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Capítulo 24- Intensificando o treinamento

Contém 3687 palavras.

Boa Leitura💜

O sorriso grudou em meus lábios desde que abri os olhos. Uma felicidade plena, leve como a brisa, inundava meu ser. O caminho até a sala de treinamento, normalmente curto, se estendeu como um fio de seda, cada passo um deleite. Hoje, absolutamente nada me irritaria.

As lembranças da noite passada com Hades eram um véu quente e aveludado sobre minha pele. A confissão dos meus sentimentos, a entrega total, o calor de sua resposta... tudo ecoava em mim como uma melodia suave e envolvente. Senti um calor profundo se espalhar pelo meu corpo, como se meu coração estivesse prestes a transbordar. Era uma sensação de liberdade absoluta, um alívio que me deixava tonta de felicidade.

— Nem vou comentar o fato de estar novamente atrasada! — a voz rouca de Daemon me arrancou dos meus pensamentos, mas sua irritação soou distante, como um murmúrio incapaz de penetrar a minha bolha de felicidade.

— Está resmungando — respondi, a voz brincalhona. Acariciei o pelo macio e negro de Daemon, sentindo a textura suave sob meus dedos, um contraste delicioso com a vibração intensa que corria por minhas veias. — Vamos, Daemon, mais animação!

Meu sorriso, amplo e radiante, o deixou visivelmente perplexo. A risada que escapou de meus lábios, espontânea e incontrolável, ecoou no salão, um som que celebrava a minha alegria. A imagem de seu semblante atônito me fez rir ainda mais.

— O que deu nela? — Daemon perguntou para Hécate, que apenas sorria divertida, encolhendo os ombros.

— Vai ver ela teve uma boa noite — a resposta maliciosa de Hécate pintou minhas bochechas de um rubor intenso.

As lembranças da noite passada, a intimidade compartilhada com Hades, eram um segredo precioso. Um calor suave e intenso percorreu meu corpo ao lembrar.

— Vamos focar no treino — murmurei, envergonhada, mas a alegria ainda dançava em meus olhos.

Durante horas, trabalhamos na canalização da energia de Anteros que residia em mim. Não era uma tarefa fácil, sentia a energia bruta, um turbilhão de calor e poder, pulsando sob minha pele como um coração selvagem. A ideia de pedir a Anteros para me fortalecer diretamente, ao invés de tentar usá-lo indiretamente contra Eros, tinha sido um lampejo de intuição, uma aposta arriscada que, felizmente, havia dado certo.

Virtutes Anteros invoco — a voz de Hécate cortou o silêncio, carregada de uma energia antiga e poderosa. Senti um arrepio percorrer minha espinha ao ver o brilho vermelho intenso emanando de suas palmas, me envolvendo como um abraço quente.

Meu corpo reagiu instantaneamente, um calor intenso me inundando, como se milhares de pequenas estrelas estivessem explodindo sob minha pele. Meus olhos se fecharam involuntariamente, a magia fluía através de mim, um rio incandescente que me preenchia por completo. Era uma sensação estranhamente prazerosa, uma dança entre o medo e a excitação. Ergui as mãos, sentindo a energia pulsando nelas, como se fossem extensões da minha própria alma. A cada instante, sentia mais controle sobre aqueles poderes, uma união gradual, uma fusão perfeita entre a minha energia e a de Anteros.

Scutum in corde meo et creo et mens contra potestates dei amoris — as palavras, antigas e poderosas, saíram como um sussurro, mas carregavam a força de um rugido.

Ao terminar a frase, uma descarga elétrica percorreu meu corpo, me deixando ofegante, um choque que me deixou levemente tonta, mas, ao mesmo tempo, eufórica. Foi como renascer, como se uma nova força estivesse brotando de dentro de mim. Abri os olhos, sentindo uma energia desconhecida, mas poderosa, fluindo por minhas veias. O sorriso de Hécate, orgulhoso e confiante, me confirmou que havia conseguido. Sentia os poderes de Anteros agora totalmente integrados aos meus, como se sempre tivessem sido parte de mim.

— Pode começar — minha voz saiu firme e decidida, um sinal de que estava pronta para o próximo desafio. A expectativa pelo treinamento com Hécate era palpável, uma mistura de medo e excitação, mas acima de tudo, uma profunda determinação.

A estratégia era clara: controlar minha mente e meu coração. Embora a magia de Hécate fosse diferente da de Eros, o treinamento seria eficaz. Era mais suscetível à magia de Hécate do que à de qualquer outro Deus, uma vulnerabilidade que agora se tornaria minha maior vantagem.

Apesar de imortal, existiam deuses que podiam me ferir, aqueles rápidos demais para que pudesse reagir. Meus poderes eram limitados, e a única forma de me defender era através da minha própria força de vontade.

Eros, porém, era diferente. Seu poder estava ligado aos sentimentos, à mente, era insidioso, difícil de combater. A reação era lenta, e a cada ataque, me sentia mais fraca, mais vulnerável.

Habeo cor your ad imperium meum — a voz de Hécate ecoou, e uma onda de energia me atingiu, me deixando sem fôlego.

Uma pressão esmagadora se instalou em meu cérebro, como se uma força invisível estivesse tentando esmagá-lo. Era uma pressão física, mas também mental, uma invasão brutal da minha privacidade. Senti a energia percorrer meu corpo, como uma corrente elétrica que se ramificava em milhões de pequenas agulhas, cada uma perfurando minha carne, meu espírito. A frequência da vibração aumentava e diminuía, provocando um desconforto insuportável, uma tortura que me fazia querer gritar, me contorcer de dor. Era uma invasão brutal de meus sentidos, uma violação da minha sanidade.

— Sarah, não é apenas o feitiço que a manterá imune a ele, sua vontade também, resista! — a voz rouca de Daemon cortou o ar, um rugido que ecoou nos meus ouvidos. Assenti, a cabeça baixa, lutando contra a onda de dor e náusea que me invadia.

Não consegui conter meus impulsos. A vontade de gritar, de me debater era insuportável. Não tinha controle sobre meus próprios poderes, estava à mercê da magia de Hécate. A dor se intensificou, o peso em minha mente desceu pelo meu corpo, alojando-se em meu coração. Era um aperto doloroso, esmagador, e minhas pernas cederam, levando-me de joelhos ao chão.

— Sarah! — a voz de Hécate era carregada de preocupação, mas Daemon a interrompeu.

— Continue, sei que é difícil vê-la com dor, mas é o único jeito, sabe disso — a voz dele era dura, mas sabia que ele estava certo.

Aproveitei aquele curto instante para esvaziar minha mente, concentrando-me apenas na dor, num esforço desesperado para bloquear a magia de Hécate. Meus olhos se fecharam com força, mas a invasão continuou implacável. Não tinha ideia de quanto tempo passou, até que a intensidade aumentou, me fazendo gemer em agonia, um som rouco e gutural de dor e desespero.

— Vamos, Sarah! — Daemon rompeu o silêncio. Levantei a cabeça, lançando-lhe um olhar de raiva, mas ele continuou implacável. — Não adianta me olhar assim, quer ter suas próprias decisões ou deixar aquele miserável decidir o que você tem que sentir e por quem?

Ele estava certo, como sempre. Não adiantava resistir a ele. A imagem de Hades, seu sorriso, a alegria em seus olhos ao saber dos meus sentimentos... essas lembranças inundaram minha mente, me dando força para continuar. Não podia perder isso.

Após horas de intensa batalha contra a magia de Hécate, um triunfo minúsculo, mas significativo, surgiu. Conseguir repelir sua força por trinta segundos foi como escalar uma montanha, e o sorriso que se abriu em meu rosto, apesar da exaustão, foi a recompensa mais doce que poderia imaginar. Era um sinal, uma prova de que estava progredindo, que a minha força de vontade era mais poderosa do que imaginava.

— Posso dar uma pausa? — a pergunta escapou dos meus lábios em um sussurro, mas carregava a esperança de um descanso merecido. Hécate, compreensiva, sorriu gentilmente, um gesto que me confortou.

Daemon, porém, não compartilhava da mesma compreensão. Seus olhos, escuros e penetrantes, se fixaram em mim com uma expressão de indignação. Às vezes, esquecia o quão inflexível ele podia ser, sua natureza lupina se manifestando em sua teimosia. Ele parecia esquecer que, apesar do meu poder como bruxa, meu corpo era humano, frágil, e precisava de descanso e alimento para se recuperar de horas de treinamento tão intenso.

— Estamos há horas aqui e estou faminta! — minha voz, embora fraca, carregava uma nota de irritação.

— Pode comer aqui! — sua resposta foi brusca, autoritária, me fazendo bufar em frustração. A fome e a exaustão se misturavam, criando uma sensação de mal-estar que me deixava ainda mais irritada.

— Daemon, ela precisa respirar um pouco, sabe que para treinamentos desse tipo, não pode pegar tão pesado. Não é sobre força física, é sobre força mental — a intervenção de Hécate foi um alívio. Ela compreendia a minha necessidade de descanso, a importância de uma pausa para recuperação.

A expressão de Daemon, ao ser repreendido, era um misto de constrangimento e irritação.

— Duas horas, no máximo! — ele resmungou, mas já não com a mesma veemência. Um pequeno sorriso de vitória se abriu em meus lábios.

— Se demorar um segundo a mais, vou buscá-la pelos cabelos! — sua ameaça, embora brincalhona, carregava um peso de seriedade.

— Chegarei antes! — respondi, brincando com ele, mas sem subestimar sua determinação. Conhecia Daemon bem o suficiente para saber que ele cumpriria sua ameaça.

༺۵༻

Não demorou muito para que alcançasse o salão do trono. Sabia que meu imperador estaria ali, e a saudade, embora um tanto irônica considerando o curto tempo desde nossa última conversa, me invadiu como uma onda suave, quente e reconfortante. Era uma saudade física, quase palpável, que me fazia ansiar pelo seu toque.

Um sorriso escapou dos meus lábios ao vê-lo. Tão imponente, tão majestoso em meio aos seus servos, ele emanava um poder silencioso, mas inegável. Seu rosto sério, totalmente dedicado às tarefas imperiais, era tão encantador quanto seu sorriso maroto que conhecia tão bem.

Observá-lo comandando tudo com firmeza e precisão era como assistir a uma obra-prima, cada gesto elegante e preciso, uma pincelada perfeita em uma tela de poder. O calor que emanava dele era quase palpável, um calor que me atraía como um ímã.

Aproximei-me sorrateiramente, mas meu plano de surpresa foi frustrado. Seus olhos, intensos e penetrantes como o olhar de um falcão, encontraram os meus, e um sorriso lindo, um sorriso só para mim, iluminou seu rosto, dissipando a aura de poder e revelando a doçura que só eu conhecia.

— Estava te esperando, dulce meum. — dispensou os servos com um gesto elegante da mão, um movimento fluido e gracioso que me hipnotizou. Ele me chamou para perto, e o som de sua voz, grave e melodiosa, acariciou meus ouvidos.

— Como sabia que viria? — retruquei, divertida, sentando-me em seu colo. O corpo emanava um calor reconfortante, um calor que se espalhava por mim como ondas suaves, me envolvendo em um abraço silencioso e protetor. A textura de sua roupa, fina e macia contra minha pele, me fez suspirar. Aconcheguei-me em seus braços, sentindo o ritmo firme de seu coração batendo próximo ao meu.

Um sorriso arrogante curvou seus lábios e senti uma pontada de irritação misturada com uma satisfação profunda.

— Sabia que sentiria saudades minhas. — sua resposta foi marota, convencida, mas havia um tom de doçura em sua voz que me derreteu por dentro.

— Seu ego me irrita! — rebati, saindo de seu colo, o que lhe arrancou uma gargalhada divertida, um som profundo e vibrante que ecoou no salão, preenchendo o espaço com alegria e me fazendo sentir ainda mais próxima dele.

— Estou mentindo, dulce meum? — ele perguntou, o sorriso convencido ainda presente em seus lábios, mas seus olhos brilhavam com uma ternura que me deixou sem fôlego.

Queria negar, apenas por birra, mas meus olhos me traíram. Ele estava certo. Sentia saudades, uma saudade que ia além da simples falta da sua presença. O treinamento com Hécate havia intensificado meus sentimentos, e a cada tentativa de resistir à sua magia, a imagem da minha felicidade ao lado de Hades me dava forças para seguir em frente. Era uma força poderosa, uma energia que me impulsionava, que me conectava a ele de uma forma inegável.

— Vamos, meu imperador, estou faminta. — mudei de assunto e ele riu alto, um som que ecoou no salão, preenchendo o espaço com alegria, uma alegria que parecia emanar dele e me envolver por completo.

O caminho até o salão de refeições foi feito em um silêncio que, para mim, era a melodia mais doce do mundo, mas meu coração batia forte no peito, num ritmo frenético que contrastava com a serenidade aparente. Seu semblante estava relaxado, uma expressão que raramente via, e seu rosto, normalmente marcado por uma aura de força e independência, agora carregava uma doçura quase infantil que me deixava ainda mais nervoso. Sorri, afetado, sentindo um nó na garganta.

O leve rubor que pintou suas bochechas foi uma recompensa melhor do que qualquer triunfo, mas a preocupação me assombrava. Era divertido ver os traços da minha antiga Sarah ressurgirem nela, como se, com a recuperação das memórias e a revelação de nossos sentimentos, ela estivesse finalmente livre para ser ela mesma, mas sabia que essa liberdade era frágil.

Entrelacei meus dedos nos seus, sentindo o encaixe perfeito, a harmonia natural que existia entre nós, mas a cada segundo, a ansiedade crescia.

Chegando perto da mesa farta, um ronco alto escapou de seus lábios, me arrancando uma risada.

— Vamos alimentá-la antes que morra de fome! — disse, divertido, puxando-a para se sentar ao meu lado, mas minha voz saiu mais alta do que pretendia.

— Estou desde o amanhecer praticando com Hécate... normal estar exausta e faminta! — ela explicou, envergonhada, mas com um sorriso que iluminava seu rosto e me trazia um alívio momentâneo.

Vi-a partir na primeira hora da manhã. Conheço Hécate bem o suficiente para saber que, apesar de sua natureza poderosa, ela é delicada em seus métodos de ensino, ao contrário de Daemon, cuja rigidez compreendo, mas não aprovo totalmente. Não quis me intrometer, não queria atrapalhar seu treinamento, mas a ansiedade me consumia a cada minuto que passava. Me contentei em esperar, observando-a de longe, meu coração palpitando a cada movimento seu.

— Está conseguindo? — perguntei, a preocupação velada em minha voz, tentando disfarçar a minha crescente apreensão.

— Consegui repelir Hécate por cerca de trinta segundos — ela respondeu, mastigando com gosto, enquanto a observava, aflito. A cada palavra dela, a minha ansiedade aumentava. — Isso já é um avanço, considerando que sou bem mais suscetível à magia dela.

Era um avanço, sim, mas não era suficiente. Trinta segundos contra Eros seriam insignificantes. Hécate, por não ter controle sobre os sentimentos, não era a oponente ideal. Sabia que estava prestes a dizer algo que poderia machucá-la, e isso me deixava paralisado.

— Eu sei... Deveria treinar com alguém que tenha controle mental, assim conseguiria melhores resultados, até mesmo contra Hécate — ela confessou, um suspiro cansado escapando de seus lábios.

Compreendo os poderes de Hécate, mas, por não ter domínio sobre as emoções, pensei que não seria um desafio tão grande. Se ela não conseguia repelir a deusa, seu caso era pior do que imaginava. Meu estômago se revirou. Precisava ajudá-la, mas como?

— Ela é extremamente poderosa, ao ponto de você não conseguir repeli-la sem preparo? — perguntei, meu olhar cuidadoso pousando sobre seu rosto, tentando transmitir toda a minha preocupação sem assustá-la.

— Exato — ela respondeu, suspirando. O suspiro dela ecoou no meu coração, amplificando a minha angústia.

Aquilo não funcionaria. Sarah precisava de um Deus com poder mental excepcional, alguém que pudesse prepará-la para lidar com a força de Eros. Mas conheço apenas duas com esse nível de poder, e sei que mencionar seus nomes nesse momento seria uma catástrofe. Um suor frio começou a escorrer pelas minhas costas.

— O que está pensando? — ela perguntou, seus olhos fixos nos meus, penetrantes e cheios de uma expectativa que me deixava ainda mais nervoso.

Olhei-a, incerto. Queria ajudá-la, queria que ela tivesse a chance de treinar, mas também não queria uma discussão. A vontade de evitar uma briga era maior do que a minha própria vontade de ajudá-la. Era uma luta interna que me deixava exausto.

— Conheço duas deusas com controle mental. Seus poderes são extremamente fortes. Uma é Hera, mas ela jamais ajudaria você. — respondi, minha voz trêmula, tentando soar confiante, mas a minha ansiedade era evidente.

— Nunca pediria ajuda a ela! — ela retrucou, ofendida. — Preferia morrer!

Suspirei pesadamente. Seus olhos faiscando de raiva já eram um problema, mas mencionar o nome da outra deusa seria um desastre ainda maior. Estava prestes a cometer um erro terrível.

— Qual é a outra? — ela perguntou, a curiosidade brilhando em seus olhos, mas já sentia o perigo se aproximando.

— Perséfone — respondi, cautelosamente, minha voz quase um sussurro.

Seus olhos fulminaram os meus, com uma intensidade que me fez estremecer. Juro que vi um plano de assassinato se formando em sua mente. Meu coração parou por um instante.

— Quer que chame a sua amante para me ajudar? — ela perguntou, a voz carregada de sarcasmo.

Suspirei, levando as mãos à testa, sentindo a minha cabeça latejar.

— Ela não é minha amante! — resmunguei, frustrado, a minha paciência se esgotando.

— Mas a quer sempre por perto! — ela retrucou, furiosa, levantando-se da mesa e saindo do salão.

Droga! Sabia que ia dar errado.

Levantei-me rapidamente, seguindo-a pelos corredores, o meu coração batendo forte no peito, a ansiedade me sufocando.

— Sarah, espera, não é isso! — gritei, ansioso, minha voz carregada de desespero. Ela parou, virando-se para mim, irada. Levantei as mãos em rendição, tentando acalmá-la. — Nem mesmo Hécate consegue ler ou manipular a mente de Perséfone, apenas pensei que seria uma boa ideia!

Seu rosto continuava irado, e um pensamento assustador me ocorreu. Tinha cometido um erro terrível.

— Hades, some da minha frente! — ela retrucou, brava.

Lá vamos nós de novo... Estava prestes a perder tudo.

Não acredito que, após a noite de ontem, ela ainda insiste em acreditar que amo Perséfone. A minha culpa me corroía.

Ela virou-se, mas minha mão segurou seu braço com firmeza, parando-a. Precisava impedi-la de ir embora.

— Espera, Sarah, não estava faminta? — perguntei, preocupado, tentando controlar a minha própria raiva e frustração. Ela precisava se alimentar.

— Perdi a fome! — ela revidou, furiosamente, se soltando.

Só vi seus cabelos voando enquanto corria para a sala de treinamento.

Meu sangue fervia de raiva, um turbilhão de emoções me consumindo. A fúria era tão intensa que eu mal conseguia respirar. A cada batida do meu coração, uma onda de calor me percorria. Ao chegar no local de treinamento, a expressão de espanto de Hécate e Daemon me atingiu como um tapa na cara. Não fazia muito tempo que havia saído dali, e a minha volta tão repentina era um reflexo da minha própria impaciência e do turbilhão de emoções que me dominavam.

— Achei que você estivesse brincando quando disse que viria antes — Daemon provocou, sua voz carregada de um tom zombeteiro que me fez querer explodir. Lancei-lhe um olhar mortal, a minha raiva se intensificando.

O lobo se calou imediatamente, sentindo a fúria que emanava de mim. Não estava com paciência para suas gracinhas.

— Minha querida, o que aconteceu? — Hécate perguntou, aproximando-se com uma preocupação genuína que, naquele momento, eu não conseguia apreciar.

Só de lembrar, meu sangue fervia ainda mais, a imagem de Hades e Perséfone juntos me queimando por dentro.

— Hades quer que a doce Perséfone me ajude com a manipulação mental — desabafei, a palavra "doce" escapando dos meus lábios com um tom carregado de sarcasmo e desprezo. A raiva se transformava em um veneno que me corroía por dentro.

Não era possível! Com tantos deuses, apenas aquela mulher tinha esse poder? A injustiça me consumia.

— Bom... pensei em sugerir isso a você — Hécate começou cautelosamente, um sorriso amarelo e forçado surgindo em seu rosto, um sorriso que interpretei como uma tentativa de apaziguar a minha fúria. — Nem mesmo eu consigo ler ou manipular a mente dela, mas sabia que você não aceitaria.

Por que insistiam em trazer Perséfone para a minha vida?

— Não quero ajuda dela! — retruquei, cruzando os braços, a minha voz firme e decidida, apesar da raiva que tremia em minhas mãos. — Ela quer o Hades e já me disse isso na cara!

A minha declaração era um grito silencioso de dor e ciúmes.

— Talvez seja pelo motivo de que você usou o poder da persuasão para fazê-la falar — Daemon retrucou, ardiloso, como se estivesse jogando gasolina na fogueira.

Senti vontade de esganá-lo naquele instante. Ele adorava me tirar do sério, e, naquele momento, a minha paciência estava no limite. Mas me contive. Não era o momento para isso.

— Isso não importa! Não quero ela perto do Hades! — gritei, a minha voz ecoando pela sala, carregada de um ciúme que me consumia.

Hécate segurou delicadamente minhas mãos, seus dedos frios e suaves contra a minha pele quente e tensa. Ela me olhava com uma doçura quase materna, como se estivesse diante de uma criança birrenta. Senti um pouco de vergonha pela minha reação, mas o ciúme e a dúvida me impediam de pensar com clareza. Era como se uma névoa tóxica obscurecesse a minha mente.

— Minha querida, ela não ficará perto dele. Ela viria aqui apenas para treiná-la. Apenas pense nisso. Sei que é difícil para você, mas lembre-se de que a esposa dele é você e que ele ama você! — Hécate declarou amorosamente, sua voz suave e tranquilizadora.

Não poderia ser mesquinha e infantil. Entendia que ambas tinham razão, mas a minha raiva ainda ardia dentro de mim. A minha racionalidade estava obscurecida por um turbilhão de emoções. Assenti, emburrada, um gesto que arrancou um pequeno sorriso de Hécate. Respondi com um sorrisinho tímido, indo para o centro da sala para treinar, mas a minha raiva ainda pulsava sob a superfície.

— Chega de treinamento por hoje, vá descansar — Daemon decretou, sua voz cortando o silêncio. Seu olhar era penetrante, como se ele pudesse ver através de mim. Ele se aproximou lentamente, sua expressão séria e preocupada. — Sarah, você está agitada e assim não conseguirá usar seus poderes de forma correta.

— Ele está certo, minha querida — Hécate concordou carinhosamente, sua voz suave como um bálsamo, mas a minha irritação persistia. Assenti a contragosto, mas a minha raiva ainda ardia como brasas sob a cinza.

Sem a devida concentração, meus poderes ficariam instáveis, o que seria um perigo para mim mesma. Mas, naquele momento, o perigo maior era a minha própria raiva incontrolável.

Virtutes Anteros invoco: Eu invoco os poderes de Anteros

Scutum in corde meo et creo et mens contra potestates dei amoris: Eu crio um escudo em meu coração e mente contra os poderes do deus do amor.

Habeo cor your ad imperium meum: Eu tenho seu coração ao meu comando.

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