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REMEDY

Existiam algumas coisas que ninguém estava preparado para viver, até finalmente presenciar. Perder o marido aos 24 anos era uma delas. Sua cabeça estava doendo e ela estava um pouco zonza, mas permanecia firme, não poderia fraquejar naquele momento. Não na frente de Percy.

Os dois pareciam ter sido atropelados por uma manada de elefantes e, surpreendentemente, sobrevivido. No entanto, apesar de ainda estarem vivos, estavam destruídos, sem nenhuma chance de voltarem ao normal. O que era para ser apenas uma metáfora, acabava representando claramente o casal sentado no sofá com o olhar perdido, mas totalmente focado nas caixinhas de remédios enfileiradas na mesinha da sala.

Anti-hipertensivo para facilitar o trabalho do coração ao melhorar a dilatação dos vasos sanguíneos e aumentar o fluxo sanguíneo. Diurético para remover os líquidos que poderiam acumular nas veias, dificultando os batimentos cardíacos, além de ajudá-lo a respirar melhor quando diminuísse os inchaços dos pulmões, pernas e pés. Anticoagulantes para evitar coágulos. Digitálico para ajudar a fortalecer o músculo do coração e diminuir os sintomas da insuficiência cardíaca.

Vários remédios com apenas uma função: manter Percy vivo, mas que a qualquer momento poderiam falhar. Haviam descoberto tarde demais. O próximo passo seria um marca passo e torcer para que desse certo, ou se não, a única coisa que poderiam fazer era entrarem na fila do transplante e torcer para que achassem um doador compatível a tempo.

A médica havia dito que o diagnóstico não era uma sentença de morte, mas tanto Percy quanto Annabeth só conseguiam pensar em uma ampulheta chegando ao fim. Parecia que todo o tempo do mundo havia se dissipado em suas mãos tão de repente que sequer conseguiram reagir rápido o suficiente para conseguirem impedir.

— Vocês precisam de mais alguma coisa? — Jason perguntou baixinho, com um pesar silencioso porém pesado na voz. Ele e Piper haviam sido dois anjos em suas vidas, mesmo quando tinham coisas mais importantes para fazer.

Quando Percy havia perguntado sobre quanto tempo ele ainda tinha, Annabeth havia desabado em uma crise de choro e demorado, no mínimo, 5 minutos para conseguir acalmar, enquanto Percy não fazia absolutamente nada além de olhar fixamente para a médica como se sequer estivesse ali. Enquanto Annabeth deixava seus sentimentos explodirem para depois pensar com clareza, Percy os absorvia torcendo para que em momento algum eles implodissem.

A médica havia explicado com calma, mas os dois não pareciam ser capazes de entenderem a situação como um todo, focavam apenas na parte da doença.

Piper e Jason, estavam do lado de fora do consultório quando eles saíram desorientados e com uma consulta marcada para o próximo mês. Foi necessário apenas um olhar para que os dois soubessem que nem Percy e nem Annabeth tinham condições para voltarem para casa sozinhos, não conseguiam nem terminar uma frase, quanto mais dirigirem.

Os dois estavam tão aéreos que sequer questionaram quando Jason — após pegar as chaves que estava com Piper — entrou no carro de Annabeth e sentou no banco do motorista, logo depois de ter ajudado os amigos entrarem no banco de trás. O caminho havia sido completamente silencioso, mas não do jeito que Percy e Annabeth gostavam. Antes, as palavras ficavam suspensas de um jeito confortável, não precisavam dizer nada, pois se entendiam daquele jeito. No entanto, dessa vez, as incertezas que pairavam naquele carro. A não certeza sobre a vida os engolia e fazia com que qualquer coisa que deveria ser dita, simplesmente desaparecesse.

A morte era uma certeza, mas aquele diagnóstico só havia sido uma confirmação daquele fato. Uma confirmação tão cruel que Percy sequer conseguia chorar.

Com cuidado, Jason havia parado na farmácia e respeitado a decisão de Annabeth de entrar lá sozinha e então, quando ela havia voltado com uma sacola cheia de remédios, havia dirigido até a casa dos dois. Em momento algum havia perguntado o que tinha acontecido ou reclamado, pois seu bebê de quase 1 ano ainda estava na casa de sua sogra. Não, ele apenas ajudou no que podia e Annabeth e Percy sabiam que precisavam agradecer, mas naquele momento, não tinham forças nem para isso.

Jogados no sofá, eles sequer conseguiam respirar direito e não conseguiram nem responder a pergunta de Jason, nem expressarem qualquer reação diante o olhar de preocupação. Não conseguiram agradecer por tamanho cuidado e nem pedirem desculpas por terem atrapalhado seu dia. Não conseguiam fazer absolutamente nada a não ser olharem fixamente para as caixinhas de remédio enfileiradas.

Jason suspirou, entendendo que não teria nenhuma respostas deles, se levantou e se ajoelhou na frente dos dois e disse baixinho:

— Se vocês precisarem de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, me liguem, a qualquer momento, ok? — ele ficou ali esperando alguma reação ou de Percy ou de Annabeth, mas só recebeu um aceno de cabeça dos dois antes de ir embora, dando a eles a privacidade de que precisavam.

Depois do casamento, os dois haviam decidido se mudar para Paris — onde coincidentemente Jason e Piper moravam — e durante aqueles quase 10 meses de casamento parecia que haviam tomado a decisão certa. Percy tinha sua empresa de assessoria para empresas de cultura e Annabeth tinha sua pequena papelaria — que incluía sua pequena lojinha de scrapbook. Não eram ricos, na verdade, muito pelo contrário, mas tinham uma vida confortável mesmo vivendo em um apartamento pequeno e tendo só um carro. Paris havia sido o verdadeiro paraíso até aquele momento.

Suas famílias não moravam perto e caso acontecesse alguma coisa, não teriam a quem recorrer. Annabeth não deixaria que Percy trabalhasse mais, pois não gostava nem mesmo de pensar nele passando mal com ela longe. Mas isso significaria menos verba e menos dinheiro significava que não teriam verba o suficiente para pagar por um tratamento bom. A cabeça de Annabeth doía enquanto ela pensava nas possibilidades, completamente concentrada sem enxergar nada, absolutamente nada, além das alternativas para o futuro.

Estava tão imersa em seus próprios pensamentos que só foi perceber que Percy chorava quando ouviu o primeiro soluço dele. Assustada, Annabeth se virou percebendo que ele estava encolhido, com o rosto encostado nas pernas chorando sem ao menos tentar esconder. Tudo aquilo que havia tentado segurar, simplesmente havia explodido quando ele pensou em sua mãe chorando compulsivamente no funeral de seu avô quando ele tinha 11 anos e percebeu que Annabeth poderia ficar daquele jeito quando ele morresse.

Não poderia sequer evitar aquilo. Não queria morrer, tinha tantos sonhos para viver, mas parecia que nada daquilo importava diante da morte. Por isso, a única coisa que conseguia fazer era chorar e chorar, sentindo as lágrimas pesadas o inundarem. Afogando-o em terra firme.

Sem pensar muito, Annabeth se jogou em cima das costas dele, o abraçando de maneira desajeitada enquanto segurava suas próprias lágrimas. Não podia fraquejar naquele momento. Precisava ser forte para os dois. Ser o elo forte até que tudo acabasse.

— A gente vai superar isso, Percy, juntos — ela sussurrava e então ouvia sua voz embargada ressoar pelo pequeno apartamento junto com as lágrimas não caídas, junto com o som do coração de Percy se partindo em milhões de pedaços — Eu te prometo.

Tanto Annabeth quanto Percy sabiam que a loira não poderia prometer aquilo. Não estava ao alcance das vontades dela, sequer poderiam controlar se ele estaria vivo no próximo minuto. No entanto, naquela tarde — quase noite — os dois fingiram acreditar naquela promessa falha enquanto, juntos, torciam para que aquela queda ao Tártaro não os destruíssem por completo.

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