- B ô n u s -
Mercy
Acordo sentindo meu corpo um pouco dolorido,me lembro de ser apenas levada para longe dos escombros,tenho medo de abrir olhos e me vê sozinha novamente,por que no fundo eu sei que ele não ficou ao meu lado,só sentiu na obrigação de me salvar.
Suspiro criando coragem para abrir os olhos,percebo que estou no galpão de Phoenix,me pergunto por quanto tempo dormir. Olho ao redor e vejo uma cesta de frutas com alguns sanduíches.
Por que estou tão frustrada?Não é como se já soubesse que ele não estaria ali? Eu continuo sendo patética. Penso decepcionada.
Me levanto com dificuldade e vou até a cesta,tem uma flor de origami,fico surpresa quando seguro a flor de papel e minhas lágrimas caem,fecho os olhos com força não querendo me sentir uma boba.
Ele se foi outra vez sem dizer adeus,foi sempre assim,sou fardo sem reconhecimento. As pessoas não mudam seus velhos hábitos.
****
Matt
Observo Todd arrumar suas poucas coisas no carro,ele está disposto a ir embora,tentei o máximo fazer ele desistir dessa ideia mas não adianta.
- Todd fique conosco!. - suplico tentando lhe impedir de arrumar suas coisas no carro.
- Sinto muito Matt,mas não posso continuar assim,por minha culpa a Mercy morreu e,perdi Molly não consigo seguir em frente se continuar aqui. - diz sincero.
Seguro seus ombros forçando a me encarar.
- Também sinto muito,mas não foi só você que perdeu a Molly e a Mercy não acredito que tenha morrido,mas cara eu preciso de você ao meu lado.
- Sei que estou sendo covarde,mas não posso te ajudar enquanto não superei minha perda. - diz com os olhos marejados.
- Entendo.
Escuto o barulho de um carro se aproximando,estamos em uma cabana afastado da cidade,foi o único lugar seguro que encontramos antes do Conselho lupino começar a nos caçar.
Vejo Mercy sair do carro,ela tem uma perna enfaixada e inúmeros curativos,confesso que sinto um grande alívio quando ela sorrir e anda com dificuldade até nós.
Todd não espera ela se aproximar corre até a garota e,abraça apertado escuto ela resmungar de dor mas retribui o abraço.
- É bom saber que a baixinha é resistente. - diz Mark orgulhoso.
- Mercy!. - grita Lizzy emocionada indo até ela.
Durante aquelas semanas o único momento feliz,é esse em que não perdemos outra pessoa que amamos.
Mark e eu somos os últimos a lhe abraçar.
- Estou feliz por você ter voltado. - digo bagunçando seus cabelos.
- Como nos encontrou ? - diz Mark desconfiado.
- Ganhei uma flor de origami. - diz se referindo a única pessoa que não esteve ao nosso lado.
Mark entende a referência mas não diz nada.
- Sei que pedir muito mas preciso me deitar. - diz Mercy já pálida.
Mark a pega em seus braços e a leva para dentro da cabana,Lizzy os segue sua barriga já está muito grande tenho medo que o bebê nasça antes da hora. Seguro o braço de Todd o impedindo de ir atrás da Mercy.
- Você não pode ir embora agora,ela ainda precisa se recuperar e a Lizzy pode entrar em trabalho de parto a qualquer momento. - digo preocupado.
Ele solta um suspiro antes de me encarar.
- Vou embora despois que o bebê nascer e,ninguém vai fazer eu mudar minha decisão. - diz sério indo para cabana.
Bagunço meus cabelos querendo socar qualquer coisa,estou cansado de como as coisas vão seguir,não gosto de imaginar que agora somos fugitivos oficiais do mundo sobrenatural,não vamos mais ter paz agora é viver fugindo e se escondendo,não queria que as coisas terminassem assim.
Watson onde você está agora?
Você ainda me ama? Penso frustrado.
Não posso me dar o luxo de pensar nela agora,tenho que encontrar um lugar seguro para Mark e Lizzy,não posso colocar eles em risco. Meus pais teve que abri mão da alcatéia por causa das minhas escolhas,eu fiz essa loucura começar agora tenho que reparar as consequências.
- Você não pode continuar assim,sabe que eu odeio te elogiar ou fazer metáforas sobre você,mas não carregue o peso do mundo em seus ombros. - diz Mark se aproximando.
- Eu estou bem.
- Não minta descaradamente,posso contar suas costelas e,suas olheiras me assusta,você já não é bonito e se continuar assim você nunca vai alcançar minha beleza. - diz sarcástico.
- Eu sou bonito, você que tem inveja por ter sido o último a nascer. - digo convencido.
- Agora sem brincadeiras,vá comer alguma coisa e ter um descanso,eu vou ficar escoltando o lugar não se preocupe. - diz sério enquanto me empurra em direção a cabana.
- Não preciso descansar ou comer. - resmungo irritado.
- Precisa sim e,também é melhor você tomar um banho você tá horrível,vê se tenta fazer essa barba e cortar esse cabelo. - diz exigente.
- Não sou vaidoso igual a você . - digo revirando os olhos.
- Apenas vá,Lizzy já entrou em contato com sua tia e ela tá mandando aquele maldito gato,para ajudar na proteção. - diz Mark zangado com ideia de precisar da ajuda de um felino.
- Ok. - digo sem escolha entrando na cabana.
****
Todd
- Eai está melhor ? - digo ajeitando os travesseiros de Mercy.
- Vou melhorando,aquilo é uma pantera negra no quintal. - diz confusa.
- Ah o guardião de Lizzy chegou hoje a tarde,ele vai ajudar nos proteger. - digo sentando na beira da cama.
- Matt me disse que antes deu chegar você estava indo embora. - diz magoada com a informação.
- É sufocante tudo isso,não consigo dormir sem ter pesadelos com ela ensanguentada,naquele vestido de noiva é como se ainda terminassem nossa história. - digo inquieto.
- Você vai conseguir seguir em frente,mesmo que isso signifique se afastar dos seus amigos,eu sei por que você não quer ficar eu entendo. - diz sincera.
- Ela tava grávida não é?. - sussurro quase sem força para falar.
- Todd...eu..eu..
- Tudo bem eu entendo por que você não quis contar,seria "Sinto muito"em dobro não é?. - digo deixando às lágrimas cair.
- Ela me contou quando eu a ajudava vestir o vestido,estava com apenas duas semanas da gravidez.
- Eu sei,por isso me odeio tanto,não fui capaz de proteger os dois. - digo sentindo meus ombros tremer devido meus soluços e choro.
Mercy me puxa para um abraço e ficamos no silêncio deixando apenas a dor consumir.
- Não conte para eles sobre o bebê. - digo preocupado.
- Não vou,esse será nosso segredo. - diz me abraçando mais apertado.
Acabo descansando minha cabeça no seu ombro,ela afaga meus cabelos e acabo adormecido.
****
Lizzy
Acordo sentindo Mark deitando ao meu lado na cama,penso em me levantar mas sua vai para minha barriga,finjo continuar dormindo não querendo que tire sua mão,depois de fugimos da Grécia me afastei dele,com medo de que ainda não tivesse me perdoado.
Sei que foi errado esconder a gravidez,mas não tive muitas escolhas ,ele por incrível que pareça não está com raiva por causa disso. Mas não conversamos muito a respeito também.
- Ei baby,tô ansioso para vê seu rostinho,quero ver a cor dos seus olhos se for igual ao da sua mãe,não me importo mas seu sorriso tem que ser igual o meu,sabe o segredo dos Lincoln é o sorriso nenhuma mulher resiste,sua mãe é o exemplo disso. - diz acariciando minha barriga.
Sinto um chute levemente e sorrio sabendo que ele gosta da conversa do seu pai.
- Não tem nada haver com sorriso. - resmungo.
Ele morde de levemente meu ombro.
- Bom dia. - diz deixando um beijo onde havia mordido de leve.
Me viro para lhe encarar e sinto vontade de tocar em seu rosto,seu cabelo loiro tá bagunçado e ele tem um sorriso manhoso.
- Tem certeza que não com raiva de mim. - digo novamente.
Ele revira os olhos e se aproxima mais.
- Não sou mais aquele cara que você conheceu no início,não vou explodir de raiva ou indignação. - diz calmo.
- É meio difícil de acreditar nessa sua nova versão. - brinco.
- Ei!. - diz fingindo ter se ofendido.
- Se você não quiser assumir a paternidade eu vou entender,a culpa é minha por ter parado de tomar os remédios e ainda não ter contado sobre a gravidez,nem sei se você queria ser pai mas eu não iria abortar nunca. - digo envergonhada.
- Ei calma,também nunca iria pedir para você fazer isso e,a culpa não é só sua você não fez ele sozinha e eu não me importo,não planeja ser pai,mas gosto de saber que vou ter um bebê com você,sabe que agora você está presa a mim por resto da vida.
- Isso que você pensar,quando ele fizer dezoito vou tá livre de você.
- Ah então vou fazer questão de te manter grávida sempre que puder. - diz malicioso.
Ele me beija lento que aos poucos vai ficando exigente.
*****
Marco
- Ela nunca vai te perdoar. - diz Hanna preocupada com Mercy.
- Nunca pedi perdão mesmo. - resmungo cansado.
- Você ficou cuidando dela esse tempo todo e quando ela acorda você vai embora,sério? Pensei que você fosse melhor do que isso. - diz decepcionada.
- Não importo,se tivesse ficado ela iria causar uma velha discussão novamente. - digo imaginando como ela fica irritada quando me vê.
- Espero que ela encontre seus irmãos. - diz preocupada.
- Ela vai encontrar. - digo sem preocupação.
Antes que Hanna possa voltar a dizer algo,meu celular começa a tocar. Olho no visor para vê de quem é a ligação,então atendo rapidamente.
- Como estão as coisas? - digo sério.
- Temos um problema.
- Quem é na ligação? - diz Hanna sem desviar a atenção do volante.
- Arsenal.
- Temos um problema? - diz já adivinhado o que seja.
- Sim, temos um problema dos grandes. - digo preocupado.
Continua....
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