarah murmurou, a tristeza evidente em sua voz.

Sorri tristemente, intensificando o carinho em seus cabelos.

— Ainda está muito pálida. O que está sentindo? — perguntei suavemente.

Sarah arregalou os olhos, olhando-me em choque, antes de saltar da cama.

— Hades!

Minha preocupação, porém, era com ela. Imediatamente, segurei-a, sentando-a na cama. Sua pele ainda estava fria sob meus dedos, ela se arrepiou ao sentir meu calor.

— Cuidado, você não tem se alimentado corretamente e está fraca! — disse, sério.

Seus olhos cinzas, incrédulos, brilharam com uma chama de raiva contida. Sabia que ela queria brigar, mas não tinha energia para isso.

— Sarah, me preocupo com você! — respondi suavemente.

Sarah estreitou os olhos, a mandíbula tensa.

— Se preocupa comigo? Sumiu por um mês e pensa que tem direito de me falar algo? — ela perguntou, a voz baixa, carregada de ressentimento.

Suspirei, cansado. Não queria brigar.

— Sempre observei você e procurei saber como estava. Precisava desse tempo — respondi calmamente.

A raiva dela era uma força bruta, palpável como um soco no estômago. Em outro momento, provavelmente também teria brigado com ela, mas o tempo separados apenas me fez perceber que não podemos nos perder com besteiras. A maneira como a encontrei, desmaiada nos braços de Hécate, apenas reforçou a certeza de que tudo era insignificante diante de nossos sentimentos.

Ela suspirou longamente, fechando os olhos por breves segundos, antes de mirá-los nos meus, decidida.

— Me perdoa por magoá-lo. Tinha razão, não confiava em você, e sinto muito por isso. Acredite em mim quando digo que não queria que nada daquilo acontecesse — ela disse, triste.

— Sarah...

Suas mãos seguraram delicadamente as minhas, interrompendo-me.

— Preciso tirar esse peso do meu coração, por favor, só me escute — ela pediu, sussurrando.

Assenti, entrelaçando minha mão na dela.

— Quando os vi dançando, me senti fora de cena, como se estivesse olhando para um casal. Sei que não deveria me sentir assim, já que foi comigo que casou, mas a maneira como age perto dela difere. Consigo perceber toda a carga de emoções que possui por ela, a intimidade que têm, isso é natural para vocês. Você andou com a mão entrelaçada à dela, como se fosse seu companheiro. Aquilo para você não foi nada, pois é normal estar assim com ela, normal porque vocês não deixaram de ser um casal, embora não veja isso.

As lágrimas dela jorravam, inundando seu rosto, senti um enorme peso em meu coração ao vê-la assim. Apertei mais forte sua mão.

— A maneira como se portam um com o outro é tão intensa que todos podem ver. Não fui apenas eu que notei isso naquela noite, mas todos os presentes. Isso, relacionado à sua insistência em mantê-la perto, as memórias que vi na mente dela, nesse mesmo quarto, tudo isso me destruiu...

Suas palavras, ecoando as de Poseidon, me atingiram como um raio, a culpa me esmagando. Sarah apertou minha mão, antes de soltá-la. A falta de contato me deixou um pouco nervoso, parecia que ela estava se distanciando.

— Hades, errei em não contar sobre Eros, errei ao aceitar ser manipulada por ele. No entanto, algumas coisas que ele falou em relação a ela fazem total sentido, em relação a ela e não a você.

Escutar o nome do maldito me deixou irritado, mas sabia que ela tinha um pouco de razão, o que por consequência me fazia dar razão a Eros. Por muitos dias, pensei sobre isso, a maneira como Perséfone agiu, não somente para se declarar como minha, mas para ferir Sarah, e isso era ao contrário de tudo que ela era. Infelizmente, tive que rever todo o comportamento dela, e Sarah tem razão.

— Minha alma reconheceu a tua, mesmo em outra vida. Sou o amor da sua alma, mas sou o amor da sua vida? — ela perguntou, olhando-me com seriedade.

Suas palavras me golpearam como um raio, o ar escapando dos meus pulmões em um suspiro abafado. Escutá-la perguntar sobre meus sentimentos daquela maneira me deixou sem ar. Ali, percebi o quanto Poseidon estava certo: deixei a dúvida se instalar em seu coração, contaminando nossa relação dia após dia.

A culpa me esmagou, um peso insuportável no peito, me sufocando. Pensei muito nas duas durante o mês longe de Sarah, sobre meus sentimentos. A verdade era que uma corrente invisível me prendia a Perséfone, uma força sombria e avassaladora. Mesmo assim, não conseguia me libertar dela. Nunca a amei, tinha certeza disso. Existia desejo, sim, mas com o tempo isso se tornou algo banal, até restar nada. Lembrava-me bem de nosso relacionamento: exaustivo, sempre trazendo o pior de sua personalidade, completamente diferente do que sentia por Sarah.

Sei que existem várias formas de amor, e nem sempre almas gêmeas estão destinadas a ficar juntas. A prova disso foi a primeira vida dela. Minha alma reconheceu Sarah na primeira vez que a vi, ambas se uniram, mas não pudemos concretizar nossos sentimentos. Vivi anos com Perséfone, mentiria se dissesse que não tenho um laço com ela, e Sarah sabe disso. Mas nossas almas não estão entrelaçadas da maneira que ela acredita.

Com Perséfone, tudo era intenso, mas não de uma maneira boa. Ela me prendia em um ciclo de manipulação, me esmagando com sua chantagem emocional. Algumas poucas vezes fomos livres disso, mas foram raras exceções.

Demorei para compreender, mas entendi. Assim como entendi que o laço entre Sarah e Eros era de almas afins, que se encontram para crescimento e aprendizado.

— Meu erro foi imperdoável, Sarah. Não devia ter deixado essa dúvida em sua mente — respondi, perplexo, segurando delicadamente seu rosto em minhas mãos. — Sarah, você é o amor da minha alma e o amor da minha vida. Dizem que existe a mulher da sua vida e para a sua vida, você é as duas para mim. Esperei milênios por você, e só por você.

Precisava que ela tivesse certeza de que não existia ninguém além dela para mim.

— Mesmo que nunca tivesse te conhecido, nem mesmo em sua primeira vida como deusa, não poderia ser feliz com ela. Passei eras tentando, nunca consegui amá-la. Precisei desse tempo para colocar minha cabeça em ordem, hoje entendo qual era a relação que me unia a Perséfone — suspirei, cansado, encostando minha testa na dela. — Assim como consegui compreender o laço que tem com Eros: são almas afins, não?

— Somos... — ela respondeu, sussurrando.

Assenti, em compreensão.

— Perséfone e eu temos um relacionamento cármico — respondi, pensativo, provocando um olhar de espanto em Sarah. Durante esses dias sozinho, compreendi que a ligação que me unia a Perséfone não era normal, era sempre carregada de dor e sofrimento, para que ambos crescêssemos. Esse era o relacionamento cármico.

— Desculpa por toda essa confusão. Fizemos tudo errado, apressamos demais as coisas e, com isso, acabamos nos machucando.

Ela sorriu fracamente, beijando meus lábios de forma terna.

— Stella mea, nós dois erramos. O importante é o que estamos dispostos a fazer daqui em diante — ela respondeu.

Sorri ternamente.

— Quero pedir perdão por esconder coisas e por permitir que ficasse com a mínima dúvida sobre o que sinto por você. Nunca mais quero que pense que não significa nada em minha vida, pois eu te amo!

— Senti tanto a sua falta! — suas mãos rodearam meu pescoço, puxando-me em sua direção, fazendo nossos lábios se encontrarem com extremo carinho.

Suspirei contra seus lábios, sentindo o gosto doce, familiar, que tanto havia me feito falta. A textura aveludada de sua pele contra a minha, a pulsação frenética sob meus dedos... tudo havia me feito falta durante um mês de sofrimento. Ao encontrar seus lábios, senti um tsunami de alívio e desejo que me varreu de uma só vez, uma mistura inebriante que me fez esquecer o mundo ao nosso redor. Nossos lábios se encontraram em um beijo que incendiou nossa pele, um turbilhão de sensações que nos consumiu, nos unindo em um só corpo e alma. Segurei sua cintura com força, puxando-a para perto em um abraço apertado, sentindo a necessidade visceral de nunca mais a soltar.

— Dulce meum, também senti sua falta. Os dias sem poder chegar perto foram torturantes — confessei em um sussurro rouco.

A gratidão me encheu o peito, tão intensa quanto o amor que sentia por ela. Sorri ao senti-la se aconchegar ainda mais em meus braços. Não poderia haver lugar melhor do que este, com ela ali.

Longos minutos se passaram até que, suspirando, lembrei-me do recado de Hécate. Sarah precisava ser examinada, a leveza dela em meus braços era inquietante.

— Hécate pediu para chamá-la assim que acordasse. Já volto — deitei-a na cama, o coração batendo forte no peito. A inquietação me corroía, aqueles dias longe dela foram uma eternidade.

Apenas dei dois passos antes de encontrar Hécate, seus olhos fulminantes me atingindo como um raio.

— Qual foi a parte de "me chamar" que você não entendeu? — a fúria em sua voz era palpável. Por um instante, vi Sarah nela, não importava a vida, ela tinha muito da deusa em si.

— Estava indo fazer isso — respondi, a voz calma, mas o coração a mil por hora.

Sem responder, ela entrou no quarto. A segui, a angústia me sufocando. A saúde de Sarah, usualmente inabalável, era um mistério.

Hécate aproximou-se da cama, seus olhos penetrantes fixos em mim. A espera esticava os segundos em uma eternidade de angústia.

— Pode nos dar uns instantes? — a firmeza em sua voz me gelou. Não a deixaria sozinha!

— Ela é minha esposa! Se ela tiver algo, quero saber! — retruquei, a voz rouca de tensão.

Sarah sorriu, um raio de luz naquela escuridão.

— Fale com ele aqui — anunciou.

Hécate assentiu, seu olhar fixo em Sarah. A espera era uma tortura.

— Sarah, não sei como não percebi antes, mas suas tonturas, enjoos e o desmaio têm um motivo que não é apenas a negligência com sua saúde — Hécate decretou, a gravidade de suas palavras me atingindo como um golpe.

A culpa me esmagou. Mataria Adamanto por esconder o estado de saúde dela! Mas a culpa era minha, e só minha.

— Sarah está doente? — a pergunta escapou em um sussurro rouco.

Hécate terminou o exame, um sorriso gentil em seus lábios. Meu mundo parou.

— Sarah está grávida — anunciou.

A palavra ecoou em minha mente, ganhando um significado inefável. Um tremor percorreu meu corpo, o coração disparou, um trovão ensurdecedor em meu peito, uma onda de alegria me inundou, tão avassaladora quanto um dilúvio. Sempre sonhei com esse dia. Era mais que ser pai, era a prova do nosso amor, um novo começo.

— G-grávida! — a voz falhou, um nó na garganta me impedindo de falar.

Aproximei-me, de joelhos, diante dela, as lágrimas borrando minha visão. Não poderia haver felicidade maior.

— Está grávida, meu amor! — as lágrimas rolavam, um rio de alegria incontida.

Minhas mãos tocaram seu ventre plano, um gesto sagrado. Sarah chorava, um riso abafado escapava de seus lábios.

— Está esperando um filho meu! Nosso filho!

— Ou filha — ela sorriu, sua mão encontrando a minha.

Sorri, o coração transbordando de uma alegria tão imensa que parecia romper meu peito. A imagem de nosso filho ou filha, um raio de luz divina, inundou minha alma, dissipando anos de escuridão. Era mais que felicidade, era uma promessa de um futuro radiante, um novo começo.

— Dulce meum, você me fez o ser mais feliz do universo! — beijei sua barriga, num gesto sagrado, sentindo a fragilidade e a preciosidade da vida que ali florescia. Seu riso, doce e melodioso, ecoou em meu coração, mas a inquietação persistia.

Seu ventre ainda estava plano, a pequena semente da vida carregando um peso imenso de esperança e responsabilidade. Mas, ao mesmo tempo, a culpa me esmagou, um peso insuportável no peito, me sufocando, me lembrando de minha negligência, minha cegueira. Ela estava tão frágil, tão pálida... Era minha culpa.

Um poder antigo, ancestral, irrompeu em meu ser, um escudo invisível de proteção para Sarah e nosso filho, um juramento silencioso gravado em minha alma. Não era uma busca consciente, era uma resposta visceral. Os protegeria de tudo, com minha própria vida, se necessário. Era um juramento silencioso, gravado em minha alma.

— Querida, meus parabéns! — Hécate murmurou, sua voz carregada de emoção, mas também de uma preocupação que espelhava a minha. — E desculpe interromper, mas preciso dizer algo.

A preocupação, fria e cortante, me atingiu.

— Tem algo errado com eles? — perguntei, a angústia me sufocando. O pavor nos olhos de Sarah me gelou.

— Não exatamente. Vocês se casaram há três meses, e ela está grávida de pouco mais de um mês, talvez um mês e uma semana. Os três primeiros meses são críticos, o bebê está em formação. Ela passou por muito estresse, além de não se alimentar e descansar corretamente. É forte, por isso está aguentando bem, mas está gerando um semideus, seu corpo humano precisa de nutrientes — Hécate explicou, sua voz séria, aumentando meu pavor.

— O que podemos fazer? — perguntei, a angústia me sufocando.

— Não podemos deixar que a informação da gravidez se espalhe. Não sabemos como Eros e Perséfone reagirão — ao ouvir os nomes, a culpa, a preocupação, a alegria... tudo explodiu em uma fúria incontrolável, um vulcão prestes a entrar em erupção.

Não deixaria ninguém se aproximar de minha esposa e filho!

— Hades, Perséfone fez de propósito ao mostrar as lembranças a Sarah. Conversei com ambas naquele dia, Eros não está tão errado em relação a ela — Hécate declarou, séria.

Já esperava algo assim. Embora fosse difícil admitir, as provas da verdadeira natureza de Perséfone eram cada vez mais evidentes. E a culpa era toda minha. Minha cegueira, minha confiança cega...

— Acha que ela está contra mim? — sussurrei, a raiva nos olhos de Sarah me atingiu como um soco. Entendia sua reação, mas não pude evitar. Por anos, confiei em Perséfone, era difícil acreditar que ela me traiu dessa maneira.

— Sim. Como Eros disse, se ela quisesse ajudá-lo, não dançaria com você na frente de sua esposa, nem agiria de forma tão íntima para que todos vissem! — Hécate anunciou, com uma seriedade desconcertante. Seus olhos negros se fixaram em mim, brilhando com uma advertência clara. — Hades, vou dar esse aviso apenas uma vez... Não queria me intrometer, mas se fizer Sarah sofrer ao ponto de perder essa criança, o matarei!

— Jamais faria algo para prejudicá-los! — retruquei, a fúria contida, pronta para explodir.

— Não conscientemente, mas se não envolvesse Perséfone em sua vida, muita coisa poderia ter sido evitada, e vocês não teriam brigado! — Hécate replicou, ácida.

Por mais que quisesse negar, sei que ela tem razão. Minha cegueira, minha confiança em Perséfone... tudo isso havia machucado Sarah.

— Mantenha Perséfone longe de sua vida, ou vai se arrepender do dia em que nasceu. Não vou perder minha filha novamente! — a deusa decretou, séria.

Assenti seriamente. Ela suspirou, voltando-se para Sarah.

— E você, Sarah, cuide-se muito bem! São adultos e casados, agora terão que cuidar de outra vida, uma vida que precisa integralmente de ambos para ser saudável!

— Nós entendemos — respondemos em um sussurro.

O corpo de Sarah ficou mais pálido, um suor frio percorreu sua pele, atraindo meu olhar assustado.

— Sarah! — aproximei-me, passando a mão em sua testa suada. A culpa me esmagou novamente.

— Ela precisa de alimentos, comeu apenas frutas desde ontem! Dê um banho nela que trarei algo para ela comer! — a deusa retrucou, brava, saindo do quarto.

Acariciei gentilmente sua bochecha, fazendo-a sorrir fracamente. Era tão bom estar com ela, ainda mais sabendo que não seríamos apenas nós dois. Eu os protegeria.

— Vou cuidar de vocês! — peguei-a cuidadosamente em meu colo, levando-a em direção à banheira. Agora era minha responsabilidade cuidar deles. E faria.

Era engraçado vê-lo tão concentrado em regular a temperatura da água, já era a terceira vez! Seu cuidado excessivo me arrancou uma gargalhada, ele me olhou, confuso.

— Hades, não precisa exagerar!

Seu sorriso, ao se levantar, foi um raio de sol em meio à tempestade que havíamos vivido.

— Só estou vendo se não está muito quente para vocês — ele murmurou, envergonhado.

Revirei os olhos, divertida, e o puxei para perto. Seu sorriso, ao me ver, me fez esquecer o mundo. Com uma delicadeza que contrastava com sua força imponente, desatou o laço do meu robe, seus dedos deslizaram suavemente pela seda. Em seguida, com a mesma ternura, me ajudou a me despir, cada movimento lento e cuidadoso, como se estivesse manuseando um tesouro frágil e precioso. A cada peça de roupa que caía, a tensão entre nós aumentava, um fio invisível de desejo nos unindo. Ele me olhava como se eu fosse seu universo inteiro.

— Entra comigo? — sussurrei, a pergunta carregada de desejo.

Seu sorriso se abriu, radiante.

— Claro, dulce meum — ele respondeu.

Observei-o enquanto ele se despia, cada movimento lento e deliberado, construindo uma tensão que me deixava sem fôlego. A camisa caiu primeiro, revelando o contorno de seus músculos sob a pele, um vislumbre que acendeu uma chama incontrolável em meu interior. Cada botão desprendendo-se como um suspiro, cada movimento um convite silencioso. Em seguida, a calça, o som do tecido deslizando sobre sua pele, um som que ecoou no silêncio, aumentando a antecipação. A lentidão quase torturante do ato, cada detalhe, era um prenúncio do prazer que estava por vir: a textura da sua pele, o movimento dos músculos, a maneira como ele se movia. A visão final de seu corpo nu foi a consumação de todo o desejo contido, uma explosão de prazer que me deixou sem fôlego.

Um sorriso vitorioso surgiu em seu rosto ao me tomar em seus braços.

— Amor, vamos apenas tomar banho — ele sussurrou em meu ouvido, a voz rouca de desejo.

Um arrepio percorreu minha espinha.

— E-eu sei! — murmurei, na banheira.

Seu riso ecoou, me puxando para perto. Seu corpo contra o meu era um bálsamo para a alma, finalmente me senti em casa. E agora, havia mais um motivo para sorrir, uma alegria que transcendia qualquer limite. Senti sua mão sobre meu ventre, um gesto suave, terno, sorri, sentindo a cumplicidade entre nós.

— Me sinto culpada — confessei, minhas mãos sobre as dele, acariciando nosso pequeno milagre.

— Culpada?

— Sim, negligenciei minha saúde, e nosso filho pode sofrer por isso — a culpa me sufocou.

— Sou mais culpado. Meu orgulho impediu que resolvesse as coisas antes, mas prometo que nosso filho não sofrerá, vai nascer saudável, lindo e perfeito como você — ele sussurrou, beijando minha têmpora. Suas palavras foram um bálsamo para minha alma.

— Espero que nasça parecido com você — sussurrei, deitando a cabeça em seu ombro.

A paz nos envolveu, um abraço silencioso de amor e cumplicidade. O tempo parou, existindo apenas nós dois e a promessa de um futuro radiante. Até que ele sentiu a água esfriar. Me levantou, segurando-me com cuidado. Seu sorriso era um reflexo do meu, um sorriso cheio de amor, de esperança, de um futuro que estava apenas começando.

༺۵༻

Olhei, chocada, para a mesa farta: banquete para um exército!

— Não vou comer tudo isso!

— Vai sim! — ele insistiu, me puxando para perto. — Vamos, dulce meum, precisam se alimentar!

Seu carinho me aqueceu.

— Passei a ser dois agora!

— E logo seremos três — sua voz vibrou de paixão.

Comi tudo, surpreendida pela minha fome voraz. Ele me pegou nos braços, me levando para a cama. Suspirei, aninhada em seu peito.

— Prometo que sua gravidez será tranquila. Mas quem ousar se aproximar de vocês... — Sua voz ficou rouca, e senti um arrepio percorrer meu corpo, não de medo, mas de uma profunda e inebriante sensação de segurança. A intensidade de sua promessa, a força de seus poderes emanando dele, me encheu de uma confiança inabalável.

Nunca o vi tão determinado a me proteger, sua lealdade era uma muralha intransponível, um escudo impenetrável contra qualquer mal que pudesse se aproximar de nós.

— Eu sei, confio em você — sussurrei, sentindo a segurança de seus braços me envolverem, não como um escudo, mas como um ninho, um lugar de pertencimento onde não era apenas amada, mas também completamente aceita.

Almas afins: Espíritos que compartilham uma mesma frequência energética, os mesmos valores, a mesma sintonia. E ainda, eles se ajudam e fazem de suas encarnações, aprendizados mais fáceis de serem absorvidos.

Relacionamentos cármicos: Carregam fortes emoções, diferente do relacionamento amoroso com a sua alma gêmea, que é sereno, calmo e duradouro. Ele é intenso, avassalador, dramático e pesado. Não é um tipo de relacionamento que traz paz. Marcado por ciúmes, abusos de poder, medo, manipulação, controle e dependência.

Hades e Sarah são chama gêmea, é como o conceito de alma gêmea(almas que se ajudam no crescimento pessoal), mas no caso da alma gêmea, não precisa necessariamente ser um par romântico.

Chamas gêmeas: O relacionamento é mais intenso, ao contrario da alma gêmea, esta visa o crescimento coletivo, é a pessoa que se envolve em um relacionamento amoroso, a atração entre ambos é mais forte, magnética e instantânea, eles sempre se procuram, apesar de nem sempre conseguirem se encontrar.

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