- E s t r a n h o -
" Era primavera minha época preferida em que o monstro viajava durante essa estação do ano, o que significava que eu e mamãe estávamos livres um pouco, do meu quarto eu o via arrumar suas coisas no seu carro velho, antes dele ir o vejo segurar o pescoço dela era mais outra ameaça que ele fazia para ela.
Escuto o barulho irritante do velho motor de seu carro, aos poucos ele ganhava movimento e sumia entre a estrada de terra batida, eu seguro fortemente meu ursinho de pelúcia sem cabeça, desejando que um dia ele nunca mais volte para casa.
Em poucos minutos escuto batidas na porta do meu quarto,ela abre a porta com um pouco de dificuldade ainda posso ver sua mão enfaixada por causa da perda de seus dedos,e como se lesse meus pensamentos ela diz.
- Está tudo bem meu anjo. - diz sorrindo fraca.
Não consigo dizer nada apenas corro para seus braços, eu amava aquele abraço que me fazia sentir segura, eu sabia que mamãe era meu porto seguro e que só ela não me deixava eu me sentir abatida pela vida.
- Me deixe ver isso. - diz pedindo para que eu entregue o pequeno urso. - Acho que ele precisa de uma cabeça.- diz sorrindo dócil.- Vamos cuidar dele!. - diz segurando minha mão.
Graças a ela eu amava a primavera. "
Acordo com uma vontade imensa de abraçar alguém, mas sei que ninguém tem o abraço que preciso. Vou direto ao banheiro tomar um banho,pois ainda preciso ir para faculdade.
Término de sair do banho e me olho no espelho, lá estava o reflexo de um anjo que não vejo,ela gostava de me chamar assim mas agora eu não gosto de me lembrar que era assim que ela me via, já estava na hora de tentar destruir alguns pesadelos.
Me retiro do banheiro e vou direto para a cozinha, encontro uma Lizzy inquieta tentando preparar algo comestível.
- Bom dia!. - diz com um sorriso nervoso.
- Bom dia..- digo desconfiada. - Ela voltou para casa ? - digo me referindo a Molly.
- Ainda não você sabe como é aquele casal apaixonado.- diz revirando os olhos.
Ontem convidei Lizzy para passar noite comigo,mas quando ela chegou aqui estava estranha mais do que o normal.
- Sei como é. - digo concordando.
- Então eu já vou indo tenho muito trabalho a fazer no pub. - diz apressada pegando sua bolsa.
- Mas você nem vai comer o que preparou ? - digo confusa.
- Não estou com fome. - diz já fechando a porta atrás dela.
- Ta né também preciso ir para a faculdade. - digo pensativa.
Me arrumo rapidamente e vou até ao ponto de ônibus, mas antes passo no mercado para comprar algo importante, que irá acabar com um pouco de amargura que carrego.
Assim que sair do mercado peguei o próximo ônibus, que tinha a trajetória de ir até a faculdade de onde estudo. Assim que chego na entrada da faculdade, recebo uma mensagem de Molly me pedindo para lhe esperar antes de começar as aulas,não se passa muito minutos e lá vem a fila de carros luxuosos dos Lincoln o primeiro aparecer é uma Ferrari vermelha, nele tem os que estão cursando música e artes plásticas, o próximo a passar é uma Lamborghini prateada neles estão os futuros administradores e contabilista, outro carro deles é um Mustang preto com dourado neles há os que estão cursando educação física e nutrição, então os dois últimos carros há passar é uma Mercedes McLaren prateada nela estão os futuros engenheiros Matt e Mark, e por último o Camaro 2016 SS vermelho escuro neles estão o casal mais apaixonado dos Lincoln Molly e Todd.
Eles todos chamam a atenção das pessoas que estão no estacionamento, eles se parecem com aqueles atores famosos que acabaram de sair de um filme, impressionante os Lincoln exalava poder, beleza e confiança. As garotas chegam a suspirar com a presença deles, vejo Matt e Mark saírem do carro eles nem fazem questão de olhar para o chão em que pisam,e depois Matt vem pagar de inocente se é uns dos mais imitido do seu grupo,ele usa óculos escuros e parece apressado enquanto ao seu lado Mark parece irritado outro que também não vou com a cara dele,o garoto é infantil,mimado e mega convencido. Dá vontade de vomitar nos sapatos importados deles,não consigo aceitar o tipo deles que tem tudo de graça ou com facilidade, só por que tenham boa aparência e são de classe alta.
Já quase perdendo a paciência com a Molly, ela finalmente aparece com o rosto vermelho e lábios inchados às vezes eu me pergunto se ela nunca se cansa disso.
- Então vamos ? - diz se aproximando.
- Sim. - digo desanimada.
Enquanto andávamos pelos corredores da faculdade, o sinal toca avisando que as aulas iria começar então Molly foi para o bloco de moda e eu para o bloco de arquitetura.
Durante meu percurso percebo que Matt está no corredor do meu bloco, escorado ao lado da porta como se estivesse esperando alguém.
Só essa que me faltava,o que esse maldito faz aqui!?. Penso irritada.
Tento ignorar sua presença e abro a porta da sala não me importando com sua irritante presença, mas antes que eu possa entrar na sala ele segura o meu braço,um turbilhão de lembranças volta à tona e eu me sinto confusa em relação a isso,o pânico não se instala em meu corpo apenas sinto uma dormência em minhas pernas e o meu corpo fica trêmulo. Ele percebe minha reação em relação ao seu ato,e solta devagar o meu braço.
- Não me toque mais! - digo irritada o encarando no fundo dos olhos.
Sua face ganha uma expressão confusa e triste com o que eu disse,e por um momento eu acreditei que ele se importasse com a minha opinião em relação ao seu contato comigo.
- Eu sou vim lhe convidar para gente almoçar juntos durante o intervalo. - diz determinado.
Então eu solto uma risada de deboche.
- Olhe bem para mim Matt, e vê se no meu rosto está escrito "idiota"! - digo impaciente. - Não está escrito não é? Então pois bem vai encontrar outra pessoa para você brincar com a cara dela,por que eu não sou uma iludida como elas. - digo irritada entrando na sala.
Nem esperei pelo que ele poderia dizer, eu não tinha paciência para lidar com pessoas estilo o Matt, que só te procuram quando precisam de sua ajuda ou por que tem outros interesses, mas no final eles te descartam e nem se importa com seus sentimentos idiotas, já iria fazer mais de três meses que os Lincoln havia chegado na cidade, e desde então a reputação de Matt era baseada em pegação, festas e popularidade entre todos.
Até alguns dias atrás depois que ele ajudou na mudança, estava muito bem ele sumiu por algumas semanas então a paz estava garantida,e agora do nada ele reaparece agindo de modo estranho não é comum essa aproximação repentina dele comigo. Agora havia boatos que ele tinha transferido seu curso para o turno da manhã, esse era uns dos motivos para as garotas estarem tão eufóricas e inquietas,tudo indica que agora não terei minha paz e que realmente Matt será meu inimigo oficial, por ele sempre está no meu caminho atrapalhando meus planos.
******
O sinal tocou avisando o intervalo para o almoço, todos da sala se apressaram para sair enquanto eu tentava me retirar entre as pessoas apressadas, um grupo de garotas estavam logo atrás de mim então foi inevitável não escutar a conversa delas.
- Vocês não vou perder essa noite né meninas! - diz uma com a voz enjoativa.
- Claro que não! Matt Lincoln vai estar na festa! - diz uma animada.
- Pois é ele antes estava um pouco sumido, agora ele vai voltar com tudo,ele e sua república vão estar na festa de inauguração da nova boate. - diz outra eufórica.
- Por isso que não podemos perder essa festa por nada. - diz a mesma garota com a voz enjoativa.
Para minha alegria conseguir me afastar delas, e vou direto para o refeitório lá já encontro Molly acenando para mim,vou ao seu encontro e me sento na cadeira ao lado. Ela já havia comprado o almoço para nós duas, então enquanto ela falava sobre seu relacionamento amoroso eu me preocupava em conseguir terminar meu almoço, se uma coisa que aprecio é não desperdiçar a comida passei muita fome quando era pequena, então minha mãe me ensinava a valorizar o pouco que tínhamos para se alimentar.
Não consigo presta atenção em meu prato,pois todos que estão no refeitório começam a cochichar quando Mark, Matt e Todd surgem na entrada do refeitório, Matt estava com o típico sorriso convencido e Mark com sua carranca de sempre enquanto Todd com seu sorriso modesto de acordo com o habitual. A minha única reação é apenas revirar os olhos entediada com a cena típica de colegial.
- Você não deveria sentir tanta raiva dele assim. - diz Molly reparando o meu olhar de raiva em direção a Matt.
- Como não ? Ele é um completo idiota! Humilha as garotas, usa elas e depois descarta como se não fosse nada,fora que algumas chegam a fazer loucuras fatais por sua culpa. - digo indignada.
Então Molly solta um longo suspiro.
- Você realmente está sendo infantil Wat, não acha que está exagerando ? Sabe ele não humilha as garotas elas que correm atrás dele,e acabam se humilhando por não conseguir nada com ele só consegue provar o quão baixa elas é para correr atrás de quem não às quer,e ele não usa elas apenas tem suas transas ocasionais sem compromisso ou seja ele não tem a obrigação de ficar preso a alguém que ele não quer,foi apenas uma diversão ocorrida pela ambas as partes elas já sabiam que no final ele não queria nada sério e se elas fazem loucuras fatais é por que elas não conseguem ouvir um "não" como resposta. - diz sincera.
- Acho que você deveria está cursando direito e não moda. - digo irritada.
Então ela solta uma risada abafada.
- Acho que sei o principal motivo por você o odiar tanto ele, foi o único não é mesmo ? Ele se aproximou,te tocou e você não entrou em pânico, acha que eu não percebi a aproximação de vocês naquele dia da mudança,você não quer aceitar que algo está mudando dentro de você, não quer aceitar que Matt talvez possa ser o motivo dessa mudança,mas quer um conselho deixe esse sentimento estranho que você está tendo aflorar, pois se tem uma coisa que nos faz sentir vivo é o amor, só ele será a cura para toda sua dor. - diz observando Todd e Matt se aproximar de nossa mesa.
Molly está certa desde aquele dia na mudança, quando estive muito próxima a ele eu sentir algo mudando em mim,só não quero aceitar que ele seja o motivo dessa mudança de sentimento. Penso confusa.
Matt se senta de frente para mim e Todd faz o mesmo com Molly, automaticamente abaixo minha cabeça pois não consigo o encarar por muito tempo,o maldito provavelmente está sorrindo por eu ter baixado a cabeça.
Quando ele começa a conversar entre Todd e Molly, sua voz faz algo despertar dentro de mim o que me faz sentir uma idiota,era para eu ser invisível aos olhos desse babaca mas não eu tinha que ser amiga da namorada de seu primo,o vida que gosta de me atormentar eu não queria sentir essa coisas confusas,não queria me sentir frágil diante de sua presença, ele não tem o direito de tirar minha estabilidade assim, por isso me irrito facilmente com sua presença.
Me levanto da cadeira apressada e me retiro sem dizer nada.
- Ei onde você vai ainda falta vinte minutos para o intervalo acabar?! - diz Molly preocupada.
Apenas ignoro sua pergunta tudo que eu quero é distância dele por isso me apresso para me ver longe dele, com passos rápidos vou andando sem direção, sinto um vazio dentro de mim todos os meus sentidos gritam "não" que eu não deveria deixar essa sensação despertar em mim.
- Ei espera aí! - diz Matt atrás de mim.
Quando mais ele tenta se aproximar mais eu fujo dele,me apresso para ficar longe de sua presença.
- Espera! - diz ofegante.
Antes que eu consiga de uma vez fugir dele, sua mão segura meu pulso e puxa para perto de seu corpo,eu simplesmente fecho meus olhos com força.
- Me deixe em paz de uma vez! - grito indignada não me importando que estamos no corredor da faculdade.
Então eu me surpreendo ao perceber que estou chorando, sinto minhas lágrimas molhar o meu rosto não estou chorando por causa dele,Matt nunca me deu motivos para isso ele nem se quer me fez algum mal,mas estou chorando por que ainda as memórias continuam vivas em mim,estou com medo que ainda possa existir algum sentimento ruim dentro de mim pois como ele dizia "A culpa é todo sua! Você é um monstro menina!". Monstros não merece salvação mas sim a morte.
Pela primeira vez eu consigo encarar o par de esmeraldas de Matt, posso ver o meu reflexo em seu olhar o que faz algo em mim retumbar,me assusto ao sentir ele me abraçando fortemente uma mão sua afaga meus cabelos.
- Todo mundo se machuca,chorar não significa que você seja uma fraca só está se sentindo machucada. - diz beijando o topo da minha cabeça.
Suas palavras são como um gatilho, que faz liberar minhas lágrimas guardadas para as noites longas sem dormir, só então consigo retribuir o abraço dele, me sinto como se tivesse oito anos outra vez,fazia tempo que eu não me permitia ter um abraço com aquele de Matt, não me importo se estou molhando seu ombro com minhas lágrimas ou se estou apertando demais sua cintura, eu só quero que a dor vá embora que as memórias me deixem em paz eu só quero sentir o bom calor dos braços de Matt ao redor do meu corpo,só quero esconder o meu rosto na curva de seu pescoço e desejar que esse momento possa nunca se acabar.
O irritante sinal começa a tocar, e os corredores que antes estava vazios agora tem pessoas apressadas para voltar para suas salas, aos poucos Matt se afasta acabando com o abraço mas então ele puxa o capuz do meu moletom que acaba cobrindo minha cabeça,antes que eu penso que Matt tinha ido embora, ele segura em minha mão e me guia em direção a minha sala pois estou de cabeça baixa por que ainda meus olhos estão marejados, ele me deixa na frente da porta da minha sala e se abaixa um pouco para ficar da minha altura, delicadamente ele beija a ponta do meu nariz e sorrir gentil então ele vai embora mas antes ele olha para trás para dizer algo.
- Tchau Cachinhos! - diz enquanto se afasta entre as pessoas.
Ainda estou confusa pelo acontecido então só entro na sala.
*****
Durante as últimas aulas não consegui presta atenção,eu me lembrava constantemente do par de esmeraldas e de seu sorriso gentil,isso tudo me assusta de uma forma estranha não estou acostumada com tamanho contato que tivemos.
Me retiro da sala e quase me assusto ao perceber Matt escorado ao lado da porta.
- Cachinhos vamos embora ? - diz se afastando da parede e agora me observa.
- O que você faz aqui ? - digo confusa.
- Vou te levar para o trabalho. - diz determinado. - E não pense em recusar por que você pode chegar atrasada. - diz com a razão.
Então sem opção tenho que aceitar sua carona,mas o inesperado foi ele segurar minha mão novamente e deixar aquele sorriso contente escapar de seus lábios.
Enquanto andamos em direção a saída da faculdade, algumas pessoas observam nossas mãos juntas alguns me encara aterrorizados,estou envergonhada pelos olhares e como se Matt lesse meus pensamentos ele puxa o capuz que acaba escondendo meu rosto, o encaro por um momento e ele sorrir naturalmente não se importando com as pessoas ao redor.
Quando chegamos no estacionamento foi um alívio para mim,já estava esquecendo de como é respirar, e para minha sorte Matt não puxa assunto apenas me leva até o trabalho.
Enquanto trabalho não paro de questionar o que pode está acontecendo com Matt por ele está agindo dessa forma, sua aproximação repentina é muito estranho.
As horas passam rapidamente e quando percebo, já estou lavando o chão do pub para que amanhã tudo fique pronto para abrir,término a limpeza e fecho o estabelecimento já é tarde da noite mas não me preocupo pois quando eu chegar em casa e for tentar dormir, não irei conseguir dormir pois os pesadelos irá me assombrar.
Vou andando pelas calçadas desertas abraçando o meu corpo com meus braços, a noite está muito fria e o venta forte e tudo que desejo no momento é chegar em casa logo antes que eu pegue um resfriado.
Então um carro familiar para ao meu lado,eu me pergunto o que Matt faz aqui a essa hora,ele deveria está em uma festa da inauguração da nova boate e não aqui ao lado de uma garçonete que tá começando a se assustar com sua presença. Ele saiu do carro e veio em minha direção o que me impressiona é que ele está usando terno,tento disfarçar minha expressão de incrédula enquanto isso ele retira seu terno e coloca sob meus ombros.
- Vamos vou te levar para casa já está tarde.- diz voltando para carro.
Não sei muito o que fazer então simplesmente entro no carro ainda um pouco confusa,durante o percurso sinto muita vontade de lhe perguntar algo que me intriga.
- Pelo que eu saiba você não deveria está em uma festa no momento? - digo confusa.
- Não quando eu tenho outros assuntos importantes para tratar. - diz apertando o volante. - Mas quer saber você também é um assunto importante para mim. - diz me encarando por um breve momento.
- Idiota. - sussurro envergonhada.
Depois da nossa pequena conversa apenas opto em encarar o vidro da janela, até chegar em minha casa o que ocorre em poucos minutos. Retiro o terno dos meus ombros e me apresso em sair do carro, sussurro um "obrigada" e quase corro para entrar no apartamento.
Matt estava estranho muito estranho mesmo,não posso deixar ele invadir minha vida assim. Essa aproximação iria acabar de vez por bem ou por mal.
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Espero que tenham gostado do capítulo ♥ bjs minhas amoras até breve ❤
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