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Capítulo IV

Ela sentia uma atração inexplicável, visto que nunca nem ouvira direito a voz do rapaz. Um belo jovem por sinal. Enquanto o M.O exalava uma presença germânica onde passasse, Thomas era o corpo simbólico dos eslavos. Ao olhar para ele, podia sentir a essência da organização sociocultural russa, e isso prendia o olhar azulado de Mavie por horas.
Certa noite, dois ou três anos antes da revolução, o coração de Mavie disparou como nunca, quando os dois se encontraram na varanda da sua casa, em mais um daqueles jantares típicos da burguesia alemã. Os dois sorriram em forma de cumprimento e voltaram seus olhos para a vastidão da noite, que Mavie podia jurar ser muito mais segura e acolhedora do que agora.

- A noite está linda, não? - Ela disse, depois de um interminável tempo de hesitação.

- Realmente. - Respondeu, enquanto fumava. - Assim como a senhorita. - Isso foi o suficiente para tirar o maior sorriso já visto nos lábios de Mavie até então. Mesmo que Thomas continuasse frio e pensativo, agora, existia uma chance de ser recíproco, mesmo que essa chance fosse quase inexistente.

Após isso, os dois começaram a conversar mais. Para Mavie, eram quase monólogos, exceto quando o tema era mudanças sociais e a revolução. A companhia dele era acolhedora da sua maneira. Ela lembra com intenso carinho do dia que foi pedida em casamento, da espera pelo amado, do casamento. Tudo ficou em segundo plano devido à revolução, e na época ela concordou com tudo. O Partido estava acima daquelas banalidades. Se fosse agora, ela teria feito tudo diferente. Nada deveria estar acima da vida privada de alguém, nem mesmo o Partido.
Seu coração apertou quando lembrou da noite de núpcias, momento no qual Mavie perdeu uma parte dela, uma parte tão crucial que desde aquele dia, ela nunca mais foi a mesma. Thomas a trouxe no colo, colocou-a sobre a cama e deu-lhe um beijo rápido mas afetuoso. Depois, dirigiu-se à janela, contemplando em um silêncio covarde. Ela rompeu aquela quietude dizendo:
- Você não vem? Deite-se aqui comigo. - Pediu com uma voz mansa e sedutora.

- Não posso, sinto muito, não posso dar o que você espera. - A voz dele estava trêmula. Até hoje, Mavie se pergunta se naquele instante ele chorou, se por algum milésimo de segundo ele a desejou, porque se sim, tudo voltaria a ter cor.

- Mas por quê? - Indagou já tristonha.
- Realizei meu celibato. Essas humanidades impedem o Partido de vencer. Você deveria me entender. Temos que focar no bem social, no avanço da humanidade, não nessas futilidades anti-revolucionárias... - Virou-se para Mavie, que o assistia da cama, com um olhar de reprovação e tristeza.

- Sim, você tem razão. Vamos dormir então. - Deitou-se e virou o rosto para o lado oposto de Thomas.

Ele beijou a bochecha dela enquanto se arrumava para dormir também.

- Sabia que você entenderia - Exclamou por fim.
Ela não dormiu, chorou calada a noite inteira. Por uma semana, sentiu-se só. Na verdade, pior que isso, sentiu-se abandonada. Que é sentir o amor e depois ser lançada na solidão novamente. O que mais doía era que Thomas carregava no olhar um desejo por ela, uma certa atração, que morria na troca dos olhares. Isso dava à luz dentro de Mavie um sentimento poderoso de ódio, de saber que foi deixada por um ideal falho e controverso. Todo o seu amor não conseguiu superar um fanatismo arruinado.

Com isso, a vida seguiu. Os dois na mesma casa, com os mesmos compromissos sociais, mas distantes como Oiapoque e Chuí, reciprocamente objetos de desejo um do outro. O prazer dormia ao lado, mas nunca foi alcançado. Tiveram a direção do M.O de terem um filho, um ponto de esperança, mas morreu prematuramente. Quando a notícia chegou, seria os genes de Thomas, mas artificialmente implantados nela. Doeu, arrancou os últimos quebrados pedaços do coração de Mavie, que como uma flor seca, desistiu de amá-lo, desistiu de buscar humanidades no marido, porque se continuasse, perderia o resto que sobrava nela. Precisava passar a Friedrich nem que fossem migalhas de amor. Foi nesse momento, quando pegou seu filho pela primeira vez no colo, que concluiu que todo o seu ódio nunca foi voltado para Thomas, nem para ninguém, mas para o Partido. Na sua consciência, sabia que já estava condenada à morte, era só uma questão de tempo. Com todo o seu ímpeto, a vida toda reprimido, gritou em silêncio: "Abaixo ao Monitor da Ordem, abaixo ao Partido!"

O alarido da correria infantil de Friedrich e os cumprimentos dos criados para com o Ministro, que havia voltado para casa, forçaram Mavie a retornar à realidade. Ela se levantou e foi em direção a eles com uma feição inexpressiva. Nos traços mais sutis de seu rosto, no entanto, carregava uma certa tristeza. Não poderia chorar assim do nada; não caía bem para a mulher do ministro esboçar tristeza, já que o único sentimento compreensível era o de alegria por tudo que o Partido lhes proporcionava.
Por essa razão, às vezes ela se sentia tão só e desesperada que se auto-machucava, só para ter a liberação para chorar. Um exemplo foi quando bateu com força (fingindo ser um acidente) na beirada da cama e caiu aos prantos no chão. Mal sabiam os controladores nas câmeras, nem os empregados, que o último motivo do choro era a dor no pé. Se fosse só isso, ela estaria rindo, pois a vida teria muito menos problemas e muito mais liberdade.

Hoje, ao ver o filho chegar extremamente animado contando da tortura realizada com o general, ela sentiu loucamente uma vontade de chorar. Chorar pelas pessoas, chorar pela liberdade e praguejar pelo monstro que sabia que, infelizmente, continuaria a contribuir para que seu filho se tornasse.

- Mãe!- Sentou-se à mesa. Afinal, quando chegaram em casa, foram informados de que o jantar estava servido. -Você deveria ter visto, foi muito legal- falava ainda com dificuldade, visto que, mesmo cheio de doutrinação, tinha apenas seis anos. - Aquele traidor! Deve o que merece!- exclamava tentando imitar a oralidade do Monitor da Ordem, enquanto a empregada colocava o babador nele.

- Boa noite- Diz Thomas, pura e exclusivamente para Mavie, ao se juntar à vasta mesa de madeira de nogueira para jantar. -Denunciar não é apenas um dever, mas um ato de lealdade ao Partido, Friedrich, nunca se esqueça disso.- Já pegava com agilidade uma colherada da sua Sopa Shchi, que por sinal era um dos seus pratos favoritos, e após o feito memorável de hoje, comer aquilo tornava-se quase uma cerimônia de exaltação patriota. Sentiu orgulho.

- Exatamente, meu pequeno, nunca existirão laços mais fortes do que aqueles forjados pela devoção ao Monitor da Ordem e ao Partido- Ensina Mavie. A cada movimento dos lábios, acompanhava uma tempestade de hipocrisia, mas como tudo em sua sociedade, essa palavra não tinha eficácia. Se tudo era mentira, como alguém poderia não estar sendo verdadeiro? Thomas a encarou com desconfiança. No íntimo do Ministro, nas escuras cavernas do seu ser, ele sabia que aquele pronunciamento era para ele, sem rodeios ou inclusão de terceiros, só ele, puramente ele. Por isso, em questão de segundos, voltou à expressão de indiferença.

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