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Capítulo 37

Deep in your mind there is another side

A morbid truth one cannot hide

Unimaginable gore was your past time high

To hear people scream, to watch them die

Return back to the burial site

Face your dreams upon this night

Severed limbs not far away

Spirit past you now obey

Forgotten Past - Death

Leonardo se lembrava perfeitamente do momento em que contara a Dominick sobre sua paternidade. Ambos já desconfiavam da verdade há muito tempo, mas tê-la esfregada em sua cara foi como um baque.

— Você tem certeza? — Questionou o irmão. — Talvez você estivesse ouvindo coisas. Talvez você tenha entendido errado. Meu pai não faria... Meu pai não...

E perdeu as palavras no mesmo segundo, porque tanto Dominick quanto Leonardo acreditavam perfeitamente que Lourenço seria capaz de trair a esposa com Clara Cavalcanti. Além disso, a semelhança entre Leonardo e o pai de Dominick não permitia negar o óbvio parentesco; Leonardo era um Castro.

E era nisto que os dois jovens gastavam a noite de domingo, quando Leonardo recebeu um telefonema desesperado de Helena. O jovem, sem pestanejar, escolheu socorrê-la naquela noite chuvosa. Naquele segundo, ele teve certeza de que aquela moça era o amor de sua vida, e não podia perdê-la.

Quando ela adormeceu em seus braços, a enfermeira entrara no quarto para pedir licença, já que o ferimento precisava ser tratado. Leonardo assentiu e permitiu que a equipe de saúde cuidasse de sua amada, já que ele próprio não poderia fazer muita coisa. Era um reles garoto de dezoito anos aspirante à quadrinista, não um advogado, médico ou psicólogo. Sua presença ali era completamente inútil.

Bem, ao menos ele havia feito a sua parte.

Dominick de Castro

Como ela tá?

Tá mto machucada?

Leonardo Cavalcanti

Ela tá bem, Dom

O FDP do padrasto tentou balear ela

Mas agora ela tá bem

Dominick de Castro

Uou

Que coisa grotesca

Você precisa de ajuda?

Leonardo Cavalcanti

No momento, não.

Mas eu já liguei para a polícia.

Eles estão indo atrás do canalha.

Dominick de Castro

Vou avisar minha mãe

Ela é advogada, talvez possa te ajudar em alguma coisa.

Qualquer coisa me manda msg

Leonardo Cavalcanti

Mando sim!

E bloqueou a tela do celular, aflito, aguardando por uma luz no fim do túnel. Roía a unha de seu dedo polegar, completamente apreensivo com a situação; Sua mãe não o havia preparado para um flagrante crime como aquele.

Leonardo se lembrava de ouvir Helena reclamando de seu padrasto, de como ele era nojento e pervertido, saía com prostitutas menores de idade e vendia drogas para sustentar seu vício em cachaça, mas o rapaz jamais imaginou que ele seria capaz de balear sua enteada de forma tão fria e vil. Bem, novamente, ele havia subestimado a vida real; Francisco era um verdadeiro vilão de histórias em quadrinhos, capaz de tudo, mas ele não era um super-herói. Leonardo mal sabia lutar contra os próprios fantasmas...

No entanto, naquele momento ele teria que ser forte. Não havia outra opção. O garoto suspirou fundo e seguiu fazendo desenhos no vidro embaçado da janela do hospital, desejando limpar sua mente dos pensamentos ruins. Sua paternidade, o namoro com Dominick, Helena e seus problemas com o padrasto... Eram coisas demais para um reles garoto de dezoito anos lidar.

Um trovão rasgou os céus; a chuva apertava lá fora. Leonardo cobriu-se ainda mais com seu agasalho. Seria uma noite e tanto...

— Leonardo? — Ouviu uma voz à sua esquerda.

Ao virar a cabeça, lá estava ela: Júlia, a melhor amiga de Helena. Seus cabelos volumosos de uma cor rosa vibrante estavam completamente encharcados, ela vestia um sobretudo preto e um par de galochas cinzas. A jovem deixou o guarda-chuva molhado em um canto qualquer e se pôs a cumprimentar o rapaz.

— Eu vi sua mensagem no Instagram. — Ela estava preocupada. — Helena está bem? O que aconteceu com ela?

— Levou um tiro do padrasto. — Contou o garoto, esfregando o próprio ombro. — Ela vai ficar bem, mas acho que está bem abalada.

— Imagino. — Júlia desvencilhou-se do rapaz. — E como está João? Você tem notícias dele?

— Parece que o nojento baleou ele também. — Leonardo estava cheio de ódio. — O matou. Uma criança de 12 anos...

— Gostaria de dizer que estou surpresa, mas não estou. Daquele merda, não espero mais nada.— Júlia suspirou fundo. — Vou separar um colchão no meu quarto para Helena. Diga a ela que, quando sair daqui, estará segura na minha casa.

Leonardo piscou algumas vezes.

— Hã... — Ele não havia compreendido muito bem. — Como assim?

— Se ela levou um tiro do padrasto, não vai poder voltar para casa. — Explicou Júlia. — Eu posso recebê-la temporariamente, estou faz um mês morando numa república com algumas poucas meninas. Não acho que elas irão se opor.

— Ah! — Leonardo se deu conta de que Júlia estava correta. — Obrigado por isso, Júlia. Minha avó jamais iria permitir que eu recebesse Helena na minha casa...

— De nada. Helena é uma amiga muito querida, eu não iria deixá-la desamparada. — E lançou uma piscadela. — Eu liguei para Raquel no caminho para cá, tudo bem?

Leonardo arregalou os olhos. Piscou uma, duas vezes; sentiu a garganta secar.

— R-Raquel? — Suas mãos suavam. — A namorada de Helena?

— É. Elas são namoradas, achei que ela deveria saber. — Júlia reforçou. — Você não tem problemas com isso, tem?

— Não. — Negou Leonardo, mas na verdade ele tinha muitas objeções. — Ela... Vai vir?

— Disse que sim. — Júlia lançou uma olhada para o celular. — Olhe, eu sei que vocês têm suas desavenças. Mas não é justo excluir Raquel de um momento como este, sabe?

— Sim. — Ele concordou. — Claro, claro. Você está certa.

— Ótimo. — Júlia sorriu. — Eu vou pegar um leite quente, está muito frio. Quando Helena acordar, me avise, porque quero trocar algumas palavrinhas com ela.

Leonardo assentiu, observando Júlia desaparecer pelos corredores. Sentia-se ansioso de antemão pelo encontro com Raquel; não estava preparado para reencontrar-se com a namorada de sua amada tão cedo.

Mas, afinal, algumas batalhas precisavam ser travadas, por mínimas que fossem.

***

— Eu? Estou bem, Dominick. — Fabiana pendia o celular entre seu ombro e sua orelha, segurando um guarda-chuva espesso e preto com seus dedos pontudos de unhas vermelho-vibrantes. — Precisei vir na rua para ajeitar umas coisas. O que? Claro que não vou fazer justiça com minhas próprias mãos. Para mim, aquele moço terrível que baleou a amiga do seu namorado é assunto da polícia. Claro, claro, estou ciente. Vou ajudá-lo o quanto puder. Um beijo, depois nos falamos.

E desligou o aparelho, guardando-o na própria bolsa. Caminhou alguns passos com suas botas de couro pretas, passando por alguns cachorros sem dono que latiam aos seus pés; eles farejavam sua aura maligna. 708, 718, 728... Estava ali. Rua Álvares Cabral 738, uma casa em seu estado deplorável, em que a pintura verde descascava aos poucos. O portão enferrujado coroava o estilo abandonado da residência, e quando um trovão iluminou sua fachada, Fabiana teve certeza de que estava no lugar certo.

Sorriu. Com seu dedo ossudo, apertou a campainha que se colocava do lado de fora da moradia. Ela soou tilintante, ecoando por dentro das paredes de Francisco Ferreira.

Ele estava gastando energia e minutos preciosos para limpar o sangue do chão e picotar o corpo de João. Como era trabalhoso encobrir um assassinato! Se soubesse que limpar a sujeira daria tanto trabalho, não teria dado cabo do próprio filho. Enxugou a última gota de sangue com o esfregão e, ao se levantar, limpou o suor da testa com as costas da mão; foi quando o barulho da campainha invadiu seus ouvidos.

Francisco engoliu em seco. Já? A polícia era assim tão rápida? Ele sabia que aquela putinha da sua enteada não deixaria o crime impune, mas não pensou que seria pego tão depressa.

Olhou para baixo e percebeu que sua camiseta branca estava completamente tinta de sangue. Os sacos de lixo com as partes do corpo de João ainda estavam largados pela sala. Bem, talvez se ele fingisse que não havia ninguém em casa...

— Eu sei que está aí e sei o que você fez. — Disse uma voz feminina do lado de fora. — Não sou policial. Vim aqui fazer uma negociação. Abra a porta, por favor.

Francisco hesitou. Poderia ser uma armadilha, Helena era o tipo de pessoa que certamente prepararia uma emboscada para levar seu padrasto à ruína. No entanto, o que ele tinha a perder? Já havia feito o que não devia. Pelo olho mágico, ele pôde ver uma mulher magra e alta encarando-o com seus olhos cruéis.

O homem suspirou fundo e optou por abrir a porta, deixando a desconhecida entrar.

— Quem é você? — Ele grunhiu, disposto a não ser tão amigável.

— Você logo descobrirá. — A mulher disse. — Posso entrar? Ou você está muito ocupado?

Francisco não tinha opção. Fez um sinal para que a imponente mulher adentrasse sua solitária casa.

Ao pôr os pés para dentro da sala de Francisco, Fabiana pareceu analisar cada detalhe com olhos de águia. A luz, os móveis, o lixo esparramado pela sala, os arranhões na parede... E, finalmente, sentiu o cheiro. Aquele cheiro de morte, de sangue. Ela o reconhecia como ninguém.

— Alguém morreu aqui? — Ela perguntou, virando-se para o homem da camiseta tingida de vermelho.

Francisco fez uma careta.

— Você disse que já sabia o que eu havia feito. — Rugiu, não tão certo de que deveria confiar na mulher misteriosa.

— Eu sei que baleou sua enteada, mas que cometeu um assassinato... Uau, isso é novidade. — E esfregou as mãos. — Mas não me importa. Isso não afeta em nada a proposta que tenho a lhe fazer.

— Proposta? — Francisco ergueu uma sobrancelha. — Está aqui para tratar de negócios?

— Alguma objeção?

Na verdade, Francisco as tinha. Muitas objeções, para ser sincero. Havia acabado de conhecer aquela mulher, não era certo de que confiava nela para fazer negociações.

Mas estava ele em posição de negar alguma coisa? Iria ser preso de qualquer forma... Sabia reconhecer quando havia se excedido.

— Imagino que não. — Prosseguiu Fabiana. — Bem, caso esteja curioso, meu nome é Fabiana Duarte de Castro. Sou esposa de Lourenço de Castro.

Francisco franziu o cenho. Havia recebido muitas visitas inesperadas, mas a esposa do homem mais rico da cidade era de fato uma novidade.

— Francisco Ferreira. O que procura comigo? — Coisa boa não deveria ser.

Fabiana lançou um sorriso de canto de boca.

— Você está ciente de que vai ser preso, não é? — Lançou Fabiana, selando o destino do homem. — O namorado do meu filho vai chamar a polícia, ele está sabe o que aconteceu aqui.

Francisco praguejou baixinho. Como tal incidente havia chegado no namorado do jovem Castro? Como as pessoas eram fofoqueiras em Labramar!

— Está aqui para me lançar praga? — Sibilou. — Eu sei que estou sob a mira da polícia.

— Eu quero ajudá-lo, Francisco. — Respondeu Fabiana. — Sou esposa do homem mais rico da cidade. Posso mexer meus pauzinhos e salvá-lo da polícia.

Isso era uma boa notícia, pensou Francisco. Boa demais para vir de graça.

— Mas...? — Aquela mulher queria algo dele. O homem estava certo disso.

— Bom, uma mão lava a outra, certo? — Um sorriso maligno se formou no rosto da senhora Castro. — Vou precisar que você mate alguém para mim. Nada de mais para você, já provou que consegue fazer isso sem problemas.

Francisco mordeu o lábio inferior. Não tinha problemas em cometer assassinatos; encoberto por Fabiana, aquela parecia ser uma troca justa.

— Preciso saber quem é o desafortunado. — Disse. Fabiana alargou o sorriso.

— O alvo é um jovem de dezoito anos... — Respondeu. — Seu nome é Leonardo Cavalcanti.


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