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Estilhaço (Parte II)

A tia bem cansada chegou do trabalho, e para sua surpresa ela não parecia tão calma como era costumeiro. Aquele sorriso incomum que sempre vinha com um presente em mãos, forá trocado por uma feição de mau dias. E a mesma entrou ágil no quarto e se encarcerou por umas breves horas, esquecendo-se que a mãe da guria a tinha largado naquele casebre sem ela, e só retornaria uma semana depois.

Lembrando-se disso ela saiu rápido de onde estava, com um sorriso imenso e divertido no rosto, como uma cobra admirando a presa, a qual usurparia daquela ingenuidade admirável.

― Fernanda, eu tenho algo pra você naquele meu quarto. ― Confessou, mentindo e nem sentindo temor de alguma outra coisa que não fosse a culpa.

Judite chamando-a e puxando-a pela mão a hipnotisou com aquela confissão curiosa a entrar em seu quarto, só as duas, sem supervisão de um adulto, senão somente a tia e a menina. E o presente, não tinha. 

E quanto voltaram, com um pirulito de morango em mãos, seu preferido, a tia disse:

― O que temos é tão especial, que as outras pessoas não vão entender. ― Falou afável, passando a mão nos cachos desorganizados na cabeça da criança, que berrava bastante.

Ela obedeceu em silêncio, e quando a tia se foi para deitar, esmurrou ela o móvel daquela sala com a força que tinha, fazendo a os dedos da mão sangrassem bastante. No outro dia que se seguiu a dor dos dedos, a família a levou ao hospital para tratar daquela ferida hedionda, contudo nenhum dos médicos notou qualquer sinal de outra coisa divergente ali, já que afinal a tia não era um homem, mesmo queixando-se daqueles sinais claros de violência. E a confissão, pouco coerente dos fatos por ser uma criança, forá rejeitada.

A mãe também não se deu o trabalho de questiona-la sobre o ocorrido, e depois de alguns infernais anos aquilo parecia ter sido tirado da vists dos familiares. Pelo menos das lembranças da tia, mas para a garota estava mais que fresco agora, e a lembrança radioativa queimava como lava nos neurônios.

― Espero um barraco. ― Disse sua amiga a ela, enquanto saboreava uma pipoca queimada. Sobre o banco da igreja as duas lado a lado conversavam, esperando os noivos que ela mesma já tinha esquecido quem eram na memória. Talvez era uma mulher negra e baixa, ou uma branca de alta estatura.

― Nem me fale isso, a família já é cheia de problemas. ― Confessou, ao vir entrar a noiva impiriquitada, com flores e vestido branco bordado. E acertando nenhuma das aparências que imaginara a mulher, voltou-se a vislumbrar daquela cena.

A luz incidia nela com maestria, o néon róseo das luzes estáticas sobre ela como num florescer, e o cabelo vermelho liso caia sobre os ombros corpulentos. Mas algo a incomodava, não sabia se era a luz forte ou a tia com o pano da cabeça, que incrivelmente nao fazia o olhar comum de gentileza e adorabilidade, mas lhe parecia triste, sentada num banco mais a frente, perto dos noivos.

Levantando-se de seu assento quando enfim a noiva chegou ao altar, a tia parou bem a frente na plateia cheia, e a voz quase sem ruído pôs-se a falar, saindo sonora como um esganar de um passaro. E se seguiu naquele comum discurso emocionante de casório, até que surpreendentemente o toque final do recheio do bolo abalou a Fernanda:

― Eu estou em estágio terminal meus amigos... ― Afirmou aflita ― ... não sei se durarei um mês, uma semana, estou em busca de felicidade nesses pequenos momentos agora, não tenham medo, irei rezar e prezar pela vida de todos ali de cima. ― Falou dramática, apontando para o teto acima de suas cabeças.

― Estágio terminal? A diaba te disse algo assim? ― Questionou a Márcia novamente, ouvindo e notando quase insensível que o tecido na cabeça tinha um motivo aparente.

― Eu espero que todos que tenham algo comigo possam me perdoar, eu realmente estou melhorando, peço que tenham compaixão com a minha situação. ― Exprimiu, e mesmo que não a encarando, Fernanda não hesitou em pensar que poderia ser para ela.

A raiva, a dor, a culpa, enchiam como sopa ardente e queimava os seus tecidos internos, e juntamente a vertigem, os sentimentos em turbilhão, e o passado mal resolvido, e a fala da tia violentadora, fizeram com que ela sentisse o baque como em um combo. E levantando-se ela gritou para a mulher de idade bem alto, em pulmões ardentes.

― Você merece morrer.

E quando decidiu calar-se, já era bem tarde. A mãe com o olhar angustiado e reprovante a olhava com desgosto, e talvez ela merecesse aquilo, era uma falta de empatia gritar com uma mulher que a poucos meses diagnosticara o câncer. Mas ela era sua abusadora, então valia de esforço sua empatia?

― Eu causei isso, eu sou o mal da terra. ― falou com a voz embargada, sentindo os nós dos dedos apertarem a saia florida que usava na cerimonia.

Correndo para forá não sabia o que pensar daquele momento infeliz. A chuva que não existia parecia cair naquela noite, mas dos olhos desanimados e angustiados da garota.

Pousando a mão afável sobre o ombro magro, a amiga a consolou, aproximando-se e agachando-se para abraçar o corpo que necessitava de carinho.

― Você não deve deixar isso te matar Nanda, ela não merece que tu chore desse jeito por ela, e tu sabe. ― Falou para que a outra entendesse, abaixando-se minimamente para que tivesse certeza que Fernanda a ouvisse.

― Tua mãe não te merece também gata, você já fez demais pra ela, deixa essa velha ir pras "cucuias" com esses tal de curso que ela quer que tu faça.

Limpando as lágrimas dos olhos, ela sorriu vendo a chuva interna passar, dando lugar a primaveira rosa.

― Você tá querendo que eu mande a minha mãe pra aquele lugar é? Olha a boca Márcia. ― Gargalhou feliz agora, e com os pequenos pingos de lágrimas descendo pelo contagio feliz que o carinho trouxe.

― Não, mas se quiser eu te apoio... ― confessou, puxando a outra para cima.

― ... eu sempre irei te apoiar. ― Completou.

E sairam de mãos dadas, sentindo o carinho e o calor das mãos passarem uma para a outra.

O tempo passou bem rápido, harmonioso depois de tudo aquilo. Umas semanas ali e aqui passavam e Fernanda nem notará, mas percebeu quando foi chamada para um último adeus á tia Judite. E o destino, cruel, verdadeiro, nem mesmo deixou que tivesse tempo para o tchau.

Ao chegar no consultório recebeu a notícia, a mulher havia falecido, batido as botas. E novamente aquela raiva ensurdecedora gritou em seus ouvidos, como em um sussurro sem hora, que estaria ali até em sua morte.

E a falecida, dura como pedra em cima de uma cama de plástico, ainda permanecia com a feição doce, de alguém que a puxaria para o quarto de manhã, e tirasse dela o conforto que tinha dentro de seu eu.

― Eu não acredito que você não me perdoou ― Exprimiu, gaguejando soluçando pelo abalo. Não era sua culpa que a morte chegará a falecida, contudo o remorso pesava sem ver a quem, e a ela aquele peso doia bem dentro da alma.

― Eu era apenas uma criança! ― Gritou aos pulmões em brasa, segurando incontrolada os ombros da tia, fazendo o corpo sem vida balançar como um pedaço de pano.

― Me desculpe se eu fiz algo que a magoou, eu não queria contar ― Falou honesta. Os pingos salgados cairam no rosto engelhado da velha morta, e trazendo a mão gelada de encontre ao céu peito, sentiu finalmente o peso da dor e do trauma que aquela mulher a causará.

E saiu a contragosto do consultório, sabendo que por ali não teria mais caminho para buscar uma justiça que fora à ela, renegada.

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