Então aqui estamos, pensou Alessandra, dentre o barulho das águas no ponto de contato. Tudo muito escuro, apenas uma lanterna clareando os seus passos e os do Yan sobre a passarela que levava às quedas d'água do lado argentino. Ela suava e o coração palpitava quando ele indicou que parassem. Exibia uma expressão tão tensa que a fez estremecer.
— O que foi, Yan?
Ele não respondeu. Fez um gesto com a mão para que ficasse em silêncio e apontou para cima.
Ela não via nada além do céu encoberto pelas nuvens. Será que isso interferiria? Também não ouvia nenhum ruído além do barulho constante das águas.
Sentiu um frio na barriga.
Havia algo errado. Sabia disso.
Yan não olhava para ela. Estava em alerta, inspecionando o local.
De repente, ouviu barulho de passos atrás deles.
— Corra! — Yan gritou e puxou Alessandra pela mão.
Foram para o lado das quedas, quase sem enxergar nada.
— Rápido!
O barulho dos passos estava mais próximo e eles continuavam correndo. Ao final da passarela, sem opção, pararam.
— Venha! Vamos ter de pular — ordenou Yan.
Alessandra se agarrou na grade de proteção com as duas mãos.
— O quê? Pular? — gritou desesperada. — Está louco? Não tem para onde pular. Estamos cercados pela água e o volume é violento. Nós vamos morrer!
— Vocês, humanos, não são capazes nem de dar um pulo e nadar? Esqueça a altura e controle seu medo, Alessandra.
— Não posso! — e ela havia confiado nele.
— Estamos sendo perseguidos. A nossa única chance é pular.
— Você só pode ter enlouquecido. Eu não vou conseguir!
— Vai, sim. — Ele olhou firme para ela.
— É impossível! — gritou à beira das lágrimas. — São mais de setenta metros de altura. — as juntas de suas mãos estavam brancas, grudadas às grades.
Ele a olhou por alguns segundos, como se analisasse as possibilidades.
— Por favor .... — suplicou ela. O seu rosto queimava.
Yan pegou-a no colo, como se não pesasse mais que um pacote de arroz. Ela começou a se debater e gritar, atingindo-o pelo corpo. Mas ele, firme, ergueu-a com um puxão e a jogou por cima das grades da passarela, para as águas.
— Yaaan! Nãããooooo!
Ela teve a impressão de que ele pulou logo em seguida mas estava tão apavorada que podia estar delirando.
Alessandra caía, caía, o barulho das águas aumentava, foi tudo ficando mais escuro..., ela não parava de cair... e tremia.
O fundo não chegava, ainda estava lúcida e algo a chacoalhava.
Chacoalhava?
Continuava caindo... mas ainda estava viva... sabia disso...
— Ale!, Ale! Acorde!
Abriu os olhos, assustada.
— Aaii! — tentou se desvencilhar do seu agressor.
Não estava mais presa em uma queda infinita, e sim sentada na sua cama, ofegante, com Yan à sua frente, olhando-a interrogativamente e segurando-lhe os ombros.
Teve o ímpeto de fugir, afinal ele acabara de jogá-la no furor das águas da Garganta do Diabo e, naquele momento, seu emocional não distinguia o concreto do imaginário.
— O que houve? Com o que estava sonhando? — ele perguntou preocupado. — Estava gritando.
Ela respirou, tentando se situar e parar de tremer. Passou as mãos pelos cabelos, empurrando-os para trás, e Yan levantou para lhe oferecer um copo com água.
— Tome. Vai te fazer bem.
Ela aguardou até seu coração voltar ao normal e tomou alguns goles, que desceram suavemente, refrescando-a. A sensação foi tão boa que acabou tomando o copo inteiro.
— O que aconteceu, Ale? Por que estava tão apavorada?
— O que exatamente vamos ter de fazer amanhã para... —interrompeu-se, sem saber que palavra usar. — Pegarmos a nave?
— Nada especial. Você não vai nem sentir, e estará comigo. Nada de mal vai acontecer.
— Você acaba de me jogar da passarela da Garganta do Diabo no meio das águas para me "salvar". São mais de setenta metros de altura.
— Ah, então foi isso — disse Yan.
Ele deu a volta na cama, sentou-se ao lado da Alessandra e encostou-se na cabeceira. Puxou-a de modo que as costas dela ficassem apoiadas no seu peito e descansou o queixo sobre a cabeça dela. Com uma mão, massageou-lhe o ombro e o braço e, com a outra, lhe acariciou o cabelo.
— Está tudo bem agora. — Ela ainda tremia. — Só foi um sonho ruim devido à tensão que está vivendo. Eu jamais faria algo assim com você. Fique tranquila.
— Estávamos fugindo, alguém nos perseguia. Qual a chance disso acontecer amanhã?
— Nada de errado vai acontecer amanhã. Volte a dormir. Você precisa descansar.
Ela tocou a mão dele que estava sobre o seu braço e ele entrelaçou os dedos nos dela.
Ficou alguns minutos com os olhos fechados ouvindo as batidas do coração dele, supondo ser um coração. Aos poucos foi se acalmando, mas estava com o corpo muito quente por causa da tensão do pesadelo.
— Preciso lavar o rosto. Ele está pegando fogo.
Levantou-se e foi até o banheiro. Lavou o rosto, enxaguou a boca com água e um pouco de creme dental para tirar o amargor do medo que havia sentido e retornou ao quarto, parando na saída do banheiro.
Foi então que percebeu o quanto estava vulnerável. Yan continuava sentado na cama esperando por ela, vestido com uma camiseta e calça jeans. E de botas.
Ela não o ouvira chegar nem tomar banho.
E ela vestia um pijaminha de malha, de shorts e camiseta – ainda por cima, sem sutiã. Se precisassem sair correndo por alguma razão, ela estaria ferrada e ele, pronto. Além do fato de estar apenas meio vestida, e não completamente, como deveria. Droga!
— Por que não me avisou para dormir com roupa normal, e não de pijama? Se precisarmos sair correndo, vou atrasar a nós dois ou vou ter de sair assim. — Gesticulou para baixo mostrando suas roupas para ele.
Os olhos dele passearam lentamente pelo seu corpo, antes de voltarem a encará-la.
Ela sentiu o coração acelerar e sua respiração perder o ritmo que recuperara após o choque do pesadelo, mas, agora, o melhor a fazer era voltar para a cama rapidinho e se cobrir.
— Pode dormir do jeito que quiser, Ale — disse com a voz baixa e grave, mexendo-se na cama para se ajeitar melhor. — Dormir vestido é apenas um costume de quem ter de estar sempre em alerta. Você precisa relaxar. Deite aqui. Vou ficar próximo até que consiga dormir.
Ai, ai, ai... não sei se é uma boa ideia.
Mas acabou retornando à cama, deitando de costas para ele e voltando a encostar a cabeça em seu peitoral, para desespero do seu lado racional.
***
Depois dos gritos assustados de Alessandra, Yan soube que estaria em apuros naquela noite.
Ao retornar da sua inspeção, ele entrou no quarto em silêncio para não acordá-la. Puxou o lençol para cobri-la até os ombros.
Tomou um banho frio, fez toda a higiene, vestiu-se — ao modo dos humanos — e voltou ao quarto, evitando observá-la por muito tempo. Acomodou-se na poltrona e procurou repassar todos os passos para o dia seguinte.
Aham.
Virou-se de costas para a Alessandra.
Já sabia tudo o que fariam e não precisava repassar. De novo.
Não precisava pensar em Ross e em todos os seus pedidos para que a protegesse.
Ela havia se virado para o lado em que ele estava. Ele espiou.
Não precisava pensar em Drah. Havia se comunicado há pouco com os Guardiões e corria tudo dentro do esperado.
Ela abaixara o lençol. Estava com calor.
Droga!
Não precisava ficar rastreando alguma frequência diferente, também já havia repassado esse procedimento mais de seis vezes após retornar, e estava tudo tranquilo no hotel, além das salvaguardas permanecerem ativas para proteger o quarto.
Virou-se para ela.
Estava linda. Tão jovem.
Não adiantava levar suas reflexões para qualquer outro assunto que não fosse ela.
Estava duro e latejando. Outra vez!
Que inferno!
Na atração, no sexo em si, eram semelhantes aos humanos.
Não queria correr o risco de Alessandra ficar amedrontada ou não vê-lo como alguém de confiança só porque não se continha.
Virou-se mais uma vez de costas para ela. Tentou se ajeitar melhor, procurando uma posição que fosse mais confortável para acomodar o volume dentro das calças. O aroma do perfume dela que preenchia suavemente o quarto também não contribuía para bloquear a ereção que lhe acenava vitoriosa.
Vai ser difícil hoje.
Suspirou resignado e procurou se concentrar para refrear os impulsos, quando percebeu a inquietação da bela morena.
Ela começou a se virar e se mexer nervosamente, agarrando o lençol. Quando deu o primeiro grito, ele já estava ao seu lado, segurando-a e chamando seu nome.
Ao vê-la assim, tremendo, Yan necessitou de um controle hercúleo para conter o ímpeto de abraçá-la e pegá-la no colo. Então, foi comedido ao se aproximar. Ela precisava de apoio e segurança, não de um ataque sexual naquele momento.
Quando ela se levantou para ir ao banheiro e ele observou a cadência característica do seu andar, o shortinho deixando à vista uma pequena mostra da parte inferior de suas nádegas, Yan pensou que sua calça iria estourar, mesmo já tendo visto e tocado cada centímetro daquele corpo.
Então procurou se conter – de novo – e tomou o que sobrou na garrafa d'água que havia pegado para servi-la.
Quando ela parou na porta do banheiro, indignada por estar com menos roupa que ele, Yan soube que precisaria amarrar os pés e as mãos para não terminar a noite arrancando aquela pouca roupa e fazendo-a voar pelo quarto.
E agora Alessandra estava encostada em seu peito e precisava de segurança.
***
— Você acha que os humanos não são nada, não é? — perguntou ela.
Ele estava meio deitado, com um dos cotovelos sobre o travesseiro e a mão apoiando a cabeça. O outro braço envolvia a cintura fina dela, deitada de costas para ele.
— Eu nunca disse isso.
O coração dele batia acelerado.
— Do jeito que pediu para eu pular daquela altura e o desprezo que demonstrou quando eu disse que não conseguiria...
— Foi um pesadelo. Este foi o modo como você interpretou o que eu penso da raça humana. Não significa que seja verdade.
— E o que pensa de nós?
— Deles, Ale. Deles. — Abaixou-se e falou próximo ao ouvido dela. — Você é uma híbrida. Nunca se esqueça disso. Vai aprender sobre esse outro lado, que também faz parte da sua existência.
Ele acariciou-lhe a barriga.
Ela fechou os olhos. Pôs sua mão sobre a dele, tocando-a de leve com a ponta dos dedos.
— Sobre os humanos... — ele cochichou com os lábios roçando a orelha dela. — Precisam de mais humildade para adquirir a tão almejada honra.
O coração dela disparou.
O que foi que ele disse?
— Ale? — ele perguntou baixinho, o que a fez se arrepiar do dedão dos pés até o couro cabeludo.
Eu quero esse homem de novo... droga, o que será que ele tem?
— Desculpe, eu meio que viajei — disse com a voz trêmula, por mais que tivesse se esforçado para soar firme, se movimentando para disfar çar com o braço os mamilos que se arrepiavam por debaixo do pijama.
Que inferno! Estou pronta para transar pela segunda vez com ele, o desconhecido mais íntimo que já tive. Ele deve ter me dado alguma droga afrodisíaca extraterrena em algum momento e nem vi. Só pode ser isso.
Como ele não disse nada, virou-se para encará-lo.
Ele estava de olhos fechados, como que se concentrando em algo.Quando percebeu o movimento dela, abriu-os.
— Já que está mais calma, vou te deixar dormir e vou descansar também. — Ele começou a se levantar.
Ela o segurou.
— Eu preciso de você, Yan — cochichou.
Literalmente, pensou. Quero que fique comigo, me acalme, me passe um pouco mais de segurança... e que arranque a minha roupa, toque o meu corpo inteiro com as mãos, a boca e entre em mim...
Ele a olhou nos olhos, acariciando seu rosto e cabelo.
— Ale, temos duas alternativas — disse, rouca e pausadamente. — Ou deixo você aqui na cama descansando como deve ser e volto para o meu canto, que é a alternativa correta e mais apropriada para ambos, ou...
— Ou?
Ela já não se aguentava de tão quente.
— Ou fico aqui — disse, aproximando-se do rosto dela — e aí você não vai nem descansar, nem dormir. Muito menos eu.
Seu coração estava na garganta. Disparado.
— Por quê? — sussurrou.
— Porque eu não vou deixar — Yan respondeu, roçando a orelha dela com os lábios.
Eles estavam tão próximos e tão envolvidos nesse jogo sensual que ela nem percebeu quando ele a deitou.
Ah, dane-se! Que o mundo inteiro se dane!, ela mandou este recado para o seu lado racional.
— O que vai fazer comigo?
— Vou fazer você sentir na essência, o que é ser mulher — disse bem próximo à sua boca.
— Você já não fez isso hoje? — Ela deslizou o dedo pelo rosto dele.
— Fiz? — perguntou com um sorriso zombeteiro e ao mesmo tempo triunfante. — Nenhum outro a fez se sentir como eu te fiz hoje? — E ele mesmo respondeu: — Não. Eu sabia.
Alessandra revirou os olhos, mas esqueceu o que iria responder quando sentiu o volume dele nas suas coxas, devido ao movimento que fez ao seu lado.
— Yan... escolho a segunda alternativa. — sussurrou com um olhar brilhante.
E o tocou.
Assim que ele sentiu o toque, cedeu. Deu-lhe um beijo demorado e preguiçoso. Explorou cada detalhe da boca de Alessandra, tanto com os lábios quanto com a língua, tocando-a com total conhecimento de causa.
— Agora vai ser com a calma que você merece — sussurrou antes de voltar a beijá-la.
Ela gemeu e teve a nítida impressão de que a umidade que sentia por entre as pernas molhava o lençol.
Abriu a braguilha da calça dele, puxou o zíper e segurou-lhe o membro. Ela estava desesperada para senti-lo por inteiro em suas mãos. Mas ele não demonstrava intenção de facilitar. Por enquanto.
Ele soltou-lhe os lábios e a encarou com os olhos em chamas. Sorriu com o canto da boca e pôs seus joelhos um de cada lado do corpo dela. Levou-lhe as mãos acima da cabeça, sobre o travesseiro, e recomeçou a beijá-la, obrigando-a a largar o bem precioso que tocava e ansiava explorar.
Yan beijou-lhe o pescoço, desenhando círculos com a ponta da língua. Ela se permitiu o quanto pôde essa sensação sobre a pele, mas quando, por instinto devido aos arrepios, fez menção de se afastar, ele a segurou e começou a mordiscá-la na altura da clavícula até o início dos seios. Seus mamilos despontaram orgulhosos, através da camiseta, agora bem abaixo da linha dos olhos dele.
Ele, ainda segurando-lhe os braços, desceu a língua até eles, rodeando-os e sugando-os por cima do pijama. Sem dar tempo de Alessandra se recuperar do toque, Yan voltou ao pescoço, beijando-o ali e descendo com a língua quente e macia, movendo-a até o espaço convidativo e tênue entre os polpudos peitos dela, o que a fez se contorcer por baixo dele.
Ele a apreciou com olhos ardentes. Sabia que estava deixando a sua marca.
Yan foi soltando as mãos dela enquanto a observava. Ergueu-se, permanecendo de joelhos. Puxou a camiseta do pijama que ela vestia por cima da cabeça e, uma vez sem a roupa, tocou-lhe os seios nus com as mãos quentes. Ela arqueou as costas, quando ele lhe acariciou os mamilos com os polegares e indicadores torcendo os dois ao mesmo tempo.
Olhando-a de cima, Yan tinha uma imagem extremamente sensual, a ponto de fazê-lo perder o ritmo da respiração, o que o obrigou a ativar o que ainda lhe restava do autocontrole para não atingir um orgasmo logo no início.
Nada mais erótico e sensual do que admirá-la, dobrando-se de prazer pelo seu toque.
É. Seu toque.
Encarando-o, ela puxou-lhe a camiseta para fora da calça e ele lhe deu uma ajuda, lançando-a para longe.
Ela, então, pôde tocar seu tórax bem definido, o abdômen duro, a pele macia e convidativa, que, para ela, era uma delícia de sentir.
Agora observando-o, teve a grata surpresa de que mesmo não sendo daqui, ele tinha pelos como os humanos e na medida que ela gostava. Um meio-termo, nem em excesso, nem sem nada. Ainda deitada, ergueu um pouco mais os braços, alcançando-lhe os mamilos, devolvendo o ato, puxando-os e também dando uma leve torcida, o que fez com que ele fechasse os olhos de prazer.
Tocaram-se como se tentassem conhecer cada centímetro do calor do corpo um do outro.
Yan, ainda de joelhos, beijou-lhe o umbigo, acariciando-o sem pressa. Foi descendo até encontrar o elástico dos shorts do pijama que ela ainda vestia. Com a cabeça abaixada, puxou-o em direção aos pés.
Alessandra ergueu o quadril e depois as pernas para a peça sair mais facilmente, devolvendo-lhe o olhar, quase em êxtase.
Ele, então, fitou a calcinha dela, um pequeno triângulo em renda branca, tocando-a por sobre a entrada ansiosa. Passeou os dedos pela lingerie, fazendo Alessandra se contrair de excitação. Começou a beijar o tecido fino, até que o empurrou para o lado, enfiando a língua nela. Sugou-lhe o ponto mais sensível até quase levá-la ao orgasmo mais de uma vez.
Ela gemeu alto enquanto ele lhe arrancava a calcinha, agarrando e apertando o lençol com as mãos.
Pronto. Estava nua, inteira aberta e ainda mais molhada para ele.
— Yan, eu... preciso... tocar... você... Preciso sentir seu pau nas minhas mãos.
Ele lhe beijou o sexo mais uma vez, veio até seu rosto, beijou-lhe a boca demoradamente, saiu da cama e ficou em pé, de frente para ela.
Despiu-se totalmente, deixando à vista, seu membro avantajado e duro. E, para o deleite de Alessandra, pulsando.
— Sou todo seu.
Ela não perdeu tempo. Sentou na beirada da cama e rodeou-lhe o sexo com as mãos. Estava louca por isso desde que o conheceu. Tocou-lhe, envolvendo-o num movimento ritmado e lento para cima e para baixo. Foi acelerando. Yan emitiu um som, misto de gemido e súplica, acariciando os cabelos de Alessandra.
Ela parou o que fazia e passou a lamber a base do que tinha entre as mãos. Ele o segurou, uma vez que agora pulsava repetidamente. Fechou os olhos com força para manter o autocontrole. Ela, então, tomou-lhe delicadamente das mãos e beijou a cabeça inchada que continha gotas do líquido que estava louca para provar. Começou a sugá-lo, enfiando a língua na pequena fenda do topo. Parou, observou a proporção que ele alcançava e, antes de continuar, ergueu os olhos para Yan com um sorriso no rosto.
— Ale...
Ele mantinha o olhar cravado nela, enquanto ela se deliciava num movimento de vai e vem até senti-lo por completo, tirando-o do prumo. Ele jogou a cabeça para trás e sussurrou o nome dela várias vezes.
Quando já não aguentava mais, puxou-a para si, erguendo-a e beijando-a. Um beijo alucinado, num abraço repleto de toques desenfreados, com ambos fora de controle. Então ele a deitou na cama, abriu-lhe as pernas e enfiou-lhe um dedo no sexo. Dois. Somente para reconhecimento prévio do paraíso para martírio de Alessandra, que clamava por alívio. Só então posicionou-se na entrada apertada dela.
— Venha, Yan. Por favor.
E ele veio. Arrebatador. Se as preliminares foram feitas com calma, as investidas foram com fervor. Começou com estocadas lentas para dar tempo para ela acomodá-lo. A partir daí, bombeou repetidamente, com as mãos apoiadas ao lado do rosto dela. Ela, por sua vez, apoiava-se nos braços dele, para se manter no lugar.
Nada mais existia, apenas Yan e Alessandra. Alessandra e Yan. Ou eram um só? Estavam perdidos no deleite que propiciavam um ao outro. Já não sabiam mais onde estavam, mas buscavam o paraíso. Quando ela gritou e se contraiu em êxtase, Yan acelerou o ritmo e, quando foi ao clímax, sentiu-se desintegrar, jorrando todo seu líquido nela.
Ainda arfando, deitou-se sobre ela. Passou a perceber cada célula do corpo vibrando. De olhos fechados, observava as luzes coloridas que o envolvia. Que os envolviam, como se estivessem num túnel. Luzes fortes e brilhantes que ela não via. Ficou calado absorvendo a força recebida e repassando telepaticamente à sua parceira, que quando estivesse preparada, poderia desfrutar consciente da beleza e dos benefícios de momentos assim.
Soube que estava no caminho certo e sentiu-se revigorado.
A sua ligação com a Alessandra era mais forte do que imaginara.
Ficaram unidos, até as ondas que percorriam seus corpos se acalmassem e suas respirações voltassem ao normal.
Yan retirou-se dela e olhou-a nos olhos.
— Obrigado, Ale. Obrigado...
— Obrigado pelo que, exatamente?
Ela sentiu uma certa hesitação nele.
— Pela tarde e noite maravilhosas que me proporcionou. Obrigado.
Ela notou que ele queria dizer algo mais, mas, como ficou em silêncio, ela permitiu dar-lhe o tempo que julgava necessário.
Ele deitou-se ao seu lado, de barriga para cima e olhos fechados.
Ela sentiu o vazio da separação e virou-se para se aconchegar na lateral do seu corpo.
Yan, então, rodeou-a com o braço, trazendo-a mais para perto de si. Surpreendeu-se com as próprias atitudes. Transara duas vezes em menos de quatro horas com alguém que tinha vindo proteger e continuaria protegendo no futuro. Alguém criada num mundo diferente do seu, com crenças e hábitos distintos. Não sabia se, ou o quanto, ela poderia aprender dos seus costumes e habilidades, nem se ela permaneceria em Drah, o que lhe trouxe um aperto no estômago. E ainda assim tratava-a como se fosse sua. Somente sua. A chance desse envolvimento se transformar em um problema para ele, para ela e para a missão que teriam em Drah era enorme. Ele sabia disso desde o começo e não conteve seus impulsos. Sabia que ela não poderia ser dele e, mesmo assim, a tomou. Apesar de tudo, nunca se sentira tão bem ao estar com uma mulher como fora com ela. Mesmo agora, apenas deitado ao seu lado...
Ela deu um pulo na cama.
— Yan, não usamos preservativos! Em nenhuma das duas vezes!
Ele virou-se para olhá-la.
— Calma! Não somos suscetíveis a vírus e, consequentemente, não os transmitimos.
— E gravidez?
— Eu saberia se estivesse no período fértil.
— Como?
— Pelo cheiro. Quando as mulheres estão em período fértil, exalam um odor característico e afrodisíaco. Honestamente, fico feliz por não estar nesse período. Se meu autocontrole já foi drasticamente abalado em condições normais, imagine em períodos de fertilidade!
Alessandra acariciou o rosto dele com o polegar.
— Então todos os homens sentem?
— Sim, sentem, mas não significa que todos se sintam atraídos pela mulher que está nessa fase. Apenas aqueles que possuem alguma ligação afetiva ou física por ela. Caso contrário, nós, homens, não sobreviveríamos. — Sorriu. — Além do mais, ejaculamos sem o sêmen, se assim quisermos.
— Isso é possível?
— É. É possível.
Ela agora lhe acariciava o tórax.
— Você faz tudo parecer tão simples e fácil. O mundo está de pernas para o ar para mim e estou me sentindo em casa nos seus braços.
É que você nasceu para mim.
— Você é tão linda — disse ele, com carinho. — Não vou deixar que nada te aconteça.
— Você tem alguém em Drah?
— Como assim? Alguém, tipo, namorada ou esposa?
— É.
— Se tivesse, não estaria aqui com você.
Ela não deveria ter ficado tão contente com a resposta, mas ficou.
Por ele não ter ninguém e por estar incutido nele mais respeito e caráter do que estava acostumada a vivenciar.
Ele inclinou-se para beijá-la, também se deixando vencer pela exaustão.
Amanhã, teriam um longo dia.
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