- A m u d a n ç a -
"Ele me encontrou através de seus malditos cachorros, mamãe não irá se orgulhar de mim eu não consegui fugir.
- Sua vadiazinha agora irá aprender,a tentar fugir sua peste. - diz me arrastando pelos cabelos.
- Me solta por favor! Me solta! Por favor! . - digo desesperada sentindo o gosto das lágrimas.
Não adiantou os meus pedidos idiotas,ele me arrancava a força da floresta.
- Ninguém mandou você não ser minha filha, agora você e a puta da sua mãe irá aprender. - diz me puxando bruscamente para dentro de casa.
Minha mãe saiu do porão desesperada, não se importando com os hematomas ela veio ao meu socorro, mas ele a impediu a chutando para longe aproveitando sua fraqueza.
Ele me amarrou em uma poltrona, e então vieram os inúmeros socos no meu rosto,o sangue tinha se tornado o sabor mais comum para o meu paladar.
Então ele se afastou e agarrou minha mãe, pegou a mesma tesoura que eu usei para atacar ele.
- Olhe bem o que vai acontecer toda vez que você tentar uma gracinha. - diz enfurecido.
Ele segura a mão esquerda da minha mãe, e começa a cortar o dedo mindinho dela.
- Por favor ! Para! Por favor! - grita entre lágrimas de dor.
Minha mãe solta gritos que me deixa desesperada tento me soltar mas não consigo, logo em seguida vejo seu dedo caindo no tapete da sala,ele não para e vai para o próximo dedo e toda a tortura se repete,ao todo ele cortou três dedos deixando minha mãe jogada no tapete se contorcendo de dor,ele me solta e vai para o porão não consigo me segurar e vômito ao ver o estado que ficou minha mãe "
MÃE! - grito alterada por causa do pesadelo.
Dessa vez é inevitável eu tentar me manter forte,as lembranças ainda estão frescas em minha memória, não consigo conter minhas lágrimas choro engolindo o maldito gosto de sangue, vou ao banheiro e vômito tudo que posso mas o gosto ainda continua tento me conter mas tudo que quero é chorar pra tentar esquecer tudo que passei.
A minha sorte é que Molly ficou na casa do Todd aproveitando a festa, pois se não estaria ouvindo sermões dela mas por um lado ela está certa,estou deprimente com a expressão cansada nem me lembro qual foi a última vez que sorrir verdadeiramente.
Com suspiro cansado resolvo aproveitar a insônia para começar a arrumar algumas coisas para a mudança, pois graças a muito esforço eu e Molly conseguimos comprar um pequeno apartamento que por sorte fica perto do nosso trabalho. Alguns dias atrás eu e Molly já estávamos preparando a compra do apartamento, e agora que o ex dono nos avisou que amanhã podíamos já fazer a mudança, mas ela é tão esquecida que foi para a festa sem se lembrar da mudança do dia seguinte.
Com algumas caixas já prontas,resolvo ocupar o triste silêncio colocando o pequeno e velho rádio de camelô para funcionar, de início passava o final de uma música dos anos 90's mas então em seguida começou uma música do Ed Sheeran que me fez sentir semelhante com a letra da música, me levanto ainda escutando a música no volume baixo e vou para o banheiro observar meu reflexo ou melhor meus cabelos,seguro um cacho entre meus dedos e fecho os olhos com força segurando a vontade de chorar,só de pensar que tudo que passei foi por sua culpa.
Mas então inesperadamente olhos verdes invade meus pensamentos, e sua voz penetra em meus sentidos fazendo me abrir os olhos rapidamente.
Idiota me deixa em paz Lincoln. Penso frustada.
Volto a encaixotar as coisas para a mudança, até que escuto o radialista dizendo as horas e desejando bom dia.
Já era seis e meia da manhã,e o quarto já estava cheio de caixas como ainda era cedo para Molly aparecer,resolvo fazer uma caminhada para tentar esquecer dos pesadelos.
******
Depois de uma pequena caminhada pelo campus,volto para o dormitório mas paro no corredor dos quartos quando o vejo cabelos castanho escuro, olhos verdes e sorriso bonito. Matt estava no corredor conversando com uma novata,provavelmente eles fizeram uma orgia mas não me importo, passo por eles e vou direto para a porta do meu quarto que já está aberta, provavelmente Molly havia chegado.
- Ei você chegou ! Já estava preocupada. - diz Molly pegando algumas caixetas.
- Só fui dar uma volta. - digo prendendo meus cabelos.
- Noite ruim ?. - diz preocupada.
- Péssima. - digo sincera.
- Olha que eu comprei pra gente. - diz Matt entrando no quarto com uma sacola de pão.
- O que ele faz aqui ? - digo irritada.
- Ele veio ajudar. - diz Todd sem jeito.
- Não pedi a ajuda dele. - digo irritada.
- Ei pode ser gentil um pouco, Matt é o único que tem uma picape que pode levar os móveis e as caixas. - diz Molly revirando os olhos.
- Não precisa se preocupar Cachinhos dourados, estou fazendo isso pela Molly não por você. - diz arrumando os pães na pequena mesa.
- Ainda bem, por que eu não preciso de você. - resmungo irritada enquanto carrego algumas caixas para fora do quarto.
- Mas um dia vai precisar. - sussurra convencido.
- Que tensão entre vocês em. - diz Molly desanimada.
Apenas reviro os olhos e continuo carregando algumas caixas,em direção a maldita picape do Matt. Assim que volto para quarto o encontro, comendo pão e bebendo uma xícara de café.
- Aceita? - diz com a boca cheia.
- Não obrigada. - digo cansada.
- Você precisa se alimentar,não vi você comendo nada até agora. - diz Todd preocupado.
- Eu estou bem doutor Todd. - digo fazendo careta.
Todd já está no quarto período de medicina, ele até pode aparentar ser um cara brincalhão e bobo,mas não é ele é muito inteligente e esforçado, digamos que ele é totalmente o oposto de Molly.
- Ai eu preciso de café. - diz Molly tomando a xícara de Matt.
- Ei isso era meu!. - diz indignado.
- Matt fala baixo a minha cabeça vai explodir. - diz Molly desanimada.
- Ninguém mandou ficar de ressaca, agora beba água e não meu café. - diz Matt fazendo bico e puxando sua xícara de volta.
- Não acredito que vocês vão brigar por café. -diz Todd revirando os olhos. - Mô toma uma aspirina e beba bastante água. - diz Todd a entregando uma garrafa d'àgua.
- Obrigada meu amor. - diz o beijando rapidamente.
Faço careta com a cena que dá diabete só de ver,em poucos minutos os dois carros estão ocupados pela mudança.
- Você vai com Matt enquanto eu e Todd vamos no mercado já fazer a dispensa. - diz Molly entrando rapidamente no carro de Todd.
- Ei! Traíra ! - digo indignada enquanto ela pisca para mim.
Rapidamente eles ficam longe do campus, me deixando para trás com o maldito Matt.
- Então vamos? Ainda temos que descarregar isso tudo. - diz desanimado entrando no carro.
Com um suspiro derrotado eu entro no carro.
******
O apartamento é pequeno mas era tudo que eu e Molly conseguimos comprar, o bairro podia ser perigoso mas o apartamento era confortável. Matt não parou de reclamar por um segundo,só fica falando o quanto o bairro é perigoso e que eu nunca devia ter escolhido morar na zona oeste.
- Matt eu não sou você que é bancado por papai e mamãe. - digo cansada de suas reclamações.
Estamos na cozinha retirando os talheres,pratos e copos das caixetas e tudo mais que tenha em uma conzinha.
- Também não precisava tocar na ferida. - resmunga ofendido.
Apenas reviro os olhos.
- Onde está aqueles dois. - resmungo me referindo a Molly e Todd.- Eles só podem está fabricando o mercado. - digo irritada.
- Ou devem está se aliviando. - diz limpando os armários.
- Você quis dizer trepando feito dois coelhos né. - digo irritada.
- Minha nossa Cachinhos! Mas que boca suja em! Não esperava ouvir isso de você! - diz assustado.
- O que foi ? Eu não sou um anjo Matt. - digo sincera guardando os talheres.
- Mas parece um,pena que só parece mesmo. - diz desanimado.
Depois da nossa breve conversa voltamos ao trabalho de tirar as coisas das caixas,mas então lembramos que não havíamos almoçado e já era duas da tarde.
- Aí assim não dá Cachinhos eu tô morto de fome,faz algo pra gente comer. - diz se jogando no velho sofá.
- Não sou sua cozinheira. - digo rude voltando a arrumar os quartos.
- Ah tudo bem eu faço a comida sua burricida. - diz revirando os olhos.
Não sei que deu em mim mas quando vi aquele homem, vestido de avental e procurando os ingredientes com atenção,deixei um leve sorriso escapar. Não imaginava Matt Lincoln o canalha na conzinha,me aproximo de modo que posso verificar se ele não vai por fogo na cozinha.
- O que foi ? Eu sei cozinhar. - resmunga pegando algumas panelas no armário.
Então resolvo parar um pouco pra descansar e observar ele cozinhar, por isso me sento encima do pequeno balcão da cozinha.
- Matt aquela garota que você estava conversando lá no corredor do campus, ela é novata então...
- Não se preocupe não sou um deflorador. - diz picando alguns vegetais.
- Não estou insinuando isso pois eu já sei que você um deflorador. - digo provocativa.
Ele se vira rapidamente para me encarar.
- Qual é você gosta mesmo de me contrariar né !? - diz indignado. - Só pra sua informação eu nunca dormir com uma virgem ta. - diz sincero.
Acabo rindo o que me assusta pois faz anos que não rio.
- Mas é lógico que você não dormiu,por que você estava comen..
- Nem ousa terminar de falar se não vai ficar sem almoço. - diz irritado voltando sua atenção para o fogão.
- Mas olha só você está muito curiosa em ? Por que queria saber o que eu e aquela garota fazíamos? - diz desconfiado.
- Eu não queria saber, só quero evitar de ver ela sofrer por alguém insignificante. - digo cínica.
- Você é má sabia nem merecia comida. - diz ofendido.
Apenas reviro os olhos,então ele pega uma concha de madeira e pega um pouco de molho que está na panela, e vem em minha direção com a concha cheia de molho,sua aproximação repentina por incrível que pareça não me assusta mas minha pele se arrepiar de modo que me faça odiar essa reação, com uma mão ele se apóia ao balcão e a outra ergue a concha em direção a minha boca.
Eu deveria está em pânico afinal ele é um homem . Penso assustada.
- O que está fazendo ? - digo confusa.
- Experimenta. - diz sorrindo.
- Tudo bem pode me entregar a concha. - digo envergonhada.
Ele solta uma risada abafada.
- Não terá que abrir a boca. - diz convencido.
- O que!? Você vai me dar na boca ! Eu não sou uma criancinha. - digo irritada.
- Mas está parecida com uma. - diz levando a concha em direção a minha boca.
- Diga A ! - diz ele provocativo.
- Não! - grito nervosa.
- Então olha o aviãozinho! - diz insistente.
- Me dá essa concha eu consigo experimentar isso sozinho. - digo puxando a concha de sua mão.
Então só agora percebo que pela primeira vez estou tocando em um homem, posso até tocado em sua mão mas mesmo assim isso foi um contato. Afasto minhas mãos rapidamente o deixando confuso ao ponto de deixar a concha cair no chão, então eu abaixo a cabeça para não olhar em seus olhos tenho medo do que posso ver em seu par de esmeraldas.
- Eu sou tão insignificante assim ao ponto de você não querer me tocar. - sussurra entristecido.
Sinto sua respiração bater contra meu pescoço, ele está sussurrando próximo ao meu ouvido e isso mexe com meus sentidos pois sei, que sua voz irá me assombrar e eu não quero me lembrar dele.
- N-Não é i-isso . - não consigo formular uma boa resposta.
Então com um movimento impensado ergo meu rosto para que eu possa o encarar,mas isso piora minha situação pois agora estamos muito próximos,se eu apenas me aproximar um pouco posso sentir seus lábios.
- Uau! Que evolução em !? - diz Molly nos observando.
- Molly!? - digo assustada e acabo me desequilibrando.
- Wat! - grita Molly preocupada.
Meu corpo está dolorido e minha cabeça também, cair de cima do balcão não foi uma experiência boa ainda estou no chão tentando me recuperar, mas apenas consigo encarar o teto branco e me pego pensando o que tem de errado em mim.
- Você está bem amiga! - diz Molly preocupada me ajudando a se levantar.
Sua vaca irá me pagar caro por ter me assustado. Penso vingativa.
- Estou. - digo desanimada.
- Me desculpa não foi minha intenção te assustar. - diz preocupada.
Me levanto por completo e vou em direção ao banheiro, Molly vem logo em seguida atrás com um copo d'água e um analgésico. Entro no banheiro e ela também, ligo a torneira da pia e jogo a água fria em meu rosto e ela abaixa a tampa do vaso e se senta encima, me entrega o remédio e a água, logo tomo o remédio e me escoro na parede fria do banheiro.
- Sabe dos anos que conheço Matt, nunca vi ele cozinhando para ninguém, nem mesmo para seus irmãos ou familiares no máximo que ele faz é café, mas hoje ele estava cozinhando para você e você não se assustou ou o atacou com seu reflexo de pânico quando ele estava próximo daquele jeito. - diz contente encarando a parede a sua frente.
- Por que vocês demoraram tanto? - digo sem jeito tentando mudar de assunto.
- Estávamos conversando. - diz pensativa.
- Só conversando ? - digo maliciosa.
- É verdade! - diz indignada.
- Sobre o que ? - digo curiosa.
- Você sabe. - diz desanimada.
- Você irá fazer a escolha certa Molly, não se preocupe comigo eu consigo sobreviver sem você. - digo sincera.
- Ah mas.. - diz desanimada.
- Está com medo não é mesmo ? Por que não experimenta primeiro para ver se vai dar certo, se der você fica se não der lembre se que terá duas amigas ao seu lado. - digo me referindo a Lizzy e eu.
- Obrigada. - diz agradecida.
- Meninas o almoço tá pronto. - diz Todd batendo na porta do banheiro.
- Já vamos! - diz em uníssono.
******
A comida de Matt não é tão ruim assim, depois do almoço que já tava mais para lanche da tarde por causa das horas,voltamos ao trabalho e agora estou descansando no sofá encarando a pequena TV .
- Você não quer ir comemorar com a gente ? Tem certeza ? - diz Molly preocupada.
Encaro as três figuras que me deram um baita trabalho nessa tarde,todos esperam pela minha resposta.
- Não. - digo pegando o controle da televisão.
- Ah me desculpa eu sou uma péssima amiga, hoje será nossa primeira noite na nossa casa nova,e vou sair pra festejar enquanto você fica aqui. - diz se sentindo culpada.
- Eu não me importo Molly vá e comemore por mim também, tenho muitas séries pra mim por em dia. - digo pegando o meu notebook .
- Tudo bem eu vou mas prometo que não vou beber,se precisar de mim é só ligar está bem. - diz preocupada.
- Ta Molly agora vai logo,vocês ainda precisam se arrumar e também hoje eu não quero sair. - digo colocando meus óculos de grau.
- Ta boa noite ! - diz animada se retirando junto com os outros.
Solto um longo suspiro desde o acontecido com Matt e eu,não consigo ter coragem para o encarar tenho medo de seu olhar devastador.
Ele é apenas um conquistador barato que está usando você Watson, acorde para vida ele só está fazendo joguinhos com você pois não aceita que você não tenha nenhum interesse por ele. Penso desanimada.
Não posso chamar Lizzy para me visitar, pois hoje sua tia irá viajar e ela quer curtir os últimos momentos que tem com ela,pois sua tia irá ficar um mês fora da cidade por causa do trabalho, agora só me resta a companhia da minha série favorita Mad Man só o Don Draper para me fazer sentir viva,pois aquele homem será meu crush eterno com aquele terno que ele usa,fora sua capacidade nos negócios da empresa e com as mulheres. Apenas suspiro contente em ter meu sossêgo, tento evitar de me lembrar dos pesadelos pois se não a noite será longa.
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Espero que tenham gostado bjs amoras até breve ♥
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