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Capítulo 12

Não há pedra em teu caminho

Não há ondas no teu mar

Não há vento ou tempestade

Que te impeçam de voar

Entre a cobra e o passarinho

Entre a pomba e o gavião

Ou teu ódio ou teu carinho

Nos carregam pela mão

É a moça da cantiga

A mulher da criação

Umas vezes nossa amiga

Outras nossa perdição

O poder que nos levanta

A força que nos faz cair

Qual de nós ainda não sabe

Que isso tudo te faz dona

Dona

Dona - Roupa Nova

Leonardo poderia ter enfrentado Thiago. Seria a coisa certa a se fazer, e a mais digna; Contudo, 30kg de músculo separavam os dois, então o garoto não teve muita opção além de fugir.

Com o coração palpitando de medo e de raiva de Laura, ele bateu em retirada, sem sequer olhar para trás; Parte porque ela não merecia, parte porque ele não poderia se dar ao luxo de desperdiçar um milissegundo sequer. Nesse momento, Leonardo agradeceu por ser rápido, porque a dificuldade de Thiago em movimentar seus 90kg de músculo lhe deu alguma vantagem. Contudo, pensou ele, o garoto era um atleta; Ele, apenas mais um sedentário. Logo, Leonardo se cansaria, e Thiago não hesitaria em lhe dar alguns sopapos.

COVARDE! — Berrou Thiago, enquanto Leonardo subia no rumo do supermercado. — QUANDO EU PEGAR VOCÊ, NÃO TERÁ FORÇAS NEM MESMO PARA CONTAR ATÉ CINCO.

Um pedaço de si insistia que aquilo era apenas uma ameaça. O outro prezava muito pela habilidade de contar até cinco.

Se ele tivesse outra alternativa, com certeza usaria; Não correria igual um ratinho assustado para a única pessoa que poderia ajudá-lo. Mas, naquele momento, só havia uma opção a recorrer: Helena.

Enquanto subia a rua Bandeirantes, ele teve que tomar uma decisão rápida, o que não foi muito difícil. Não perdeu um segundo sequer; Correu desesperadamente, a respiração falha, e sua tentativa de cortar a frente dos carros quase lhe rendeu alguns atropelamentos. Atrás de si, ouviu o barulho de alguém se estatelando no chão, algo que parecia com um monte de cimento caindo de uma altura de dez metros. No entanto, não havia um monte de cimento e nem dez metros, apenas Thiago tropeçando no chão. Leonardo quase agradeceu a Deus pelo evento, mas lembrou-se de que Deus havia lhe dado muitos quilos de músculo a menos, então aquilo não era menos do que sua obrigação divina.

A custo de muito esforço, ele chegou ao lado de uma casa amarela. Jamais havia estado na casa de Helena para saber, mas não havia como ser em outro lugar; Antes de pedir ajuda a ela, pensou em despistar Thiago, mas embora o brutamontes fosse muito burro, Leonardo já havia gastado seu estoque de sorte com Deus no último tombo, então era melhor não brincar com o destino.

Ele sabia que Helena morava com o padrasto. Pulou a cerca, arranhando a perna direita, e escolheu uma janela à revelia, torcendo para ser a correta. A casa de Helena não era lá muito segura, de forma que Thiago poderia facilmente encontrá-lo. Dessa forma, Leonardo não perdeu tempo: Ergueu o punho e bateu com toda a força do mundo na vidraça. O coração estava acelerado, seu sangue rugia nos ouvidos. Enquanto os sons dos passos de Thiago aumentavam, muitas perguntas tomavam conta da cabeça de Leonardo: E se ela estivesse dormindo? E se aquela não fosse a janela de seu quarto? E se ela não estivesse lá? Era muita coisa que poderia dar errado para que ele pudesse contar apenas com a sorte.

HELENA! — Ele berrou, e agora conseguia ouvir o arfar da respiração de Thiago. — HELENA!

Leonardo ouviu um grunhido de protesto atrás da janela e percebeu que era a própria quem estava lá; Quase comemorou, mas deu-se conta de que os passos de Thiago estavam cada vez mais altos e, se ela não fosse rápida, restaria apenas uma massa disforme do que um dia foi o Leonardo no dia seguinte.

HELENA! HELENA! HELENA! — Ele sabia que ela estava a caminho, mas a ansiedade e a agonia não o deixavam pensar direito. — POR FAVOR, É UM CASO DE VIDA OU MORTE!

Você esperou nove meses para nascer. — Resmungou, ao passo em que destrancava a janela.

Pareceu uma eternidade para Leonardo. Quando a janela estava totalmente aberta, ele não perdeu tempo; Levou um de seus pés até a soleira e içou-se para dentro do quarto.

Ah, é vo... — Antes mesmo que ela pudesse terminar a frase, Leonardo fechou a vidraça. — Ei, o que foi? Você costumava ser mais educado antes.

Havia um certo tom de repreensão em sua voz, mas ela estava sorrindo.

Ele poderia ter gastado mais tempo reparando nos cabelos ruivos embaraçados ou na camisola um pouco mais apertada que o normal se não estivesse prestes a explodir de ansiedade.

Quando Leonardo finalmente reuniu forças para dar a Helena a explicação que ela esperava, mais alguém bateu na janela — Talvez não com o mesmo desespero, mas certamente com a mesma força. —. O rapaz imediatamente se deu conta de quem seria e se escondeu atrás da cama.

Não... Atende... — Ele murmurou, rouco, mas era tarde demais. Helena já havia aberto a janela e revelado um irritado Thiago, bufando pelas ventas de tanta raiva. Leonardo tentou se esconder o máximo possível.

Mas que bagunça é essa na minha janela? — Ela exclamou, irritada. — Thiago Ventura. A que devo essa visita tão agradável?

Sai da frente! — Grunhiu ele, com a voz extremamente ríspida, e tentou colocar um de seus pés para dentro do quarto.

No entanto, ele estava lidando com Helena, e não com uma garotinha frágil e indefesa.

Onde você acha que está, hein? Na casa da mãe Joana? — Helena tirou o pé de Thiago da soleira da janela e o empurrou de volta para o quintal. — Vou perguntar de novo: A que devo essa visita não mais tão agradável?

Thiago, não tão contente, bufou.

Onde está o porco do Leonardo? — Falou, num misto de rosnado e resmungo, tentando investir contra Helena novamente. A garota, contudo, não cedeu.

Eu não sabia que o Leonardo tinha um porco.

Ah, muito engraçado. — Era nítido que ele tentava abrir uma brecha na guarda tão sólida que Helena montava em frente ao próprio quarto. — Ande, eu preciso dar umas porradas nele. Ele está aí, não está?

Helena deu de ombros.

Não sei. — Sua voz transpassava uma calma invejável.

Thiago parou de tentar procurar uma brecha na guarda de Helena. Endireitou-se e tentou encará-la nos olhos, como se quisesse intimidá-la.

Você está escondendo ele. — Concluiu.

E se eu estiver? — Ela desafiou. — O que você vai fazer?

Thiago bufou como um dragão furioso, pensando em uma maneira de retrucar o desafio, mas acabou por enfiar os punhos maciços nos próprios bolsos.

Por que é que você está protegendo o franguinho, hein? — Não era o melhor dos nomes que haviam usado para se referir a Leonardo. — Por acaso ele está te comendo? Porque, se estiver, eu tenho uma péssima notí...

Minha vida sexual não te diz respeito, Thiago. — Retrucou, ríspida e com um leve tom de sarcasmo. — Você poderia ter um pouquinho mais de respeito comigo. Que tal?

Thiago bufou mais uma vez de raiva pela repreensão. Seu rosto estava vermelho e uma veia latejava em sua têmpora.

Olha, não me importa que tipo de relação você tem com o Leonardo. — Thiago socou a parede em sua frente. — Eu não sou o Bruno. Eu não saio batendo nas pessoas à toa. Mas você sabe disso, não sabe? É claro que sabe, porque você é tão inteligente quanto é intrometida, então já deve imaginar que se eu estou atrás desse vadio é porque ele fez alguma coisa. SAI DA PORRA DA FRENTE E ME DEIXA ESTOURAR A CARA DESSE FRACOTE!

Thiago tornou a investir mais uma vez, pondo seu pé com tudo na soleira da janela, e desta vez ele quase conseguiu fazer Helena vacilar; Como sempre, ela o conteve mais uma vez.

O que exatamente o Leonardo fez? — Insistiu.

— ELE ME OFENDEU. — Thiago cuspia enquanto falava. — AGORA ME DEIXE...

Ah, te ofendeu? — Ela ergueu uma sobrancelha. — E o que ele disse? Que você é um monte de músculos fedido que não conhece a existência do desodorante? Porque, neste caso, sinto muito, mas ele só foi sincero.

NÃO FOI ISSO. — Ela deveria ser a única que ofendia Thiago daquela maneira e conseguia sair impune. — BOLAS, ME DEIXE ENTRAR!

Sinto muito, Thiago, mas eu não estou no clima de ver um espancamento hoje. — Helena simulou um bocejo. — Então, que pena, acho que você não pode entrar...

E ela já ia fechando a janela quando Thiago agarrou seu braço com violência, de uma forma que Helena não gostou nem um pouco.

Garota... Até agora eu relevei todas as suas gracinhas, porque eu não bato em mulher... — E a tensão só ia crescendo. — Mas você está pedindo.

Helena não se intimidou. Nem um pouco.

Ah, eu estou pedindo? Que bom, então eu vou verbalizar isso. — Leonardo não estava errado em achá-la incrível. — Por que não tenta, Thiago? A maioria dos seus amiguinhos covardes evita por uma razão que, eu garanto, não tem nada a ver com o meu gênero. Mas você vai descobrir isso de qualquer jeito, não vai?

Thiago perdeu a paciência. Talvez não tivesse pensado nas consequências, talvez não fizesse a mínima ideia de com quem estava lidando. Sua visão turva pelo sangue da fúria levou-o a dirigir o punho com toda a força para Helena. Leonardo fechou os olhos...

Um grito de dor invadiu seus tímpanos, mas não vindo de Helena. Leonardo abriu os olhos; A garota estava ali, imponente, sem o menor sinal de vacilo, segurando o braço de Thiago num ângulo estranho. O garoto estava berrando. Berrando como uma criancinha; Helena fizera um cara de 90kg de puro músculo chorar como uma criança birrenta.

SOLTA... O... MEU... BRAÇO... — Os olhos de Thiago lacrimejavam.

Ah não, meu querido, ainda não. — Havia um pequeno lado sádico em Helena. — Você nem disse as palavrinhas mágicas.

POR FAVOR! — Se era por falta de humilhação, ali estava um pedido patético de misericórdia. — POR FAVOR, SOLTA O MEU BRAÇO.

Você promete nunca mais mexer com uma dama novamente? — Disse ela, vitoriosa. — Ah, sim. Com "dama", eu me refiro ao Leonardo.

Thiago assentiu, as lágrimas salgadas caíam pelo rosto.

Helena sorriu com o canto da boca e soltou o grandalhão. Ele agarrou o braço dolorido e saiu correndo pelo quintal da garota, pulando a cerca desesperado enquanto gritava e guinchava feito um porco no abate.

Ela esperou até que sua mais recente vítima estivesse longe e fechou a vidraça, voltando-se para Leonardo.

Muito bem, Maria-mole. — Começou. — Agora você vai ter que me dizer o que foi que aprontou. Achei que o papel de arranjar encrencas por aí fosse meu...

Ele abriu a boca para responder, mas naquele exato momento apareceu uma notificação na tela de seu celular e ele o desbloqueou para saber a que a devia. Era uma mensagem de Laura.

"Oi, Leonardo. Obrigada por hoje", dizia a tela. "Peço desculpas pelo incidente com o Thiago. Nós somos almas gêmeas, e só agora ele percebeu. Graças a vc!"

Leonardo pensou em responder, mas logo uma segunda mensagem invadiu a tela.

"Desculpe ter te usado desse jeito. Mas vc não se importa, n é? Afinal, vc é gay. Bjs".

Ele não conseguiu sentir nada com aquilo. Não sentia indignação, não sentia surpresa, não sentia sequer raiva. Ele apenas sentia vergonha. Se sentia estúpido.

Guardou o celular, nitidamente frustrado. Helena percebeu o peso de seu olhar.

Por que eu tenho a impressão de que sei o que aconteceu? — Ela tinha uma irritante mania de sabe-tudo que aborrecia Leonardo até seu último fio de cabelo.

Ele assentiu, tentando não encará-la nos olhos. Agora, ele se sentia o maior idiota do mundo.

É a Laura. — Murmurou, entre os dentes. — Ela não queria estudar história coisa nenhuma. Queria fazer ciúmes no Thiago.

E, tomando coragem, Leonardo ergueu a cabeça. Helena se segurava para não rir.

Eu sei que a pior coisa que eu poderia dizer é um "eu te avisei"...

Que bom que sabe. — Ele cortou, irritadiço.

— ...Mas eu te avisei. — Helena o ignorou completamente.

Leonardo foi tomado por uma súbita raiva. Cruzou os braços e, emburrado, se jogou na cama de Helena. Ele não queria olhar para ela, ou para Laura, ou para Thiago. Apenas queria jogar querosene em si mesmo e se queimar.

No entanto, a garota não parecia se comover com o drama pessoal do rapaz.

Acho que você vai ter que passar a noite aqui, não?

Leonardo suspendeu sua raiva por um momento e girou a cabeça, franzindo a testa para ela.

Hã... Por que?

Você entende que, na cabeça do Thiago, você pegou a mulher dele, né? Mesmo que eles estejam separados pela milésima vez. — Explicou Helena. — Eu duvido muito que ele vá cumprir a promessa de não bater em damas quando eu não estiver olhando, então ele provavelmente ainda está por aqui, esperando para deslocar cada osso do seu corpo.

Se não fosse ela, Leonardo já estaria morto.

Ah... É. — Ele admitiu, um pouco constrangido. — Eu vou dormir na sua cama?

Lógico que não, seu aproveitador. — Brincou ela. — Vou pegar um colchão para você. Espere um minuto.

Helena se virou de costas e abriu a porta do armário. Leonardo fez uma careta com a bagunça, mas não foi preciso muito para achar o colchão a que ela se referia. Ele estava amassado, coberto de poeira e jogado de qualquer jeito num suporte na parte mais alta do armário.

Para mim? — Perguntou, enquanto Helena estudava a posição do colchão. Ele estava alguns centímetros mais alto do que ela conseguia alcançar.

Você não espera que eu ceda a MINHA cama e vá dormir no chão, certo? — Respondeu, ainda concentrada.

É o que as pessoas geralmente fazem com as visitas.

Você não é visita.

E, assim, depois de alguns minutos estudando o armário, Helena finalmente decidiu entrar em ação, mas não conseguiu muita coisa. Esticou-se toda, pulou o mais alto que pôde e o máximo que conseguiu fazer foi arranhar os dedos da mão direita no tecido.

Eu poderia buscar uma cadeira na cozinha... — Grunhiu. — Mas eu correria o risco de dar de cara com o meu padrasto.

Leonardo se sentiu um pouco culpado de estar achando aquilo engraçado, mas lembrou-se de que, se fosse ele, ela não se aguentaria de tanto rir. Então, arriscou uma risadinha e ela apenas respondeu com um olhar de desafio, tornando na mesma hora a voltar-se para trás e continuar em suas tentativas infrutíferas.

Em algum momento, Leonardo parou de se divertir com as tentativas inúteis e hilárias de Helena e começou a prestar atenção em Helena. Naquele momento, ele percebeu que a camisola velha e desgastada ficava perfeitamente justa em seu corpo, e ela tinha um corpo bastante bonito. O rapaz se pegou pensando no quão bonitas eram as suas pernas: Grossas, roliças, firmes...

Esfregou os olhos, decidido a pensar em qualquer outra coisa, e foi quando ele se lembrou de que era mais alto que ela.

Quer ajuda? — Sugeriu ele.

Helena girou a cabeça em noventa graus e lançou um olhar de derrota por trás daqueles belos olhos castanhos cobertos por uma mecha cor de fogo.

Olha, Maria-mole... — Havia uma hesitação divertida em sua voz. — Eu acho que vou aceitar.

E se afastou, dando a ele espaço para agir. Leonardo permitiu-se sentir como um super-herói e agarrou o colchão com as pontas dos dedos. Estava um pouco mais alto do que ele imaginava, mas a troco de algum esforço conseguiu cumprir sua promessa e o puxou para fora do suporte. O colchão se estatelou de qualquer jeito no chão, e ele pode perceber o quanto estava maltratado: Desfiado, desbotado, rasgado e com um pouco de espuma escapando pelos cantos.

Muito bem, Maria-mole. — Ela bateu palminhas sarcásticas. — Espere um segundo e eu vou ajeitar a sua cama.

Ela pegou um travesseiro e um cobertor, também velhos e maltrapilhos, de dentro do armário. Leonardo sentiu sua rinite atacar, mas não podia fazer nada sobre.

Pronto. — Ao jogar as tralhas que deveriam ser os componentes da cama do garoto no colchão, Helena se levantou, e Leonardo pôde ver um contorno privilegiado do que deveriam ser seus seios. Seus mamilos se projetavam livres e lívidos através do tecido, e um deles possuía duas saliências esféricas e rosadas em volta. — Acredito que você vai ficar confortável aqui...

Você tem um piercing no mamilo? — Ele perguntou, sem pensar muito.

Em cerca de alguns milissegundos, Leonardo se deu conta do que havia dito. Talvez para tentar eximir-se da culpa, o rapaz desviou o olhar para o rosto da garota, e ela parecia ter acabado de levar um tapa.

Mas, no segundo que se seguiu, ela estava rindo.

Tenho. — Concordou, com uma risada estampada nos lábios, sem outra opção além de ceder à pergunta impertinente. — Mas não acho que você deveria estar olhando aí, hein?

Ele se sentiu um pouco culpado.

Ah... Eu... Não foi proposital. — De fato não havia sido, mas Helena levantou uma sobrancelha sugestiva. — Eu só estava... Daí meus olhos vieram, e...

Leonardo só conseguiu fazê-la rir ainda mais.

Tudo bem. Pelo menos você é discreto. — E interrompeu a fala, prestes a corrigí-la. — Ou melhor... Tenta ser.

O rapaz esboçou um sorriso de canto de boca, mas imediatamente mudou de assunto:

Por que sua camisola é tão apertada?

E, no mesmo segundo, deu-se conta de que havia feito outro comentário impertinente.

Oi? — Helena cruzou os braços, incrédula.

Ah, eu... Quer dizer... — Leonardo sentiu um rubor tomar conta de suas bochechas. Mais uma, e ele perderia a única amizade que havia feito naquela escola. — Você... As camisetas que usa no dia a dia são tão folgadas, e...

Embora desconfiada, Helena decidiu-se por responder.

Tem valor sentimental. — Disse. — Foi o último presente que minha mãe me deu, quando completei quatorze anos. Na época, servia perfeitamente, mas veio a puberdade...

Um pouco tarde, não acha? — Ele acrescentou, puramente para provocá-la.

Helena respondeu à provocação de Leonardo jogando um travesseiro no seu nariz.

Você poderia ser um pouco menos bobo... — Quando Leonardo conseguiu desobstruir sua visão, Helena já estava deitada. — E tentar dormir. Você tem aula amanhã, se não está lembrado.

E se cobriu, deixando Leonardo ao relento em sua cama improvisada. Ele apenas a encarou, semi-adormecida, esperando que ela dissesse mais alguma coisa.

E essa coisa veio, mas não do jeito que ele esperava.

O que foi? — Murmurou, com a voz entropecida. — Não adianta tentar me seduzir com esses lindos olhos azuis...

No mesmo instante, Leonardo fez uma careta.

Mas eu... Não quero seduzir você. — Ele estava confuso.

Ah, que pena. — Era o mesmo tom debochado e sarcástico que ela usava sempre. — Agora você sabe o que mais me atrai em você, Leonardo. O que vai fazer com essa informação?

Ele quase se levantou para verificar se ela não estava com febre.

Você está passando bem? — Perguntou, para fins de confirmação.

Sua resposta veio com uma risadinha lenta e baixa, o que não era suficiente para sanar suas dúvidas.

Boa noite, Maria-mole. — Ela disse. — Sonhe com a Laura pelada.

E apagou a luz, calando-se em seguida. Leonardo teve a mais absoluta certeza de que ela era a pessoa mais confusa de toda a face da terra.

Ainda sem entender, ele deu de ombros, cobriu-se e permitiu que a paz do sono viesse buscá-lo. 

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