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7 - Aline

Algumas semanas se passaram e logo me adaptei aos horários, aos assuntos e até aos alunos e colegas de trabalho. Dar aulas não era complicado, apenas cansativo.

Apesar disso, tentei me aproximar de Sabrina, mas sem muito sucesso. Pelo menos estava tentando. O problema é que, quando achava que estávamos chegando perto de uma amizade, ela se afastava de mim, ficando cada vez mais fechada. Talvez o problema fosse eu, ou talvez fosse algo que nem eu mesmo conseguia entender.

Pensamentos foram interrompidos por Caroline, uma das minhas alunas da 301.

— Professor, nós estamos aqui para te pedir algo.

Concordei com a cabeça observando os poucos alunos que passavam no corredor.

— Sim, o que seria? — perguntei.

— Estamos fazendo uma rifa para custear o passeio da turma, o prêmio é uma cesta de chocolates. Cada número custa cinco reais — ela explicou, mostrando os talões.

Concordei, peguei minha carteira e entreguei o dinheiro.

— Me vê dois números, pode ser qualquer um. Espero que vocês consigam vender bastante, se precisarem de algo, podem contar comigo.

— Obrigada, professor! — Ela sorriu, e logo foi embora.

Quando a vi sair, percebi Aline sentada sozinha em um banquinho. Ela não estava realmente sozinha; seu caderno estava aberto sobre suas pernas, e ela parecia concentrada em algo.

Decidi me aproximar com calma, talvez conversar um pouco.

— O que está desenhando? — perguntei, sentando ao seu lado.

Ela se assustou um pouco, ajeitou a franja e me deu um sorriso tímido.

— Uma ilustração de Sonho de Uma Noite de Verão. Li recentemente e quis desenhar algo — disse com naturalidade. Eu a deixei terminar e apenas concordei.

— É a cena onde a rainha das fadas vê o ator pela primeira vez. Na peça, ela se apaixona por ele por causa do feitiço, não por quem ele realmente é. Mas eu queria mostrar que, no fundo, o que ela sentia poderia ser real, como se o amor fosse do subconsciente dela, não apenas um feitiço.

Eu olhei o desenho dela com mais atenção. O ator estava nos braços da Rainha das Fadas, esta, por sua vez, acariciava suas orelhas de burro, enquanto beijava sua cabeça. O "burro" sorria, parecendo gostar do carinho.

Soltei uma risada. O desenho era genial, engraçado e cheio de vida. Por um momento, me lembrei de como eu gostava de desenhar. Aline me olhou, parecendo intrigada.

— Sabe, Aline, desde o primeiro dia de aula, percebi que você é especial — falei, olhando diretamente para ela. Ela olhou para mim, com os óculos criando uma barreira entre nós, mesmo assim, conseguia perceber a sinceridade no meu olhar. — Você tem um talento incrível. Cada desenho seu tem graça, magia. Você me lembra muito... a mim mesmo.

Ela ficou vermelha e passou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Voltou a olhar para o caderno e começou a colorir o vestido da fada com um lápis azul escuro.

— Já pensou em cursar Artes? — perguntei.

— Claro, é o que eu mais quero, mas... — ela fez uma pausa e deu de ombros. — Mas eu não posso.

— Por que não? Se for por questões financeiras, há várias faculdades públicas, projetos e bolsas de estudo...

— Meu pai não quer que eu faça desenho, ele diz que faculdade de artes é para marginais e que meninas como eu quando entram nisso...

— Ou viram prostitutas ou drogadas, na pior das hipóteses as duas coisas e uma gravidez de brinde — falei secamente, ela piscou os olhos devagar como se não acreditasse no que eu tinha acabado de falar — Eu tive onze colegas mulheres e nenhuma delas foi pro mal caminho, já as garotas de direito... — cortei o assunto, eu estava sendo muito impróprio para uma menina de dezesseis anos.

— De qualquer maneira, eu não posso desobedecer meu pai, ele é muito importante para mim — explicou se levantando, fiz o mesmo a acompanhando pelo caminho até a sala, faltava alguns minutos até bater.

— Você me lembra muito a mim mesmo, pelo menos no meu tempo de ensino médio. Sabia que eu comecei fazendo Ciências Contábeis? Não porque eu gostasse, mas porque meu pai me forçou. Ou eu fazia isso ou ficaria na rua sem nada.

Ela olhou para a minha mão em seu pulso e então desviou os olhos. Eu entendi o recado e a soltei.

— Me desculpe, realmente só queria ajudar.

— Obrigada, professor. Mas acho que seria melhor a gente parar por aqui — ela respondeu sem olhar para mim, se despedindo antes de entrar na sala.

(QUEBRA DE TEMPO)

Era meio-dia, e não havia aulas à tarde. Mas eu estava combinado de ensaiar as apresentações da festa junina com os alunos do terceiro ano, junto com Sabrina.

Eu estava no refeitório, almoçando sozinho. Alguns professores e alunos estavam ali também, antes do período da tarde começar. Poucos minutos depois de começar a comer, Sabrina entrou no local.

— Sente-se comigo, preciso te perguntar uma coisa — falei, chamando sua atenção enquanto ela passava perto de minha mesa.

Ela levantou uma sobrancelha, desconfiada.

— O que é?

— Sobre a Bergamota — menti, e ela assentiu, sem questionar. Rapidamente foi até a fila e logo estava de volta, sentando à minha frente.

— Ela está doente? — Sabrina perguntou, se inclinando para mim. Não pude deixar de reparar na forma como seus seios se pressionaram contra a blusa, mas logo me concentrei no que ela dizia.

— Não, está mais saudável do que nunca, mas eu precisava do contato de um veterinário — respondi rapidamente.

— Entendi, tem um bom veterinário no Soares, já levei ela lá. Eu posso agendar para terça-feira, quando não estou dando aula — respondeu enquanto comia com calma, pegando o macarrão no garfo e levando à boca.

— Ele não atende nos sábados? Eu gostaria de estar presente... — Perguntei, tentando parecer decepcionado.

Ela me olhou com seus grandes olhos escuros, tentando entender o que passava pela minha cabeça.

— Vou ver o que consigo, te aviso se der para agendar no sábado.

Eu sorri como uma criança, meu plano estava dando certo.

Antes que me julgasse, vou deixar claro: eu realmente gostava de Bergamota, desde o primeiro momento que ela me deu uma lambida. Mas não há mal algum em usá-la como desculpa para me aproximar de Sabrina.

Ficamos em silêncio por um tempo, Sabrina comendo devagar, e eu a observando. Momentos assim com ela eram raros.

— Daqui a pouco teremos que lidar com os adolescentes brigando de novo. Se eu fosse você, comeria mais — ela comentou, olhando para o meu prato quase vazio.

— Isso que eu ia te perguntar — disse, me aproximando um pouco. Ela deu um passo para trás. — Como a Aline Alves se comporta nas suas aulas?

— Quem é essa? — perguntou, visivelmente confusa.

Eu ri, não acreditando que ela não sabia o nome dos alunos.

— Uma menina de óculos da 301, cabelo curto...

— Ah, ela é ruim em qualquer esporte que eu proponho, mas é esforçada. Só não tem muito talento, o que é ok — ela disse, bebendo o resto da água. — Por que a pergunta?

— Achei ela incrível, muito talentosa. Ela desenha muito bem. Até conversei sobre faculdade com ela, mas o pai dela não parece ser muito favorável a isso.

Sabrina riu, balançando a cabeça, como se tivesse ouvido a piada mais óbvia.

— Você realmente não sabe de nada, né? O pai dela é o delegado da cidade. É óbvio que ele teria a mente tão fechada assim.

Eu voltei para o meu lugar, pensativo. Era um tanto clichê que uma mente tão talentosa fosse filha de alguém tão restrito. Isso até me lembrou de um conhecido... Ah é, eu mesmo.

— Bom, não importa o que ele pense, a Aline merece alguém em quem possa confiar e que a apoie. Eu quero ajudá-la a ser quem ela realmente quer ser.

— Certo. Só junta dinheiro para a sua fiança, porque o delegado Alexandre vai te colocar na cadeia — ela debochou enquanto se levantava.

— Eu posso arcar com as consequências, minha lady — brinquei, fazendo-a revirar os olhos.

Antes de ela se afastar, eu a interrompi.

— Não esqueça de marcar a consulta da nossa filha.

— Ela não é sua — ela falou em voz alta, mas depois se conteve, olhando ao redor. — Sua filha — murmurou, os olhos brilhando de raiva.

Eu apenas deitei a cabeça na mão, observando a cena.

— Até mais tarde, idiota — ela sussurrou entre nós, seus olhos escuros brilhando de raiva, apenas deitei o rosto em minha mão a observando — Até mais tarde idiota.

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