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CAPÍTULO DEZ
─── UM GOSTINHO DO MEU MUNDO

KYLER FOI RECEBIDO com força no dia seguinte, Sam ainda não voltou para a escola. Ele não esperava ser empurrado contra os armários, seu rosto agarrado nas mãos de Bryce. — Uau, cara, que diabos?

— Não fale. — Bryce apertou o rosto com mais força para mantê-lo em silêncio. — Se você chegar perto de Sam, eu vou quebrar você ao meio, você está me ouvindo?

— O que você está... — Kyler começou, sua camisa atrás agarrada novamente com outro empurrão para os armários.

— Eu sei o que aconteceu no cinema. Você pode dizer o que quiser, mas eu sei. E sempre saberei. — Bruce acenou com a cabeça, um olhar que Miyagi-Do nunca aprovaria. — Se você tentar essa merda de novo com mais alguém, eu vou saber, e eu vou atrás de você. Sim?

Kyler evitou seu olhar enquanto Bryce segurava seu rosto com mais força. — Acredite em mim, Kyler, você não quer ver do que eu sou capaz fora do karatê. Porque é muito mais do que alguns chutes e socos. Ok?

Kyler não olhou nos olhos dele, apesar de Bryce estar bem na cara dele. Uma nova voz soou antes que Kyler pudesse dizer qualquer coisa. — Sr. Moskowitz, venha comigo!

Bryce virou-se para ver o Conselheiro Blytt no final do corredor com um par de novos alunos. Bryce deixou Kyler ir com um encolher de ombros amigável, caminhando em sua direção. Ele olhou para um dos gêmeos, fazendo uma reverência dramática com um sorriso no rosto. — Bem-vindo ao West Valley High.

★

— Estou muito feliz que seu pai começou a treinar todos nós novamente. — Bryce disse honestamente depois de pegar Sam na reunião da prefeitura. — Eu estava ficando cansado do Sensei Sam.

— Ai. — ela olhou para ele incrédula. — Acho que Miguel e eu nos saímos muito bem lá, recuperando o All Valley e tudo isso. Acho que pode haver uma chance de trabalharmos juntos de alguma forma.

Bryce olhou em sua direção ligeiramente. — Miguel?

— Ele estava lutando pelo Johnny, eu estava lutando pelo meu pai. Nós meio que nos misturamos. — ela explicou honestamente com um pequeno encolher de ombros. — Você gosta de Miguel, não é?

— Ah, sim, claro. — Bryce cantarolou, dando uma volta. — Então, isso significa, tipo, vocês dois são amigos de novo? Ou, tentando resolver as coisas?

— O quê? Não, estamos apenas na mesma página. — Sam riu um pouco, percebendo que eles não estavam mais no caminho para a casa dela. — Oh Deus, onde você está me levando agora?

— Você vai ficar brava... — Bryce deu-lhe um sorriso. — Mas saiba que não é mais uma coisa comum.

— Uh oh, o que isso significa? — ela olhou.

★

— Você sabe que isso é ilegal, certo? — Sam ficou boquiaberta, incrédula, abraçando sua jaqueta mais perto de seu corpo. — Tipo, extremamente ilegal.

— Relaxe. Ninguém volta aqui. — Bryce respondeu,
conduzindo Sam pelo beco. — Então, o que você acha?

Ela olhou para a parede de grafite, coisas diferentes pintadas com spray com tons diferentes, principalmente verde. — Eu gosto, mas ainda é ilegal.

— Verdade. — ele cantarolou, puxando uma lata de sua bolsa. — Quer fazer alguma coisa?

— Você é louco? — Sam ficou boquiaberta, incrédulo. — Podemos ser presos.

— Eu te disse, ninguém volta aqui. — Bryce disse que estou de volta, sacudindo a garrafa enquanto largava sua bolsa. — Ok, eu vou fazer isso por você.

Sam deu um passo para trás e observou Bryce fazer um grande círculo com uma pequena flecha saindo do canto superior direito. Ela deu um olhar estranho. — O que isso quer dizer?

— É o signo de Marte. — Bryce disse em troca, passando-lhe a tinta spray. — Você nunca sente vontade de fazer algo que sabe que não deveria?

Sam olhou para ele enquanto Bryce estreitava os olhos ligeiramente. — Algo que você sabe que está tão errado?

Ela exalou, olhando para trás para a parede enquanto dava um passo à frente, pulverizando um círculo com uma flecha no topo, assim como ele fez. Bryce sorriu enquanto Sam sorria. — Marte.

— Como você está se sentindo? — ele assentiu.

Sam deu um olhar questionável. — Vai haver uma lição de vida por trás disso?

— Não é uma lição de vida. — ele riu levemente. — Mais como você chamaria? Um gostinho do meu mundo.

Sam assentiu. — Eu não sei como me sinto sobre o seu mundo.

— Bem, não é tudo tinta spray e festas bêbadas. — sua mão agarrou a dela, dando-lhe um giro lento. — Também há dança. E passeios noturnos. E longos banhos até que todas as águas quentes se acabem.

Sam deu um pequeno sorriso enquanto a girava de volta, soltando seu braço, colocando seus dedos travados. Bryce deu-lhe uma pequena piscadela. — E agora há você.

Sam corou um pouco, sorrindo quando ela interrompeu o contato visual. — Talvez eu goste do seu mundo então.

— Eu gosto disso também. — ele concordou, puxando-a para mais perto por um momento. Um barulho no final do beco os fez correr para olhar, avistando uma figura saindo imediatamente.

— Podemos ir? — Sam deu um olhar preocupado.

— Sim, eu vou te levar de volta para casa. — Bryce disse rapidamente, envolvendo um braço protetor em volta dela enquanto voltavam para o carro.

★

— Eu não vou com você! — Bryce entrou em uma briga enorme com seu pai depois de deixar Sam, voltando para casa para vê-lo no sofá.

— Bryce, a ordem do tribunal é para você vir a cada dois fins de semana. Você não faz isso há mais de dois meses. — ele disse de volta com um aceno de cabeça. — Queremos ver você.

— Ok, bem, eu não quero ver você. — Bryce disse de volta em aborrecimento.

— Bryce. — Jody falou da cozinha. — Não seja cruel.

— Você quer saber o que é cruel? — Bryce olhou para seu pai com descrença. — Por que você não pergunta a Eli por que eu não quero voltar?

— Então, é uma briga entre vocês dois? — ele o seguiu enquanto Bryce invadia seu quarto. — Bryce?

— Tenho dezessete anos, estou tão cansado de ser dito para onde ir nos fins de semana. — ele exclamou, batendo a porta de seu quarto com força. Ele puxou o telefone do bolso, encontrando o nome de Sam e ouvindo a linha tocar. — Precisa de companhia?

★

— Sinto que toda vez que nos separamos, acabamos voltando a ficar juntos. — Sam falou enquanto abria a porta, Bryce parado ali. — Não devemos todos sair amanhã também?

— Bem, você é minha única amiga, Samantha. — Bryce cantarolou, entrando e tirando a jaqueta. — Você tem certeza que está tudo bem eu estar aqui?

— Minha mãe te ama. — ela disse honestamente, pegando a bolsa de Bryce para ele. — Está tudo bem?

— Só não quero estar em casa agora. — ele disse honestamente, forçando um sorriso enquanto ela assentiu. — Eu vou embora antes que você acorde amanhã.

— Não se preocupe com isso. — ela disse de volta, subindo as escadas e deixando Bryce descendo as escadas. Ele inclinou a cabeça para o canto da cozinha, vendo Amanda mexendo uma caneca.

— Ei, Sra. LaRusso. — ele a cumprimentou com um meio sorriso. — O que você está fazendo?

— Ah, bom, venha aqui. — ela acenou para ele, segurando a caneca. — Prove isso. Diga-me se é muito amargo.

— O que é isso? — ele deu um olhar estranho, tomando um gole.

— É suposto ser um chocolate quente com manteiga de amendoim, mas só estou recebendo chocolate amargo. — ela balançou a cabeça, vendo o olhar de pânico de Bryce. — Oh, Deus, o quê?

— Sou alérgico a manteiga de amendoim. — seus olhos se arregalaram enquanto olhava para ela.

— O-oh meu deus. Ok, espere... — Amanda parou quando ele começou a rir.

— Eu estou apenas brincando com você. — Bryce riu, colocando a caneca de volta na mesa. — É bom, mas acho que se você adicionar alguns marshmallows, o chocolate não será tão forte.

Sam entrou na cozinha. Amanda balançou a cabeça. — Leve-o antes que atiremos nesta cozinha.

— Oh Deus, o que ele fez? — Sam deu um olhar louco.

— Quase me deu um ataque cardíaco. — ela disse em retorno enquanto Bryce continuava a rir, seguindo Sam. — Fique na sala!

— Você deveria ter visto o rosto dela. — Bryce riu um pouco quando Sam caiu no sofá primeiro, ele o seguiu. — Onde está aquele seu irmão parasita?

— Provavelmente em seu Ipad nojento. — ela deu um olhar nojento. — Você quer falar sobre o que aconteceu com seu pai?

Bryce deu de ombros. — Ele simplesmente não entende. Eles não entendem.

— A coisa do karatê? — Sam perguntou, fazendo-o assentir. — Você contou a eles sobre tudo que Eli tem feito?

— Eu não vou delatar meu irmão. — Bryce exalou, inclinando a cabeça no sofá ligeiramente, mas mantendo contato visual. — Eu sei que eles esperam mais de mim e eu simplesmente não posso dar a eles.

— O que você quer dizer? — Sam se apoiou em seu cotovelo.

— Eles esperam que eu seja um bom modelo para Eli e eu nunca fui. — ele admitiu honestamente. — Eu ficava tão bravo com meu pai e fingia tanto. Era como esses acessos de... Ciúmes.

Sam piscou. — De Eli?

— De todos. — ele assentiu com um encolher de ombros, balançando a cabeça. — Mas ninguém realmente se preocupou em me perguntar nada disso. Não até eu conhecer seu pai.

Sam estendeu a mão, acenando para Bryce enquanto sua cabeça caía em seu colo.