_ aquele monstro a feriu? _ o pai dela perguntou

_ já passou papai. _ ela estava em seu quarto.

_ nao, nao passou, e como rei vou faze-lo pagar.

ela encarou o pai se sentindo exausta.

_ estou aqui meu pai, e estou bem.

_ nao pode ver o que vejo minha filha, e nao a vejo bem.

ela desvia  o olhar, o motivo de sua tristeza era ter deixado o castelo e amar a Leyak, que deveria ser seu inimigo.

_ o farei pagar, o que ele nos fez nao tem perdão.

_ o que pensa fazer? _ ela estava preocupada com o que pudesse ocorrer

_ ele pensara que esquecemos, entao agiremos.

_ papai, nao tem que fazer isso.

o rei a observou _ olhe para mim minha filha._ ela o fez
_ aquele homem quase destruiu seu reino, apenas por desejar, ele já tinha tudo o que poderia querer, ele quer apenas um reino.

_ ele nao quer mais nada papai.

_ ele possuiu voce? _ ela enrubesceu

_ nao. _ ela murmurou, mas nao poderia mentir ao homem que a criou

_ esta mentindo.

_ eu já o perdoei meu pai.

_ nao diga isto, pois considerarei uma traição ao nosso povo e a si mesma e a nós, seus pais.

_ eu nao quero mais guerras ou lutas.

_ nao será uma guerra, será merecimento e se ele a tocou vou mata-lo.

ela sentiu desespero.

como dizer ao pai que amava a Leyak se nem mesmo ele sabia disto?

_ pai ouça-me, ele deu sua palavra que nao mais vai interferir em nosso reino.

_ pois duvido que aquele homem honre alguma palavra, quando o próprio nao possui escrúpulos.

_ eu pude ver isso meu pai, em seus olhos.

_ esta apaixonada por ele! _ o pai diz

ela calou-se

_ diga-me Celeste!

_ eu... eu nao sei, nao posso ter a consciência disto agora meu pai.

_ como pode ter se permitido sentir algo por um homem que quase matou seus pais e seu povo?

ele tinha razão, mas o amor mudava tudo, e agora ela sabia disto.

_ nada foi planejado meu pai, apenas aconteceu!

_ o que ele fez foi planejado e de forma cruel. Esqueça-o.

e ele retirou-se.

finalmente, ela deixou suas lágrimas a invadirem.

em seu castelo, Leyak sentia-se sufocar.

ele deixou Celeste partir sem saber o que sentia.

talvez nunca mais pudesse ter aquele sentimento que havia nascido em seu coração por ela.

ele tinha que dizer a ela o quanto a amava.

mesmo que ela nao o quisesse.

mesmo que lhe custasse a vida.

que vida poderia ter sem Celeste?

seria o mesmo, solitário  e sombrio.

e ela o havia mudado completamente.

estava com uma garrafa de bebida nas mãos.

nao poderia passar o resto de seus dias daquela maneira.

quando amanheceu, ele despertou sentindo-se pior.

todos do castelo percebiam, o quanto ele estava sofrendo.

estava sozinho na sala de jantar, quando um de seus servos se aproximou.

a mulher o encarava

_ eu nao quero nada. Me deixe sozinho.

_ sim, majestade voce quer.

ele encarou a mulher _ de que diabos esta falando?

_ posso sentir a dor em sua alma majestade.

ele ficou em silencio alguns segundos e logo disse

_ cale-se e me deixe sozinho, já disse.

_ precisa dizer a ela o que sente majestade.

ele deu um soco na mesa

_ eu já disse para me deixar sozinho, insolente!

_ nao pode continuar se auto lesionando sendo uma pessoa que nao é majestade.

_ é mesmo? _ ele se aproximou da mulher _ segundo voce, o que sou?

_ um homem solitário.

ela tinha razão.

_ é o que desejo ser, e se nao sair de minha frente posso nao precisar mais de seus serviços.

_ apenas siga os seus desejos majestade.

ele diria algo mais, porem calou-se

a mulher se retirou.

Leyak, sentia-se despedaçado.

ele se enclausurou no quarto.

quarto este, onde teve momentos de paixão com Celeste.

parecia que se auto flagelava.

pensou na forma em que a havia tratado a primeira vez que a tocou.

tirando dela sua pureza de forma bruta.

sentiu ódio de si mesmo.

pensou na ultima noite que tiveram.

alguém bate a porta, interrompendo seus pensamentos.

_ entre. _ ele diz

era a mesma mulher que cuidava dos afazeres do castelo.

estava com roupas em suas mãos

_ o que isto? _ ele perguntou observando

_ sao as roupas da princesa, as mesmas que ela usou enquanto esteve aqui.

ele suspirou _ deixe-as e saia.

a mulher colocou as roupas sobre a cama e retirou-se.

ele pegou um dos vestidos, estava rasgado.

aquele vestido ele rasgou enquanto a possuia.

ele deitou-se sobre a cama com o vestido entre as mãos.

e chorou.

Leyak chorou revelando todos seu sentimentos.