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Reconhecer

  Celeste pressentiu quando não sentiu mais o calor do corpo de Leyak junto ao seu.

  Ao abrir os olhos, havia amanhecido e ele nao estava sob a cama.

Segurou o lençol, sentindo o cheiro dele em seu corpo.

Leyak saiu em direção ao reino de Celeste.

Quando voltou já estava na hora da ceia.

  A mesa estava posta, ele pediu a um dos servos para chamar Celeste para ceia.

Seria a primeira vez que iriam comer juntos.

Celeste escovava o cabelo, quando ouviu uma batida na porta do quarto.

_ entre.  _  disse

_ princesa, vossa majestade a convida para a ceia.

-  dizia uma mulher, um dos servos do castelo.

Surpresa, ela responde

_ diga a sua majestade que prontamente estarei a ceia.

_ claro, princesa.

  A mulher se retirou.

Segundos depois, ela caminhou ate a sala de jantar.

O lugar era imenso, havia uma mesa de madeira muito grande.

A mesa estava bem servida.

Celeste observou Leyak, ao sentar-se.

Leyak estava serio com uma das mãos sobre o queixo.

A observava.

Havia a mesa que os  distanciava.

Uma mulher a servia.

_ obrigada. - Celeste agradece a mulher que a servia a comida gentilmente.

Enquanto desfrutava da comida, notou que Leyak nao tocou em nada.

Parecia distante dali.

Depois da ceia:

    Ainda surpresa, por aquele dia diferente ao lado de Leyak, e a forma com ele parecia estar tão distante e desatento, Celeste o observava em busca de alguma resposta.

Estavam na sala do castelo

_ os seus pais estão vivos.

  Leyak murmurou de repente após segundos em silencio.

Quando a observou seu coração sentiu alguma alegria pois, Leyak a viu sorrir.

_ isso é maravilhoso!  murmurou com os olhos com um brilho intenso de felicidade.

Leyak virou-se de costas para ela, nao queria que ela o visse dizer.

_ voce esta livre Celeste.

De repente, o silencio.

Leyak virou-se e a encarou, ela tinha o semblante de surpresa.

_ esta livre, volte a seu reino, prometo nunca mais interferir.

_ ou nos atacar?

_ dou minha palavra. - ele diz quase em um murmurio

_ estou realmente surpresa.   Celeste murmurou buscando reações naquele homem visivelmente atordoado.

_ nao fique.

A noite maravilhosa que tiveram.

O dia anterior.

Os pais dela estarem vivos.

Celeste nao saberia o que o fez liberta-la.

Sera que ele a amava? _ se perguntava

Leyak a encarou e ela o observava cheia de duvidas.

_ porque Leyak?

Celeste finalmente perguntou

_ não preciso de um motivo, voce nao pertence a meu reino.

Leyak jamais admitiria qualquer tipo de emoçao.

_ é tão difícil a vossa majestade admitir algum sentimento Leyak?

_ do que esta falando? Eu a libertei, fiz apenas o que deveria fazer.

_ não teria o feito se não fosse por um motivo.

_ esta liberta, como desejava.

Celeste ficou em silencio.

_ pedirei a um de meus servos para leva-la de volta a seu reino.
  
Leyak a observou, e depois de uma breve pausa diz 

_  espere aqui.

Ao ver ele se afastar, ela fechou os olhos sentindo sua alma doer.

Tão difícil seria a Celeste admitir que havia se apaixonado por Leyak

Ama-lo seria como trair seu povo.

  Celeste nao poderia amar aquele homem.

  Porém, o amor nao avisa ao chegar, ele vem como um golpe que nos deixa sem fôlego.

Nos deixa sem razão

Se ao menos Celeste pudesse senti-lo.

Quando Leyak regressou minutos depois, estava acompanhado de um de seus fieis servos.

_ este é Olavo, a levara de volta a sua casa.

_ você nao vai me acompanhar?

Ele a fitou
_ nao. - Disse frio e com um semblante indecifrável.

_ o dia foi muito agradável hoje, obrigado, Leyak.

Leyak na diz nada, seu coração estava sangrando.

_ eu disse obrigado Leyak.

_ obrigado pelo o que? por eu ter violado você?  Por te-la privado de sua liberdade? Talvez por ter destruído seu reino?

  Celeste sentiu uma pontada em seu peito, ouvi-lo admitir todos os seus erros a fez ter certeza dos motivos que o fez liberta-la.

_ obrigada pelos últimos momentos, ainda que foi uma despedida.

  Leyak riu, a mesma gargalhada diabólica que ela já vira antes.

_ esta livre princesa.

   Leyak diz, e virou-se ao homem que a levaria para longe _ a leve com cuidado.

_ sim majestade. - o homem  diz com seriedade.

E sem mais, ele saiu do ambiente.

  Nenhuma despedida.

  Como ela poderia pensar que naquele coração gelado teria algum sentimento?

  Leyak foi para o quarto, e olhou a cama que ela dormia.

  Deixaria aquele lugar como um templo, intocável.

Celeste havia deixado uma marca em sua alma.

  Em seu corpo o seu sabor ficaria enquanto vivesse.

  Leyak queria se embriagar ate a morte.

  Aquela dor era muito forte.

Celeste não estava ali.

Não iria vê-la.

Ou toca-la.

  Não teria mais seu corpo junto ao dele.

  Se ele era mesmo um demônio como diziam, finalmente conhecera o inferno.

Celeste foi deixada em seu lugar, o seu reino.

  Celeste reencontra os pais, e muitos dos que ali viviam.

  Teria apenas que recomeçar.

  Agora que tinha sua liberdade novamente, iria voltar a viver.

  Mas, e seu coração?

Leyak estava com ele.

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