Castelo de Pedra - Sinopse e Prólogo
Nota da autora (kailandra123): Oi Gente!
Sei que quem me conhece sabe que geralmente eu faço a maior zona nas notas, mas vou me comportar hoje, afinal tenho que passar uma boa impressão rsrsrs
Vamos lá estou com friozinho na barriga de postar essa história, sabem o porquê? Porque eu me identifico bastante com ela, eu a vejo quase como uma autobiografia, claro que não é uma autobiografia, mas está bem perto.
É isso eu espero que vocês gostem, boa leitura!
Sinopse: Todos sempre insistem em dizer que a adolescência é uma fase de transição, você não é nem adulto e nem criança, não tem direitos e nem as responsabilidades de um adulto, mas não pode apenas brincar o dia todo. Uma fase difícil onde tudo parece o fim do mundo, onde tudo que você faz parece que nunca vai mudar e sua família parece que nunca está de fato ajudando.
Eu vivo em uma linha tênue entre a sorte e o azar, geralmente o azar pende mais e eu me ferro mais, porem se eu parar para pensar, existem milhares de pessoas muito mais ferradas do que eu. Mas eu como um bom ser humano, penso em mim e quero que o mundo acabe em um barranco para ser mais fácil, assim eu apenas rolaria direto pro inferno e fim de papo.
Não vou fazer um grande drama, eu mudei de bairro consequentemente de escola, meus pais consideraram que a minha antiga escola era uma grande porcaria, de fato era. Não era apegada as pessoas, acho que eu tenho uma falha genética eu não sou apegada a nada. Mudar de escola implica em fazer amizades novas, eu já tinha problemas com as velhas imagine fazer novas, não me ajusto bem a este mundo. Gosto de pensar que nasci na época errada onde as pessoas são depravadas e não se dão o mínimo de respeito, onde eu gostaria de viver? No meu mundo de sonhos, porque lá as coisas são certas para mim.
Meu nome é Sarah, eu não tenho superpoderes, eu não sou rica, eu não sou a mais bonita de todas e nem a mais popular, eu sou a pessoa mais comum que existe. Mas é interessante conhecer pessoas comuns como você, porque é assim que você percebe que sempre existirá alguém mais ferrado que você.
Prólogo
Sabe quando você sente que tudo mudou, que você não é mais aquela criança que gosta de brincar de bonecas, mas que ainda espera ganhar coisas que não sejam roupas em seu aniversário?
Sabe quando seu mundo parece que virou de ponta cabeça e você não sabe o que fazer? Quando essa sensação lhe causa náuseas, quando sua vida poderia mudar de forma drástica, mas no final das contas nada acontece? Quando você sabe que a culpa é sua, mas você não quer admitir, porque admitir a culpa é pior do que colocar a culpa na vida, no mundo, nas injustiças?
Eu me sinto assim a maior parte dos meus dias, meu nome é Sarah eu acabei de completar dezessete anos e estou me mudando de casa, mudando de escola, bairro, eu praticamente terei uma chance de ter uma vida nova.
Mas sabe quando você tem certeza de que nada irá mudar? Quando você sabe que você mesma irá se boicotar? Eu sou assim não tem jeito, tímida demais, romântica demais. Não me canso de esperar pelo príncipe encantado, mas ultimamente nem os sapos aparecem na minha lagoa.
Cada vez que eu tomava um tapa da vida eu sentia que estava me trancando, eu me trancava em meu mundo, meu mundo era feliz, eu era a princesa de um castelo de pedra, eu era feliz, eu tinha pessoas que gostavam de mim e me aceitavam como eu era, eu tinha uma pessoa especial que me amava, que sabia quem eu era e que éramos perfeitos um para o outro, mas isso acontecia apenas em meu mundinho, em meu conto de fadas, em meu castelo mágico.
A realidade era tão trágica que na maior parte do tempo eu ria dela, porque chorar me deixava com a cara vermelha e inchada.
Eu estava no supermercado, minha mãe insistia que fazer grandes compras a cada mês era a melhor economia que poderia existir. Mas entenda que para minha mãe comprar vinte tubos de detergente a um preço baixo compensa mais do que pagar a metade do preço por um detergente de qualidade que ela levaria apenas três tubos para casa, para ela quantidade era melhor que qualidade, assim nossas compras sempre eram feitas com os produtos mais baratos, sem contar que ela passava em uns quatro supermercados para procurar as ofertas.
- É! Eu acho que essa lata de milho é a mais barata - comentou minha mãe contente com seu achado, olhei em toda a prateleira.
- Não mãe, tem aquela ali - eu apontei com um tom de sarcasmo.
- Nossa você é incrível! Olhos de águia! - ela exclamou feliz indo em direção a melhor oferta.
Minha mãe, era uma senhora de estatura baixa, cabelos bem curtos, olhos castanhos, atualmente seu cabelo estava louro, pois ela trocava bastante as tonalidades do cabelo dela. Ela era bem acima do peso, mas para os filhos as mães são sempre bonitas então para mim pelo menos ela era linda, mas uma criatura simples e nem sempre a mais esperta, pelo menos as economias que ela fazia eram meio duvidosas, eu só vinha junto na esperança de conseguir convencê-la de comprar algo bom, quero dizer eu não me importava com marcas ou coisas do tipo, para a minha idade eu era realmente uma pessoa desencanada, porque eu nem sequer conhecia marcas, conhecia algumas que eu via comerciais na televisão.
Mas será que é algum tipo de pecado esperar que ela compre chocolate pelo menos? E eu digo chocolate não aquela coisa com gosto de gordura marrom, sim porque isso era comum, como eu disse sempre o preço a frente de tudo.
- Vou olhar os shampoos - eu disse entediada e ela acenou enquanto anotava em sua imensa lista de compras.
Eu estava com o cabelo preso, como sempre, meu cabelo era um caos, eu simplesmente não sabia o que fazer com ele, nem liso, nem enrolado apenas com algumas ondulações e ele era muito cheio e armado quando ficava solto, só abaixava quando eu prendia, era escuro como o cabelo da maior parte das pessoas, eu era tão comum que era enfadonho, meus olhos também eram escuros, mas ao contrário das mocinhas de filmes, eu não era pálida e linda, minha pele tinha um tipo de pigmentação que bastava eu passar perto do sol para ficar bronzeada, minhas irmãs invejavam isso, qualquer coisa eu estava com marca de biquíni na praia, enquanto elas precisavam se besuntar de óleo e ficar tostando no sol para ganhar alguma cor, então eu era comum e bronzeada, mas não era algo que eu queria, apenas acontecia.
Cheguei na sessão de shampoos e fiquei cobiçando um novo condicionador, mas quando olhei o preço dele e do seu companheiro do lado suspirei sabendo que ela jamais levaria, quem sabe se eu pudesse cuidar do cabelo ele não fosse tão impossível? Mas minha mãe apenas diria "que frescura suas irmãs usam esse, qual o problema?".
- Olha só o preço desse condicionador! - exclamou ela olhando o companheiro bem barato e eu suspirei.
- Faltam muitos itens ainda? - perguntei entediada.
- Deixe-me ver - ela disse colocando cinco potes de condicionador barato no carrinho e consultando sua lista.
- Fique na fila dos frios - ela pediu e eu assenti entediada.
Quando fui chegando na fila eu vi um rapaz lindo na fila, cabelos escuros, olhos escuros ombros largos, meu coração acelerou e eu pensei "meu tipo!", tratei de soltar meus cabelos e fazer o possível para parecer mais apresentável, eu sabia que com aquele coque no cabelo, eu ficaria com cara de boba, não que com ele solto a cara de boba me abandonasse, mas a esperança é a última que morre.
Parei atrás dele, ele era mais alto que eu, ele estava distraído mexendo em seu celular e eu achei isso ótimo, eu não falaria com ele, claro que não! Eu sou muito tímida para algo tão audaz! Mas eu gostava de ficar olhando e se ele olhasse para mim eu acharia bem interessante olhar qualquer coisa ao meu lado.
Ele olhou para trás e me senti nervosa, der repente parecia tão interessante admirar as linguiças pelo vidro, então um pensamento obsceno veio em minha mente e eu dei um risinho, arrisquei um olhar para ele e ele estava de volta ao celular.
Minhas paqueras eram sempre assim, eu olho, você me olha e eu não olho mais, você vai embora e está tudo bem, fim da história. Eu ainda sonhava que o príncipe encantado viria me resgatar da torre mágica ao som de sereias, cavalgaríamos em unicórnios brancos, lindos com direito a arco íris e filhotes fofos fazendo travessuras.
Mas sempre que esse tipo de pensamento vinha à minha mente eu me sentia tão estupida, é mais fácil achar os sapos, os ogros, os vilões, os grilos e etc do que um príncipe encantado. Era a vez dele, ele guardou o celular e fez seu pedido, ai céus que braços são esses? Que voz máscula, eu poderia divagar sobre sua voz durante horas e horas...
- Já deu uma olhadinha nos preços? - disse minha mãe e eu senti vontade de me esconder.
- O que a senhora quer? - eu perguntei e ela foi olhar.
- Olha aquele queijo ali, bem barato é esse que vai - ela disse com uma risadinha - Por que assim dá para levar bastante não é? - ela perguntou para aquele garoto lindo e ele deu um sorriso sem graça e saiu de perto com seu pedido.
Aliás eu posso descrever que ele olhou com aquele olhar de "mulher louca!" e eu me senti tão envergonhada que eu só queria que essa tortura acabasse logo!
- Ele não pareceu muito interessado em seu comentário - eu disse e ela fingiu não escutar me ignorando.
Assim após mais uns quatro itens finalmente fomos para o caixa, ele estava lá com a família dele, tratei de esconder meu rosto com o cabelo enquanto minha mãe lia as fofocas nas revistas próximas.
Eu tinha uma vida amorosa quase zerada, dezessete anos, dois beijos, ainda estava saindo no lucro claro, eu beijei duas vezes na vida, existiam meninas que nem isso, eu sou tímida então realmente estou no lucro, os garotos hoje em dia esperam que as ousadas tomem a iniciativa e eu que ainda tenho pensamentos românticos imagino que ele virá até mim, e a espera está bem longa.
Fiquei de longe observando ele guardar as compras, um ato simples e tão sexy, fantasiei em minha mente aqueles braços ao meu redor, podia imaginar sua voz...
- Sarah, vai empacotar as coisas, diaba! - gritou minha mãe e eu me assustei e corri para fazer o que ela gritou, me senti muito brava odiava quando ela gritava, mas gritar era o modo que ela se comunicava, para tudo ela gritava, se ela estava feliz ela falava gritando, se estava brigando também, então não tinha problema.
Comecei meu serviço de empacotar as compras e quando terminei, olhei na direção onde ele estava, mas ele já não estava lá. Bom normal, lá se vai mais um, que venha o próximo que eu vou admirar de longe e ficará nisso. Eu gostaria de ser mais ousada, gostaria de ser como as minhas irmãs, mas eu era diferente, me sentia a ovelha negra da família, minhas irmãs eram alegres, gostavam de estilos musicais alegres e populares, eu era mais séria e odiava o estilo de música que eles gostavam. Enquanto voltávamos para o carro eu fiquei pensando nas diferenças, minha mãe sempre reclamava que eu era muito chata, que minhas irmãs não ligavam e eu sim.
Mas vamos aos fatos, minha família é aquela que pega um defeito seu e torna-o seu tormento, eles acham que esse tipo de coisa é "brincadeira" e minhas irmãs ou de fato não se importam ou fingem que não, eu tenho pavio curto e não gosto dessas "brincadeiras", então eu sou taxada de chata para baixo.
Minha mãe ligou o rádio e eu tive vontade de bater a cabeça na janela, ela cantava alegremente e eu torcia para chegar em casa, assim que ela parou do carro eu desci correndo do carro para me livrar das músicas dela e também para abrir o portão, afinal portões automáticos são "isso, aquilo" e caros principalmente.
Com o carro guardado e as compras também escutei meu pai reclamar de alguma coisa que ela comprou.
- Caramba Denise, comprou de baciada? - ele perguntou rindo e eu não pude deixar de rir.
Voltei para a solidão do meu quarto, haviam várias caixas para arrumar ainda, respirei fundo e comecei a guardar minhas coisas, havíamos nos mudado fazia alguns dias, amanhã eu começaria em uma nova escola, novo bairro, novos amigos, novo tudo. Mas quem se importa? Eu não era popular na antiga escola, não era uma pessoa querida então não faz grande diferença, pelo contrário pro inferno aquele bando de babaca!
Sabe aquela garota que senta na frente e todos pensam que ela é nerd, mas ela não tira notas boas, não se esforça, na maior parte do tempo está presente ali, mas a mente está longe? Essa era eu!
Antes eu gostava de pensar "sou burra", então a minha desculpa para tudo era "sou burra demais para tirar uma boa nota", mas então percebi que eu não era burra, ninguém é burro, apenas não se esforça, eu não me esforçava, eu não estudava, eu me sentia amortecida e agora no último ano longe das pessoas para as quais eu queria parecer legal eu me focaria, porque a escola não foi feita para achar o garoto "X" bonito ou o "Y", eu pretendo me focar, até porque o que me leva achar fulano ou ciclano bonito? Eu não tomarei a iniciativa e será isso. Então vou me focar e tentar recuperar o tempo perdido.
Embora eu fosse apenas uma garota tímida que sentava na frente, eu ainda tentava impressionar meus amigos e eu não sei o porquê, mas ser burra parece que é algo em alta, então eu não me esforçava porque assim ficava na média nem burra nem nerd.
Arrumei meu material para usar amanhã e me senti feliz por minha irmã Sabrina ter arrumado emprego, Sabrina comprou o meu material, então não era algo tão ruim. Ainda me lembro quando eu tinha sete anos todas as meninas tinham lancheiras cor de rosa da Barbie e eu tinha uma vermelha do rei leão, não é que eu não goste do conto, mas era lancheira de menino ao meu ver, mas pior foi a mochila, todas as meninas tinham mochilas cheias de frescuras e eu? Uma mochila de um desenho bobo que eu detestava, mas ela comprou porque estava barato. Sabe eu geralmente não reclamo, minhas roupas são baratas, meus acessórios baratos, mas eu não me importo, só não queria usar algo tão ridículo, quero dizer também não vivemos na miséria que ela gosta de pintar, nossa casa não é um barraco, é uma boa casa com bons moveis eletrodomésticos e bem bonita. Posso parecer amargurada, mas é isso eu sou amargurada, não é só aparência não. Porem eu não sairei gritando isso, existem coisas que não devem ser ditas, pois as palavras machucam mais do que uma faca as vezes.
Minha mãe fazia o que ela achava que era certo, mas o certo para ela não era o certo para mim, eu não tinha dinheiro para comprar melhor então eu ficava calada.
- SARAH VEM COMER! - gritou minha mãe e eu bufei.
-JÁ VOU - eu gritei de volta.
- SE DEMORAR, VAI ACABAR! - ela gritou e eu me levantei, com coisa que acabaria. Isso tudo era apenas drama.
Desci e Sabrina estava à mesa jantando, meu pai também e minha mãe estava indo com seu prato em direção à mesa. Peguei meu jantar e fui me sentar à mesa em silencio.
- Animada para a escola nova? - perguntou Sabrina para mim.
- Claro, assim como eu me animo quando estou doente - eu disse com sarcasmo e ela riu.
Sabrina era uma garota bonita, ela era mais velha, mas também mais baixa, seus cabelos eram longos e cacheados, olhos castanhos como seus cabelos.
- Que grosseria Sarah - me repreendeu meu pai, ele era um homem alto, bem moreno, com olhos castanhos mel, as vezes variava para verde amendoado, eram lindos olhos que eu morria de inveja, já que os meus olhos eram castanho-escuros escuros e comuns. Meu pai era um homem corpulento e com uma barriga bem avantajada.
- Desculpe - eu disse e então os três começaram a conversar sobre a faculdade da minha irmã.
Sabrina era a filha prodiga, ela estava fazendo faculdade, fazia tudo que eles queriam, ela gostava das mesmas coisas que eles, eu gostava muito da Sabrina ela era minha melhor amiga, mas esse negócio de filha prodígio me incomodava um pouco, não que eu estivesse disposta a fazer tudo que ela fazia, como por exemplo gostar de ir nas festas de família. Cruzes! Mas não era muito agradável sentir-se deslocada. Eu ainda tinha mais uma irmã, ela não morava mais conosco, ela morava com o marido ou traste como eu gostava de chama-lo. Samantha era a mais velha, todos diziam que ela se parecia muito comigo, eu não considero isso, Samantha tinha olhos escuros e cabelos cacheados, ela era mais baixa que eu, alias as minhas duas irmãs eram mais baixas que eu.
Após o jantar eu me despedi dizendo que voltaria ao meu quarto para dormir, meus pais foram ver TV e minha irmã perfeita subiu as escadas comigo.
- Eu e a Taty vamos sair na terça, talvez beber na frente da faculdade - ela disse animada.
- Posso ir? - perguntei animada.
- Claro! Vou dizer para a nossa mãe que vamos ao cinema - disse minha irmã sorrindo.
- Fechou! Boa noite Brina - eu disse, ela sorriu e caminhou para seu quarto, rumei para o meu.
Eu sabia que não era certo beber nada alcoólico antes dos dezoito, era proibido e todas essas coisas, mas eu era bem consciente com isso, eu nunca fazia nada de errado ou perdia os sentidos e a noção do que eu deveria ou não fazer, então Sabrine me levava para onde ela ia.
Resolvi tentar dormir, nova escola, vida nova! Eu já podia me imaginar, eu faria o tipo inteligente popular, eu seria aquela garota admirável... Ok isso foi um devaneio bem distante, desce dessa nuvem que não lhe pertence Sarah e volte à realidade, a realidade é eu seria eu mesma, a mesma nerd calada do canto.
Por quê? Porque essa sim era eu.
Nota final da autora: Deve conter erros, por mais que eu leia e releia eu as vezes não os vejo, tirei o que vi, me desculpem pelo que não vi.
Mas agora vamos para o que interessa não é mesmo? O que você acharam?
Amanhã teremos Castelo de cinzas com a Carol, não percam.
Quanto a mim, nós nos veremos por essa vida, por minhas histórias, pelos comentários e sagradamente aos sabados nessa minha parte da história rsrsrs.
Não deixem de conferir Castelo de Vidro, Castelo de Água e Castelo de Cinzas também, porque vale muito a pena.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro