Castelo de Cinzas - Capítulo 3
Nota da autora (CarolMunhoz6): bom dia minhas lindas e meus lindos!
como passaram a semana?
eu adorei esse cap, ele tem uma reviravolta ....
e tem surpresa para vocês !!!
um Pov do nosso gato Rick!
bom, vamos a leitura?!
Pov. Henrique
Desde que Natalie entrou nas nossas vidas tenho percebido o quanto ela esta sucumbindo pouco a pouco, o que entristece minha mãe e me enfurece. Diversas vezes tentei impedir aquela loucura dela de se cortar, mas minha mãe não queria que eu me metesse. Claro que sabíamos que esse tempo todo ela se cortava. Desde o primeiro dia, quando entrei no banheiro e vi uma gota de sangue no chão e o vão do espelho com um relevo que constatei ser uma lamina após cortar meu dedo tentando tira-la de lá, avisei minha mãe e ficamos prestando atenção. Não íamos nos intrometer, mas pelo amor de Deus! Quatro meses e ela não parava com isso.
Vi então a oportunidade perfeita para fazê-la acordar. Minha mãe precisou viajar, então quando a Naty entrou no banheiro fiquei próximo à porta, escutei seu choro abafado pela musica, depois escutei o chuveiro, enquanto ouvia o som da agua caindo fiquei pensando no porque eu me sentia daquela forma perto dela. Toda vez que nos tocávamos era como se uma corrente elétrica atravessasse meu corpo e disparasse meu coração. Claro que eu sabia o que isso significava. Eu gostava dela. Mas não era certo era? Ela era minha prima, e eu não podia deixar as coisas irem para outro lado.
Mas não era tão fácil assim, toda vez que via o mínimo vislumbre de seus cabelos ruivos, sentia aquela necessidade de ficar perto, de abraçar.
Eu sabia que era errado. Que essa atração ainda me traria problemas, então como se eu pudesse afastar esse sentimento, eu tentava ser o mais imbecil possível com ela. E cada vez mais eu era atraído a ela.
Queria poder cuidar e proteger ela de todas as formas, mas só havia uma forma que eu podia fazer isso, eu teria de ser amigo dela, quando eu sabia que queria bem mais que isso.
Escutei a porta do banheiro se abrindo, me tirando dos meus pensamentos, ela estava de cabeça baixa, e como de costume com o moletom GAP, mangas compridas quase cobrindo as mãos. Ainda assim a visão era incrível, Natalie não tinha ideia de como ela era bonita, se tivesse não se maltratava dessa forma.
Ela não percebeu minha presença e se assustou quando segurei seu pulso, num movimento rápido puxei a manga do moletom para cima, expondo o curativo feito na pele recém-machucada. Não pude me conter.
- Que porra é essa Natalie? Que merda você estava pensando para fazer isso? Enlouqueceu? Fala logo porra! POR QUE. VOCE. FEZ. ISSO. NATALIE? - exaltei-me e gritei. Não queria que as coisas fossem para esse lado, mas não pude conter meu temperamento.
- Me solta seu ogro! Isso não é da sua conta! - ela gritou, mas seus olhos já denunciavam o quão estava assustada com a descoberta. Meu coração se apertou, aquela corrente estava ali, entre nós dois, e eu queria muito poder abraça-la, confortá-la da forma que fosse, queria poder tirar essa dor dela e trazer para mim. Ela estava surpresa com a descoberta, mas ela precisava saber que isso, essa loucura, não era algo que estava escondido.
- Natalie, isso é loucura, pra que chegar a tanto?! Acha que não sabíamos disso?- olhei bem fundo em seus olhos, tentando controlar a minha voz e a vontade de apertá-la em meus braços.
- Acha que é loucura? Isso se chama dor! -ela gritava - Uma dor que você nunca vai saber o que é! - disse puxando seu braço e virou-se como se estivesse indo para o seu quarto. Não podia deixar que ela saísse assim. Eu precisava que ela escutasse. E ao contrario do que ela pensa, eu sei bem como é essa dor, ela não sabe como foi difícil. Meu pai foi simplesmente assassinado a sangue frio. Foi doloroso. Mas eu superei. Como ela também vai superar.
- Pelo contrário Natalie, eu sei muito bem qual é essa dor! Ou você acha que foi fácil superar a morte do MEU PAI quando eu tinha a sua idade?! Fique sabendo que não foi e nunca será. Mas eu não perco meu tempo me mutilando! Não é assim, essa não é a saída! Eu vivo! Vivo a minha vida da melhor e mais alegre forma possível, porque eu sei que era isso que ele iria querer para mim! É isso que seus pais iriam querer par você! - gritei, ela precisava entender que aquilo não a estava levando a nada. Ela precisava ver que aquilo não estava certo. Eu precisava manter a calma, mas não conseguia. E mencionar meu pai só dificultou mais.
Ela virou-se para mim, os olhos arregalados estavam marejados, a dor e a raiva que eu estava sentindo deram lugar à necessidade de tê-la em meus braços, eu nem sequer pensei só a puxei para mim e a abracei como se meu mundo dependesse dela. Sabe aquela sensação de ter seu mundo em suas mãos? Era assim que eu estava me sentindo neste momento. Ela era o meu mundo. E nem sequer sabia disso. Senti suas lagrimas o que fez com que meu coração se apertasse, meus olhos ardiam, me deixei levar pela emoção e chorei junto com ela, por ela. Acariciava seus cabelos enquanto estava abraçado a ela. Já não tinha clima para ir à festa que o Rodrigo tinha falado. Mas, pensando bem, essa festa seria uma boa saída. Não para mim, para ela. Sim, eu iria leva-la.
Esperei alguns minutos para que ela se acalmasse, e assim que sua respiração se tornou mais regular afastei-me levemente do abraço e olhando em seus olhos disse:
- Você precisa viver Natalie, viver de verdade, sair dessa bolha. O luto faz parte, eu sei o que é isso. Mas já chega! Você está viva, priminha, tem que agir como tal. Tem que se deixar viver. O luto é para ser só um período, não a vida toda. Está na hora de você ver isso. Seus pais gostariam de ver sorrisos ao invés de lagrimas. Chega disso. Serio isso está acabando com você, com a minha mãe que acha que você não gosta daqui e até mesmo comigo. Odeio essa situação, e ver você desse jeito, se mutilando é terrível. Não suporto isso. Você é jovem, bonita, vá aproveitar a vida! - disse sinceramente, e ela não faz ideia do quanto é bonita.
- Rick, se fosse em outro lugar, talvez isso não acontecesse, mas...
- Mas nada. Você não pode estar em outro lugar. Você precisa ficar aqui, não torne isso tão difícil Naty - interrompi, era hora de fazer com que ela vivesse. - Sabe o que é a melhor coisa para se viver?! Uma festa! Eu estou indo a uma agora, vem comigo. Você vai se divertir. - disse torcendo para que ela aceitasse.
Ela concordou em ir à festa e pediu para que eu aguardasse ela se trocar. Fui para meu quarto e peguei a primeira camisa que veio na mão. Peguei a chaves do carro, a carteira e o celular que estavam jogados sobre a cama e sai do quarto indo em direção a cozinha pegar uma cerveja, abri a geladeira e peguei uma cerveja já aberta, tinha um pouco de liquido dentro... Ia ser essa mesmo. Não da para desperdiçar não é?! Estava próximo ao sofá da sala quando meu celular tocou.
Era o meu amigo Rodrigo, devia ser algo da festa.
- Fala ai cara, beleza? - perguntei
"Beleza, e que beleza! E ai cara, vai demorar muito? Tá cheio de gostosa aqui!"
- Não cara, nós já estamos saindo.
"É aquela sua prima gostosa que você falou?"
- Rodrigo! - disse já com raiva. Maldita hora que eu comentei com ele sobre a Natalie
"Tudo bem esquece. Só venha logo. Não sabe o que tá perdendo" - ele disse animado.
- Ok. Até - Despedi-me e tomei o ultimo gole da cerveja. Estava de costas para o corredor, e não vi quando ela chegou, mas quando meus olhos caíram sobre ela o liquido que estava em minha boca saiu todo em um ataque de tosse. Porra, ela estava linda! Mas não linda como todos os dias, ela estava linda e gostosa.
Eu estava sem palavras, não tinha como dizer o quanto ela estava incrível.
Saímos de casa e senti aquela tensão no ar, algo nos atraia um para o outro. Tivemos um dos momentos mais engraçados que já tive ate hoje dentro do carro. O caminho todo fomos escutando "The Time off My Life", cantando juntos, e eu estranhamente sentia que esse era o momento da minha vida. E ela? Ela estava magnifica, cantando e sorrindo, parecia outra pessoa
Chegamos ao local da festa ainda muito animados, eu estava com muita vontade a apertar contra mim e não a deixar sair desse carro. Com certeza ela ia chamar a atenção de todos os caras nessa festa. Estacionei o carro e sai para abrir a porta para ela. Quem diria, eu sendo cavalheiro?!
Natalie me olhou curiosa enquanto eu abria a porta para ela descer. Ia estender a mão, mas iria ficar muito estranho.
- Rick, eu tenho mãos sabe... Posso abrir a porta sozinha- ela disse debochada.
- Eu sei, mas não me custa proteger minha prima dos perigos. - pisquei para ela e sorri
- Certo, deixe-me ver. Esses perigos são iguais a você? - ela perguntou mordendo o lábio inferior, Ah baby, não faz assim, não respondo por mim. Prendi a respiração tentando controlar o impulso de agarra-la, tentei desviar meus olhos dela, mas era impossível. A olhei intensamente, antes de responder um "sim".
- Ah, então está tudo bem. Sei lidar com cavalos - ela piscou divertida e virou as costas caminhando em direção ao portão.
Como assim cavalos? Olhei para ela, e tive ódio do que vi. Ela estava de papo com o imbecil do Thiago na frente do portão. Ativei o alarme do carro e estava indo para perto dela quando os dois saíram em direção a casa.
Eu queria muito interromper eles, tirar ela das mãos dele, mas eu não queria estragar a felicidade dela. Ela estava se divertindo tanto.
Fiquei boa parte da festa encostado na parede bebendo algumas cervejas e observando eles dançando. Quando ele a beijou minha vontade era de bater nele ate a morte. Ele não podia tocar no que é meu. Respira Henrique/. Ela não é sua. Mas aquela vozinha dentro de mim gritava um "ainda".
Quando ele a prensou na parede eu não queria olhar, não precisava me torturar. Fui pegar outra cerveja no bar e escutei o que não devia, ou devia. Não sei.
"Cara o Thiago vai fazer merda, olha lá ele esta quase esganando a menina".
Meus olhos voaram para onde ela estava. A cerveja que estava na minha mão, agora estava no chão eu voei para o lado dela e o tirei de cima dela, eu queria arrebentar ele, mata-lo lentamente, mas dei apenas um soco e disse:
- NUNCA MAIS ENCOSTE NELA, OU ESSE SOCO SERÁ UM CARINHO PERTO DO QUE FAREI COM VOCÊ! -Virei-me para ela e a abracei, tentando acalmá-la. Ela estava um pouco alta na bebida, isso era claro. Afastei-me na intenção de analisá-la, mas o momento fugiu ao que deveria ser, quando dei por mim eu ia beijá-la, ela me olhava intensamente, também me desejava. Quando nossos lábios estavam quase se tocando, ela baixou o rosto. O que me decepcionou um pouco. Mas essa foi à decisão certa. Isso não podia acontecer.
Decidi que era hora de ir embora. A festa tinha acabado para mim no momento em que Thiago colocou os olhos em Natalie. Então não havia nada para fazer ali, ainda mais depois dessa cena, justo no dia em que ela resolve ceder, que ela baixa a guarda e escuta a voz da razão, quando ela finalmente decide quebrar aquele luto, acontece uma merda dessas.
A puxei pela mão em direção à saída, mas ela parou e pediu para ficar, disse que estava se divertindo, o que eu considerei um absurdo já que ela quase foi estuprada! Mas o "por favor" dela, me quebrou e eu cedi.
Busquei algumas bebidas para nós, mas tomei o cuidado de tomar pouco. Eu precisava dirigir. Intercalava o álcool com energético para mim, e deixei que Naty curtisse a noite, ela já tinha tomado varias cervejas, e aqueles drinks coloridos que as mulheres gostam.
Estava na hora de animar isso. Fui ate o bar enquanto ela dançava e trouxe tequilas para bebermos. Ela estranhou, mas bebeu, e pedi mais, ela bebia e dançava. Fiquei preocupado que ela pudesse passar mal, então trouxe um lanche para ela, achoo que era algo com patê, não sei do que, ela comeu e continuou dançando se apoiando em mim. Os casais mais animados estavam fazendo bodyshot , quando ela viu ficou louca para fazer, eu neguei de primeira, mas não pude resistir muito.
Ela se deitou no balcão, como ela estava de vestido, não permiti que ela o levantasse, por mais que ela insistisse, apenas posicionei o copinho entre o vale dos seios dela e a fatia de limão na boca o sal coloque próximo ao seu ombro e fui para a tortura.
Beijei seu ombro retirando o sal, sem as mãos virei o copinho em minha boca, soltei-o no chão mesmo, e olhei em seus olhos antes de me abaixar e pegar delicadamente a fatia de limão. Nossos lábios roçaram, despertando o desejo em nós dois, era nítido em seu olhar. Sustentei esse olhar enquanto ela descia do balcão, segurei sua mão puxando-a para a pista de dança, mas ela gritou:
- Hey, aonde vai? É a minha vez! - e me puxou. Eu cedi, minha força de vontade não era muita, e ela toda sexy, não ajudava no meu autocontrole.
Ao contrario do que fiz com ela, Natalie abriu todos os botões da minha camisa, colocou o sal um pouco abaixo do umbigo. Um lugar muito perigoso para mim, à fatia de limão em minha boca era menor que a dela, ela me olhou mordendo o lábio enquanto derramava o liquido em meu umbigo. Aquilo era para ser gelado, mas estava quente como o inferno.
Quando sua língua passou pelo sal e sua boca sugou a tequila tive que me controlar para não beijá-la, mas ela o fez. Quando se dirigiu para minha boca, ela retirou o limão com delicadeza, porem demorou-se em meus lábios o sugando. Não resisti e me entreguei ao beijo. Foi intenso. Foi errado. Mas foi incrível. Sua boca macia e acetinada. Seus lábios urgentes e vorazes me fizeram perder a noção de onde estávamos. Levantei-me interrompendo beijo e a puxei para a pista, dançamos colados e depois do primeiro beijo não paramos mais.
A noite toda foi nesse fogo, saímos da festa e fomos para casa com uma Natalie bêbada e se jogando em cima de mim.
Entramos em casa ainda agarrados, o clima estava cada vez mais quente. Minha camisa já estava no chão, meu cinto estava aberto assim com o zíper do meu jeans.
Natalie me beijava vorazmente enquanto íamos para o quarto, ela já havia se livrado dos sapatos e o vestido estava com o zíper aberto. Deitamos em minha cama o que fez os beijos se intensificarem ainda mais, e quando dei por mim estávamos nus. Olhei para ela, admirando seu corpo e evidenciando todo o desejo que sentia. Ela sorriu e não pude deixar de perguntar se ela tinha certeza.
Ela assentiu, eu caminhei ate o guarda roupa, procurando a caixinha que ficava ali perdida em minhas roupas a deixando na cama. Fiquei poucos minutos ali, o suficiente para pegar um preservativo e jogar a caixa de qualquer jeito dentro do móvel. Mas para minha surpresa, quando me virei ela estava dormindo. Simples assim. Ela apagou na minha cama, nua, me deixando com um baita desejo.
Joguei-me ao seu lado na esperança dela acordar, mas não sei se foi à bebida, não sei se foi pelo cansaço, pela sensação de estar com ela, mas acabei adormecendo ao seu lado.
Pov. Natalie
A luz que entrava pela janela já estava me irritando. Tentei abrir meus olhos e gemi com a claridade. Merda, esqueci-me de fechar a janela. Espera, eu nunca abro as janelas do meu quarto. Onde diabos eu estou?! Tentei me mexer, mas tinha algo fazendo peso sobre mim. Olhei cautelosamente, e o que vi me assustou. Um braço musculoso e moreno pairava protetoramente sobre minha barriga coberta apenas por um lençol fino e ao meu lado, Rick estava largado, dormindo pesadamente e completamente nu, assim como eu.
Merda! Merda! Merda! O que foi que eu fiz?
Tentei cuidadosamente sair dali, precisava de ar. Que porcaria! O pior é que eu não me lembrava de nada! Como eu fui parar na cama com ele?! Não podia ser assim! Ele é meu primo irritante. Eu não podia ter feito isso. Minha primeira vez tinha que ser algo especial, eu tinha que pelo menos me lembrar dela. Eu não me lembrava de nada, absolutamente nada de ontem!
O pânico me tomava pouco apouco. Tentei erguer o braço dele tomando cuidado para ele não acordar. Mas quando ergui o braço dele, ele ressonou e me puxou para si, colando o seu corpo no meu num abraço de aço, jogou suas pernas em cima do meu corpo. Vi-me presa a ele de uma forma bem constrangedora.
- Nat...Hum...Não.- sussurrou ainda dormindo.
Mas que merda, além de estar nessa posição constrangedora, ele ainda sonha comigo, tirando toda e qualquer duvida de que eu pudesse estar enganada quanto ao que houve ontem à noite. Eu definitivamente não deveria ter ido a tal festa.
Meu deus. O que eu vou fazer? Não tinha nem como eu sair dessa cama Minha primeira reação foi virar-me de costas e fingir que estava dormindo novamente. Seu braço já não estava em minha cintura, então em alguns segundos, com sorte, eu conseguiria sair daqui.
Mas mais uma vez, a sorte não estava ao meu favor, senti a sua respiração se alterando, era mais rápida e ele começou a se mexer. Droga. Senti sua respiração em meu pescoço antes mesmo de sentir suas mãos. Ele chegou perto, suspirando em meu ouvido, sussurrando um "bom dia princesa" e plantando um beijo no meu pescoço, o que fez com que eu me arrepiasse, culpa da maldita corrente elétrica e do martelar do meu coração, não consegui disfarçar o leve sorriso que surgiu em meus lábios.
Seus braços me envolveram e me puxaram para si, eu não consegui esboçar reação nenhuma. Parecia que tinha congelado.
- Hey, não vai me dar bom dia, Naty? - ele disse encostando seu nariz no meu, atrapalhando meu raciocínio.
- Bo..bom dia Rick - Eu gaguejei. Sem conseguir olhá-lo nos olhos.
Estávamos muito próximos, ate demais, e a falta de roupas estava me incomodando. Rolei para a esquerda, saído de seus braços e puxei o lençol junto comigo. Sentei-me na cama enrolando-o no corpo e sem dizer nada me levantei e recolhi o que restara do meu vestido.
Ele me observava curioso, parecia querer falar algo, mas quando abria a boca a fechava novamente. Estava em frente à porta com a mão na maçaneta e olhos fechados pronta para sair daquele quarto, que definitivamente não era o meu, quando senti suas mãos segurando firmemente em minha cintura, puxando-me para si, apertou-me em seus braços, me colando ao seu corpo e soltou o ar, apoiou o queixo em meu pescoço e pediu carinhosamente para que eu não saísse do quarto.
- Rick .. Eu... Não dá. Está tudo uma bagunça em minha cabeça. Eu não me lembro de nada, não sei nem como vim para aqui. - comecei a falar rapidamente.
- Não vai Natalie, vamos conversar. - o olhei temerosa - Naty, se eu dissesse a você que não aconteceu nada a noite passada eu estaria mentindo. Mas isso que você esta pensando que aconteceu, na verdade não aconteceu. - ele disse, seu olhar parecia implorar para que eu acreditasse.
- Rick, serio que acha que eu vou acreditar nisso? Acordamos na mesma cama, sem roupas. Você disse meu nome enquanto dormia. - eu disse e ele baixou os olhos. Ia continuar, mas ele não deixou. Colocou um dedo sobre a minha boca insistindo para que eu ficasse quieta.
- Natalie, você precisa acreditar em mim! Ontem nós passamos dos limites? Sim. Nós nos beijamos muito, e eu confesso que gostei muito disso e a minha vontade é fazer exatamente isso agora, assim como eu sei que você também quer. Mas você precisa entender que nós não transamos ontem. Nós bebemos muito, eu menos que você. Quando chegamos em casa o clima estava quente como o inferno, estávamos no quarto e nós íamos mesmo transar, eu levantei da cama por alguns minutos pra pegar um preservativo e quando voltei você estava apagada. Não me leve a mal Natalie, mas eu não curto necrofilia. Queria você bem acordada, para que pudesse se lembrar disso para sempre, mas você caiu no sono, e estava tão linda assim que quis ficar te observando enquanto estivesse dormindo. Eu não ia ficar na cama, mas acabei adormecendo do jeito que estava. E antes que você pergunte, foi você que arrancou as minhas roupas.
Ele falava tudo tão rápido, e gesticulando tanto com as mãos que não pude deixar de acreditar. Ele estava nervoso demais para quem estava mentindo.
Mas ainda tinha uma coisa que eu precisava saber.
- Porque você me beijou? Porque deixou que isso acontecesse? - questionei.
Ele suspirou antes de responder.
- Porque eu não vou mais fingir que não a quero, que não a desejo com todas as minhas forças. Não vou mais te afastar Natalie. Eu quero você demais, mais do que eu imaginava.
O que? Como assim ele me quer? Ele sempre me odiou...
- Espera ai. Como assim? Rick, eu não estou entendendo. Você sempre me odiou. Sempre me tratou mal, ficava me irritando e fazendo da minha estadia aqui um inferno, e do dia para noite você resolve dizer que "gosta" de mim? O que você fumou ontem que te fez delirar tanto? - perguntei irônica
- Não Natalie - ele disse exasperado andando pelo quarto- o que você não entendeu? Eu acabei de dizer que estou cansado de te afastar. Desculpe se te tratei mal ate hoje, mas foi apenas tentando mudar o que eu sentia. Toda vez que eu te via, que escutava a sua voz, por mais que não demonstrasse, era a melhor parte do dia para mim. Eu te provocava sim, para chamar sua atenção, ao mesmo tempo em que eu sabia que não era o certo, eu queria e não podia. Cacete! Nós somos primos e isso dificulta tudo. - ele parou de falar e segurou minhas mãos, olhando fundo nos meus olhos. - Mas se você disser agora Naty, que sente o mesmo, que tem a mesma vontade que eu, que eu não imaginei coisas e você também sente algo por mim. Eu te garanto que vou lutar por nós dois. Vou fazer dar certo. - ele se aproximou, colocando as mãos em meu rosto e olhando suplicante para mim - diz Natalie, diz alguma coisa, qualquer coisa, por favor.
Eu não conseguia raciocinar. Era muita coisa para processar, eu precisava sair dali, precisava pensar, mas olhar em seus olhos me desarmava. O que eu queria? Ele acabou de confessar sentir tudo aquilo que eu também sentia e negava a mim mesma. Ele acabou de dizer com todas as letras que iria lutar por mim, e eu não conseguia reagir. Eu queria muito isso, muito mesmo, ao mesmo tempo em que sabia que era errado. Ele era meu primo. Mas primo não é irmão! Gritava a minha consciência. Ele baixou os olhos, e soltou meu rosto, acredito que encarou meu silencio como uma negativa, como se eu achasse louco. Ele estava se afastando, e eu não podia deixar isso acontecer. Segurei suas mãos e o puxei para mim, sem pensar prensei meu corpo no dele, e cedemos ao desejo nos beijando intensamente. Esse era o nosso primeiro beijo. Esse era o beijo pelo qual eu sempre me lembraria. E agora, em seus braços eu sabia que tudo ficaria bem.
Sem perceber, o lençol que cobria meu corpo deslizou para o chão, deixando meu corpo nu em contato com a sua pele. Ele me apertou em seus braços e aprofundou ainda mais o beijo. Era necessidade. O contato de nossos corpos estava despertando sensações incríveis em mim. Eu não queria parar e nem ele. Pouco a pouco estávamos nos movendo, e sem perceber estávamos na cama. Ele deitou-se por cima de mim, cobrindo meu corpo com o seu. Estava quente como o inferno, mas era bom. Quando o ar se fez necessário seus beijos passaram para meu pescoço e colo, minhas mãos desciam por seu corpo sem pudor assim como as suas passeavam livremente pelo meu corpo.
Ele ergueu seu rosto e uma pergunta muda estava em seus olhos. Assenti. Eu não queria parar. Não agora. E se eu tinha certeza de uma coisa, era que eu confiava nele para isso. Eu queria que a minha primeira vez fosse com ele.
Sorrimos durante o beijo cada vez mais urgente, e aquela sensação de formigamento, de corrente elétrica só estava cada vez mais forte. Quando nossos corpos enfim se conectaram, não houve tão temida dor. Senti um incomodo e uma lagrima escorreu. Uma lagrima de felicidade, ele a secou com beijos e os desceu ate chegar a minha boca, em nenhum momento ele parou de dizer o quanto me achava linda, o quanto gostava de mim. Certo momento meu corpo explodiu em tremores e tive a sensação de ir ao céu, minhas pernas estavam moles, eu tremia e o apertava contra mim. Ele ficou imóvel e me beijou ternamente, rolando para o lado e me puxando contra si. Ficou por algum tempo acariciando meus cabelos, ate que senti sua respiração ficar mais pesada e espaçada. E ao som do seu coração martelando no peito eu adormeci, feliz pela primeira vez em meses.
Nota final da autora: gente, quem ainda não participa tem o grupo do face!https://www.facebook.com/groups/900573143334264/?fref=ts
participe e fique sabendo das novidades, spoilers...
desejo a todos uma boa semana e ate semana que vem!
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