Capítulo 8
Thiago não estava tão errado quanto às intensões de Bruno para com Laura. E também sabia que mesmo que a mulher que vivia ao seu lado não fosse interesseira, acabaria se rendendo as palavras de um homem educado como o outro. Ele já tinha visto isso acontecer inúmeras vezes e principalmente sabia o que esses homens procuram em mulheres como ela. O que ele não sabia é que Bruno via aquilo como uma competição e Laura era o troféu perfeito.
Os encontros a principio aconteceram em alguma cafeteria perto da escola de Laura, mas naquela noite antes da tempestade cair sobre o corpo de Laura, Bruno planejaria um encontro perfeito em uma de suas propriedades.
As dezoitos horas em ponto, no final do expediente de Laura, um carro a esperava. Um homem em trajes elegantes caminhou até a sua direção. Laura não esperava por aquela recepção e naquele momento não gostou.
— Sra. Souza? — o homem a saudava e Laura assentia com a cabeça. — Sou o motorista do Sr. Salles, devo pedir que me acompanhasse, irei leva-la até ele.
— Não esperava por isso.
— Não se preocupe. Ele pede desculpa por não ter podido vir pessoalmente lhe buscar.
— Ele poderia ter me falado em qual restaurante e teria ido até lá.
— Não iremos para um restaurante.
— Como assim?
— Ele a espera na cobertura próxima ao centro.
— Não foi isso que combinamos.
O motorista não responde nada. Via a confusão e curiosidade no olhar da mulher a sua frente como viu nas diversas outras para o qual foi solicitado o mesmo serviço. No final ele sempre sabia o resultado; todas elas acabam entrando no carro e assim foi com Laura.
O trajeto devido ao horário levaria quase uma hora para concluir, tempo mais que suficiente para uma desistência. Não foi o que aconteceu, Laura seguiu até o final, mesmo que dentro dela crescia uma sensação de angustia lhe dizendo para voltar.
— Sra. Souza chegamos. Sr. Salles lhe aguarda na cobertura.
O motorista abria a porta do carro com o mesmo sorriso solicito que dava para todas.
— Isso não tá certo.
Laura diria e o motorista quis lhe dizer que não estava, mas como das outras vezes não o fez e a deixou aos cuidados do porteiro e suas instruções de chegada ao seu destino final: a alcova de Bruno Salles.
Enquanto Laura seguia para sua cobertura, Bruno servia duas taças de pro-seco para sua recepção de boas vidas e a aguardou no hall.
— Quem você pensa que é? — Laura diria aquelas palavras assim que as portas do elevador abriu e ela o viu com um sorriso convidativo no rosto. — Que prepotência todo é essa? O que está achando que eu sou...
Laura pararia de cuspir aqueles questionamentos assim que seu cérebro conseguiu processar as imagens que seus olhos enviavam. O homem a sua frente estava absurdamente atraente vestido em terno fino e sofisticado com duas taças reluzentes de cristal.
— Eu acho você está linda! E devo lhe pedir desculpas por não ter informado que nosso jantar seria aqui. Julguei que seria melhor do que em um local onde outras pessoas pudessem nos ver e pensar algo diferente do que é.
Bruno estendeu a taça para Laura que a pega tentando processar o que ele lhe dizia com aquela voz grossa e baixa ao mesmo tempo. Isso era diferente entre aqueles homens idênticos. Thiago nunca conseguiu falar baixo.
— É porque não está acontecendo nada entre nós.
Não havia muita convicção na resposta de Laura naquele momento e consciente disso Laura sorveu o vinho.
— Justamente, por isso pensei em um lugar discreto. Por favor, queira entrar.
Bruno abre caminho para que ela entrasse em uma de suas propriedades. Os olhos dela ficariam maravilhados com lhe era exposto. Uma sala ampla emoldurada por grandes janelas balcão de vidro que seguiam até o teto, se ela fosse até o terraço teria uma bela vista daquela cidade começando a ficar iluminada.
— É muito bonito aqui.
— Obrigado. Gostaria de conhecer o resto?
— Não acho que seria apropriado.
— Como desejar, mas, por favor, sente-se.
Laura sentou ainda com receio em um daqueles sofás dispostos naquela sala que certamente comportaria todo o apartamento que vivia com Thiago.
— Estive pensando em algo para poder aproximá-los...
— Deve estar com fome.
— Ah! Sim. Estou.
— Então faremos o seguinte. Vou servir o jantar e então aí você me conta o que planejou.
Laura levantaria o seguindo sem jeito com a taça quase vazia na sua mão. A mesa já estava elegantemente posta, apenas aguardando seus convidados. Bruno a encarou mantendo seu sorriso.
— Dê-me isso. — esticou a mão em direção à taça. — Vou lhe servir mais vinho.
— Não sei se devo beber mais.
— Apenas mais uma não te fará mal, ou vinho não seja a sua bebida favorita. Posso providenciar outra de sua escolha.
— O vinho está perfeito. Acho que nunca bebi nada assim tão bom. Só não acho que devo beber mais.
— Prometo que te ofereço só essa.
— Vou aceitar porque já colocou na taça e não podemos desperdiçar.
Bruno soltou um riso o qual faria com que Laura relaxasse. Diante da mesa ele afastaria sua cadeira para logo em seguida pedir licença e sumir no outro cômodo. Antes que Laura pudesse fazer uma inspeção com seus olhos pelo lugar ele retornaria com dois pratos de salada já montados. Assim dariam inicio aquela refeição, na qual o prato principal ansiado por ele era a mulher tímida e receosa a sua frente.
Bruno a levaria por outros assuntos deixando a mais distante do que a desculpa de tê-la ali. A última coisa que ele deseja era colocar o outro entre eles. A promessa de ficar apenas naquela taça também seria ignorada, com a garrafa e pratos vazios ele a levou até o terraço.
— Que vista maravilhosa você tem daqui Bruno!
— Muito e hoje ela ficou ainda mais.
O corpo dele se aproximou ao dela. Seus olhares se cruzaram e por um momento quase que Laura cedeu.
— Não diga isso. Não dessa forma. Por favor!
— Desculpe se fui inapropriado, mas não posso mentir. Você é muito bonita Laura. Merece tudo o que essa vida tem de melhor.
Ele sabia como dizer aquelas palavras. Ele sabia o efeito que elas tinham. Ele também sabia que os gestos contavam e sendo assim, retirou seu casaco depositando sobre os ombros dela ao perceber que a brisa da noite estava mais amena.
Laura não consiga tirar seus olhos dele. O vinho estava no comando, inebriando sua racionalidade. Já não conseguia controlar o que vinha sentindo por ele nesses dias que se seguiram. Ela apenas escutava seu coração e as palavras ditas por ele: "Você é muito bonita Laura. Merece tudo o que essa vida tem de melhor." Seu corpo seguiu instintivamente para mais próximo ao dele, como se lhe desse a permissão de ser reivindicada como sua. E assim ele fez. Seus lábios coloram aos dela em um beijo suave.
Fazia anos que essa sensação de prazer não acontecia em sua barriga. A última vez que sentiu foi justamente quando teve seu primeiro beijo com Thiago. O beijo se prolonga, e fica mais urgente. Ele a quer. Ela o quer. Quando Laura se dá conta está em seu quarto com ele beijando seu pescoço e percorrendo o seu corpo com aquelas mãos quentes.
— Para! Para! Para Bruno!
— Não posso! — Bruno sussurra em seu ouvido.
— Não! Eu não posso!
Laura consegue gritar e afastar Bruno de seu corpo saindo correndo daquele quarto. Bruno só a alcançaria no hall do elevador.
— Não vai! Fica!
— Você sabe que não posso. — o elo que tinha com Thiago a impedia de continuar ali, mesmo que esse fosse o seu desejo e por isso dizer aquilo a estava machucando. — Não faz isso comigo! Não me olhe dessa forma! — Bruno não facilitava seus olhos a desejavam ainda mais e ela conseguia sentir isso. — Droga! Porque demora tanto! — Laura apertaria insistentemente o botão do elevador.
— Está tarde. Deixe que a leve.
— Você está louco? Depois do que aconteceu não nos podemos mais nos ver! Não dê nem mais um passo! — Laura estendeu o dedo para ele assim que ele fez menção em se aproximar.
— Vou pedir que meu motorista te leve.
— Não precisa! O que preciso é sair daqui. Finalmente!
O elevador e apesar do que aquela palavra "finalmente" representava Laura não sentia alívio, pelo contrário, sentia angustia. Quando as portas se fecharam ele ainda permaneceu ali como se aguardasse um retorno. Ela não voltou. Não com a rapidez que ele imaginou. Porém Bruno não contava que o outro jogador fizesse uma jogada ao seu favor. Naquele momento de derrota não sabia que sua estratégia estava mais viva e possível do que quando ela o deixou. Em breve ele saberia
Laura completamente sem rumo depois que Thiago a expulsou seguiu a esmo por entre as ruas. Um táxi passaria por ela. Laura faria o sinal. O motorista parou e Laura assustada entrou.
— Para onde?
— Não sei!
As suas mãos tremiam, seus olhos ainda estavam turvos e sua consciência não a deixava pensar com racionalidade.
— Preciso de um endereço senhora.
— Eu não sei o endereço! — Laura em seu ato de desespero gritaria com o homem. — Segue para o centro de lá eu indico o lugar.
O homem contrariado ligou o taxímetro e seguiu para o centro da cidade observando a mulher pelo retrovisor. Havia marcas de choro naqueles olhos, mas não haveria mais choro até que o carro parou diante ao prédio que ela havia fugido horas antes.
— Boa noite! — Laura seguiu para o hall onde o porteiro estava esparramando em sua cadeira quase pegando no sono. — Estive aqui mais cedo...
— Sim eu me lembro. Esteve com o Sr. Salles, mas saiu daqui correndo.
— Isso mesmo! — Laura esboça um sorriso de constrangimento. — Sabe me dizer se ele ainda está?
O homem a encara com desconfiança.
— Esqueci algo com ele.
— Sei. Só um momento.
O homem retira do gancho o telefone e pressiona alguns botões. Seu semblante é pesado e Laura fica apreensiva e em sua mente fica a pergunta: "Por que vim para cá?".
— Boa noite Sr. Salles, desculpa incomodá-lo nesse horário, mas a senhorita...
Bruno não o deixaria que completasse sua sentença liberando a entrada de Laura imediatamente.
— A senhorita pode subir.
— Muito obrigada.
Dessa vez o elevador estava ao seu favor estacionado como se a esperasse e o trajeto que ele fez até o seu destino lhe pareceu mais rápido do que da outra vez.
Ele estava lá como do outra vez, a diferença estava na ausência das taças de vinho em suas mãos. Também não havia sorriso visível em seus lábios. Estava sério e concentrado.
— Me desculpa por aparecer aqui assim... — Laura não aguenta e começa a chorar.
Bruno segue em sua direção a envolvendo em seus braços tirando a mala de sua mão.
— O que aconteceu? O que ele fez com você?
Laura ainda não conseguia lhe dar resposta o choro ainda era a sua única ação. Bruno não lhe pressionou, apenas a acolheu ainda em seus braços acomodando-se em um dos seus sofás. Laura deixou se afundar em seu peito e ele esperou o seu tempo lhe afagando os cabelos.
— Ele sabia...
A voz dela saiu em um sussurro doloroso.
— Ele sabia de nós.
Bruno fora do campo de visão de Laura sorria com satisfação.
— Como?
— Não sei! Ele apenas soube que algo estava acontecendo.
— Olhe para mim. — Bruno elevou o rosto dela segurando em seu queixo. — Ele te bateu.
— Quase. Ele se controlou e eu não sei como, mas me expulsou de sua casa.
— Fico feliz que tenha vindo para cá.
Bruno a abraçou mais apertado e Laura sentiu-se segura ali.
— Deve estar exausta com tudo que aconteceu. Precisa dormir.
— Não sei se vou conseguir.
— Eu ficarei com você.
— Isso não está certo Bruno.
Novamente ele puxou o rosto dela para o seu e a olhou profundamente em seus olhos.
— Quero que confie em mim. Nada vai acontecer se você não quiser. Eu vou te colocar na cama e te abraçar até que durma apenas isso. Tudo bem?
— Tudo bem.
Bruno a guiou de volta para seu quarto. Ele afastou a colcha e arrumou os travesseiros. Laura removeu seus sapatos e deitou. Bruno seguiu no mesmo gesto descartando seus sapatos e paletó. Deitou do seu e lhe ofereceu o peito. A cabeça dela se acomodou ali e os braços dele envolveram a em um abraço quente. E como esperado ela adormeceu.
O dia começaria muito cedo para eles. A claridade que invadia o quarto despertou Laura que ainda se encontrava aninhada no peito de Bruno. Em um primeiro momento sentiu-se confusa e então as lembranças voltaram e apertavam seu peito.
Ela se afastou. Ele ainda dormia serenamente. Ela observava o desenho familiar daquele rosto. Bruno mais alvo e sem as marcas de sardas como Thiago possuía. Os cabelos mais curtos e sem os cachos que no outro formavam. Mas o nariz e a boca eram exatamente iguais. Laura não se contém e deposita ali um beijo.
Os olhos de Bruno respondem abrindo vagarosamente e então ela pode observar outro ponto de igualdade entre eles, a cor intrigante daqueles olhos. O oceano lhe encarando. Sem dizer uma única palavra ele a trouxe novamente para perto lhe beijando. Um beijo de verdade e não um roubado como ela fizera. Um beijo onde línguas invadem e brigam por espaço. Beijo que acendem desejos escondidos, que libertam mãos, ou mais, que libertam mentes e corpos e era isso que acontecia com eles naquele momento. Estavam se libertando.
Lentamente ele removeu suas roupas sobre o olhar atento de Laura para depois fazer o mesmo com ela. Quando nus a contemplou. Sua mão caminhou suavemente por aquele corpo também recebendo a retribuição por parte dela. E mais uma vez ela ficaria espantada com a semelhança. Tirando as cicatrizes que Thiago tinha espalhada pelo seu corpo eram exatamente iguais e então desejou saber se ele seria igual ao fazer sexo com ela.
— Algo errado? Quer parar Laura?
— Não!
Laura tomou novamente seus lábios com urgência descendo com uma das suas mãos até encontrar o pau duro de Bruno. Ele sentiu satisfeito pela inciativa que ela tomou ao demonstrar que o desejava com a mesma intensidade e que permitia irem até o fim.
Também passaria a tocá-la por entre as pernas a invadindo com seus dedos com facilidade. Laura estava totalmente úmida e desejosa e Bruno queria prova-la. Enfiou o rosto por entre aquelas pernas e assim o fez. Descobriu o gosto além do cheiro.
— Eu quero tanto você Laura! Tanto!
— Agora estou aqui!
— Você me quer também?
Laura abriu os olhos e o encarou. Ele ainda a invadia com os dedos sem trégua.
— Me diga Laura, você me quer?
Laura desviou o olhar para a junção entre seus corpos, onde a mão dele trabalhava incansavelmente.
— Quero!
Aquela palavra era tudo que Bruno buscava. Seus dedos saíram do corpo que ansiava por ele e buscaram o preservativo na gaveta do criado mudo ao lado da cama. Com calma ele desfez o lacre e a vestiu e antes que a tomasse para si tornaria a lhe beijar e foi no meio daquele beijo que ela percebeu que eram diferentes. Bruno mais delicado que Thiago, e nem por isso menos do que ela necessitava. Laura naquele momento precisa exatamente daquilo que Bruno lhe oferecia.
Ela alcançou o prazer primeiro que ele e assim que ele encontrou o seu tornou a aconchega-la em seus braços. Novamente se deixariam serem guiados pelo sono até o meio daquela tarde.
— Acho que devo dizer boa tarde!
— Meu Deus! Que horas é Bruno?
— Hora de lhe alimentar. Tome um banho, vou preparar algo para comermos.
— Você sabe cozinhar?
— Como assim? Não gostou do jantar de ontem?
— Nem por um instante pensei que tenha sido preparado por você. A salada talvez.
— Está certa. Mas saiba que sei fazer ovos mexidos incríveis!
— Preciso comprovar isso!
Bruno lhe beija gentilmente na testa e abandona a cama. Laura observa seu dorso nu. Tão lindo quanto o outro e agora ela sabe que é também diferente. Na intensidade, no cheiro e principalmente no gosto. O que ela não sabia ainda era de qual gostava mais. Era muito cedo para tal decisão. E também para abandonar aquela sensação de conforto que ele oferecia e por conta disso deixou que ele a explorasse novamente no final daquela e novamente durante a madrugada e pelo tempo que ele desejasse. Estava disposta a ficar ali em seus braços e agraciada pelos seus toque e beijos até ele cansar e o que ele demonstrava era exatamente o oposto. Sentiu-se de volta ao inicio quando o outro agia da mesma forma e sem deixar que os pensamentos ruins voltassem entregou-se novamente ao sono. Aos sonhos de um futuro melhor.
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