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19.

"Cause when we kiss... Fire!"


Daniel e Ana


Daniel caiu no chão e ficou imóvel. Na mesma hora, Ana agachou-se e deu vários tapinhas em seu rosto. Ele resmungou alguma coisa e virou o corpo para o lado.

Bom, pelo menos ele está vivo, ela pensou, amarga. Eu não preciso adicionar "assassina" a minha lista de esquisitices.

Daniel sentou-se com dificuldade e olhou fundo nos olhos azuis da garota que estava beijando até pouco tempo atrás. O que havia acontecido?

- Por que você me bateu? - ele perguntou debilmente.

- Porque você é um cretino - Ana deu de ombros, como se Daniel estivesse acostumado a ouvir aquilo a todo momento.

Bom, talvez ele estivesse. Nenhum homem que confundia o nome das garotas nas quais enfiava a língua dentro da boca merecia qualquer tipo de respeito.

- Mas o que eu fiz? - Daniel apoiou-se nos cotovelos. - Pensei que você estivesse gostando!

- Não foi o beijo, seu idiota. Você me chamou de Becca! - Ana berrou, levantando-se bruscamente.

Daniel fez o mesmo, só que bem mais devagar do que a loira, que já estava de pé ajeitando o pijama. O moreno de uma boa olhada no corpo da amiga; como ele nunca havia percebido que ela era gostosa pra caralho?

Talvez fosse porque Ana era o tipo de garoto que fazia de tudo para não chamar atenção para si mesma. Ou talvez Rebecca ofuscasse todas as outras meninas do colégio.

Mas... espera aí? Ele havia chamado Ana de Becca?

Quando?

- Eu não chamei você de Becca porra nenhuma! - ele exclamou, confuso. - Você está ficando louca

- Eu sempre fui louca! - Ana estourou, berrando sem nenhum pingo de ironia.

Ela era louca, e sabia que era. Sabia desde pequena que era diferente. E de qualquer jeito, mesmo que ela não tivesse percebido por si só, os seus pais dariam um jeito de jogar em sua cara. Sociopata, timidez aguda, depressão, bipolaridade, autismo e muitos outros diagnósticos faziam parte do seu longo histórico psicológico.

Ana nunca se encaixou. Ela era sempre a "esquisita" ou a que "entraria na escola armada e mataria todo mundo". Tinha que admitir que nos primeiros anos de colégio era bem difícil ver todos se entrosando em sua volta e não conseguir se encaixar, mas, depois de muito tempo de terapia e indiferença das pessoas, ela não se importava mais.

Na verdade, ela até gostava de ser diferente; podia fazer e dizer qualquer coisa que ninguém a julgaria.

Afinal, coitadinha, era só a louca da Ana Anderson!

Mas ouvir da boca de Daniel que estava ficando louca trazia todo um novo conceito para a palavra; não era a mesma coisa que ouvir do grupo de garotas imbecis com as quais ela não tinha o menor interesse de se relacionar.

- Do que você está falando? - o guitarrista perguntou, sem entender nada.

- Eu tenho quase 18 anos Daniel, e passei esses quase 18 anos em terapia, tomando remédios, fazendo acupuntura, meditando, ouvindo música clássica, entre tantas outras coisas que meus pais me forçavam a fazer para tentar me "curar" - Ana nunca havia contado aquilo para ninguém. - Eu moro sozinha há um ano porque eles simplesmente não me aguentavam mais. Eu nunca seria a garota perfeita para eles.

- Eu ainda não estou acompanhando - ele comentou.

- A minha última esperança é passar na USP e poder provar para eles que eu sou digna de confiança e digna de ser amada - Ana escolheu por ignorar o comentário do garoto que a olhava um tanto quanto embriagado. - Mas você está tirando toda a minha concentração. Você está tirando o meu sono, a minha vontade de estudar e o meu tempo livre!

- O que eu fiz? - Daniel começava a ficar desesperado.

Como diabos Daniel poderia ter feito tudo aquilo com uma garota que até alguns dias atrás ele nem sabia que existia? Será que o seu irmão gêmeo do mal andava conquistando garotinhas por aí?

Será que ele tinha um irmão gêmeo do mal?

Isso seria foda.

- Pelo amor de Deus! Eu sou tão invisível assim? - Ana perguntou, mas Daniel só conseguia olhar para o seu decote.

Se Deus criou a mulher para acompanhar o homem, Lúcifer criou o decote para fazer com que o homem quisesse muito mais do que só ser acompanhado.

- Eu fiquei um ano inteiro bolando planos e metas no Excel só para fazer você me notar! Um ano inteiro! Você sabe o que é isso? - Ana falava e cutucava o peito de Daniel com o dedo indicador. O guitarrista olhava abobalhado para ela, que estava fora de si. - Eu sou sua vizinha há um ano! Eu ouço você cantar no chuveiro há um ano! Eu estudo com você há um ano! Para ser completamente sincera, eu sonho com esse maldito beijo há um ano! Para você fazer o quê? Simplesmente estragá-lo me chamando de Becca!

- Ana, eu...

- Cala boca, agora eu vou falar!

E Daniel calou a boca.

- Você é um imbecil, sabia? Quantas vezes eu não passei em frente ao seu apartamento? Quantas vezes eu não fiquei segurando o elevador para esperar você entrar? Quantas vezes eu não matei aula para te ver jogar na Educação Física? - Ana jogou o cabelo para trás e riu sem humor. - Eu sou uma imbecil mesmo! Você não merece toda essa minha devoção!

- Pelo amor de Deus, eu nem sabia que você existia até pouco tempo atrás! - Daniel berrou, irritando-se com todas aquelas críticas que recebia de graça.

- Claro que não! Por que você é um idiota que só tem olhos para uma garota que, visivelmente, não está nem aí para você! - a loira arfou, irada com o comentário do moreno. - E eu não vou ser tratada como ela te trata! Eu não vou ser o seu maldito step!

- Eu só te dei um beijo, Ana, eu não te pedi em casamento! - Daniel não se sentia mais tão bêbado. - Qual é o seu problema?

Ana abriu a boca, perplexa. Ele tinha que pegar tão pesado?

- O MEU PROBLEMA É VOCÊ! - ela berrou, entrando no apartamento e batendo a porta na cara de Daniel.

Sem nem pensar direito, ele deu um soco na porta da loira com ódio.

- SE EU SOU O SEU PROBLEMA, ENTÃO NÃO ME PROCURE MAIS!

Ana abriu a porta e jogou um caderno em cima dele.

- FOI VOCÊ QUE VEIO ME PROCURAR, SEU RETARDADO!

- Ah... - ele resmungou, e Ana bateu a porta mais uma vez em sua cara. - É...

O guitarrista se agachou e pegou o caderno no chão.

"Física Avançada" estava escrito na capa.


XXX


Ana entrou no apartamento e chutou uma cadeira que estava pelo caminho. Irritada, foi até a terceira gaveta da cozinha e puxou o fundo falso dela, pegando uma caixinha transparente. Ela a abriu e respirou fundo, sentindo o cheio da maconha. Levou o pote para a mesa, pegou a seda de dentro do armário de condimentos e bolou o baseado com a destreza que suas mãos trêmulas permitiram. Depois o acendeu e tragou profundamente.

Ainda com o cigarro entre os lábios, Ana foi até o som da sala e deu play. A música que estava na metade não podia ser mais propícia para o momento.

You drive me crazy, I just can't sleep!

Ana aumentou o som até o último volume e riu sem nenhum humor. Daniel Azevedo pagaria por ser um miserável insensível que beijava tão deliciosamente bem.

I'm so excited, I'm in too deep.

A loira ouviu alguns barulhos como se algo estivesse se chocando contra a parede de seu apartamento e sorriu satisfeita. Claro que estaria mais satisfeita se Daniel estivesse no seu apartamento, a beijando com devoção. Mas já que aquilo não estava acontecendo, torturar o vizinho com Britney Spears estava de bom tamanho.

Crazy, but if feels alright.

Então os barulhos cessaram e Ana tragou mais uma vez o baseado. Ela fechou os olhos e se jogou no sofá, a altura da música fazendo o chão tremer.

Ainda com os olhos fechados, ela ficou relembrando toda a cena do beijo na cabeça várias e várias vezes, e sempre se demorava nos segundos antes de Daniel beijá-la. Aquilo fazia o seu coração disparar.

Apesar de tudo, ela ainda continuava sendo uma idiota. Pensar nele depois do que ele havia dito?

De repente, a tremedeira do chão ficou mais rápida, e Ana teve de abrir os olhos.

Outra música vinha de encontro a Britney Spears.

Baby thinking of you keeps me up all night!


XXX


I'm driving in my car... I turn on the radio...

Daniel Jones estava puto. Mais do que puto; estava irado. Os murros na parede pareciam não ser o suficiente para acalmá-lo. Muito menos Bruce Springsteen na caixinha de som do computador.

Britney Spears! Além de louca, ela com certeza iria ouvir Britney Spears pelo resto da noite só para irritá-lo!

Ele não podia ter dito que aquilo o irritava...

Bom, naquela época, ele não sabia que ela era maluca. Mas agora ele sabia - ela havia deixado bem claro. Nenhuma garota normal o perseguiria como ela havia dito que o perseguiu!

I'm pulling you close, you just say no!

Mas pensando por outro lado... ele não agia daquele jeito com Rebecca?

Daniel sentou-se no sofá, chutou algumas garrafas de cerveja e acendeu um cigarro.

A vizinha então aumentou o som, e ele teve de fazer o mesmo. Aonde ele estava com a cabeça em beijá-la? Ana Anderson era visivelmente maluca de pedra! Bem que os alunos do Colégio Vértice diziam, mas ele nunca havia dando bola. Bom, ele também nunca havia percebido que tinha uma vizinha até poucos dias atrás...

You say you don't like it, but girl I know you're a liar!

Por que ela tinha que beijar tão bem? Por que ela tinha que ter uma cintura fininha, que cabia no encontrar das mãos. Por que ela tinha que cheirar tão bem?

A, acima de tudo, por que ela tinha que ser maluca?

'Cause when we kiss... hm... fire!

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