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Te Esperando / Reencontro

CAPÍTULO 01:





"Quem sabe eu ainda sou uma garotinha?
Esperando o ônibus da escola sozinha"

Neste exato momento começa a tocar Malandragem, da Cássia Eller, e eu começo a cantarolar baixinho, acompanhando a letra. Meus dedos, inquietos, tamborilam sob a superfície da mesa como se estivessem tocando ao ritmo da música.

"Cansada, com minhas meias três quartos
Rezando baixo pelos cantos
Por ser uma menina má"

Observo as pessoas interagindo entre si: algumas dançando; outras próximas à mesa dos doces; uma pequena parcela em pé na borda da piscina e outras pessoas apenas sentadas conversando em suas respectivas mesas.

Pois bem, eu estou sozinha na minha mesa (acho que posso chamar de "minha", afinal sou só eu aqui). E sim, eu estou com muita vontade de ir embora e é incrível como me sinto uma idosa de 60 anos, mesmo tendo somente 25 anos.

O que acho ruim em eventos assim, é o fato de não saber me arrumar como deveria ser. Para esta ocasião, eu optei por um vestido azul claro, salto alto e meu cabelo solto, mas com um pequeno arranjo na parte de trás. O vestido em si, é longo e com um pequeno decote. Estou me sentindo horrível.

A festa em si não está ruim, é só o meu cansaço físico que me impede de interagir mais. Mas eu necessito mudar a minha aparência de morta viva, pois a aniversariante está vindo à minha mesa.

- Você está gostando, Lia? - Milena questiona se sentando e tomando um gole de sua bebiba. Ela está incrivelmente perfeita. Um pequeno arranjo prata com pedrinhas se encaixam perfeitamente nos fios loiros do seu cabelo. Seu vestido (de tom branco) caiu-lhe muito bem e sua maquiagem realçou seus traços finos.

- Sim, Milena. - Sorriu de volta. - A decoração está incrível e a organização também.

Ela sorri para mim, pois me conhece muito bem e sabe que a qualquer momento eu posso escapar de fininho, assim como fiz na sua festa de 15 anos.

- Olha, Lia, - diz sorrindo - hoje você não vai fugir como das outras vezes. - Eu sorrio de volta, assumindo que sou horrível para festas. - Hoje é um dia muito importante, pois não é todos dias que se faz 26 anos. - Ela pontua sorrindo. - E também porque todos os meus amigos de infância estão aqui.

No momento, eu abro um sorriso para tentar lhe passar que eu entendi as ordens.

"Eu só peço a Deus um pouco de malandragem
Pois sou criança e não conheço a verdade"

Ela cantarola pegando minha mão e ergue, na tentativa de me animar.

"Eu sou poeta e não aprendi a amar
Eu sou poeta e não aprendi a amar"

Eu a acompanho, tentando esquecer o estresse do meu trabalho, do meu pai e de todas as situações que sugam minhas energias.

- Obrigado por ser a amiga que eu não mereço. - Falo.

Ela sorri.

- É horrível ser sua amiga, - Milena fala se levantando - mas fazer o quê, né? - Me dá um beijo e sai sorrindo.

*********

A pior parte chegou: cantar os parabéns. Quem foi que inventou isso? Sério, deveria o autor ter sido condenado prisão perpétua.

Há uma mesa grande próxima a piscina onde está a decoração: bolo grande decorado, docinhos, lembrancinhas e no fundo alguns arranjos de flores e acho que também uma cortina. Há também outras mesas pequenas como decoração cheia de doces variados.

Milena acena em minha direção me chamando. Por um momento, avalio as pessoas próximas dela ali, atrás da mesa. Na ordem da direita para a esquerda estão: Luís, Mariana, Milena (no meio) e ... meus olhos se fixam no último ali, me fazendo engolir em seco: Pietro Santos.

- Vem, Lia! - Chama Milena mais uma vez.

Dou um passo lento, mas meu subconsciente clamando para eu dar meia volta e ir embora dali. No entanto, não posso, pois Milena jamais me perdoaria.

Mas poxa! Ela sabe de toda a história e mesmo assim chamou ele.

Abaixo a cabeça para não tropeçar no pequeno degrau, mas logo a ergo.

A última vez que vi Pietro foi embaixo da árvore próxima a minha casa. Naquela época nós tínhamos 10 anos. Nesse dia (o último dia que nos vimos), eu contei um segredo a ele e ... Essa recordação não me faz bem.

Eu nunca a esquecerei. Acho.

Eu sei que está soando egoismo de minha parte, pois a festa é de Milena e ela tem o direito de chamar quem quiser. Aqueles que estão ali, são os amigos dela, não os meus. Mas querendo ou não, eu faço parte desse laço. É essa certeza que me faz continuar rumo a eles.

Passo pela borda da piscina, me aproximando da mesa e encaro eles. Os olhos azuis de Pietro me acompanham e é impressionante como ele está diferente. Entretanto, eu o reconheceria em uma multidão mesmo depois de anos.

Seus olhos nos meus e os meus nos dele. O tempo passou, mas é como se eu estivesse encarando eles no tempo de infância. São os mesmos. Seu rosto tem um charme de homem: uma barba rala.

Quando pequeno, Pietro era o garoto mais bonito da nossa turma e eu sabia que ele se tornaria um homem bonito. Hoje, estou confirmando.

- Lia, fica... ali perto do... Pietro. - Eu sinto o receio em sua voz, pois Milena sabe que eu jamais gostaria de ficar perto dele novamente. Mas eu acredito que as circunstâncias nos colocaram ali, naquela situação.

Calma, Lia, é só uma foto.

Assinto para ela com um meio sorriso.

Me encaixo entre ele e Milena. Eu sinto o olhar dele sobre mim, me fitando. Olho para a frente e vejo o restante dos convidados nos olhando. Alguns estão com celulares tirando fotos, outros apenas esperando o momento de cantar os parabéns.

- Rapazes, - fala o fotógrafo ali na frente - coloquem a mão na cintura das moças, assim ficam mais próximos e caberão todos na foto. - completa sorrindo.

Um arrepio percorre meu corpo ao sentir seu braço enrolar minha cintura e colar seu corpo ao meu.

- Se me permite! - Ele sussurra tão educado quanto um mocinho protagonista de um livro ou de uma novela de época. Me perco naquele hálito quente e totalmente atrevido.

Não respondo, apenas gesticulo com a cabeça em sinal de positivo.

Sinto o cheiro forte do seu perfume. Neste momento, eu o encaro e me deparo com seus olhos azuis me olhando fixamente. Ele não sorri, me impedindo de decifrar seu pensamento pela sua expressão. Com isto, me sinto sugada pelo seu olhar ao passado...

**************

- Pietro, preciso te contar algo muito importante e grave! - Sussurrei ao meu amigo de infância, que me olhou assustado.

Pietro e eu somos amigos desde que nascemos e temos a mesma idade, a diferença está nos meses: ele é de julho e eu de dezembro. Temos 10 anos. Nossas casas ficam próximas.

- Grave em que tamanho? - Ele indagou me fitando com seus olhos azuis piscina.

Pensei um momento em algo extremamente grande para comparar, mas eu estava com pressa e precisava falar com urgência.

- O tamanho do Monte Everest. - Me recordei da aula de geografia, na qual o professor Pablo falou sobre o quão grande era o Everest.

Pietro abriu a boca um pouco, avaliando que o problema era realmente grave.

- Nossa, Lia, é grande mesmo, pois o Everest é gigante. - Ele sorriu. - Me fala o que é então.

Olhei para os lados para não correr o risco de alguém ouvir.

- Eu vi meu pai e sua mãe se beijando. - sussurrei.

Nós estávamos próximos a uma árvore em frente a minha casa.

- Deve ter sido na bochecha, Lia. - Rebateu ele dando de ombro.

Eu o puxei para mais perto.

- Fala baixo, ninguém pode ficar sabendo. - Mantive meu olhar no seu. - Sua mãe estava beijando meu pai e eu não entendo, pois sua mãe é casada e...

- Lia, somos crianças e só temos dez anos. - Pietro disse isso se afastando.

Talvez ele tivesse razão, talvez eu tivesse visto errado.

- Ei, você não pode falar para ninguém. - Fiquei à sua frente, novamente encarando seus olhos. - Entendeu?

Ele suspirou fundo, mas voltou seu olhar para mim.

- Está bem, não vou falar - ele deu de ombros - e outra, tenho certeza que você não viu direito.

- Eu vi sim, Pietro. - Insisti. - Anda, vamos fazer um juramento. - Levantei meu dedo mindinho, ele relutou, mas logo juntou o seu ao meu e fizemos o juramento.

***********

Sua expressão mudou um pouquinho, talvez ela tenha conseguido interpretar a minha e possivelmente reviveu esse momento.

- Sorriam! - Falou o fotográfo.

Desviamos nosso olhar e sorrimos para as fotos. Tentei manter o sorriso mais sincero do mundo, pois não queria estragar as fotos de minha amiga. Entretanto, não sei se conseguiria me concentrar muito tempo, pois sentir a mão forte de Pietro em minha cintura, estava me causando várias emoções: boas e ruins.

- Pronto! - Acenou o fotográfo. - As fotos ficaram lindas.

Milena estava falando com Mariana e Luís. Senti a mão de Pietro sair de minha cintura e foi como se uma carga de tijolos tivessem saído de cima de mim.

Ele não me olha, apenas passa por trás de mim e abraça Mariana.

- Quanto tempo, Pietro!

Levanto a barra do meu vestido e saio dali. Já havia feito esforço demais em ficar ali por todo esse tempo.

"Meia-noite no meu quarto
Ela vai subir"

A música Menina veneno, do Ritchie, começou a tocar, e eu baixinho comecei a acompanhar.

"Ouço passos na escada
Vejo a porta abrir"

Passo pelas mesas das bebidas e me sirvo um pouco de caipirinha e saio procurando um lugar calmo. Vou para a parte de trás da casa e lá fico contemplando as estrelas.

Pietro está aqui!

É tudo o que consigo pensar. Eu sempre quis vê-lo, mas nunca estar perto dele. Eu sei, parece loucura, mas muitas coisas que aconteceram conosco precisam ser resolvidas; muitas coisas que não foram ditas, precisam ser. Todo esse tempo ignorei-lhe. Sempre que chegava uma solicitação de amizade dele nas minhas redes sociais eu não aceitava. Talvez soe imaturidade, mas acreditem, não sei se estou preparada para aceitá-lo na minha vida novamente.

- Eu amo aquela música que está tocando. - Alguém fala, ficando lado a lado comigo.

Sinto o mesmo perfume que senti quando fui tirar as fotos. É ele!

Minhas pernas começam a tremer, meu coração a bater mais forte e eu sinto que posso desmaiar a qualquer momento.

- Nossa! - Ele sorri mostrando seus dentes perfeitamente alinhados. - Como as estrelas estão brilhantes hoje.

Era verdade. Com a pouca luz ali, as estrelas pareciam mais brilhantes e o som, vindo da frente, era mais baixo.

Ele estava incrivelmente perfeito. O cabelo totalmente liso e bem penteado. Sua boca carnuda e rosa combinava perfeitamente com seu sorriso lindo. Eu estava olhando fixamente para Pietro.

- Aqui é até mais ventilado. - Ele inspira um pouco de ar.

Eu mal consigo pestanejar, apenas fico olhando-lhe. Só agora prestei atenção em sua roupa: uma camisa, de tom azum claro, de mangas compridas e uma calça jeans cinza. Ainda não olhei para os seus sapatos.

"Menina veneno
O mundo é pequeno demais pra nós dois"

Engulo em seco e consigo criar forças e dou o primeiro passo para sair dali. No entanto, seu braço me segura e meus olhos, mais uma vez, encaram os seus.

Em toda cama que eu durmo só dá você
Só dá você, só dá você, yeah, yeah, yeah, yeah

Se passam alguns segundos e é como se nossos olhos falassem um para o outro. Não havia palavras proferidas, mas eram entendidas pela sintonia de nossos olhares. Sua mão ainda segurando meu braço. Meu corpo estava muito próximo do seu.

Só havia nós dois ali. O barulho da parte da frente da casa não nos afetava. As testemunhas perfeitas do nosso reencontro: algumas árvores e as estrelas.

- Lia, eu... eu... - ele desviou seu olhar, talvez tentando encontrar as palavras - é muito bom te rever. - Um pequeno sorriso se fez no canto de sua boca.

Eu finalmente consigo puxar meu braço de seu aperto.

- Pois para mim, não! - Exclamo. - O que tu veio fazer aqui?

O fato de Pietro estar de volta (não sei se veio para ficar) me inquietou. Eu sempre ensaiei, na minha cabeça, esta conversa, pois sempre soube que ela não seria fácil. No entanto, tudo o que eu ensaiei sumiu de repente, me deixando à deriva como um barco perdido em alto mar.

Eu queria abraçá-lo, também gritar com ele e talvez até socar seu peitoral (aparentemente forte) como as mocinhas das novelas. Mas isso não era uma novela; e sim, realidade.

- Lia, eu sei que você tem muitas mágoas de mim, do tempo de criança, - ele ignorou minha pergunta - e eu te entendo perfeitamente. Entretanto, Lia, nós éramos apenas duas crianças, - seu olhar suplicante me fuzila - você não pode jogar esse fardo em cima de mim, uma vida inteira, sem eu ter nem uma parcela de culpa.

Suas palavras são verdadeiras e eu concordo com elas. Pietro e eu éramos só duas crianças no meio do conflito de nossos pais. Uma lágrima escorre do meu olho.

- Lia! - Pietro tenta tocar meu rosto.

- Não toca em mim! - Vocifero jogando o copo (ainda com bebida) no chão e erguendo a mão em sinal de "pare".

Passo por ele, mas logo me detenho e volto atrás.

- Naquele dia, nós dois fizemos um juramento, lembra? - Seu olhar está no meu.

- Acredite, eu nunca esqueci. - Ele falou baixo.

- Por que você contou para o seu pai? - Voltei a ficar na sua frente. - Heim, Pietro, Por que você falou?

Eu sei que é egoísmo de minha parte, pois todo filho deve ficar do lado dos pais. Então é super normal que ele tenha contado, mas naquela época eu tinha medo de perdê-lo.

- Lia, aqui não é lugar para falarmos sobre isso, olha...

- Naquela noite, o teu pai foi até a minha casa, - minha voz quase falha - tu sabia? - o fito.

- Lia, por favor, ...

- Ele invadiu a minha casa e começou a bater no meu pai e gritando que ia matá-lo, pois descobriu o caso dele com sua mãe. - As lágrimas se intensificaram em meu rosto. - Quando eu vi, fui pra cima dele, mas ele me deu um tapa e eu caí no chão...

As palavras me faltaram e senti o corpo dele colidir com o meu: Pietro me abraçou forte, unindo nossos corpos. Eu não o abraço de volta, mas suas mão me apertam e eu me permito ficar nos seus braços, pois era tudo o que eu sempre havia sonhado.

- Lia, - sua mão escorrega pelo meu cabelo, na tentativa de me acalentar - eu quero te contar tudo o que aconteceu naquela noite. - Eu ainda não o abracei de volta. - Não foi fácil para mim também e nem para minha mãe.

Ele me separa dele e eu me estremeço. Queria continuar ali: no seu abraço.

Um vento frio passa por nós e o barulho de conversa parece se intensificar. Entretanto, nada rouba nossa atenção.

- Eu sei que você me considera um traidor por ter quebrado o nosso juramento do dedinho, mas Lia, - sinto o peso da sua voz trêmula para chorar - quando eu te explicar, quando nós conversamos tudo, - ele tenta sorrir - você vai me perdoar e nós voltaremos a ser bons amigos.

Eu tento sorrir debochada. O deboche não é minha especialidade.

- Nunca! - Exclamo. - Você não existe para mim há muito tempo. - Levanto a barra do meu vestido e saio dali.

- Lia! - Paro ao ouvi-lo. - Eu vim para ficar e para reconquistar sua amizade.

Não olho de volta para não correr o risco de abraçá-lo (desta vez). Levanto a cabeça e retorno para a parte da frente da casa.




OBS: CAPÍTULO SEM REVISÃO ORTOGRÁFICA. DESDE JÁ, AVISO QUE NAO HAVERÁ REVISÃO ENQUANTO POSTO OS CAPÍTULOS.

AGRADEÇO A COMPREENSÃO!❤️

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