Capítulo 16
Acordei com Naruto apertando-me contra si, de um jeito que dava até arrepio na espinha e fazia com que eu pensasse em coisas impróprias para o horário. Fingi continuar dormindo quando o notei despertar, bocejando preguiçosamente no processo. Ouvi o som de sua risada constrangida, sentindo quando ele tentou se desvencilhar de mim. Aparentemente sem querer me acordar. Decidi que era melhor não postergar aquilo e também bocejei.
— Bom dia. — desejei sorrindo.
— Bom dia, Hina. — ele beijou a ponta do meu nariz, em seguida minha boca.
Mas nada de beijos molhados, que eu nunca achei romântico. Não após acordar e ambos estarem com bafo matinal. É, eu sou péssima romântica.
— O que temos programado para hoje? — questionei, curiosa sobre tudo ali.
— Pensei em te apresentar para o meu amigo. Ele tem um estúdio e deixou a gente ensaiar lá, vai ser legal, eu acho. — coçou a nuca, como se estivesse envergonhado por ter programado o dia.
— Pra mim está ótimo, mas eu tô morrendo de fome. — fiz uma careta.
Naruto riu.
— Vou ver se a Tsunade fez algo, porque você viu que o meu talento com comida é zero, né. — descontraiu — Vou só jogar água no rosto e… — ele indicou o banheiro, assenti.
Trocamos de lugar em alguns minutos e também me ajeitei para o dia.
Quando, enfim descemos, Tsunade estava sentada com Jiraiya conversando baixinho. Naruto chegou fazendo barulho, puxando uma cadeira para mim, enquanto dava bom dia.
Fiz o mesmo e logo estávamos todos comendo. O café da manhã seguiu tranquilo, Naruto ligou para o amigo e tudo indicava que ele ainda dormia. De modo que fomos visitar o orfanato onde ocorreria a ação social até que o tal de Nagato acordasse. Eu amei, foi apaixonante conhecer tantas crianças e perceber o afeto do Naruto por elas. Fui recebida com bastante furor, aliás, ao ficarem sabendo que eu seria a cantora do evento que aconteceria dali alguns dias.
— Você é muito linda! — um garotinho elogiou, sorrindo para mim.
— Obrigada. — agradeci, enquanto uma outra garotinha pulava no meu pescoço.
— É sua namorada, mano? — ouvi de uma criança que surgira do nada.
— É… bem… — Naruto enrolou, tímido. As bochechas levemente vermelhas davam um toque final de fofura.
Risadinhas infantis preencheram o ambiente, ao passo que vários serzinhos minúsculos se penduravam nas pernas de Naruto.
Foi uma manhã agradável, tanto que, ao precisar ir embora. Senti meu coração triste por ter de deixá-los. Compreendi porque Naruto passava a maior parte do seu tempo ali, com aquelas crianças e fiquei ainda mais orgulhosa dele.
— Nagato já acordou, seria bom se você conhecesse o estúdio. — cochichou no meu ouvido.
Fiz que sim com a cabeça, antes de concordar com a boca: — Tudo bem. — me ouvi dizer.
Despedi-me, recebendo abraços de todos os lados. Quando alcançamos a rua, estava sorrindo.
— Gostou?
— Muito. — afirmei de pronto. — Obrigada por me trazer aqui.
— Não foi nada, eu queria apresentar você a eles. Estavam todos ansiosos pra conhecer a garota linda da foto que eu mostrei. — contou, desviando os olhos. — Bom, talvez eu tenha mostrado alguns vídeos de você cantando também.
— Ah! — corei de vergonha, mas logo me recômpus. Eram apenas crianças entusiasmadas, eu não tinha porque ficar constrangida.
Na volta para casa passamos a conversar sobre o evento no orfanato, que, por sinal, precisaríamos divulgar os panfletos. Tínhamos alguma margem de tempo, no entanto, torci para que todos fossem vendidos. O que significava mais dinheiro para aquelas crianças. Além do leilão beneficente que ocorreria após a minha apresentação. Descobri que não faria um show somente para crianças e isso de certo modo era bastante intimidador. Mas afastei o pensamento e concentrei-me na conversa, emitindo sons de concordância vez ou outra. Até que, repentinamente, a mão grande e quente de Naruto estava na minha. De mãos dadas, todos os meus anseios sobre me sair bem diminuíram. Eu só queria dar o meu melhor pelo bem daqueles pequenos.
Ao chegarmos, Naruto não entrou, eu informei que queria trocar de roupa. Por motivos de minha menstruação descer a caminho da casa do Nagato. Eu tinha certeza disso, portanto, precisaria tomar um banho rápido. Naruto não me pressionou pelo motivo, apenas informou que iria na frente para se certificar de que ele estaria vestido apropriadamente. Porque, ao que parecia, o garoto era meio excêntrico.
Alcancei o corredor e passei a ouvir vozes, ao que tudo indicava, do padrinho do Naruto. Segui para o quarto onde minhas coisas estavam e o diálogo se fez mais audível naquele ponto da casa.
—… não estive perto do Naruto e da Ino esse tempo todo, quando ele mais precisou eu estava embrenhado nas minhas expedições. Minato e Kushina devem estar arrependidos de terem me escolhido como padrinho deles. — sua voz falhou. — Me sinto culpado por isso, por forçá-lo a voltar para cá. Somente porque eu não quero viver no Japão.
— Você não quis voltar para o Japão basicamente por minha causa. Porque eu tenho lembranças ruins de quando vivia lá. Não é justo que se sinta culpado, se alguém tem culpa de algo sou eu. — Tsunade interferiu, seu tom soando convicto e ao mesmo tempo inseguro.
— Estou pensando se poderíamos apoiar Naruto, voltando para o Japão. — informou, reticente. — Ele quer ficar perto da garota e não quero ficar longe dele.
— Claro, amor. — Tsunade concordou, carinhosa. — Somos uma família agora, devemos ficar todos juntos.
Achei que era melhor deixá-los conversarem, só que eu precisava checar a situação. Vocês sabem, lá embaixo, então voltei na ponta do pé e fiz bastante barulho. Indicando que alguém chegou na casa. Houve silêncio, até que a porta do quarto foi aberta e Tsunade saiu de lá, sorrindo.
— Oi, voltei rapidinho porque…
— Problemas femininos? — adivinhou.
— Isso. — concordei com um sorriso amarelo. — Vou tomar um banho, não quero atrapalhar. — expliquei, já indo em direção ao quarto de Naruto.
— Que isso, se precisar de algo me avise. — e ela deixou um beijo na minha bochecha.
Assenti, sem saber muito bem o que dizer e corri para o quarto. Como eu supunha, realmente lá estava ela. A prova de que eu não estava grávida, que podia ser somente uma cartinha escrito: "Bom trabalho, você continua virgem e não tem nenhum bebê aí dentro." Só que não né? Tomei um banho rápido, troquei de roupa e, quando estava pensando em ligar para Naruto, alguém bateu na porta.
Era ele.
— Entra. — falei, terminando de amarrar o cadarço do All Star.
— Tudo certo? — quis saber, olhando-me de cima.
— Sim, só precisei resolver uma coisa. — disfarcei, finalizando com o tênis e levantando.
— Certo. — concordou, analisando minha roupa. — Podemos ir? Ele está meio ansioso pra te conhecer, talvez eu tenha falado muito de você, sabe.
— Sei. — brinquei, sorrindo boba.
Esperava dar o meu melhor no ensaio, porque desejava, do fundo do meu coração, conseguir fundos para ajudar aquelas crianças do orfanato.
Naruto pegou minha mão e saímos. Quando ganhamos a calçada, ele me entregou uma barra de chocolate branco. O meu favorito. Sorri e fiz cara de interrogação.
— Pensei que fosse precisar. Talvez.
— Ah... — então compreendi. — É, eu vou. Obrigada. — abracei sua cintura.
Naruto tocou meu queixo carinhosamente e senti meu peito se expandir de ternura.
— Eu sempre dava chocolate pra Ino quando ela precisava. — e seus olhos se encheram de nostalgia.
Uma fisgada no coração me fez respirar fundo. Naruto apertou-me contra si e instintivamente olhamos para o céu azul e limpo. Assim como os olhos da Ino, azuis e puros.
— Sinto sua falta. — sussurrei ao vento.
E, por mais incrível que possa parecer, foi como se eu ouvisse de volta.
— Eu também.
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Mores, o capítulo ficou curto porque era para ser continuação do anterior. Mas acabou que eu dividi, enfim.
Estou em dúvida sobre um gancho do próximo capítulo, que trará ou não um acontecimento importante pra história. Se eu decidir o que fazer talvez o próximo seja postado segunda.
Obrigada pelas mensagens de apoio, eu estou melhor. Consegui resolver alguns problemas pessoais e enfim, to melhor. Obrigada mesmo, vocês são incríveis ❤️
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