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Das coisas que mais senti falta no velho continente foi a de ter um bom amigo, um confidente. Nas minhas traquinagens infantis, sempre tinha Ubiratã por perto. Quando chegamos a Portugal, fui proibida de me juntar às brincadeiras dos meninos. Ana e Ângela não me acolheram como prima em suas brincadeiras na infância e nem em suas amizades da mocidade. Sequer sofri quando me despedi delas. Queriam a mim tanto quanto eu queria a elas: quase nada. Não as culpo, nem a mim. Fui uma criança difícil para a mãe que elas adoravam. Uma prima que pouco se agradava das brincadeiras que elas mais gostavam.
Voltar para casa me trouxe de volta para o colo de Mãe Nadi, ao qual eu quis mais do que o que me foi oferecido por minha tia. Para a amizade de meu primo, que, mesmo com as diferenças que nos cercam, me vê como seu sangue e sua igual. Não sei se meu pai seria capaz de entender como me sinto a respeito de Ubiratã, ou do Siará e da Fazenda Santa Rosa, mas é aqui que me sinto em casa. É aqui que eu sou igual, ainda que filha do patrão.
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