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Considerações finais

Estimados leitores,

Chegamos ao fim desta jornada, entretanto, há algo que penso não ter ficado claro: esta não uma história para apreciar uma trama, uma narrativa ficcional pra entretenimento; a história é, na verdade, repleta de simbologia. Cada personagem, elemento, descrição, representa alguma coisa.

Então, explicarei alguns pontos, ou seja, vamos ter filosofia aqui. Quem não gosta de filosofar, pode ir beber seu café, para quem gosta, toca aqui 🫸

Primeiro, o tema principal da obra é o abismo, e com abismo, quero dizer, o Vazio, é onde o Nada existe, ou, onde nada existe, mas existe a inexistência, em outras palavras a ausência de matéria e de energia, onde não há partículas ou campos eletromagnéticos, seria o estado fundamental do Universo, seja com teoria do Big Bang, ou criacionismo. Qualquer teoria sobre a criação do Universo começa com um Vazio que é preenchido por algo ou por alguém.

Alguns antigos, como Parmênides, afirmavam que o Vazio é algo inconcebível, é impossível de existir; bom, talvez seja mesmo, se falarmos no vazio Espacial ou Temporal. Numa corrente mais existencialista, como para Satre, Vazio é a falta de propósito na vida humana.

Na história, não citei o Vazio, e sim o Abismo, onde trouxe uma famosa frase de Nietzsche: "Aquele que luta contra monstros deve vigiar para não se tornar um deles. Ora, quando teu olhar se fixa por muito tempo no fundo de um abismo, o próprio abismo te olha de volta." Há várias interpretações para essa frase dita no livro Além do Bem e do Mal. Mas utilizei ela para trazer uma representação do Vazio da alma, o Abismo que Aldane encontrou porque a existência dele se tornou vazia.

Ao falar em existência, não deixamos de pensar em Descartes e o cogito ergo sum: penso, logo existo; na realidade, a frase completa é dubito ergo cogito ergo sum (dúvido, logo penso, logo existo). Tudo começa com a dúvida e ela é algo intrínseco à natureza humana, a dúvida é uma consequência do livre arbítrio.

Nesse âmbito, marco uma concepção que li no Dicionário Filosófico de Voltaire (recomendo muito, o cara era o rei do sarcasmo 😎), ele explica a palavra liberdade através de um diálogo, e durante a conversa, um deles se sente ofendido ao constatar que é menos livre que o próprio cachorro, que pode correr e brincar à vontade, entendendo que liberdade é o poder para fazer o que bem entende. O outro, então, retruca dizendo que tanto ele como o cão têm liberdade para satisfazer as próprias necessidades, porém a liberdade que o homem ofendido quer é de fazer algo além do que a natureza permite, "como cheirar com outro órgão além do nariz", ele pergunta ainda, "por que quereis uma liberdade diferente da do cachorro?"

A conclusão do diálogo é que o homem, diferente do cachorro, "tem mil vezes mais poder de pensar", a verdadeira liberdade do ser humano é a vontade, as vontades são livres, então por que não usufruir delas? Lembram-se de Andrew que não queria nada? Ele estava preso nas próprias concepções de realidade, não entendendo sua própria capacidade de moldar a natureza, não a exterior, mas a natureza interna. Andrew estava vazio.

Enfim, queridos leitores, evitem o vazio, ok? Preencham-se com as regalias simples da vida, como a mera luz do sol que aparece todo dia, sem falta.

Vou admitir que amei este personagem, e nem era para ter sido tão trabalhado assim, simplesmente aconteceu 😅

Ele era, na verdade, uma personificação de uma das leis do Universo, e diz que ele só existe porque foi percebido. Além disso, ele ser um gato preto é só pelo significado de azar relacionada a gatos pretos, e a heterocromia é por causa do que o gato representa, a lei da Dualidade; sim, aqui voltamos com Descartes e o dualismo.

Há algo sobre a história da humanidade que me intriga, e isso é os registros. Conseguimos remontar todo o passado nos baseando em vários registros, desde fósseis e pinturas nas cavernas aos grandes historiadores, como Camões. Historiadores são pessoas louváveis e importantíssimas para a humanidade, tal como as rochas são para o planeta. Registram as coisas para que elas se tornem eternas, ou seja, a existência de algo vem pela percepção, pela observação; se ninguém sabe de uma coisa, então é como se ela não existisse. E isso, meus caros, é o que chamamos de Universo Observável, já ouviram falar de Princípio Antrópico? Se não, então pesquisem, para o texto aqui vai ficar muito longo.

No Universo há aquilo que sabemos, mas ainda há coisas que são desconhecidas pelo ser humano, coisas que ainda chamamos milagres, coisas que permanecem um mistério; isso é inevitável, e eu, particularmente, prefiro que permaneçam um mistério. Como disse o gato, a humanidade é tão ignorante por querer buscar o que está além antes de entender totalmente o que está tão próximo.

A personagem inteira de Aldane é uma representação do que é memória, ou a falta dela, na verdade. Seus dias eram uma rotina repetitiva, e no fim, estava toda errada. Ele estava sem memória; o diário, então, é apenas uma ironia em registrar uma ilusão, é assim que livros são criados, não é?

Queridos, se você não tem ideia de como escrever uma história, acha que não tem criatividade ou dom com as palavras, escreva um diário; é igualmente interessante, principalmente para moldar o futuro. Dessa forma, futuramente, as pessoas entenderão a realidade da nossa era. Dou exemplo de Kafka, um dos diários que me atrevi a explorar, é engraçado que por vezes me identifico com uma figura assim, antiga (ele reclamava de bloqueios criativos no diário 😂).

Agora, sobre o velho do chapéu, com chá e jornais esquisitos (as manchetes dos jornais eram verídicas, não foram inventadas); tal como o gato representava a Dualidade, o velho representava o Tempo. Mas não um Tempo qualquer, ele era o Tempo quantitativo.

Vamos lá!

Há dois tipos de tempo, um é o Cronos (sim, o deus grego do tempo), que é o Tempo quantitativo, é linear, é a ordem contínua do Tempo, daí a palavra cronologia, por exemplo. O outro tipo de Tempo é chamado Kairós (outro deus grego, mas do tempo oportuno), que seria o Tempo qualitativo. Sabe aquela sensação que o tempo passa devagar na aula de matemática e passa rápido quando estamos num parque de diversões? Então, é o Tempo qualitativo, que é relativo e não-linear.

Há também a concepção da teologia, onde Kairós seria o tempo de Deus, e Cronos, o tempo dos Homens.

Já aprenderam muito, mas ainda há mais.

O número que aparece identificando o quarto de Aldane, 293 (capítulo VI, parte um), é gematria da palavra זיכרון, que significa memória em hebraico.

Há várias outras simbologias e filosofias espalhadas pelo livro, mas essas são as principais. Algumas expliquei dentro da história, como a flor snowdrop, que floresce no inverno "como símbolo de esperança ou de desgraça."

Chega de aulas, vamos tomar o café nosso de cada dia.

Espero que tenham gostado e aprendido muito nesse livro. E sinto muito se esperavam alguma narrativa interessante cheia de dramas, isso pode esperar para um outro livro que publicarei em breve.

Muito obrigada por chegarem até aqui, queridos leitores.

E até a próxima aventura.

Brache Myrto.

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