Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Bon Voyage?

2 de Abril de 2017





1.

Fazia pouco mais de dez minutos que eles tinham se reunido no terraço do hotel em Anaheim, Califórnia, um dia depois do último show da turnê TWT nos EUA, e gravado um sketch para a segunda temporada do Bon Voyage, o programa de entretenimento que mostrava o grupo de férias em algum lugar exótico. Fazia pouco mais de dez minutos que eles haviam sido informados, na frente das câmeras, que iriam para o Havaí.

Enquanto a sketch era gravada, Sejin, o manager, manteve os olhos em Taehyung e Jungkook. Não havia nada de novo entre eles. Ainda se moviam como se um fosse a órbita do outro, ainda se tocavam com uma intimidade alarmante, e Sejin coçou o queixo diversas vezes, agoniado. Havia um limite muito tênue entre parecer algo e ser algo e Sejin sabia muito bem que aqueles dois garotos brincavam sobre a linha desse limite como crianças brincando com o fogo.

Sejin conversava sobre isso com eles o tempo todo, não apenas com Taehyung e Jungkook, mas todos eles. Sabia que eram garotos com uma mente aberta e evoluída em muitos sentidos, mas ainda estavam num país atrasado em algumas questões e dependiam da aprovação daquelas pessoas para serem idols de sucesso. Não podiam colocar desejos e necessidades pessoais à frente do compromisso.

Sejin sabia que nenhum deles fazia por mal. Ele via. Percebia o quanto se controlavam, Jungkook mais que Taehyung. Mas, às vezes, eles se esqueciam, e um afago mais afetuoso escapava, um olhar mais demorado, uma interação mais acalorada escapando pelos ângulos das câmeras.

Ele precisava ter uma conversa um pouco mais direta com eles. De acordo com a direção do programa, não poderia acompanhar os garotos na viagem, eles estariam por contra própria, apenas a equipe de filmagem e produção iria junto, então Sejin devia orientá-los agora, antes de embarcarem.

"Taehyung", ele chamou, "Jungkook. Vamos conversar."

Os outros garotos trocaram olhares desconfiados conforme iam saindo do terraço e descendo. Jungkook e Taehyung estavam prestes a acompanhar os amigos, mas voltaram, confusos, e sentaram outra vez nos bancos embaixo da pérgola. Sejin sentou de frente para eles e limpou a garganta, assumindo um tom sério e profissional:

"Já tivemos essa conversa centenas de vezes, e vocês sabem que não será a última vez", disse, e observou as expressões dos dois garotos. A boca de Taehyung curvou-se para baixo em tensão e ele ajeitou o gorro na cabeça. Jungkook apenas piscou, esperando. "Talvez vocês não vejam agora, não tenham noção da projeção que estão tendo. Os concertos estavam lotados, não estavam?"

"Sim", foi Jungkook quem respondeu. Taehyung estava estranhamente quieto ao lado dele, os olhos escuros e intensos fixos no manager.

"Para um grupo de garotos coreanos, isso é um grande feito aqui nos Estados Unidos. Este é um país livre. Eu sei que vocês se sentem livres aqui, sei disso, e não acho ruim. Sinceramente, eu gostaria de poder dizer para vocês: façam o que querem. Sejam o que quiserem. Mas a verdade é que vocês são uma imagem, e essa imagem não é americana, é coreana. E lá que vocês pertencem. É de lá que vieram e é para lá que voltam, sempre."

Ele fez uma pausa, no que Taehyung alinhou a postura.

"Não estou entendendo onde quer chegar, hyung", disse.

"Quero dizer que, independente de onde estejam, na frente das câmeras precisam ser os idols que as pessoas no seu país esperam que sejam", ele suspirou, porque havia chegado a hora de ser mais agressivo com as palavras, expor a realidade de forma mais cruel. Sejin não gostava de ferir ou acuar os garotos, mas precisava trazê-los à realidade, era seu trabalho. "Vocês podem achar que as fãs apoiariam vocês caso soubessem da verdade. Elas espalham isso por aí, não é? Que vocês estão juntos, escondidos. Ou que tal membro está tendo um caso com outro membro, tanto faz. É até uma história romântica de amor proibido, elas se comprazem nessa imagem, nesse ideal de amor juvenil, mas a verdade, a realidade, é que usam isso como desculpa para não admitir que vocês podem, um dia, ter relacionamentos com outras garotas. Vocês são delas, e eu sei que sabem alimentar isso muito bem nas fãs. É tudo muito bonito, porque é ilusório. Mas se um dia esse amor proibido que elas adoram suspirar por aí dizendo que existe realmente se confirmar, elas não vão aceitar. Nosso país não está pronto para aceitar. Entendem agora o que estou dizendo? Vocês precisam delas. Não precisam de um relacionamento exposto, precisam delas. Não existe BTS sem fãs. Não existe nada disso que vocês conquistaram até agora sem fãs."

Era cruel, Sejin sabia. Jungkook pareceu realmente incomodado e Taehyung certamente estava se sentindo da mesma forma. Eles eram iguais por dentro, garotos sensíveis e um pouco ingênuos demais, para o pesar de Sejin, mas demonstravam isso de formas diferentes.

"Então", Taehyung murmurou, "temos que ser próximos o bastante para causar desconfiança, mas distantes o suficiente para que não possa ser real. É isso que temos que fazer?"

Sejin encarou o garoto. Taehyung tinha uma esperteza velada no tom de voz aveludado.

"Sei que soa perverso, mas..."

"Não soa perverso, hyung, soa confuso. O que temos que fazer exatamente e quando?"

"Escutem..."

"Sejin Hyung", Jungkook interrompeu, impelido pela coragem de Taehyung em argumentar. Apesar disso, sua voz era suave como sempre. "Nós já falamos disso outras vezes, e sempre parece que vocês estão esquecendo que estamos falando... da nossa sexualidade. Minha e, enfim, de todos nós. Não podemos namorar garotas porque as fãs não querem, não podemos namorar garotos porque a sociedade não quer, mas temos que fingir que somos o que eles querem que sejamos, e somos só pessoas normais, como todas as outras. Seres humanos."

Sejin sentiu a cabeça latejar. Deus, odiava ser ele a colocar aqueles garotos contra a parede dessa forma, castrá-los tão brutalmente. Não era culpa dele, mas era ele quem precisava alertá-los.

"Sabem que não são proibidos de nada", esclareceu. "Bang PD nim reformulou praticamente todas as regras inicias da empresa para o conforto de vocês, mas certas coisas não dependem da empresa. Não somos nós que estamos dizendo que namorarem entre si ou namorarem garotas é errado, não somos nós, Jungkook. Estamos falando das câmeras, não do que fazem longe delas. Estamos falando de prejudicar o grupo como um todo e não apenas a imagem de vocês dois."

Isso encerrava a discussão, colocar o grupo em jogo, e por mais que Taehyung e Jungkook soubessem que Sejin não estava exagerando, não podiam evitar de se sentirem culpados.

Sejin limpou a garganta.

"Quando embarcarem, estarão por conta própria. Não vou pedir para não se tocarem ou não ficarem perto um do outro porque seria um exagero, até estranho, de uma hora para outra, se vocês se afastarem. Mas deixo claro que qualquer coisa além disso será cortado. Editado. Eu não gostaria que isso acontecesse", Sejin riu, nervoso, "Porque podemos acabar sem material nenhum. Portanto, afastem-se. São só nove dias. Taehyung?"

Taehyung, que estivera fitando a mesa com a expressão abatida, assentiu. Jungkook mordeu o lábio inferior e olhou na direção oposta à de Sejin. Era um garoto dócil e fácil de lidar, mas assumia um gênio difícil quando as pessoas o acusavam de coisas que ele não tinha feito, ou o faziam se sentir errado quando sabia que não estava cometendo nenhum erro.

Eles não estavam. Sejin sabia. Mas isso não vinha ao caso, era uma questão profissional.

"Muito bem. Tenham uma boa viagem e aproveitem."

Sejin acenou para eles e foi embora. Jungkook sequer se moveu. Taehyung virou o rosto na direção do maknae.

"Jeongguk-ah...", porque parecia que Jungkook estava com raiva dele?

"Nove dias", Jungkook murmurou, tão alheio que mal ouviu a voz de Taehyung. Afastou a cadeira e levantou. "Nove dias...", parou perto da escada que levava ao andar debaixo e, pela primeira vez desde que a conversa terminara, encarou Taehyung. "Você vem, hyung?"

Taehyung engoliu em seco. Queria ir. Como sempre, queria estar perto de Jungkook, seu corpo pedia isso, sua alma.

Mas era errado.

"Não", ele respondeu. Esticou o corpo na cadeira e levantou o rosto na direção do sol morno do fim de tarde, esperando que o calor preenchesse a sensação vazia que congelava seu peito. "O sol está bom. Eu vou ficar."

Fechou os olhos e escutou o silêncio, mas os passos de Jungkook indicando que ele descia as escadas não vieram. Taehyung abriu os olhos outra vez e viu o maknae imóvel no mesmo lugar, os olhos úmidos, encarando-o fixamente. Então, Jungkook piscou, engoliu em seco como se a distância entre eles fosse um muro intransponível. E enfim desceu as escadas.

2.

Jungkook tinha muitas habilidades. Ele gostava da sensação de conseguir alcançar um objetivo, não importava qual fosse. Gostava da sensação de ambição ao persegui-lo e, enfim, conquistá-lo. Talvez isso fizesse dele uma pessoa competitiva, e ele não achava que era um defeito seu, via como uma qualidade.

Mas havia uma coisa na qual Jungkook não conseguia ser bom, por mais que tenteasse. Não conseguia ser direto, não com o que realmente importava. Detestava a ideia de ser óbvio, um livro aberto para as outras pessoas e o pouco que mostrava, achava que já estava mostrando até demais. Então, dizia as coisas que sentia e pensava de formas mais discretas. Com a dança, com a música, com silêncios e gestos simples.

Por muito tempo, isso funcionou. Mas Jungkook nunca tinha parado para pensar que só funcionava porque ele não se interessava realmente em saber se as pessoas estavam recebendo a mensagem da forma correta.

Estava com seus hyungs a menos de seis horas no Havaí e já se incomodava com o fato de que não conseguia se comunicar com Taehyung de jeito nenhum, nem com olhares, gestos ou sinais – Taehyung o estava ignorando ostensivamente, bem além do necessário, mesmo depois da conversa com Sejin. Na verdade, era como se Taehyung estivesse com uma raiva tão grande que queria contrariar tudo que Sejin dissera. Não olhava em sua direção. Quando Jungkook tentava se aproximar quando o foco da câmera saia deles, Taehyung se afastava. Era desesperador.

Taehyung estava se recusando a qualquer tipo de interação de propósito. Era como se dissesse: se não posso fazer o quero, não vou fazer nada.

Pela primeira vez em muito tempo, a conexão natural que Jungkook tinha com ele estava cheia de ruídos, manchada pela apatia do mais velho.

Já fazia algum tempo que Taehyung não parecia muito animado. Jungkook sabia que seu hyung não tinha passado por momentos muito bons no ano passado e as coisas só pareciam piorar. Ele tinha picos de agitação e períodos longos de alienação total. Jungkook queria conseguir se aproximar dele o bastante para terem uma conversa de verdade, como amigos, mas toda vez que ficavam juntos acabavam fazendo tudo menos conversar, e isso incluía jogar e... outras coisas. Taehyung tinha uma habilidade impressionante de mudar de assunto, escapulir pela tangente, distrair o maknae.

Jungkook decidiu que ia aproveitar a viagem e não ficaria paranoico. Taehyung só estava levando ao pé da letra o que Sejin recomendara e o contrariando, ele era bastante literal, seu hyung. Seriam só nove dias e então as coisas voltariam ao normal. Eles fariam uma pausa nas aparições públicas para se dedicarem ao álbum novo e a rotina no alojamento seria como antes. Só mais nove dias.

Resolveu que ia levar o alerta de Sejin a sério também. Se Taehyung estava empenhado em manter-se distante, fosse por raiva ou não, Jungkook também o faria.

Mas então, do nada, Taehyung o tocava. Apoiava um braço em seu ombro ou respirava perto demais de seu pescoço, como que tentando roubar momentos proibidos para si. Jungkook sentia as entranhas revirando de tensão e alívio, o corpo todo vibrando de prazer. Olhava para as câmeras, vendo-as em cima deles como abutres, e por mais que quisesse corresponder, por mais que quisesse ficar bem parado, sentindo o calor e o cheiro de Taehyung perto de si, Jungkook se afastava e a conexão era quebrada outra vez.

Foi assim praticamente todos os dias, vinte e quatro horas. Um jogo de gato e rato. Taehyung se afastava, Jungkook o olhava, incomodado, buscando algum tipo de ligação, mesmo que fosse só visual. Não conseguia, e Jungkook se afastava. Taehyung inventava uma desculpa para se aproximar, tocá-lo, falar com ele, Jungkook via as câmeras e recuava. Era exaustivo.

As câmeras os separavam.

A atração mútua os unia como ímãs.

Nem mesmo a noite tinham descanso, porque as câmeras ficavam ligadas. Numa madrugada, Jungkook acordou com ruídos na cozinha. Tinha perdido o sorteio com os outros membros para dividir o quarto e acabou tendo que dormir no sofá, que ficava bem em frente ao balcão da cozinha americana. Jungkook abriu os olhos, zonzo de sono, e espiou por cima do encosto acolchoado. Viu o vulto descabelado de Taehyung vagando na cozinha com um copo de água na mão.

"Está calor demais", o mais velho resmungou, passando pelo sofá onde Jungkook estava e saindo para a varanda. A brisa fresca da noite sacudiu as cortinas e espalhou o cheiro de Taehyung até as narinas de Jungkook fazendo a boca do maknae secar.

Ele encarou a luz vermelha da câmera ligada, gravando. Sejin dissera que qualquer coisa fora da normalidade seria editado. E, bem, não havia câmeras na varanda, no máximo elas podiam captar vozes vindas de lá e isso também seria editado.

Sentou, esfregou os olhos e levantou. Encontrou Taehyung em pé na varanda, desabotoando a camisa do pijama de seda branco. Ele se livrou da peça num movimento rápido e suspirou de alívio ao se debruçar na balaustrada e respirar o ar da noite. Jungkook ficou hipnotizado pela pele nua das costas de Taehyung sob o luar. Ele não tinha um corpo trabalhado em academia, mas seus músculos eram naturais, delgados e masculinos, cobertos por pele acetinada cor de caramelo e Jungkook se sentia atraído por cada centímetro dela.

Molhou os lábios ao se aproximar. Queria tocá-lo, mas se reprimiu. O clima ainda estava estranho entre eles e Jungkook não queria ser invasivo.

"Você não me respondeu", Taehyung disse, virando o rosto para fitar Jungkook quando este apoiou-se na balaustrada ao seu lado.

"O que?"

"Quando você disse que queria morar aqui no Havaí, eu perguntei se você moraria comigo e você ficou calado."

"Mas eu respondi!"

"Não ouvi. Você deve ter miado, para variar."

Jungkook sorriu de lado e desviou o olhar sentindo o rosto todo arder.

"Você faz umas perguntas assim do nada, na frente de todo mundo. Como quer que eu responda?"

"Com um sim ou não? Já sei que você não é capaz de frases pessoais muito complexas", Taehyung riu do maknae.

"Não tem porque eu responder uma coisa dessas. Você sabe a resposta."

"Às vezes é bom que você diga, sabe. Eu gosto de ouvir."

"Porque você está assim todo carente agora? Passou todos esses dias me ignorando."

"Aish, Jeongguk-ah!", Taehyung reclamou, então se jogou nas espreguiçadeiras, esparramando-se todo e agarrando uma almofada. "Foi o que Sejin pediu, não foi?"

"Ele não pediu para você agir como um zumbi na viagem, Taehyung. Nem para fingir que sou transparente. Você está com raiva dessa situação e está descontando em mim."

Taehyung fez um bico enquanto pensava.

"Desculpa. Não estava ignorando você, te secava quando você não estava olhando."

Jungkook riu. Seu estômago foi preenchido por uma sensação leve de formigamento como se uma garrafa de espumante estourasse dentro de si, sentiu a conexão entre eles se regenerando automaticamente só por estarem perto um do outro, sozinhos enquanto todos dormiam, livres.

Jogou-se na espreguiçadeira com Taehyung, fazendo um alvoroço. Subiu no colo de Taehyung, puxou a almofada que ele abraçava e tentou bater no mais velho com ela, mas Taehyung gargalhou e se defendeu com os braços. A risada dele era baixa e autêntica, o sorriso quadrado expandido a boca e apertando os olhos. Jungkook riu ainda mais, maravilhado. Não via aquela risada solta e sincera a tanto tempo!

"Hajima, hajima, hajima!", Tae implorou com a voz rouca, gargalhando.

Jungkook deixou a almofada de lado e segurou os pulsos de Taehyung, obviamente o mais velho perderia a briga em dois segundos se disputassem uma batalha de força, e Taehyung nem tentou. Abaixou os braços e rendeu-se.

Eles riram até o fôlego acabar, então ficaram respirando e se olhando, Jungkook sentado sobre as coxas quentes de Taehyung. Era o tipo de contato físico que só se permitiam quando sabiam que tinham privacidade total, nem na frente dos outros membros eles se sentiam à vontade para se soltarem assim.  Sentiam tanta falta disso que, quando enfim se pegavam tendo esses momentos, mal conseguia raciocinar em meio ao choque.

O tempo parava, o mundo parava. Seus corações disparavam.

"Além de vir morar no Havaí", Taehyung perguntou ainda sorrindo, "o que mais você quer fazer no futuro?"

"Música", Jungkook observou quando as mãos do mais velho pousaram suavemente em suas coxas, por cima da calça folgada de moletom. "Sempre música, não sei viver sem isso. Quero ser produtor, Bang PD nim já disse que posso ficar na empresa com eles se eu for bom o bastante, e eu quero ficar."

"Você é bem mais que bom o bastante", os olhos de Taehyung ganharam aquele brilho de admiração que fazia Jungkook se perder.

"E você?", o maknae tirou o foco de si ao sentir o rosto em chamas.

Taehyung deu de ombros.

"Não acho que exista algo para mim além disso."

"Hyung, do que está falando?"

"É simples, Jungkook, todos vocês estão traçando um plano b. Sabemos que isto aqui não é para sempre. Namjoon, Hoseok, Yoongi e você vão continuar trabalhando com música. Seokjin provavelmente vai tentar carreira de ator ou seguir carreira solo. Eu não sei o que Jimin vai fazer, mas acho que ele é um pouco como eu. Nós não nos importamos muito com o futuro, contanto que seja bom."

"Vou produzir músicas para você cantar. Sua voz é bonita, hyung, muito bonita. As pessoas precisam escutá-la mais vezes, o mundo inteiro", os dedos de Jungkook acariciaram de leve a cintura de Taehyung.

"Aigoo", Taehyung revirou os olhos, fazendo pouco caso. "Esse garoto está apaixonado, tenha dó."

Jungkook o atacou. Taehyung gargalhou alto e o maknae tapou-lhe a boca enquanto fazia cócegas em suas costelas. Taehyung revirou-se na espreguiçadeira, chorando de rir e sufocando contra os dedos de Jungkook súplicas de desculpa. Acabaram invertendo de posição, Jungkook deixou-se facilmente ser dominado e Taehyung montou em seu ventre.

"Não está?" o mais velho debochou. Jungkook riu sem som, erguendo uma perna na tentativa de desequilibrar Taehyung de cima de si. Tae levantou os quadris e se apoiou nos joelhos, "Me dá um beijo."

Taehyung curvou-se para roubar um beijo de Jungkook, que se esquivou para o lado. Mas ambos sabiam que ele não estava realmente tentando.

"Só um beijinho", Taehyung implorou entre risadas que roçaram o pescoço de Jungkook. O mais velho enterrou o rosto ali e gargalhou, fazendo Jungkook se arrepiar dos pés à cabeça, o som da felicidade de Taehyung preenchendo-o inteiro, reverberando por seu peito como um ronronar.

Jungkook ofegou, sem fôlego, e abaixou a cabeça para encontrar o olhar de Taehyung. Ele estava descabelado, as mechas castanho claro e muito lisas deslizando para todas as direções, os olhos escuros brilhando com uma infinidade de emoções bonitas. Era isso que Jungkook não aguentava em Taehyung, a quantidade de constelações girando no fundo dos olhos dele quando se olhavam assim, de perto, imersos um no outro.

Taehyung moveu o rosto na direção do de Jungkook. Eles respiraram juntos, a antecipação do momento fazendo ambos os corações acelerarem, o sangue fluir depressa. A boca de Taehyung resvalou suavemente pela do maknae – ele cumpriu o que prometera, só um beijinho. Jungkook fechou os olhos e teve a sensação de asas macias adejando sobre seus lábios.  Não durou mais que um segundo e, ainda assim, o contato fez Jungkook relaxar completamente.

A perna que estava erguida deslizou para o lado pelo acolchoado. Os ombros cederam sobre as almofadas, o abdômen descontraiu e as mãos que apertavam Taehyung para afastá-lo o trouxeram para si devagar. Jungkook ajeitou-se debaixo de Taehyung ao sentir o peso do mais velho pressionando seu ventre outra vez, exatamente no local para onde o sangue corria e aquecia lentamente. Ele ergueu o queixo e selou a boca de Taehyung novamente, demorando-se ali.

Encontraram o padrão dos próprios beijos, a sincronia que só eles tinham. Devagar e suave no início, um pouco experimental, as bocas se provando e se moldando sem pressa até se encaixarem definitivamente sem interrupções. Os lábios deslizavam um sobre o outro, macios e molhados, a ponta das línguas se envolvendo e capturando gemidos e arquejos. Afastavam-se apenas para respirar e engolir o gosto um do outro, penalizados, esmagados de sensações, necessidade, desejo, alívio, completude.

As mãos de Taehyung encontraram apoio no vão entre o pescoço de Jungkook e as almofadas, seus quadris deslizaram lentamente para frente quando ele tentou tirar um pouco do peso de cima de Jungkook e o maknae engoliu em seco.

"Não se mexa", os dedos cravaram a carne das coxas de Taehyung para mantê-lo no lugar.

"Estou te esmagando."

"Não o bastante", Jungkook respondeu sem pensar. Olhou para baixo, para o local onde a pélvis de Taehyung encaixava-se na sua e encontrou o volume dentro de sua calça maravilhosamente apertado e aquecido entre as virilhas do mais velho. Uma visão tão tentadora.

A respiração morna de Taehyung na bochecha de Jungkook só tornou a coisa toda ainda mais provocante.

"Jungkook, não..."

O maknae tentou. Ele realmente tentou fechar os olhos e ter pensamentos broxantes, mas a tensão sexual entre eles era como um trilho de trem magnetizado, chispando ao menor contato. Jungkook já tinha desistido de entender como podia perder o controle do próprio corpo quando Taehyung o tocava dessa forma, ele apenas se rendia. E ficava ainda mais impossível resistir quando percebia que Taehyung também se excitava depressa.

Ambos estavam duros. As bocas próximas uma da outra se buscando e recuando. Eles sabiam que não deviam. Mas queriam.

Jungkook segurou Taehyung pela nuca e seus lábios se encaixaram, menos delicados dessa vez. Embora Taehyung estivesse se contendo, foi a língua dele que abriu caminho pela boca de Jungkook e a tomou num giro lento e profundo, e foi assim que o maknae percebeu que estavam mesmo mandando tudo à merda. Jungkook ajeitou-se novamente embaixo de Taehyung, mas era apenas um pretexto para estimular a própria ereção – sentia a umidade se espalhando por dentro das roupas, a excitação o deixando cada vez maior e mais evidente. O gosto de Taehyung, a sensação de suas salivas lubrificando o beijo, a sincronia perfeita de suas línguas indo e vindo, o cheiro deles se misturando e os sons abafados de satisfação que ecoava por seus peitorais... um interlúdio inebriante.

Jungkook chiou com uma fisgada de dor e prazer quando Taehyung puxou os cabelos em sua nuca, o fazendo arquear contra si. A outra mão desceu e se enfiou embaixo da camiseta preta de Jungkook, as unhas marcando as elevações de pele macia sobre os músculos rígidos, em seguida traçaram o contorno em volta de um mamilo. Jungkook suspirou, o coração bombeando depressa.

"Tira isso", Taehyung ordenou impaciente, puxando a camiseta de Jungkook para cima. O maknae obedeceu e livrou-se da peça.

Pele... apenas pele lisa, macia e quente exposta. Eles se tocaram, se exploraram, se provocaram. Era algo que tinham desde que se conheceram, a vontade insaciável de pele com pele, proximidade, como se fossem duas metades complementares separadas tentando se unir outra vez.

Beijaram-se até estarem arfando e esfregando involuntariamente as ereções uma na outra. Então, Taehyung desceu os dedos compridos até o cós da calça de moletom do maknae.

Nenhum dos dois era do tipo que perdia tempo com joguinhos e preliminares sem fim. Jogavam e se provocavam em público. Sozinhos, já estavam queimando o bastante para explodir. As coisas eram simples, práticas e urgentes, eles precisavam ser rápidos na maioria das vezes e em geral estavam tão excitados pela abstinência que não havia possibilidade de enrolações.

Taehyung afastou a calça de Jungkook para baixo junto com o elástico da boxer apertada e ajeitou-se melhor em cima do maknae, fechando-se mais em torno de Jungkook para protegê-lo de qualquer olhar intruso. Todos estavam dormindo a essa hora, mas Jungkook agradeceu por isso quando sentiu o membro ser exposto no ar fresco da noite, envolvido em seguida pela palma quente de Taehyung.

"Ah, Taehyungie...", Jungkook colocou a mão por cima da de Taehyung, entrelaçando os dedos e iniciando com ele uma masturbação deliciosa no próprio pau. Eles olharam juntos para a cena, ofegando num só fôlego. Jungkook deslizou o olhar para cima, pelas coxas de Taehyung apertadas na seda branca da calça de pijama, o dorso nu, as clavículas marcadas e os braços compridos com tendões e veias saltando por baixo da pele quente. Quando chegou no rosto de Taehyung, sentiu os olhos umedecendo em meio ao prazer. Taehyung era tão expressivo, masturbando-o com vontade enquanto lambia a pinta no lábio inferior rosado, os olhos lindamente arqueados em chamas, todo o tesão que sentia explícito em seu rosto.

"Você gosta?", Tae demandou, "Gosta assim?"

Céus, essa voz... modulada numa mistura de afeição e dominância. Jungkook fechou os olhos e gemeu contido em resposta. Sem aguentar mais, levou as duas mãos até a calça de Taehyung e a desceu. Não podia tirá-la pela posição em que estavam, então Taehyung ergueu os quadris apenas o bastante para que Jungkook a deslizasse para baixo... a ereção de Taehyung saltou para fora, a glande inchada e rosada brilhante de pré-gozo implorando atenção – ele não estava usando nada por baixo da calça.

Sem perder mais tempo, Jungkook afastou a mão do mais velho e uniu seus membros. Ambos gemeram baixo e morderam os lábios um do outro com a sensação das peles sensíveis e pulsantes se tocando, as veias inchadas se roçando. Jungkook os masturbou devagar, mas logo acelerou, desesperado para fazer Taehyung começar a chiar de prazer.

"Jeongguk-ah", Taehyung umedecia os lábios sem parar, deliciado de tesão. Os cabelos lisos e bagunçados caiam sobre seus olhos e ele os afastava com um movimento desleixado de cabeça, empurrando-os para trás com pressa, e o pênis de Jungkook fisgava em resposta, cada vez mais duro.

"H-hyungie!", Jungkook quase gritou quando Taehyung o puxou pelos cabelos outra vez, expondo seu pescoço para beijá-lo. A língua explorou a pele quente e macia, passeando pela pulsação da jugular de Jungkook e sugando de leve. O maknae era todo sensível e Taehyung sorria ao sentir as reações do corpo do outro debaixo de si.

A masturbação estava tão rápida e intensa que seus corpos tremiam e suavam, nenhum dos dois tinha controle de mais nada, só agiam conforme seus instintos os guiassem.

"Devagar, Gukkie", Taehyung ofegou e tentou conter a mão de Jungkook quando sentiu que estava indo muito depressa. Os gemidos baixinhos do maknae, a fricção gostosa dos pênis entre os dedos quentes do mais novo, o cheiro suave de leite da pele de Jungkook e o gosto dele em sua língua... estímulos demais para Taehyung absorver ao mesmo tempo. Ia gozar depressa, forte e incontido. "Ainda não, por favor..."

Queria que durasse. Era tão, tão bom...

Sua expressão se contorceu numa máscara linda de prazer. Jungkook afastou a mão do mais velho, largou o próprio pênis e deu total atenção apenas para o pau pulsante de Taehyung. Seus dedos se fecharam na base grossa e deslizaram pela pele acetinada até a glande, subindo e descendo sem parar, forte e intenso, como sabia que Taehyung gostava... não conseguia evitar de imaginar Taehyung no sexo, metendo daquele jeito necessitado e incontido, os sons da penetração molhada estalando naquele exato ritmo que Jungkook o estimulava.

Taehyung podia ser fofo e meigo, mas tinha um lado sensual masculino que mexia com a imaginação de Jungkook.

Já tinha pensando uma centena de vezes em Taehyung fazendo sexo, e em todas elas eram imagens meio incompletas. Projetava Taehyung com perfeição, conhecia todas as expressões que passavam pelo rosto de seu hyung, desde a excitação até o orgasmo e as recriava para si, mas não conseguia imaginar com quem Taehyung fazia sexo. Obviamente não era com uma garota, e por mais que no fundo Jungkook quisesse fazer parte dessas cenas, não conseguia se imaginar ali.

Uma aflição estranha o bloqueava, um muro tapando todos os prazeres obscuros que havia atrás.

Mesmo assim, se masturbava e chegava ao ápice desejando saber, desejando derrubar aquele muro e conhecer a sensação de fazer sexo com Taehyung de verdade. Era bom quando se tocavam e se estimulavam, mas devia ser insanamente incrível ter o pacote completo. Estava deixando Jungkook de miolo mole, ainda mais agora, enquanto o masturbava e o assistia arquejar de prazer, sua imaginação disparava.

Taehyung era lindo demais, irresistível demais e Jungkook estava ficando alucinado de desejo.

"Ainda não quero gozar", o mais velho chiou. Jungkook sorriu de lado, maravilhado. Amava esse som. "Ah, Jeongguk-ah, n-não... hm... Ssss, ah...ahhh."

Os gemidos de Taehyung se perderam em balbucios desconexos quando ele gozou, desfazendo-se na mão de Jungkook e esguichando em jatos quentes sobre o abdômen do maknae. Acabou gemendo junto com Taehyung, sem conseguir controlar o prazer que sentia em vê-lo gozando daquele jeito sobre si.

Jungkook esperou até que Taehyung terminasse de se liberar e então o soltou. Olhou para o próprio pênis ainda latejando, duro e necessitado, e para os dedos melados de gozo. Ergueu o corpo para se masturbar e se aliviar de uma vez, mas antes que pudesse sequer terminar de se ajeitar, Taehyung deslizou para baixo, colocou-se entre suas coxas e o chupou. Jungkook olhou estarrecido para a cena, mas não teve tempo de raciocinar. Foi acolhido pelo interior quente e molhado da boca de Taehyung, que arquejava e chupava Jungkook com tesão, a língua envolvendo a glande e chamando o orgasmo do maknae para sua garganta.

Taehyung levantou o olhar enquanto descia os lábios pelo pau de Jungkook e recuava outra vez, deixando um rastro brilhante de saliva pela extensão do membro duro. Não era o olhar doce e meigo que Taehyung costumava direcionar para o maknae na frente dos outros. Era desafiador, intenso para caralho.

Jungkook aceitou o desafio. Segurou Taehyung pelos cabelos, apoiou um cotovelo no acolchoado e impulsionou os quadris para cima. Seu pau escorregou para dentro da boca faminta, que o engoliu o máximo que pode. Taehyung arquejou na glande de Jungkook quando esta tocou sua úvula, fazendo o maknae chiar. Ele recuou depressa, dando tempo para Taehyung respirar, os dedos em seu cabelo afrouxaram o aperto e converteram numa carícia, mas logo voltaram a segurá-lo firme quando sentiu a sucção de Taehyung envolvendo-o inteiro.

Jungkook impulsionou os quadris mais uma vez, duas, três, permitindo intervalos curtos para que Taehyung o engolisse devagar, cada vez mais fundo, até que não conseguiu mais se conter. Começou a foder a boca de Taehyung sem parar, soluçando prolongado em êxtase.

Gozou tão forte e intenso que viu estrelas. De verdade. Sua cabeça pendeu para trás nas almofadas enquanto se liberava na boca de Taehyung e ele se deparou com o dossel estrelado da noite girando lá no alto, estrelas cadentes riscando a escuridão numa chuva cintilante.

Eles ficaram quietos, largados nas espreguiçadeiras respirando depressa, as peles pegando fogo. Jungkook ficou de olhos fechados, imerso demais para sequer se mexer, mas sentiu Taehyung aconchegando-se de conchinha por trás.

"Temos que voltar para a cama", Jungkook murmurou, sonolento. "E preciso me lavar, você fez uma bagunça. Tae?"

"Hm?"

"Não durma, estou sem forças para te arrastar para a cama."

"Hm."

Jungkook desvencilhou-se do abraço de Taehyung e foi até o banheiro, limpou a mão e a barriga e voltou para a varanda. Taehyung estava na mesma posição que ele o havia deixado, encolhido por cima da almofada. Jungkook conseguiu fazê-lo se sentar sem muita delicadeza e o empurrou de volta para o quarto que o mais velho dividia com Namjoon. A equipe de filmagem acordaria cedo para começar as gravações e deveria encontrar todos eles em seus respectivos quartos.

Então Jungkook se deu conta de uma coisa.

"Onde está sua camisa, Tae?"

"Varanda", Taehyung fez um bico, sentado na beirada da cama que dividia com um Namjoon adormecido. Jungkook riu. Como era possível que esse Tae e o de alguns minutos atrás, que o desafiara com um olhar a foder sua boca com vontade, fossem a mesma pessoa?

Jungkook estava morto de sono e aquela sessão toda de estímulos o deixou de pernas bambas, suas pernas e ventre estavam amortecidos pela intensidade do orgasmo, tudo que ele queria era voltar para seu sofá e dormir. Revirou a mala de Taehyung que estava aberta num canto e encontrou uma regata preta limpa. Jogou a peça no colo de seu hyung.

"Se cubra. Vai acabar pegando um resfriado dormindo assim."

Taehyung obedeceu, em seguida enfiou-se embaixo das cobertas e acomodou-se de conchinha em Namjoon. O hyung mais velho despertou, olhou para trás com cara de sono e suspirou.

"Taehyung, você está me agarrando", Namjoon pegou um travesseiro jogado no pé da cama e tentou enfiá-lo no vão entre suas costas e o peito de Taehyung. Desistiu quando percebeu que não ia adiantar, Taehyung já estava dormindo feito pedra naquela posição. Namjoon ergueu o olhar e encontrou Jungkook parado ali ao pé da cama, sem camisa e descabelado, observando a cena. Comprimiu o rosto todo numa careta. "O que diabos vocês dois...? Ah, prefiro não saber."

Enfiou a cara de volta no travesseiro e dormiu.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro