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Capítulo 8

"Eu odeio o fato de não te odiar,
nem um pouco, nem de perto,
de modo algum."

Filme: 10 Coisas que eu Odeio em Você.

O caminho de volta para o carro foi rápido e estranho. Kabir não tirava o sorriso do rosto, enquanto o meu permaneceu petrificado desde que seus lábios encostaram nos meus na sala da obstetra.

Ele me beijou e parece nem perceber o que fez. 

Olho para seu rosto e aproveito que seus olhos estão concentrados no trânsito caótico a nossa frente para examiná-lo. Kabir é considerado um homem bonito, muito bonito, para os padrões indianos. Sua pele sedosa e lisa tem o mesmo tom de toda a nossa família, suas sobrancelhas e cabelos tão escuros e cheios quanto os meus. Muitas de minhas amigas já se apaixonaram por ele, mas nunca foram correspondidas. Meu primo sempre foi focado nos estudos e em nossa empresa, e nunca ligou muito para os olhares de admiração que recebia das doces donzelas com idade para casar. 

Nunca o vi com ninguém, nem ouvi boatos com seu nome… será que…

Kabir é gay?

No momento em que percebo que fiz a pergunta em voz alta, o carro freia bruscamente e um Kabir muito horrorizado me encara com a boca aberta.

ㅡ O que disse? ㅡ sua voz deixa claro que é uma pergunta retórica, ele ouviu muito bem o que eu disse.

ㅡ Eu não… quis… é…

ㅡ Kali, olhe para mim. 

Meus olhos fitam meus dedos que se apertam descontrolados, em sinal de nervosismo. Meu rosto está quente, tomado pela vergonha, e mordo os lábios com força.

ㅡ Kali, olhe para mim. ㅡ ele repete com a voz mais branda.

ㅡ Me desculpe, eu não queria…

ㅡ Não se desculpe, apenas olhe para mim. ㅡ viro meu rosto, envergonhada, e ele levanta a sobrancelha direita ㅡ De onde tirou essa história? Are baba!

ㅡ Foi um pensamento, apenas isso. Suniedy, me perdoe. 

ㅡ Quero saber o motivo de estar pensando isso de seu marido.

Are baba! Não penso isso de você, foi apenas… ㅡ respiro fundo e fecho os olhos ㅡ Você me beijou. ㅡ decido mudar o assunto, de repente.

Baguan Keliê, Kali, você acha que sou gay porque eu te beijei? ㅡ ele pergunta, ofendido ㅡ Aquilo nem foi um beijo de verdade, e peço desculpas pelo meu ato. Perdi o controle de tanta felicidade, eu prometi que não encostaria em você e quebrei minha promessa. Isso jamais se repetirá, perdoe-me.

ㅡ Assim você me ofende. ㅡ sussurro com a voz embargada ㅡ Sou tão horrível assim, Kabir? Que você só queira me beijar em meio a um descontrole emocional? Não sou desejável o suficiente para um homem como você?

Os olhos de Kabir estão arregalados, e sua boca abre e fecha várias vezes antes de voltar seu olhar para a frente e voltar a dirigir. As lágrimas insistem em cair por meu rosto pelo resto do caminho, e tento controlar a vontade de me encolher em posição fetal no banco do passageiro. Eu sei que são os hormônios da gravidez falando por mim, sentindo por mim, mas a sensação de humilhação toma todo o meu corpo e não consigo controlar o choro.

O carro estaciona em frente a nossa casa depois de longos e torturantes minutos. Quando vou sair, vejo que a porta está travada e me viro para Kabir, que me olha com olhos tristes.

ㅡ Eu te amo, Kali, e sei que você me ama. ㅡ ele balança a cabeça levemente, consternado ㅡ Mas você ainda o ama. Você ama o Bennet. É ele quem você ama de verdade. Eu sou apenas o seu marido de mentira. Só isso. 

ㅡ Não fale do Bennet para mim. 

ㅡ Eu preciso falar. Você está grávida, e foi abandonada pelo pai biológico da criança, é um trauma que irá andar com você o resto de sua vida. ㅡ vejo seus olhos brilharem de ódio ㅡ Seus hormônios estão em combustão dentro de você, tik, eu sei, mas não podemos confundir as coisas. Você ama o Bennet, e eu não sou ele. Não projete sua frustração e seu desejo por ele em mim, Kali. Seu amor por mim é diferente do seu amor por ele.

ㅡ Eu não disse isso…

ㅡ Você não pode dizer que eu te ofendo por não querer te beijar. ㅡ me interrompe e seus punhos fechados socam o volante com força duas vezes ㅡ Isso me ofende, Kali. Nunca mais repita isso, porque eu não posso te beijar... ㅡ ele respira fundo e destrava a porta ㅡ É muito diferente de não querer

Kabir sai do carro e me deixa sozinha, com a cabeça latejando tentando entender o que ele disse. 

♡♡

18 semanas de gestação 

Passo a mão esquerda levemente sobre a pequena protuberância escondida sob meu sari vermelho, enquanto lambo os dedos sujos de gordura de minha outra mão. Kabir e baldi me olham, ansiosos, esperando pelo meu veredicto final sobre o pani puri que prepararam juntos para o jantar.

ㅡ Não nos torture mais, Kali! ㅡ Kabir exclama, ansioso.

Tik, marido, estou pensando. ㅡ sorrio e finjo pensar um pouco mais ㅡ Niyati acha que poderiam acrescentar mais algumas pitadas de curry, quem sabe uma colher a mais de páprica.

Atchá! Eu disse! ㅡ baldi diz e dá um leve tapa no pescoço de Kabir ㅡ Minha neta gosta da comida picante, ham, igual a mim.

Rio da feição triste de Kabir e bebo o chai com vontade.

ㅡ Mas Niyati gostou muito do chai que seu baldi preparou para ela, ham, está perfeito. ㅡ digo na esperança de animar meu marido.

Ele sorri abertamente e estufa o peito, convencido.

Atchá, ouviu, Aarav? ㅡ empurra baldi com o ombro, que ri do gesto convencido ㅡ Sua neta prefere o chai do baldi dela, ham, já sabemos a quem ela vai preferir. 

E os dois voltam para a cozinha discutindo, mais uma vez, sobre quem será o preferido de Niyati. 

O clima está agradável e aconchegante em nossa casa. Mamadi ainda não fala comigo como antes, mas vive comprando roupas de bebê para a neta. Há alguns dias pediu para acariciar minha barriga, enquanto assistíamos um documentário sobre peixes, e me ajudou quando corri para vomitar depois de ver as tripas de uma truta gigante. 

Baldi e Kabir competem o tempo inteiro por minha atenção e aprovação, vivem fazendo comidas e guloseimas para me agradar. Baldi mandou fazer uma linha inteira de jóias com o nome de Niyati, a propaganda da empresa já saiu em todas as revistas e sites de grife. No início fiquei incomodada vendo o nome de minha filha exposto em outdoors e comerciais, mas Kabir me convenceu de que é uma linda homenagem, e que Niyati se sentirá honrada quando crescer e ver que já era amada antes mesmo de nascer. 

Estamos mais próximos que nunca, sempre conversamos até tarde sobre o futuro, sobre a criação de nossa filha, sobre como achamos que será sua aparência, seus dedinhos das mãos e dos pés, seus olhos. Nunca falta assunto quando nos deitamos para dormir. Mas nunca mais tocamos no assunto do beijo.

Há momentos em que minha mente me deixa confusa em relação aos meus sentimentos. Sinto falta de Kabir quando ele não está. Sinto falta da sua voz, do seu cheiro, da sua risada. Anseio pelo momento em que ele chega do trabalho e vem direto até mim, me beija a testa e pergunta como suas meninas estão. E logo se ajoelha para beijar minha barriga e falar com Niyati. 

Mas ainda tenho momentos de loucura, em que imagino como seria a minha vida agora se Bennet não houvesse me abandonado. Como seria sua reação ao saber que seria pai de uma menina. Esses momentos, em que lembro de seus olhos azuis como o mar cristalino, ainda me arrancam lágrimas e me fazem sentir uma dor inexplicável. Uma dor que apenas Kabir consegue acalmar, com seus carinhos e piadas ruins. 

Tenho medo de estar me apaixonando por meu marido, mas de continuar amando Bennet.  

♡♡

28 semanas de gestação 

ㅡ Hum… Niyati… ㅡ resmungo, ainda sonolenta, pressionando levemente o local abaixo de minhas costelas ㅡ Eu preciso dormir, querida.

Faço círculos lentos, porém firmes, onde seu pé empurra repetidas vezes. Sinto uma mão grande e quente empurrar a minha e continuar os movimentos.

ㅡ Acordando sua mamadi de novo, minha vida? ㅡ a voz rouca de Kabir está próxima a minha barriga ㅡ Deixe sua mami dormir, estou aqui com você. 

Sua voz grave começa a cantarolar uma antiga canção de ninar, e sinto leves beijos de vez em quando em minha pele. Niyati ama quando seu baldi canta para ela, para de se mexer instantaneamente e fica paralisada pelo tempo em que a música durar, só assim consigo voltar a dormir.

ㅡ Você nunca será feliz! 

Mamadi me olha do alto da escada, com um saco de pedras em sua mão.

ㅡ Mami, eu já sou feliz! ㅡ exclamo com a voz trêmula.

ㅡ Você nunca será feliz! ㅡ ela repete e atira uma pedra em mim. 

ㅡ Mamadi! ㅡ grito quando a pedra atinge meu ombro ㅡ O que eu fiz? Por que está fazendo isso?

ㅡ Você envergonhou o nome de nossa família!

Outra pedra me atinge, desta vez na barriga.

ㅡ Mami! Niyati!! ㅡ coloco minhas mãos em meu ventre, mas está liso.

ㅡ Aquela bastarda está com o pai. Com o verdadeiro pai!

Olho para a porta e vejo Bennet com uma criança nos braços. Um embrulho amarelo que que mexe os bracinhos no ar e choraminga como um gatinho.

ㅡ Bennet. ㅡ sussurro horrorizada ㅡ Você voltou?

ㅡ Eu vim buscar minha filha. ㅡ sua voz grave soa raivosa e acusatória ㅡ A filha que você escondeu de mim.

ㅡ Bennet, não! 

Tento sair do lugar, mas meus pés não me obedecem. Bennet caminha lentamente para fora de minha casa, levando minha filha em seus braços.

ㅡ Mami, faça alguma coisa!! ㅡ grito, desesperada ㅡ Ele está levando Niyati!

ㅡ Esse será o castigo pela sua mentira. Viver sem sua filha.

E então ela atira outra pedra em mim, que acerta em cheio a minha cabeça.

Arquejo ao sentar rapidamente na cama, sinto uma pontada aguda em meu umbigo.

ㅡ Kali? ㅡ Kabir está sentado ao meu lado e me olha assustado ㅡ O que houve?

Respiro rapidamente, tentando controlar o choro, mas a imagem de Bennet levando minha Niyati embora invade meus pensamentos e um soluço me escapa.

ㅡ Ele… ele… Niyati… ㅡ tento dizer em meio ao choro descontrolado ㅡ Kabir, ele… Are Baba, isso não pode…

Maharani, respire!! Ham, olhe para mim. Isso, agora vamos lá: respira fundo, tik, agora solta lentamente. Atchá, continue respirando, tchalô

Faço o que ele manda, mas as lágrimas continuam a cair. 

ㅡ Quer me contar o que houve? ㅡ pergunta enquanto faz círculos lentos em minhas costas.

ㅡ Um sonho horrível. ㅡ sussurro.

Tik, então não precisa me contar. 

ㅡ Ele levou Niyati embora. ㅡ sinto o corpo de Kabir ficar tenso imediatamente ㅡ Bennet. Ele levou Niyati embora. No sonho.

ㅡ Isso nunca irá acontecer. ㅡ diz sério, olhando em meus olhos ㅡ Eu não permitirei.

ㅡ Nem eu. ㅡ respondo firme ㅡ Ele nunca saberá da existência de Niyati. Prometo. 

Atchá, acredito em você. 

Kabir beija minha testa e nos deitamos em nossa cama. Mas, pela primeira vez desde que nos casamos, me deito em seus braços. Minha cabeça encaixa entre seu ombro e tórax, e ele me abraça fortemente, fazendo círculos com a ponta dos dedos em meu braço.

ㅡ Eu vou cuidar de vocês, Maharani. ㅡ ele sussurra, meio sonolento ㅡ Eu vou cuidar das minhas meninas. 

♡♡

35 semanas de gestação 

As batidas na porta de meu quarto são insistentes e me acordam de um sono profundo após o almoço. Dormir virou meu passatempo favorito há alguns meses, e sempre que posso estou fechando meus olhos e desfrutando de um bom cochilo. 

ㅡ Kali, está na hora do chai. ㅡ a voz de Kabir soa abafada, do outro lado da porta ㅡ Venha alimentar minha filha.

Tik, tik, estou indo. 

Me arrasto da cama lentamente, sentindo pontadas na base da coluna que vem me incomodando desde que acordei pela manhã. Minha barriga de grávida não é muito grande, por mais que eu coma sem parar e meu peso tenha aumentado durante os meses, o que ajudou muito a disfarçar o verdadeiro tempo da gestação para a sociedade. Neste momento, já na reta final da gestação, os vizinhos, amigos, familiares e todos que leem revistas, acham que estou de apenas 6 meses, e a barriga pequena ajuda a sustentar essa mentira. 

ㅡ Kali? 

ㅡ Estou indo, marido! ㅡ exclamo, sem paciência.

Kabir está proibido de entrar em nosso quarto enquanto tiro meus cochilos. É um pai e marido tão protetor e babão que não me deixava dormir em paz, sempre acariciando minha barriga, ou tirando fotos enquanto eu dormia. Então o impedi de me acompanhar nas sonecas, já que ele nunca dormia, e ele sempre bate na porta do próprio quarto antes de entrar depois disso.

ㅡ Ainda me é estranho ser chamado de marido. ㅡ ouço sua risada grave e baixa quando já estou com a mão na maçaneta.

ㅡ Já devia estar acostumado. ㅡ digo ao abrir a porta.

E então tudo acontece ao mesmo tempo. 

Uma dor lancinante toma meu quadril, e sinto minha barriga contrair fortemente. Mas não é isso que me arranca um grito. O que me faz gritar é ver a mulher parada atrás de Kabir. Ananya. Então Kabir grita ao olhar para o chão e ver uma poça de água e sangue em meus pés. É a vez de Ananya gritar também. Minha bolsa estourou. Outra onda de dor me toma e trinco os dentes para não continuar gritando.

Are Baba! ㅡ baldi chega pelo corredor ㅡ Que gritaria é essa em minha casa?

ㅡ A bolsa dela estourou! ㅡ Kabir abraça minha cintura e me leva de volta para o quarto. 

Sentada da poltrona vejo os dois homens trabalharem em sincronia enquanto pegam todas as malas para a maternidade. Ananya chega ao meu lado, com um sari vermelho em mãos, e sorri com lágrimas nos olhos.

ㅡ Não acredito que cheguei em um momento tão importante para você, minha pequena. ㅡ sua voz embargada é calma e baixa, e sorrio ao abraçá-la.

ㅡ Não consigo acreditar que está aqui comigo! Meu marido procurou por você todo esse tempo! Você sumiu, Nany, por onde esteve? 

Are baba, não podia imaginar que estava bem e casada, chorei todo esse tempo com medo do que poderia ter acontecido com você, tik. ㅡ entramos no banheiro e ela tira minha roupa de dormir com cuidado ㅡ Eu mudei de casa, por medo. ㅡ diz dando as voltas do sari em meu corpo ㅡ Por isso não me encontraram. Seu marido me viu no mercado e me seguiu, esse espertinho. Quando me disse que era Kabir, seu primo e agora marido, não pude deixar de vir com ele. E olha só, cheguei na hora perfeita.

Tik, ainda bem que está comigo neste momento. 

Outra onda de dor vem e, desta vez, não consigo segurar o grito. Ananya me segura e faz massagem em minha coluna, mas a dor é intensa e duradoura.

ㅡ KABIR! 

ㅡ Estou aqui, Maharani, estou aqui. ㅡ diz tomando o lugar de Ananya e me pegando em seu colo.

ㅡ O intervalo das dores, tem que marcar. 

Tik, 5 minutos e 27 segundos entre a primeira e esta. ㅡ ele diz ao descermos as escadas ㅡ Direto para o hospital.

ㅡ Já mandei fechar a ala privada, vá direto para lá. ㅡ baldi diz do alto da escada ㅡ Ananya, venha comigo, você não pode entrar no hospital com um sari de viúva. 

Baldi!! ㅡ grito, mas não consigo terminar a frases pois outra onda de dor chega e travo os dentes, apertando a roupa de Kabir.

Are, vou apenas dar uma roupa de Nivedita a ela, Kali, fique tranquila! A levarei comigo no carro, agora vão!! Tchalô, tchalô!! ㅡ ele diz e Nany corre atrás dele.

Entramos no carro e outra onda de dor chega com força total.

ㅡ KABIR!

Baguan Keliê! Desta vez foi menos de 1 minuto, Kali! Baguan Keliê!!

Sinto uma vontade incontrolável de fazer força e aperto o couro do banco do carro ao sentir mais uma pontada.

ㅡ Ela vai nascer, não vai dar tempo!! ㅡ exclamo sentindo dor ㅡ KABIR, ME AJUDE!!

Kabir me tira do banco do passageiro e me coloca na parte de trás do carro. Com rapidez ele sobe meu sari e, de modo involuntário, abro as pernas. Não há tempo para sentir vergonha, outra onda de dor me toma, cada vez mais forte, e desta vez eu empurro com força.

ㅡ Está nascendo. ㅡ ele sussurra petrificado ㅡ Estou vendo o cabelo dela, está nascendo.

Aperto o banco do carro e faço força mais uma vez. A dor agora é constante, todo o meu quadril parece queimar, tenho a sensação de que minha coluna está se partindo em milhões de pedaços.

ㅡ Faz força, a cabeça está saindo!! ㅡ ele exclama saindo do transe e pousando ambas as mãos em minha barriga ㅡ Isso, filha, venha! Venha para nós!

Empurro com todas as minhas forças enquanto Kabir faz movimentos de cima para baixo em meu ventre, sem empurrar, apenas uma leve pressão. A porta atrás de mim se abre bruscamente e baldi surge, com  olhos arregalados e assustados, e senta colocando minha cabeça em sua perna.

ㅡ Força, luz da minha casa! ㅡ ele diz emocionado ㅡ Sua filha está chegando ao mundo, força!

Apertando sua mão eu empurro com toda a força que tenho. Sinto minhas veias cerebrais latejando, meus dentes trincados não são capazes de segurar o urro de dor que escapa de meu peito. E, então, como num passe de mágica, o alívio chega. 

E um chorinho de bebê enche o ar a nossa volta.

Todos nós olhamos para o mesmo ponto. Uma pequena boneca, cabeluda, com bochechas cheias e queixo arredondado. Minha filha. Que grita a plenos pulmões que chegou ao mundo. 

Kabir, com os olhos vidrados em Niyati, a coloca em meu colo com cuidado, pois ainda está ligada ao cordão umbilical. Tudo a minha volta vira um borrão, a única coisa que me importa está em meus braços agora. Eles fecham a porta aos meus pés, Ananya toma o banco do passageiro, baldi ao volante, e Kabir toma o lugar de baldi como apoio para minha cabeça.

Mas meus olhos não saem do rostinho perfeito de minha filha. Tão pequena, tão linda! A admiro por longos minutos, enquanto o carro ultrapassa sinais vermelhos e buzina para todos que entram em nossa frente. Gravo em minha mente cada pedacinho dela, cada fio de cabelo preto de sua sobrancelha, as pequenas pintas por seu rosto… Niyati é perfeita!

Are baba, ela é sua cara. ㅡ olho para Kabir e encontro seu olhos vidrados em nossa filha.

ㅡ Nossa filha é perfeita. ㅡ sussurro, me sentindo fraca.

O olhar de Kabir encontra o meu, emocionado, e vejo lágrimas caírem antes dele limpar rapidamente.

Tik, nossa filha é perfeita. ㅡ ele sorri e acaricia meu cabelo ㅡ Assim como você.

Sorrio e levanto minha mão para entrelaçar meus dedos nos seus.

ㅡ Kali. ㅡ ele sussurra meu nome e engole em seco ㅡ Eu amo você.

Algo em seu tom de voz na última frase chama minha atenção. É como se, pela primeira vez, ele dissesse com outro tipo de emoção. Encaro seu rosto, os olhos inchados pelo choro, e sinto minha pulsação acelerada.

ㅡ Eu amo você. ㅡ ele diz e leva um dedo para acariciar meu lábio inferior ㅡ Eu amo você, Kali, minha deusa... Eu posso? ㅡ sussurra a pergunta, com os olhos em meus lábios, e apenas concordo com a cabeça, sentindo que meu coração vai explodir a qualquer momento.

Kabir abaixa o rosto, lentamente, e encosta seus lábios nos meus. É apenas isso, um encostar de lábios, que dura apenas alguns poucos segundos, mas que aquece meu coração e arranca lágrimas de alegria de meus olhos.

ㅡ Ah, Kabir, eu também amo você. ㅡ sussurro contra seus lábios e, num ato ousado, o beijo novamente ㅡ Eu também amo você!

Ele sorri contra minha boca e levanta a cabeça, beijando minha testa. Sorrimos um para o outro e nossos olhos vão para o ser mais importante de nossas vidas. Nossa filha.

Sinto que, a partir de hoje, minha história poderá ter um final feliz.


Olá!
A partir do próximo capítulo já entraremos na Parte Dois.
Haverá uma passagem de tempo sinalizada no início do capítulo.

Desculpem a demora para postar, o próximo sai ainda essa semana.

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Namastê! 💙

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