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Capítulo 23

Let's take the jury

You sick judgemental fools

I'll bury you six feet deep

Cause I'm tired of your rules

Fuck you and your opinion

How could you be so blind?

What goes around

Comes back around in time

You don't know shit

You don't know shit

About me

You don't know shit shit shit

Don't know a Goddamn thing about me

Keep looking down on me

I am more than you'll ever be

Cut me deep but I won't bleed

Gonna kick kick

Kick me when I'm down

Kick Me - Sleeping With Sirens

Pela primeira vez em muito tempo, Helena estava ansiosa.

Ela havia escolhido a sua melhor camiseta preta, uma com a estampa do Iron Maiden, e um short novíssimo e rasgado que havia ganhado de presente da loja em que trabalhava. A ocasião pedia uma maquiagem, de forma que ela passou um delineador leve e pintou seus belos lábios vermelhos com um batom preto. Nos pés, um tênis novíssimo que comprara no dia anterior; Para coroar, Helena passou até mesmo perfume. Estava prontíssima para conhecer a dona Leonor.

— Helena? — Os dois olhinhos castanhos de João apareceram pela fresta da porta entreaberta. — Onde você vai?

A garota fez um sinal para que o irmão entrasse. Assim que estava dentro do quarto, ela o abraçou e fez um carinho nos seus cachos escuros.

— Estou indo conhecer a família do meu namorado. — Comentou ela, abraçando o menino. — Mas eu volto, pode ficar tranquilo.

João carregava um desenho nas mãos. Ele gostava de rabiscar e pintar.

— Eu fiz para você. — E o entregou à irmã. Helena tomou a obra em mãos e sorriu: Era um desenho dela, toda imponente e bela, usando uma coroa de rainha. — Aliás, você está muito bonita.

— Você é muito talentoso, meu amor. — E beijou-lhe na bochecha. — Quando eu voltar, levo você para tomar sorvete, está bem?

Ele assentiu, mas ainda havia algo que o incomodava.

— Eu não quero ficar aqui sozinho com o papai... — E esfregou os próprios braços. — Ele me dá medo.

Helena suspirou, com o coração apertado. Sabia que Francisco estava longe de ser um bom pai, e o recente histórico de agressão a João deixava Helena apreensiva.

— Evite-o. Não faça contato visual com ele. Mantenha a porta do quarto fechada. Faça tudo que ele mandar, mas apenas o que ele mandar. E, qualquer coisa, você tem meu número. — Apontou para o celular. — Eu prometo que nós vamos sair dessa casa um dia, tá? Só me dê um tempo.

João fez que sim com a cabeça e novamente envolveu seus braços num delicado abraço.

— Eu amo você. — Ele disse, singelo. Helena sorriu.

— Também amo você. — Devolveu ela. — Agora eu estou indo, tudo bem? Até mais tarde, meu amor.

E, com dificuldade, desvencilhou-se do irmão. Lançou um beijinho para ele uma última vez e atravessou a porta do quarto, respirando fundo por não saber o que iria encontrá-la.

Francisco estava, como sempre, deitado no sofá, bebendo cerveja e vendo o especial de domingo. Ele não tinha uma rotina muito agitada.

— Onde você vai? — Disse o homem. — Está muito arrumada para o meu gosto.

— Não te interessa. — Rosnou Helena, sem querer dar maiores explicações. Afinal, quem era ele para ditar o quão arrumada ela estava?

— Se vai encontrar macho, pelo menos use camisinha. — E arrotou. — Não tenho condições de sustentar outro pirralho.

Helena revirou os olhos. Se não fosse o dinheiro que ela trazia da loja onde trabalhava, ele sequer teria condições de sustentar a si mesmo. De qualquer forma, ele não merecia uma tréplica.

A garota bateu a porta de uma só vez e dirigiu-se ao ponto de ônibus.

***

Leonardo encarava o relógio, afoito. Onze e meia. Cedo para um almoço, mas tarde para o horário em que ele e Leonor costumavam comer. O frango que a avó havia preparado já havia saído do forno e esfriava na mesa de jantar. Helena prometera que chegaria às onze, mas estava demorando mais do que o previsto.

— Parece que sua namorada desistiu da gente. — Leonor tamborilou os dedos na mesa a postos, nitidamente irrequieta. — Não acho que ela irá vir.

— Ela vem. — A última mensagem de Leonardo não fora visualizada; Havia fortes chances de que Helena estivesse a caminho. — Só está demorando um pouco. Não se preocupe, vó...

E, neste exato momento, a campainha tocou. Leonardo suspirou em alívio.

— É ela! — E abriu um largo sorriso. — Vou atender!

Dirigindo-se à passos largos em direção à porta, Leonardo a atendeu. Como esperava, era Helena. Ela se vestia com suas melhores roupas, sem perder o estilo clássico, e estava incrivelmente cheirosa.

Aquela era a mulher por quem ele tinha se apaixonado.

— Bom dia, Maria-mole. — Helena lhe deu um afetuoso abraço. — Desculpe a demora. Acabei perdendo o ônibus.

— Está tudo bem. — E a abraçou. — Estou muito feliz que você está aqui. A propósito, você está linda.

— Você também está gostosíssimo. — Helena piscou. — Adorei a camisa. É nova?

Ela se referia à vestimenta xadrez que Leonardo utilizava. Não era nova, mas ele a havia usado pouquíssimas vezes; No entanto, quando o rapaz abriu a boca para dar essa informação à namorada, Leonor pigarreou.

— O frango vai esfriar. — Ela comentou, como se quisesse acelerar o momento. Tanto Helena quanto Leonardo entenderam a insinuação.

Adentrando à casa do garoto, Helena se deu conta de que nunca havia gastado muito tempo para admirar a decoração do local. Era um tanto quanto rústica; Leonor gostava de plantas. Havia um relógio-cuco logo acima do sofá e a cozinha era pitoresca, quase como se saída do meio da roça. O olhar de Helena também se repousou sobre o conjunto de vasos da avó de Leonardo, todos muito bem pintados e esculpidos à mão, provavelmente bastante caros. Um gosto peculiar daquela mulher tão serena.

Novamente, um pigarro de Leonor desviou as atenções da garota.

— Perdeu algo nos meus vasos? — Ela não parecia satisfeita com o súbito interesse de Helena em suas peças de porcelana.

— Não. — Helena negou. — Estou apenas admirando eles. A senhora tem bom gos...

Leonor estreitou o olhar.

— Se algum deles sumir daqui... — E ela parecia estar falando sério. — Eu vou dar queixa na polícia. Esteja avisada

Assustada, Helena voltou-se a Leonardo. Ele não parecia menos chocado, como se não esperasse aquela reação da avó, mas ainda assim tentou tranquilizá-la.

— Ela tem muito carinho por esses vasos. — Sussurrou. — Não leve isso a sério. Minha avó deve amolecer daqui a algum tempo, você vai ver.

— Eu espero. — Helena estava acostumada a dar uma resposta extremamente mal educada para esse tipo de insinuação ofensiva. Contudo, desta vez, e somente desta vez, ela iria relevar.

Quando se pôs a cumprimentar a senhora, porém, a moça notou que a resistência dela não diminuiu; Muito pelo contrário.

— Helena. — E forçou um sorriso, tentando não se mostrar abalada pelo momento constrangedor de segundos atrás. — É um prazer conhecê-la, dona...

— O que é isso que você tem na cara? — Leonor apontou um dedo para a garota. Helena assustou-se num primeiro momento, mas logo deu-se conta de que ela se referia aos seus piercings.

— São... São piercings. — E apontou para um deles, o que tinha no nariz. — Eu tenho muitos deles.

— Por que você coloca essas coisas na cara? — E franziu o cenho. — São feias. Aposto que você seria muito mais bonita sem elas.

Helena voltou-se para Leonardo mais uma vez. Ele, novamente, murmurou um "releve" com os lábios.

Embora a garota não costumasse deixar ofensas ao seu estilo passarem em branco, ela novamente resolveu fazer a linha boa moça e fingiu que não havia dito nada. Tomou uma cadeira e sentou-se de frente para Leonor, enquanto Leonardo acomodava-se ao lado dela.

— Você precisa de roupas novas, garota. — Leonor a esquadrinhou de cima a baixo. — A sua bermuda está estragada.

— Ela é assim mesmo, dona. — Aquelas insinuações estavam deixando Helena levemente desconfortável. — É o meu estilo. Eu gosto de me vestir assim.

— E esse bicho feio que você tem na roupa? — Apontou para Eddie, o mascote do Iron Maiden. — Não me diga que é proposital...

— É uma banda. — Manter-se calma estava sendo uma tarefa difícil. — Uma das minhas preferidas, aliás.

— Um gosto horrendo, eu diria. — Ela não media palavras. — E, só mais um comentário... Você sempre se veste feito piriguete?

Aquilo foi como um baque para Helena.

— Piriguete? — E piscou furiosamente. — Como assim?

Leonor fez uma careta, mas não disse nada. Pôs uma porção de arroz e frango em seu prato e, despretensiosamente, se pôs a comer.

Como Leonardo fez o mesmo, Helena entendeu que seria de bom tom acompanhá-los. Pôs um pouco de comida no prato e se pôs a comer, não sem antes ser interrompida por mais um comentário indiscreto da idosa:

— Você sempre come tanto assim?

Helena pareceu confusa. Olhou para o seu prato, para o de Leonardo e o de Leonor, e percebeu que ele era significantemente maior do que o dos dois. Imediatamente, sentiu-se envergonhada.

— Bom... — Helena jamais havia visto a si mesma como comilona, mas desta vez talvez fosse o caso. — Eu diria que sim...

— Coitada, por isso está tão gorda. — Idosos não costumam ser muito discretos em suas colocações. — Você pretende fazer um regime?

— Estou feliz com o meu corpo. — Ela respondeu, um pouco ríspida. Desta vez, Leonardo finalmente se incomodou.

— Vó, já chega, né? — Contudo, ele era um pouco falho em ser impositivo. — Você está constrangendo a Helena.

— Ora, meu neto, só estou ajudando. — Ela levou uma garfada minúscula de arroz à boca. — Ela vai ficar linda magrinha, não acha?

— VÓ! — Berrou Leonardo.

Com desdém, Leonor apenas deu de ombros. Helena, que há muito tempo não se sentia mal consigo mesma, passou subitamente a ter vergonha do próprio corpo. Agora, ter escolhido um short tão curto não parecia ser a melhor opção.

— Eu amo você e você é linda. — Leonardo sussurrou ao pé do ouvido da garota. — Não ligue para o que minha avó diz.

Mas aquilo não ajudou nem um pouco. Helena seguia querendo desaparecer. Aquele almoço estava indo muito pior do que o planejado.

— Eu tenho uma última pergunta a fazer. — E Helena esperava que realmente fosse a última. — Quais os seus planos para o meu neto?

Helena encarou o prato de comida, confusa. Agora, ele não parecia mais tão apetitoso.

— Como assim, senhora? — Uma pergunta típica do século XIX. Em 2015, talvez ela não fizesse mais tanto sentido.

— Oras, eu preciso saber se você pretende levar o meu neto a sério. — E ergueu uma sobrancelha, capciosa. — Eu me preocupo com o bem estar dele.

— Eu estou namorando o seu neto, dona Leonor. — Parecia óbvio. — É claro que eu estou levando ele a sério.

— Você irá traí-lo? — Bom, não era a última pergunta, no final das contas.

— VÓ! — Se dependesse de Leonardo, ele interromperia aquele almoço no mesmo exato segundo.

— É claro que não. — Irritada, Helena estava prestes a agredir uma idosa. — Leonardo é precioso para mim e eu jamais iria magoá-lo.

— Não sei se acredito em você. Me parece um pouco saidinha demais para o meu gosto. — E analisou as roupas de Helena novamente. — Você esteve com muitos homens?

— Isso lá é da sua conta? — Desta vez, ela decidiu parar de fazer a linha boazinha.

— Não me parece que você seja mulher de um homem só. — E Leonor havia cruzado todos os limites. — Devo acreditar que você será fiel ao meu neto?

Helena levantou-se da mesa. Todo mundo tinha seus limites, e ela certamente havia atingido os dela.

— Qual é a sua? — E fuzilou a idosa com o olhar. — A primeira coisa que você fez foi insinuar que eu roubaria seus vasos, como se eu precisasse dessa quinquilharia feia. Depois, você criticou o meu estilo, me chamou de piriguete e falou do meu corpo. Eu fiz um esforço tremendo para relevar, acredite, porque eu amo muito o Leo, mas tudo tem limite, Leonor.

— Que mal educada! — Embora tivesse provocado aquela reação, Leonor soava surpresa. — É esse o tipo de mulher que você quer para a sua vida, Leonardo?

— E, se você quer tanto saber... — Agora, Helena não media mais suas palavras. — Sim, eu estive com muitos homens. Muitos homens e muitas mulheres. E foi delicioso. Se você achar que eu irei trair seu neto por conta disso, dane-se, porque eu não devo satisfação a ninguém. A senhora é uma pessoa desprezível, e acredita que todos devam seguir o seu padrão. Adivinhe, dona Leonor, eu não sigo o seu padrão. Porque eu me recuso, eu quero ser diferente. Eu jamais serei uma pessoa igual a você, e que bom. Porque eu sou única, e você é só mais uma. Ser igual a você seria uma ofensa para mim, e eu fico muito feliz que a senhora me despreze porque, acredite, eu a desprezo igualmente.

À este ponto, Leonor parecia incrédula. Helena havia mexido em um vespeiro que deveria ser mantido quieto. A idosa parecia fervilhar de ódio, como se duas personalidades naturalmente inflamáveis estivessem entrado em choque.

— Saia. Da. Minha. Casa. — E apontou para a porta de saída. — Agora. Eu não te quero aqui.

Helena, que já havia perdido todos os seus filtros, deu de ombros.

— Será um prazer. — E, de uma só vez, jogou o prato com arroz e frango na cara da idosa. Leonor berrou, irritada.

E, sabendo que havia estragado tudo, mas que não havia outra alternativa, Helena saiu triunfante pela porta da frente. Com um baque surdo, Helena fechou a porta e deixou Leonor sozinha com Leonardo.

Os dois se entreolharam por alguns segundos.

— É ela ou eu. — Leonor deu um ultimato. — Se você quiser continuar morando aqui, Leonardo, eu exijo que nunca mais fale com essa garota.

***

Já em casa, Helena tomou um banho para tirar o peso de cima do corpo. Ainda tremia de raiva. Saber que teria de conviver com aquela mulher nojenta se quisesse continuar com Leonardo a tirava do sério.

No entanto, ela sabia que havia sido reativa demais. Talvez, se ela usasse roupas mais adequadas, tirasse os seus piercings e pedisse desculpas, Leonor a aceitaria novamente. Não queria mudar o seu estilo por causa de um motivo tão fútil, mas por Leonardo valia à pena. Ela o amava de verdade e aquele não seria um esforço tão hercúleo assim.

E, em meio aos seus pensamentos intrusivos, Helena recebeu uma mensagem do namorado.

Leo

Eu preciso falar com vc

Ela ergueu uma sobrancelha.

Helena Araújo

Diga

É sobre hj?

Leo

Uhum

É q... Minha avo n gostou mto de vc.

N foi legal o q vc fez...

Helena Araújo

O q ela fez tbm não foi legal

Apenas me defendi

Leo

Eh, também

Mas é complicado...

Acho q é melhor a gente parar de se ver, sabe?

Helena Araújo

Como assim?

Vc tá terminando comigo?

Por mensagem?

Leo

N é isso

Ok, é isso.

Mas vc... N vai chorar, vai?

Helena Araújo

Pareço ser o tipo de mulher que chora por amor?

Leo

Não

Helena Araújo

Que bom que você entendeu.

E, tendo teclado isso, Helena jogou o celular para longe e se pôs a chorar. Havia uma dor crescente em seu peito e ela não estava disposta a conversar sobre isso com ninguém. 

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