especial
Naruto estava abatido naquele dia, como sempre ficava em determinada época do ano. Ainda era difícil para todos nós lidar com a perda da Ino, para Naruto muito mais. Porque ele também sentia falta dos pais, Melissa, que agora era uma moça feita. Entendia aquele sentimento, pois havia perdido o irmão biológico bem nova e, bom, os pais. Assim como Naruto.
Boruto veio correndo e pulou no colo do pai, que apenas alisou sua cabeleira loira, sorrindo fraco para ele.
— Vamos brincar, papai.
— Hoje não, filhão. — respondeu, tentando não soar tão desanimado.
— Vem, querido, eu brinco com você. — Mel se adiantou, pegando a mãozinha do sobrinho.
Sorri agradecida para ela e me acheguei ao meu marido.
— Hoje faz dez anos que a Ino faleceu. — ele mencionou, assenti.
— Sim.
Naruto olhava um retrato onde estavam os pais, ele e a irmã, todos abraçados. Naruto devia ter uns dez anos naquela fotografia. Meu coração apertou. Sentei de lado em seu colo, ele envolveu minha cintura. Beijei o topo da sua cabeça e suspirei.
— Melissa tá muito parecida com ela, cada vez mais. — Naruto sorriu.
— Estranho né? Até o corte de cabelo é parecido, o tom de voz também. — mencionou, concordei com a cabeça.
— Foi a melhor decisão que você tomou. — tentei confortá-lo.
— Eu sei, eu amo a Mel.
— Ela também te ama e fica triste quando te vê tão pra baixo. — comentei, porque era verdade. — Todos nós ficamos, mas eu entendo, porque também sinto falta da Ino.
— Eu queria que ela e meus pais conhecessem nossos filhos. Eles amariam o Boruto e a Himawari — Naruto passou a mão na minha barriga pontuda —, não estou triste, só… saudoso. — forçou um sorriso.
Quando eu iria responder, Boruto entrou correndo, com Melissa logo atrás.
— Temos visitas. — ela anunciou.
Levantei cuidadosamente, pois meus movimentos já não eram mais os mesmos. Nesse ponto, Gaara, Matsuri, Sakura e Sasuke entraram na casa. Boruto pulou no colo da Sakura, perguntando pela Sarada.
— Ela está com os tios, mas prometo que a trago aqui em breve, tá bom? — Saky apertou o nariz do afilhado.
— Ah, tudo bem. — Boruto resmungou.
Após os cumprimentos, finalmente Naruto pareceu se animar com a chegada dos amigos. Então resolvemos almoçar fora para comemorar a notícia do noivado de Gaara com a Matsuri. E, apesar de o dia começar melancólico, ao final, todos estavam animados com a notícia.
Principalmente Sakura, ela achava que Gaara nunca superaria sua paixonite por mim. O que por sorte não aconteceu.
Quando Tsunade e Jiraiya chegaram, a confraternização aumentou. Levando embora a tristeza do início do dia.
(...)
Quando ficamos sozinhos, Melissa, Boruto, Naruto e eu. Decidimos colocar um filme infantil para assistirmos em família. Melissa voltaria para a faculdade na próxima semana e queríamos passar um tempo de qualidade com ela antes disso.
E, quanto mais eu olhava para minha cunhadinha postiça, mais meu coração se enchia de amor. Ela era praticamente como minha filha, na verdade. Porque quando casamos, Melissa veio morar conosco, em seguida engravidei do Boruto e ela me ajudou muito nessa fase. Ou seja, eu a vi crescer e se tornar uma garota gentil e carinhosa, assim como Ino era. A semelhança entre as duas sempre foi surpreendente, Melissa mesmo concordava que se pareciam ao olhar fotos de Ino. Sobre o irmão dela, bom, outra coincidência, porque Naruto era realmente parecido com ele. Podiam se passar por gêmeos se Menma não tivesse falecido tão tragicamente.
Nossa vida atual não era livre de tristezas, mas conseguimos encontrar um no outro conforto para nossos corações entristecidos. Cada um com sua perda, o que nos tornava ainda mais unidos. Éramos uma família, e, apesar de Melissa estar cursando faculdade em outra cidade. Ela vinha nos visitar em quase todas as suas folgas, era muito apegada ao irmão e ao sobrinho. Ficava preocupada comigo, porque tive complicações na minha gravidez do Boruto. Eu fazia o possível para tranquilizá-la, pedindo que não parasse sua vida por minha causa.
Até porque já não bastava Hanabi, meus pais, Sakura e Naruto sendo super protetores. Eu não via a hora da Himawari nascer, para poder respirar em paz, sem que ninguém estivesse em cima de mim. Questionando se eu estava bem, se precisava de algo. Por falar em Hanabi, ela casou com Konohamaru, um amigo da Melissa. Foi meio que amor à primeira vista e eu entendi perfeitamente quando ela me contou que gostou dele assim que o viu. Agora eles estavam em lua de mel, o que de certa forma me lembrava que o tempo passava muito rápido.
Inclusive, a música meio que deixou de ser meu porto seguro. Agora eu tinha uma família e eles vinham antes de qualquer coisa, então eu continuava cantando. Mas minha prioridade se chamava Boruto e em breve essa garotinha que eu carregava no ventre e que chutava sem parar, como se fosse jogadora de futebol.
— Sabe, amor, acho que nunca te contei o que eu ouvi antes da Mel aparecer. Antes de eu voltar pra cá da primeira vez, sabe? — lembrei-me da conversa entre Jiraiya e Tsunade.
Mais tarde eu fui descobrir que ela havia perdido o irmão para dívida de drogas e por isso saiu do Japão. Não pretendendo retornar nunca mais.
— Que meu padrinho se sentia culpado pelo acontecido? Por não ter estado comigo e com a minha irmã, aqui? — indagou, se aconchegando em mim.
Estávamos sozinhos a essa altura.
— Isso. — concordei. — Fiquei mal por ter ouvido algo tão íntimo deles.
— Tivemos uma conversa sincera antes de decidirmos morar no Japão. — mencionou, assenti ouvindo com atenção. — Tsunade imaginou que você ouviu, mas não se importou. Você já era da família. — eu sorri. — Por que lembrou disso hoje? Já faz tanto tempo... — fiz que sim com a cabeça.
— É que eu fico aliviada por ter falado, parecia que eu escondia algo errado. — balancei a cabeça, constatando que era bobagem agora.
Estávamos bem, todos. Apesar das perdas.
— Chega do passado, eu quero aproveitar o presente e o futuro com você. — ele inclinou-se para beijar meus lábios.
— Nossa música pode não ter sido a mais perfeita, mas eu não trocaria a harmonia que temos por nada nesse mundo. — sussurrei em seus lábios. — Aliás, é como se eu conseguisse ouvir os acordes do nosso amor sempre que fecho os olhos. — suspirei apaixonada.
— Conta pra mim então quais são as notas... — pediu, traçando uma trilha de beijos pelo meu pescoço.
— Sol… — chutei, embevecida. — Lá menor, eu gosto de lá menor, é tão doce… — e eu já estava rendida.
— Falta mais uma nota, um acorde é composto por três. Você sabe. — provocou.
— Ah, que se dane. — desdenhei, sorrindo. — Porque eu sempre saberei a nossa música de cor. Ela meio que está gravada no meu coração.
______
Pessoas, eu queria postar um especial mostrando a vida deles depois de um tempo. Espero que gostem, agora acabou mesmo e já estou planejando outra fanfic que vai ser meio de ação. Estilo destinos entrelaçados, mais ou menos inspirada no filme Baby Drive.
Volto em breve, obrigada por tudo!
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