- B ô n u s / L i z z y -
Apesar das mudanças de planos de Matt, ainda me preocupo com Wat,que fugiu após ter uma discussão com nós. Não posso negar que ainda me sinto culpada,eu não fui bem um exemplo de amiga.
- Ei, não fica assim. - diz Mark segurando minha mão, enquanto presta atenção na estrada.
Estamos indo para alcatéia Wild mais conhecida por Lincoln,de acordo com o combinado de Matt. Precisamos deixar todos ciente,das consequências que teremos de agora a diante.
- Eu me preocupo,em não saber onde Watson possa estar. - digo desanimada.
- Ela vai aparecer,sabe notícia ruim corre rápido. - zomba enquanto dirigi.
Deixo minha cabeça apoiada no vidro da janela e, então fecho os olhos deixando às memórias invadir minha mente.
" 2 anos atrás..
Morar em uma cidade onde você não conhece ninguém, é meio assustador às vezes,mas tenho que encarar as consequências da minha escolha,prometi a minha tia que me tornaria uma bruxa Baker,se ela me permitisse viver entre os humanos.
E qui estou, segurando um jornal onde tem uma proposta de emprego em um bar,sei que não é muito o salário mas já é um começo, afinal essa é a realidade do mundo dos humanos, nem tudo para eles se resolve com magia, igual é para mim.
Após a violência sexual que sofri,acabei desenvolvendo um certo pânico quando se trata dos homens, então só de imaginar um bar cheio de caras já sinto minhas entranhas se apertar.
Volto a ler o jornal enquanto atravesso a rua,assim que estou na metade do caminho escuto uma busina,olho para o lado e perco o ar, quando o carro vem em minha direção.
Fecho os meus olhos assustada, então sinto o meu corpo sendo empurrado e, logo em seguida escuto um forte barulho.
Abro meus olhos novamente e vejo uma garota deitada no chão,se não fosse por ela,eu teria sido atropelada.
Corro em sua direção e observo que a garota,se parece com um anjo caído ou melhor atropelado,seus cabelos são cacheados e loiros e sua pele parece seda.
- Moça você está bem!? - digo preocupada, próxima ao seu corpo.
Ela solta um resmungo de dor, então lentamente abre os olhos.
- Eu vou ficar bem. - diz tentando se levantar sozinha.
- Muito obrigada e desculpa pelo trastorno,eu não tinha reparado no carro. - digo envergonhada.
Acabo lhe ajudando a se levantar, enquanto ignoramos a pequena multidão de curiosos a nossa volta,com pouco de dificuldade conseguimos sair do meio da rua.
- Preste mais atenção da próxima vez. - diz sorrindo acolhedora.
- Ah vou sim! Você tem certeza que está bem ? - digo novamente preocupada,ela realmente parecia ser uma garota agradável,de onde venho ninguém seria capaz de se arriscar por mim, talvez as castas sobrenaturais estejam erradas em julgar os humanos, como seres egoístas e abomináveis.
- Estou bem, só bati a cabeça com muita força durante a queda ao chão,mas é só tomar um analgésico e irá passar. - diz sincera.
- Eu sinto muito por isso,sou um desastre em pessoa. - admito envergonhada.
- Tudo bem "desastre em pessoa",agora eu preciso ir antes que eu chegue atrasada e, tome mais cuidado!. - diz sorrindo enquanto começa,a se misturar entre as pessoas na calçada movimentada.
Eu tinha um precedimento,que aquela garota tinha algo mais profundo do que aquele sorriso acolhedor.
*****
Depois do ocorrido,voltei minha atenção para o jornal, apenas para memorizar o endereço do bar,onde eu tinha a esperança de encontrar o emprego.
O lugar não estava muito longe, então me apressei para chegar logo até o local. Assim que entrei no estabelecimento,todo o meu corpo se congelou ao observar que estava, cercada de homens com olhares maliciosos.
- Olha a gracinha que chegou. - diz um sujeito que estava prestes,a tocar em minha bunda mas foi impedido com um cabo de vassoura.
- Seu asqueroso,nem sonha em tocar-la ou será um homem morto! - desafia a loira,a mesma que havia me salvado a minutos atrás.
O homem lhe encara zangado e se afasta voltando para sua mesa,acho que ele imaginou aonde o cabo estaria se ele a desafiasse.
Ela volta a me encarar agora confusa, então me puxo pelo meu pulso e,me conduziu até o balcão.
- Não da brecha,para esses otários ou você estará perdida, sempre os ameace e eles irão ter distância de você. - diz séria.
- Ok, obrigada outra vez. - digo sem jeito.
- Mas o que você faz aqui ? - diz confusa.
- Vim pela vaga de emprego. - digo mostrando o folheto do jornal.
- Ah sim! O pub fire está crescendo então estamos precisando constantemente de funcionários,bem o Josh nosso chefe não está no momento,mas você tá contratada,de qualquer forma ele nem ia fazer questão de realizar a entrevista de emprego mesmo, então sugiro que comece no balcão hoje,bem longe daqueles nojentos bêbados. - diz apressada.
- Pode deixar eu começo pelo balcão. - digo animada por ter sido contratada.
- Bem eu voltar a lavar os banheiros,acho que um bêbado acabou dormindo no chão do banheiro,agora tenho que ir lá tirar o despacho de encruzilhada.- diz revirando os olhos.
- Ei! - a chamo antes de sair. - Qual é seu nome? - digo intrigada.
- Watson Seth,mas pode me chamar só de Wat.
- Pensei que Watson fosse nome masculino. - digo pensativa.
- E é, só que minha mãe amava Sherlock Holmes, então escolheu Watson por que era o melhor amigo do Sherlock,vai entender né. - diz rindo desanimada.
- Bem eu achei legal a idéia dela,eu me chamo Lizzy Baker,mas pode me chamar só de Liz,prazer em lhe conhecer Wat. - digo sincera enquanto lhe abraço rapidamente.
- Prazer em lhe conhecer também Liz. - diz retribuindo o abraço.
Daquele dia em diante,nossas vidas havia sido interligadas, pela uma amizade eterna."
- Ei bruxinha! Chegamos!- a voz de Mark acaba me despertando,dos meus devaneios do passado.
- O quê foi? - digo ainda confusa.
- Chegamos na alcatéia. - diz parando o carro ao lado de uma grande casa amadeirada.
- Ah sim. - digo com desânimo.
- Você ainda está preocupada com ela? - diz Mark observando minha expressão.
- Estou. - digo entristecida.
- Por quê não usou algum poder de localização?- diz confuso.
- Eu usei! Mas não adiantou, parece que o lugar onde ela estar,tem um forte bloqueio eu temo que seja um sinal de que os Dexters, estejam próximos dela. - digo preocupada. - A Wat pode estar correndo riscos. - digo séria.
- Mas que merda. - resmunga. - Vou ligar para a Molly e,pedir que mande um grupo em busca da Wat, não se preocupe bruxinha a gente vai encontrar-la. - diz beijando o topo da minha cabeça.
- Obrigada. - digo sincera.
- Não precisa agradecer, Watson é minha cunhada e,mesmo que ela tenha um pacto com o maldito garfo,eu ainda me preocupo com ela.-diz sorrindo sem jeito.
- Hum..que orgulho dele,mudou tanto que bonitinho,mas diz aí por que você mudou sua personalidade tão drasticamente assim ? - digo provocadora.
- Por que eu odeio o fato de perder você. - sussurra contra meus lábios. - Mas agora você me pertence. - diz mordendo levemente meu lábio inferior,antes de me beijar com volúpia.
Não consigo conter um suspiro, quando sua língua se encontra com a minha, ele segura meus cabelos e volta exigir mais do beijo,eu seguro seus ombros e tento manter distância,antes que eu entre em combustão.
- Mark.. é melhor sairmos do carro. - digo me afastando enquanto,o escuto gemer em desgosto.
- Certo. - diz abrindo a porta do carro.
Ele saí do veículo e o círcula rapidamente,para abrir minha porta,acabo sorrindo com seu cavalheirismo e,saio do automóvel observando local onde estamos.
O lugar se parece com uma vila medieval, às casas são formadas por grandes pedras e os telhados, são de cores vermelho e branco. Às ruas são feitas por pequenas pedras,e ao redor do lugar é composto por enormes árvores, formando uma espécie de fortaleza "natural".
- Vamos!?- diz Mark chamando minha atenção.
- Sim. - digo saindo dos meus devaneios.
Andamos de mãos dadas até entrar,na enorme casa semelhante ao um castelo, Mark nem sequer bate na velha porta amadeirada, ele a empurra para abrir e com sua ação,causa um som ao terminar de abri a porta. Assim que entramos, tenho a certeza que realmente é um castelo,a sala é grande e coberta por tapete vermelho vinho,logo em frente a uma escada que ao longo vai se serpenteando,em duas divisões.
Nas paredes escuras,se encontra alguns quadros. Antes que eu possa prosseguir o meu tour,pela casa ops pelo castelo, Mark me guia até às escadas onde seguimos para o lado esquerdo,me deixando mais curiosa ainda para conhecer o espaço todo.
- Não repara muito,esse lugar sempre foi o último em que eu queria estar. - diz envergonhado.
- Por quê? - indago curiosa.
- Lembranças ruins. - diz receoso. - Mas sabe o que é estranho de tudo isso,meus irmãos pensava que eu não sabia de tudo e às vezes acho que eles estavam certos,o melhor não era saber mesmo o que acontecia. - diz perdido nas memórias.
- E por quê me trouxe até aqui, sua missão era declarar que estaria desistindo de sua companheira, para o bem da alcatéia. - digo confusa.
- Essa é a missão,mas quem disse que eu sigo às regras. - diz sorrindo travesso. - Lizzy Baker Hays não irá se livrar de mim tão facilmente assim. - diz contra meus lábios antes de iniciarmos um beijo sedento.
- Bebê!? - diz uma voz feminina.
Com resmungo zangado,Mark interrompe o beijo se afastando lentamente.
- Mãe! Bebê não poxa.- reclama envergonhado.
- Mas você é meu caçula, então vai continuar sendo meu bebê. - diz apertando as bochechas de Mark.
Observo a mulher a minha frente, é tão simples e bonita ao mesmo tempo,seus cabelos escuros e olhos verdes lhe denunciam ser uma lupina indiana,uma das raras no mundo sobrenatural. Seu sorriso acolhedor me envergonha,por segundos atrás ter flagrado eu aos beijos com seu filho,essa não é a melhor forma de conhecer a sogra.
- Então não vai me apresentar a jovem dama? - diz curiosa enquanto me observa.
Sorrio nervosa com a situação e, estendo minha mão em sua direção.
- Lizzy Baker prazer em conhecer-la senhora Lincoln. - digo sem jeito.
A mulher encara minha mão e, quando penso que fui ignorada sou surpreendida por um abraço.
- O prazer é meu Liz,a última vez que a vi você,ainda transformava borboletas em sapos. - diz rindo enquanto afaga meus cabelos. - Seja bem vinda a família. - sussurra orgulhosa.
Por mais improvável que seja, Leny Lincoln e eu já havíamos nos conhecidos,ainda quando era criança ela sempre visitava minha tia com o Matt,foi assim que ganhei meu primeiro amigo. Se a garotinha de oito anos que um dia eu fui, soubesse que a mulher que ela chamava de "tia Leny" se tornaria sua sogra,ela nunca acreditaria e no mínimo passaria o dia rindo com essa ideia maluca.
E aqui estou de frente a mulher, que um dia me acolheu junto com minha tia e,me ajudaram a controlar meus poderes. Agora podemos dizer que estamos nos conhecendo novamente, afinal se passaram anos que eu não a via.
- O-O-Obrigada. - digo constrangida voltando a realidade.
- Bem eu vou deixar vocês a sós,eu preciso encontrar o meu pai. - diz Mark apressado.
Ele beija a testa da mãe e beija minha bochecha antes de sair apressadamente.
- Bem você deve estar cansada da viagem,que tal irmos ao quarto do Mark, tenho tantas fotos para te mostrar. - diz segurando minha mão, enquanto andamos pelos extensos corredores.
Por mais que Leny tente fazer eu me sentir bem a vontade,sinto que essa conversa de Mark com seu pai não parece ser boa,sei que todos já sabem da verdade e que é impossível,ter essa união tão distinta. Tenho medo das notícias que Todd irá trazer da Grécia, tenho medo de desistir de tudo que me faz feliz.
- Chegamos. - diz Leny animada, enquanto abre a porta do quarto de seu filho.
O cômodo espaçoso é bem iluminado por uma varanda,o piso é coberto por um extenso tapete de cor escura,a cama é de casal e contém algumas almofadas encima,a uma prateleira de livros ao lado de um guarda roupa esculpido em madeira rústica, para ser o quarto de Mark eu esperaria,ver alguns posts da Playboy ou algo parecido,mas confesso que me surpreendi com a decoração.
Observo as paredes cinzas onde tem alguns quadros,neles tem fotos de três crianças que estão fazendo caretas,em outro quadro tem a foto de um garoto desenhando,essa eu sei que é o Mark só pelo seu sorriso ao mostrar seu desenho para câmara, depois vejo mais dois quadros com mais crianças e por último a melhor foto na minha opinião, vejo os irmãos Lincoln de terno, Todd ao lado deles, Mercy e Molly bem vestidas,eles pareciam orgulhosos afinal era o baile de formatura do ensino médio.
Sorrio ao terminar de ver as fotos e, não percebi que Leny me observava de longe.
- O tempo voa. - diz se referindo às fotos nos quadros. - Um dia eles te perguntam se pode lavar o cabelo e,outro dia eles só avisam que estão indo embora. - diz emocionada.
- É difícil apoiar as escolhas deles,mas é essencial ser a favor da felicidade deles. - diz pensativa. - O pai dos meninos, nunca entendeu isso, sempre quis ver o Marco sendo Alfa, Matt o Omega e Mark o Beta,mas então todos fizeram escolhas e só o Marco conseguiu sua real liberdade,mas ainda assim ele não conquistou a felicidade. Sinto muito por Mark e Matt ainda serem presos às ordens do pai,mas sinto alívio que pelo menos eles já conheceram a felicidade, que são vocês. - diz se referindo a mim e a Watson.
- Mas e quanto ao Marco? Não é feliz? - digo intrigada.
- Ele ainda não sabe o significado verdadeiro dessa palavra, mas eu tenho certeza que ninguém é feliz sozinho, então cedo ou tarde Marco irá se cansar de ser apenas um fantasma. - diz pensativa.
- Eu concordo. - digo sincera.
- Espere só um pouco,eu vou buscar o álbum de fotos do Mark. - diz animada saindo do quarto.
*****
Após ver inúmeras fotos de um bebê gorducho e fofo,que hoje se tornou em um homem tatuado irresistível , dê boas risadas com a mãe que caprichou na hora que fez os três galãs e, que se gabou muito dos filhos. Não tenho dúvida os irmãos Lincoln tem uma mãe maravilhosa, eles são sortudos por ter-la.
Leny acabou saindo do quarto dizendo que faria o jantar,eu tentei oferecer minha ajuda,mas ela recusou dizendo para eu aguardar o Mark voltar. E agora estou aqui deitada encarando o teto, confesso que estou entediada mas também preocupada.
Se passa mais algumas horas e escuto o barulho da porta sendo aberta, já estava quase dormindo mas me levanto assim que vejo,Mark entrar com expressão séria.
- Você precisa ir embora.
- O quê!? - digo confusa.
- Você ouviu bem,eu não quero você aqui,acabou eu não preciso mais de você, então desaparece da minha vida. - diz sério. - Quando sair vai ter um carro te aguardando,ele vai te levar para casa. - diz saindo do quarto sem nem mesmo olhar para trás.
Então voltamos a estaca zero,onde o velho arrogante Mark ressurgiu. Onde tudo que tivemos não existiu.
Com os olhos marejados,saio apressada da casa do maldito e, entro rapidamente no carro,me permito desabar em lágrimas até me cansar.
Burra! Burra! Burra! Em acreditar que tudo podia mudar. Burra! Em se deixar apaixonar pelo o idiota. Burra! Em acha que ele podia me amar. Penso indignada.
*****
Durante a viagem não conseguir parar de chorar,ou de pensar o quanto fui precipitada em acreditar no Mark e suas promessas.
Por isso assim que chego em casa,decido ir direto para o quarto mas sou impedida por uma voz familiar.
- Pelo visto a noite não foi boa para você. - diz minha tia me observando das escadas.
- Tia Katrina! - digo contente indo direto lhe abraçar. - Quanto tempo! Pensei que nunca fosse voltar,disse que seria só um mês mas passou três meses. - digo intrigada.
- Eu sinto muito pela demora. Mas agora eu voltei. - diz me abraçando apertado. - E temos muito a conversar. - diz séria.
- Sobre o que? - digo confusa.
- Você vai voltar para Pensilvânia.
Continua....
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Obs: Foto na multimídia,a primeira mulher de batom vermelho é a mãe do Mark,logo em seguida as casas são da alcatéia e a última mulher, é a tia da Lizzy.
Próximo capítulo espero que tenham bastante atenção, pois terá muitos flashbacks e não quero que se percam ;)
Desculpa pelo capítulo sem correção, bjs até breve ♥
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