Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

4 - Sonho

Saí de fininho da sala, tentando não chamar atenção. Meu objetivo era simples: buscar a lista de chamada que havia esquecido. Apressei o passo até a curva do corredor, mas parei ao me deparar com uma figura familiar. A professora de cabelos escuros, que havia sido minha salvadora na noite anterior, vinha em minha direção com uma expressão nada amigável e uma pasta cinza nas mãos.

— Você enlouqueceu? — Sabrina começou, bufando enquanto me empurrava levemente pelas costas. — Não acredito que deixou sua turma sozinha! Volta logo pra sala antes que a Lúcia te veja caminhando por aí. Tá achando que isso aqui é a casa da mãe Joana?

— Eu só ia buscar a chamada... — tentei me justificar, assumindo o tom mais inocente que consegui.

— Tá aqui a chamada. Da próxima vez, manda um aluno buscar — retrucou ela, me estendendo a pasta com cara de poucos amigos.

— Doce Sabrina, sempre salvando o meu dia — brinquei, segurando sua mão como se fosse beijá-la em um gesto cavalheiresco. Ela, rápida como um lince, retirou a mão antes que eu pudesse completar o ato.

— Que engraçado — respondeu com um sorriso enorme, que desapareceu em segundos. — Vá trabalhar no circo, palhaço.

Com isso, virou as costas e começou a se afastar.

— De qualquer maneira, obrigado — falei, deixando um sorriso escapar. Quando ela se virou para me encarar, apenas revirou os olhos antes de seguir seu caminho.

Esperei que ela sumisse no final do corredor antes de voltar à sala. Ao entrar, fiquei surpreso ao perceber que os alunos haviam se organizado em grupos, conversando e rindo como se nada tivesse acontecido. Pelo menos parecia que ninguém havia causado problemas na minha ausência.

— Atenção, pessoal! — chamei, batendo palmas para atrair a atenção deles. Aos poucos, as vozes foram diminuindo, embora alguns ainda trocassem cochichos.

Peguei a lista e comecei a chamada. Com quase trinta alunos, o processo foi demorado e barulhento, mas tranquilo. Quando terminei, guardei a lista na mesa e comecei a circular pela sala, curioso para ver o que eles estavam desenhando.

Havia de tudo: de rabiscos apressados a desenhos elaborados que mostravam talento e criatividade. Em uma das últimas fileiras, notei uma aluna sentada sozinha, concentrada em seu caderno de desenho. Era a única que havia trazido um caderno próprio, o que me chamou atenção.

Aproximei-me e olhei por cima de seu ombro. Ela desenhava uma paisagem impressionante: uma ponte larga e desgastada que levava a um castelo em ruínas, coberto por trepadeiras e arbustos. No meio da ponte, uma figura feminina de costas parecia caminhar em direção à construção.

— Você tem uma ótima noção de iluminação, proporção e textura. Já fez algum curso de desenho? — perguntei, tentando iniciar uma conversa.

A garota se contraiu levemente, mas balançou a cabeça em negação.

— Bom, para arte é preciso talento e perseverança, e você claramente tem os dois. Qual é o seu nome mesmo?

— Aline — respondeu, quase em um sussurro.

Meu corpo estremeceu, eu sabia que Aline era um nome comum, mas ouvi-lo em voz alta novamente, era tão estranho...quase como um pecado.

— Não consigo entender bem o seu desenho, Aline. Não parece que você se imagina como uma princesa daqui a dez anos — comentei tentando deixar meus pensamentos de lado.

Ela sorriu de leve, ainda encarando a folha, como se minha interpretação fosse absurda.

— Ele significa o que eu quero fazer — respondeu.

— E o que é?

— Quero criar fantasias e fazer com que as pessoas se esqueçam do mundo real por um momento — declarou, com uma firmeza surpreendente para alguém tão jovem.

Seu tom decidido me fez sorrir.

— Você é muito madura para sua idade. Parece que já tem tudo muito claro na cabeça. Espero que seu nome seja conhecido por aí, e que eu possa dizer com orgulho que fui seu professor.

Aline sorriu de novo, mas desta vez o sorriso parecia triste, como se houvesse uma sombra por trás de suas palavras.

— Não sei se vou conseguir — murmurou.

— Vai ter dificuldades, mas tudo vai ficar bem — disse, quase como se quisesse consolar a mim mesmo. Por impulso, passei a mão pelos seus cabelos castanho-claros em um gesto afetuoso. — Quando estiver triste, olhe para o céu. Sempre ajuda.

Ela concordou com a cabeça, ajustando os óculos antes de voltar ao desenho. Eu me afastei, mas continuei a observá-la de vez em quando. Aline, por um momento, me lembrou dela, contudo, eu estava errado. Aline se parecia como Rafael de dez anos atrás: ingênuo, sonhador e cheio de esperança.

Talvez, assim como ela, eu também estivesse buscando algo que me fizesse esquecer o mundo real, nem que fosse só por um momento.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro