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Capítulo 20

Oh, Why you look so sad?

Tears are in your eyes

Come on and come to me now

Don't be ashamed to cry

Let me see you through

Cause I've seen the dark side too.

When the night falls on you

You don't know what to do

Nothing you confess

could make me love you less

I'll stand by you

I'll stand by you

Won't let nobody hurt you

I'll stand by you

I'll Stand By You - The Pretenders

Não acredito! 一 Berrou Júlia. 一 Você beijou o Leonardo?

No meio do boteco, em plena sexta-feira, a voz esganiçada de Júlia chamava a atenção. Era de noite, quase oito horas, e a luz da lua iluminava os belos cachos arruivados de Helena.

A garota sorriu. Tomou um gole de cerveja.

Parece que eu fiz isso. 一 Respondeu ela, com um sorriso travesso. 一 Consegue acreditar?

Consigo. 一 Devolveu Júlia, também colocando um pouco de cerveja em seu copo. 一 Ele é bonitinho. Pra ser perfeito, só precisa malhar um pouquinho, ganhar corpo...

Bobagem. 一 Helena ostentou um meio-sorriso. 一 Ele é bonito do jeito que é. Gosto de homens magrelos.

Ah, Helena, você tem um gosto perigoso. 一 Riu Júlia. 一 Com essas suas coxas, capaz de você quebrar o rapaz no meio. Será que ele resiste a uma sentada sua?

Não sei se vou chegar a esse ponto com ele. 一 Comentou Helena. 一 Ele me parece muito tímido.

Ah, você vai. 一 Júlia lançou uma piscadela. 一 Não vai perder a oportunidade, não é?

Está ditando a minha vida sexual, Júlia? 一 Helena cruzou os braços e ergueu uma das sobrancelhas, mas ainda mantinha-se sorridente.

Estou fazendo uma constatação. 一 E pegou uma das batatas que restavam na mesa. 一 Sei como você funciona. E esse belo espécime do sexo masculino não é do tipo que se joga fora, não é?

Ambas gargalharam na mesa do bar, tão naturalmente quanto a luz das estrelas.

Gosto da maneira como você se refere a homens... 一 As risadas de Helena cessavam aos poucos. 一 Mas Leonardo é mais do que isso. Ele é especial.

Júlia ergueu uma sobrancelha.

Não me diga que você está apaixonada, senhora Helena... 一 O tom de sua voz era ligeiramente instigador.

Eu? 一 Helena levou o dedo indicador ao peito. 一 É claro que não estou. Imagine! Apaixonada...

Pois me parece que você está. 一 Júlia provocou.

Você está errada. 一 Helena negou de forma veemente, não mais tão sorridente assim.

Garota... 一 As frases de Júlia eram cheias de insinuações. 一 Eu estou sentindo a sua voz falhar. Diga a verdade.

Helena parou. Pensou. Qual era a verdade? Ela tinha dúvidas demais para dar uma resposta contundente.

Eu não sei. 一 Admitiu. 一 Talvez eu tenha medo...

Júlia desmanchou o sorriso. Viu que o assunto era sério, e mexia com algumas feridas ainda não cicatrizadas.

Medo? 一 Ela questionou. Helena assentiu com a cabeça.

Você sabe o porquê. 一 E a garota se encolheu. 一 Talvez não seja o momento.

Nem todas as pessoas são como o Alex, Helena. 一 Júlia, agora, parecia mais séria. 一 Não é errado se entregar.

Eu não estou pronta ainda. 一 Insistiu. 一 Talvez seja melhor deixar esse assunto de lado.

Não está pronta? 一 Júlia levou o copo de cerveja à boca. 一 Será que você estará um dia?

Helena tamborilou seus dedos na mesa de plástico. Pensava muito, perguntava-se sobre seus sentimentos acerca de Leonardo, e o que havia vivido com Alex. Era tudo muito confuso para ela, e mesmo tendo sido há três anos, ela sentia como se fosse ontem.

Eu não sou o tipo de mulher que se apaixona. — Concluiu ela. — Não mais.

— Tem certeza? — Julia ergueu a sobrancelha. — Leonardo parece mais especial do que eu consigo dimensionar.

— Quando Alex veio, eu era uma garotinha de quinze anos que tinha muitas esperanças e um olhar cheio de pureza. — Comentou ela. — Eu sou uma pessoa diferente agora. Uma pessoa que não quer se entregar para um novo amor.

— E é por isso que, talvez, essa história será diferente, não? Quem não mergulha fundo, não alcança as pérolas.

A ruiva não tinha nada a dizer. Apenas encarava seu copo de cerveja quente, esperando que a resposta caísse do céu. Ela não cairia.

De qualquer forma, Leonardo não se parece com alguém que apostaria a virgindade de uma garota de quinze anos com os amigos. — Júlia deu de ombros. — Mas essa é só a minha opinião.

— Com certeza não. — Helena negou com a cabeça. — Mas eu preciso pensar melhor sobre isso, está bem?

— Da forma que desejar. — Julia sorriu. — Vamos pagar a conta? Já está ficando tarde.

Helena assentiu e puxou de seu bolso algumas notas amassadas de dinheiro. Teria, naquela noite, uma longa reflexão a fazer.

***

Levemente embriagada, Helena chegou em casa eram quase dez da noite. Pensar em Leonardo realmente a havia deixado exausta; No entanto, todo o seu cansaço se esvaiu quando, antes mesmo de girar a chave na fechadura, gritos invadiram seu campo de audição, num tom de voz que ela conhecia bem:

Desculpa! Desculpa! 一 Era uma voz masculina infantil que clamava por misericórdia. 一 Não vai acontecer de novo!

VOCÊ VAI TER QUE APRENDER! 一 E o som de uma pancada. 一 É A MINHA INTEGRIDADE QUE ESTÁ EM JOGO.

Helena não podia reconhecer melhor aquele timbre: Era João, seu irmão mais novo, e o padrasto Francisco. Algo estava acontecendo naquela casa e era a hora de intervir.

Sem nem mesmo tirar a jaqueta jeans, Helena correu em direção à cozinha, de onde partiam os gritos. Pinos de cocaína estavam jogados na mesa e um montante valioso de dinheiro se dispunha sobre a toalha. Além disso, Francisco, nitidamente alterado, ameaçava um acuado João com um rolo de macarrão.

Provavelmente não era a primeira vez que aquele instrumento fora usado depois da morte de Sabrina.

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? 一 Quando se moveu para tirar o rolo de macarrão das mãos de Francisco, Helena notou que o som de um "creck" partiu debaixo de seus pés. Havia cacos de vidro no chão.

Não foi difícil puxar o objeto das mãos do homem, desnorteado e bêbado, mas João ainda estava atemorizado; Ele se encolhia, todo perturbado, atrás de uma cadeira. Na sua testa, via-se um corte de onde jorrava sangue e nos bracinhos magros se formavam manchas vermelhas.

O que você... 一 Francisco cambaleou para o lado. 一 está fazendo aqui? Achei que ia passar a noite na casa de um dos seus machos.

O que você está fazendo com o meu irmão, seu porco? 一 Helena ignorou a insinuação. 一 Diga logo antes que eu chame a polícia.

Você não... 一 Andando torto, Francisco pegou uma latinha de cerveja da mesa. 一 Não ousaria...

Não duvide do que eu sou capaz. 一 Rosnou Helena.

João não disse nada. Seus olhinhos escuros apenas se limitavam a correr de Helena para Francisco, e de Francisco para Helena. Agarrado a uma perna da cadeira, ele tremia de medo.

Eu estava... Ensinando-o uma lição. 一 E arrotou. 一 Batendo nele para que saiba quem é que manda.

Você estava O QUE? 一 Incrédula, Helena ofereceu uma mão para que João saísse de seu cantinho. 一 BATENDO nele?

Exatamente o que você ouviu. 一 E virou a cerveja toda de uma vez na garganta. 一 Acredita que esse pirralho quase colocou o meu negócio por água abaixo? Ele se permitiu ser visto por um inspetor. Foi necessário molhar a mão do homem com uma quantia que nós NÃO TEMOS para que a casa não caísse.

Lágrimas escaparam dos olhos de João.

Foi... 一 Ele murmurou, sôfrego. 一 Foi sem querer...

Se não quer ser descoberto, não deveria fazer de mula uma criança de 11 anos. 一 Helena puxou João para perto dela, protegendo-o do padrasto. 一 Aliás, não deveria envolver ninguém que não pediu para ser envolvido.

Não preciso que me diga o que fazer com o meu filho. 一 Francisco amassou a latinha e a jogou longe.

Acho que precisa sim. 一 E apontou para a testa cortada da criança, de onde escapava um filete de sangue. 一 Como se não bastasse ser um péssimo marido, você também é um péssimo pai.

Ora, cale a boca! 一 Bufou Francisco. 一 Nem pai você tem!

O que é melhor do que ter um igual a você. 一 Grunhiu Helena, ríspida, e sem mais delongas arrastou João para o seu quarto.

Francisco ainda grasnou algumas bobagens, que a moça felizmente não ouviu porque a porta atrás de si estava fechada e trancada. Finalmente em paz, Helena pegou uma toalha do armário e a molhou na torneira do banheiro.

João... 一 Ela limpou o sangue da testa do irmão. 一 O que ele fez com você?

Ele... 一 João reprimiu um choro. 一 Jogou uma garrafa de cerveja na minha cabeça. Depois, me acertou com o rolo de macarrão. Muitas vezes. Está doendo aqui e aqui 一 Apontou.

Helena respirou fundo. As manchas já começavam a ficar roxas.

Ele já foi assim antes? 一 E passava os dedos pelos hematomas do garoto. 一 Desse jeito... Violento?

Não. 一 João respondeu, mas Helena não sentiu firmeza. 一 É a primeira vez.

Helena lançou um olhar desconfiado para o irmão, que logo cedeu:

Já aconteceu algumas vezes. 一 Admitiu. 一 Sempre quando ele bebe, ou quando eu faço alguma besteira...

Você não faz besteiras. 一 Corrigiu Helena. 一 É um garoto de onze anos vendendo drogas contra a sua vontade. Nenhum dos seus erros é culpa sua.

João, cabisbaixo, assentiu. No entanto, não parecia muito confiante.

Enfim, ele já me bateu antes... 一 Engoliu em seco. 一 Mas nunca igual desta vez. Hoje, eu pensei que fosse morrer.

Helena mordeu o lábio. Se a tendência de Francisco fosse se tornar cada vez mais agressivo, eles teriam um problema. Não apenas porque os ataques a João aumentariam de forma exponencial, mas porque... Bem...

Você sabe que ele tem armas. 一 Lhe doía lembrar-se disso, mas era um fato. 一 Não sabe?

João assentiu.

Ele guarda todas no quarto dele. 一 As pupilas do garoto chegavam a se dilatar. 一 Eu não sei onde, porque não sei onde está a chave.

Helena também não sabia. Francisco guardava todos os seus segredinhos no seu quarto, e tanto ela quanto o garoto estavam terminantemente proibidos de pisar lá 一 Ou enfrentariam as consequências. A moça temia essas consequências como jamais temera qualquer outra coisa em sua vida, com a exceção apenas do câncer de sua mãe.

Se ele se descontrolar muito, João... 一 Helena mordeu o lábio. 一 Ele pode fazer mal à gente de verdade. Pra valer.

E, novamente, João concordou. Podia ser apenas uma criança, mas não era alheio à situação da casa.

Você precisa ligar para a polícia. 一 Era quase um pedido de socorro. 一 Ele precisa ser preso. Por favor.

João, eu não... 一 Havia muitas coisas que João não sabia. Além do fato de que a polícia estava longe de ser super-heroína de qualquer coisa (e provavelmente ela já sabia de muito, havendo muito suborno envolvido), denunciar Francisco abertamente provavelmente colocaria na cabeça de Helena um alvo, mas não era aquilo que a preocupava mais. 一 Eu não consigo sustentar nós dois mais as contas de casa apenas com o meu salário. Nós precisamos do dinheiro dele.

João abaixou a cabeça. Olhou para os próprios pés, tão pequenos; Seus dedinhos magros denunciavam a nutrição precária a que estava submetido. Ele não merecia estar naquela situação, apenas uma criança no meio daquele caos.

Tudo bem. 一 Concordou o garoto. 一 Mas eu quero dormir com você hoje.

Helena, no meio de tanta angústia, finalmente se deu ao luxo de sorrir.

Eu vou pegar o colchão para mim. 一 E apontou para a cama. 一 Você pode ficar aqui. 

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