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Capítulo 4

Silvia Salles terminava de se arrumar para o grande dia. A leitura do testamento. Ainda temia pelo que seria revelado diante de Bruno. Não estava preparada para aquela conversa. Ou talvez fosse melhor assim, não precisaria justificar mais para si esse muro que havia colocado entre eles. E como Bruno reagiria diante a verdade de sua origem? Questionava-se. Ele sempre fora uma criança muito emotiva e cresceu sendo um homem sentimental e frágil e durante essa semana que passou pode observá-lo ao longe. Ele não tinha superado aquela perda.

— Sra. Silvia, o carro a espera.

Marisa bateu sutilmente na porta aberta dos aposentos de sua patroa. Estava na hora de todos ali saberem como a suas vidas seguiriam daquele ponto em diante. Marisa também temia pela fragilidade emotiva do Bruno.

— Estou descendo.

Silvia não arrostou mais do que o necessário àquela partida. Apenas pegou sua bolsa e acomodou no acento confortável de um dos carros executivos da empresa do marido. Ela poderia ter seguido no seu particular, mas por não saber como seu estado emocional estaria ao final da leitura aceitou ser levada por um motorista particular.

O trajeto até a construtora era longo e dependendo do trânsito só piorava, seriam longos e angustiantes quarenta minutos para Silvia Salles. A chegada já era esperava. Marcos o assistente pessoal de Bruno a aguardava na entrada. Ele sabia como a mãe de Bruno era reserva e por conta disso decidiu ele mesmo ir até o seu encontro.

— Boa tarde, Sra. Salles queira me acompanhar até a sala de reunião, Bruno está terminando algumas ligações e logo estará ao seu encontro.

— Como ele está Marcos?

— Já esteve pior nos primeiros dias Sra. Salles, agora acredito que está começando a aceitar a perda do Sr. Salles. Todos nós aqui da construtora ainda estamos.

— Ele nos fará muita falta.

— Fique à vontade. Vou pedir para lhe trazerem um chá, café...

— Não precisam me trazer nada. Estou bem assim. Obrigada Marcos.

— Não precisa me agradecer Sra. Salles. Com sua licença.

Silvia encarou aquela sala vazia de almas. Apenas objetos sem vida a compunham. Imaginou quantas decisões importantes seu marido havia tomado ali. Talvez o testamento fosse à última delas.

Enquanto Silvia levantava questionamentos em sua mente outra pessoa ainda mais ressabiada chegava à sede da Construtora Salles. Thiago passaria pelo portal de vidro daquele importante estabelecimento vestido da maneira mais formal que encontrou tudo a pedido de Laura. Tirando a fase em que trabalhou como segurança em uma casa de shows, Thiago não usava ternos e não estava disposto a usar um naquele dia então seguiu apenas com a sua melhor calça jeans e uma camisa que Laura havia lhe dado de presente e que não teve oportunidade de usar. Também dispensou a moto e seguiu de metrô chegando em cima da hora a que o documento informava.

Olhou atônito tudo ao seu redor. Não se lembrava de ter estado dentro de algo tão grandioso e bonito como aquele. Sentia-se um peixe fora d'água e raramente se sentia dessa forma. Thiago era um sobrevivente da vida e por conta disso um ser fácil de adaptar.

Caminhou devagar até a recepção onde três belas jovens se dividiam entre papéis, crachás e telefonemas. Uma delas o encarou. Num primeiro momento foi um olhar rápido ou segundo veio intenso e com uma expressão de incredulidade. Como se uma brincadeira de mau gosto a tivesse tocado. Quando Thiago removeu os óculos escuros ela já não entendia mais nada.

— Boa tarde!

— B... Boa tarde?

— Meu nome é Thiago Silva, estou aqui por conta disso.

Thiago entregou para a moça que permanecia com ar desconfiado para ele. Ela pegou o documento de forma mecânica, não conseguia tirar seus olhos dele e também suas outras colegas que haviam deixado de lado o que faziam apenas para entender o que era tudo aquilo. Thiago sentia-se incomodado com aqueles olhares. Parecia que elas estavam vendo um fantasma.

— Er... Por favor, queira aguardar um instante que logo alguém virá busca-lo, Sr. ...

— Thiago Silva. — respondeu Thiago deixando transparecer sua irritação.

Sentou em uma das poltronas e tentou se distrair com alguma das revistas que ali estavam. Todas sobre construções e dessa forma totalmente desinteressantes para ele. Desejou ir embora, a curiosidade falaria mais alto, sendo assim, resignou em sua espera.

Sua espera não foi longa. Marcos aparecia novamente na recepção para escoltar o convidado que faltada e quando colocou seus olhos nele entendeu todo o espanto que a recepcionista deixou transparecer na ligação.

— Sr. Silva? — Marcos olhava para o homem a sua frente atônito, esperando que a resposta dada fosse revelar uma brincadeira de mau gosto.

— Sim.

Até a voz, mesmo dita naquela única palavra vinha como um assombro.

— Por favor, me acompanhe.

Thiago o seguiu até a sala de reunião onde todos já aguardavam esse convidado misterioso chegar. Bruno e Silvia não entenderam quando o advogado informou que mais uma pessoa era esperada. O coração da Silvia apertou de forma dolorida, e seus pensamentos foram guiados até as noites de alucinações onde Bernardo falava coisas sem nexo. E agora sentia que não eram assim tão sem nexo.

Rostos com expressões de horror saudariam Thiago assim que Marcos anunciou a sua chegada.

— Pois bem! Agora que todos chegaram podemos dar continuidade ao último desejo de Bernardo Salles. — o advogado de longa data de Bernardo quebraria aquele silêncio tenebroso que instalou naquela sala de reunião. — Rapaz queira se sentar.

Thiago visivelmente sem graça e tão confuso quanto os outros olhos ávidos por resposta sentou na cadeira isolado do outro lado da mesa ficando diante do outro homem que compartilhava com ele algo mais do que somente a idade.

— Hoje estamos aqui como a última vontade do Sr. Salles e leremos o seu testamento. Todos de acordo?

Silêncio.

— Então continuamos.

Todos receberam cópia daquele documento em mãos, mas ninguém ousou em ler. O advogado fazia a leitura em voz alta, mas ninguém além dele conseguia prestar atenção ao que era dito. No termino uma carta foi entregue a Thiago.

— Alguma dúvida? — o advogado encerraria ali.

— Quem é você?

Coube a Silvia fazer a pergunta que todos ali desejavam desde o momento em que Thiago colocou seus pés dentro da sede da Construtora Salles.

— Já não sei mais quem eu sou depois de tudo isso. — Thiago apontava para os papeis que repousavam a sua frente. — Não sei quem é ou quem foi esse Sr. Salles, nunca o vi em toda minha vida. E agora vendo esse cara estou ainda mais confuso. — Thiago apontava para Bruno.

— Talvez a explicação de tudo isso esteja nessa carta que meu pai deixou para você. Porque isso... — Bruno apontaria para ele e Thiago. — tem de ter uma explicação e tal a senhora começar a nos dar porque tá mais do que evidente que somos gêmeos! É semelhança demais para ser apenas uma coincidência e se fosse porque raios ele estaria aqui?

Raras foram às vezes que Bruno se exaltou em sua vida, Silvia conseguiria enumerá-las em seus dedos. Diante daquele fato estampado em suas caras entendia perfeitamente aquelas palavras e o tom por ele usado. O que ela não entendia é como tudo aquilo fosse possível.

— Não sei nem por onde começar!

— Que tal pelo começo, onde você me diz que fui adotado, o que explica e muito a forma como você me tratou durante toda a minha vida.

— Bernardo porque você fez isso comigo? É uma punição? Por que eu que tenho que revelar esse segredo que você mesmo criou? A ideia foi sua e só fui sua cumplice.

Silvia não aguenta o peso e começa a chorar.

— Eu não sei que porra tá acontecendo aqui, o que sei que sou filho da minha mãe. Algo que ela sempre deixou muito claro já que me culpava pela merda que foi sua vida. Se ela te vendeu, jogou no lixo, enfim, acredite você foi o que ficou com a sorte.

Thiago despejava aquilo com muito pesar e rancor. O tempo que passou ao lado da mulher que lhe trouxe ao mundo lhe deixaram marcas não apenas em seu corpo, marcaram profundamente sua alma.

Bruno o ignorou. Sorte? O que ele queria dizer com sorte sendo que viveu aqueles trinta e oito anos em uma completa mentira. Mendigando amor daquela mulher que julgava ser a sua verdadeira mãe e se culpando por não conseguir ter seu afeto.

— Mãe olha para mim? — Silvia encarava o nada. — Silvia? Já nem sei mais como chamar você! Preciso de uma explicação! Você me deve uma!

— Bernardo e eu estávamos casados já tinha três anos e nada de gravidez. Sofria pressões por todos os lados, meus pais, os pais de Bernardo até o próprio Bernardo me cobravam. Não entendia o que estava acontecendo e ele desejava demais ter um filho. Começou a ficar distante, passava horas no trabalho. Aconteceram as viagens. Quase já não voltava para nossa casa, passou a morar em apartamento aqui no centro. Eu sentia que estava lhe perdendo. Fui atrás de um médico, precisa entender o motivo de não conseguir engravidar. O diagnóstico... — Silvia voltaria a chorar, as lembranças pensando em sua memória. — Quando contei para seu pai a reação dele me surpreendeu. Ele me pedia desculpas por tudo que me influiu naquele tempo. Não passou muitos dias ele veio com a ideia de adotarmos uma criança. — Silvia encarou Bruno nos olhos. — Preciso dizer que não gostei daquilo, mas o seu desejo de ter filho era tão intenso que não pude dizer não e você conhece o poder de persuasão do seu pai. Só que tinha uma condição. — nesse momento Silvia desviou seu olhar para Thiago. — Ninguém poderia saber que adotamos e quando digo ninguém isso inclua até nossos pais. Uma farsa total era o que ele planejava com direito a barriga falsa. A única pessoa que sabia era Marisa.

— Marisa?

— Sim meu filho.

— Não sei se quero que continue me chamando assim.

— Enfim, seguimos para nossa residência de campo e lá esperaríamos a gestação de fachada se concluir. Quero que saiba de uma coisa Bruno ele te amou de forma genuína como se você fosse realmente filho dele tanto que o ciúme dessa relação me afastou de você. Agora quanto a você rapaz eu nuca soube se sua existência e mal sabia de onde Bruno veio. O único que poderia nos dar essa resposta era Bernardo, ou talvez sua mãe.

— Impossível! Ela pelo bem de todos está morta. Isso tudo é muito podre, vindo dela não seria diferente. Essa história está muito mal contada. Uma gravidez fingida! E nada do que foi revelado aqui mudará a merda que foi minha vida o que me interessa é esse dinheiro que me deixou. Só me digam onde preciso assinar para receber e sair daqui o mais rápido possível.

Bruno não conseguiu disfarçar mais sua frustração e desprezo por tudo que se passou dentro daquela sala e os abandonou sem dar qualquer explicação. Ignorou os elevadores e seguiu em direção as escadas. Precisava de ar. Estava sufocado. Sufocado pela verdade. Pela descoberta de que a sua vida não passou de uma mentira. Foi arrancado dele tudo. O distanciamento da mulher que julgava ser sua mãe fora explicado e a constatação de que o pai que tanto idolatrou nunca fora o seu de verdade. Uma encenação, apenas isso. E o pior, não era único, havia outro igual ele em algum lugar nesse mundo. E no final até a mãe biológica estava lhe sendo negada.

Atravessou o portal de entrada da Construtora com as vistas turvas diante do ódio que crescia em seu peito, parou apenas quando sentiu um baque em seu peito. Uma mulher havia chocado contra ele. Uma mulher com olhar acolhedor e assustado. Uma mulher que o levaria para longe de tudo aquilo. Para um refúgio? Bruno não sabia, apenas deixou ser guiado. 

xXx

Gostou do capítulo que tal deixar aquela estrelinha? Amou que tal indicar para os amigos? Adoro receber comentários! 

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