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Capitulo III

- Viu, Frie, como o Partido é justo e contribui para que todos trabalhem da melhor forma possível - Thomas encheu-se de orgulho ao ver a fascinação nos olhos azuis de seu filho, uma admiração que nem mesmo o ministro havia contemplado até então. - O Partido é a Liberdade, meu filho - dizia enquanto andava em direção ao elevador metálico notoriamente limpo ao ponto de brilhar. - Por isso temos que denunciar os sabotadores e inimigos da liberdade, entende? - Agora, já estava se abrindo uma porta de metal escuro, causando um pequeno medo em Friedrich. Na verdade, todo o andar de cima causou-lhe arrepios, afinal era mais escuro, sombrio e carregava um silêncio mórbido, rompido somente pelo barulho robótico dos dedos sobre os teclados.

- Entendo, os inimigos devem ser mortos, mortos - obteve um sorriso orgulhoso como resposta do pai, que agora o deixara alguns passos para trás, pois se dirigia a um homem fardado de vermelho e um quepe azul-noite, imponente e ao mesmo tempo aterrorizante.

- Ministro! - O rapaz, ao avistar Thomas, levantou-se ágil, suas mãos ásperas fazendo o símbolo do Partido.

- Contr. Weber. - Thomas replicou o gesto, mas nenhum dos dois se olharam nos olhos, o que não era bem visto pelo Partido. Friedrich imitou seu pai com determinação, já sentindo-se um membro importante do Partido.

- O que o ministro deseja? - Perguntou o controlador.

- Acesse o número 3090 - Este número era distribuído a todos logo ao nascerem, servindo como um registro geral para os membros internos. Ao acessar esse código, eram reveladas todas as atividades do indivíduo, vinculadas aos seus celulares. Para os proletários, era essencial para uma melhor organização do racionamento e cálculos demográficos, já que não tinham acesso a celulares. - Meu filho - apontou para Friedrich, que assistia tudo com profunda concentração. - Suspeita dele estar cometendo Hater - disse orgulhoso.

- Olha, parabéns, camaradinha. Quando crescer, será um importante expoente para a causa do Partido - Weber elogiou o menino enquanto se acomodava novamente em sua poltrona.

- Não enrole, faça seu trabalho, controlador! - Ecoaram na sala os gritos impiedosos e agudos de Friedrich. O controlador ficou irritado, mas ao ver Thomas concordar silenciosamente com a atitude do filho, conteve-se e virou-se para as vastas telas de controle.

Weber digitou o número de registro do suspeito em uma pequena tela imersa na mesa ao lado do teclado. Imediatamente após a digitação dos números, surgiram diversos vídeos, sendo a única semelhança entre eles a presença do suspeito. Parecia os programas banais de reality show que passavam nas televisões dos proletariados. Os dois ficaram por cerca de duas horas analisando os vídeos e as afirmações que Müller (nome do suspeito) colocava em seu smartphone. Todo movimento que os membros do partido fizessem acionava um alarme em seus celulares com a pergunta: "Ajude-nos a cuidar de você, onde você está indo?" - e se não houvesse resposta, os controladores acionavam os agentes de segurança e interrogavam o indivíduo. Essas eram as afirmações que os dois analisavam.
- Pronto, pegamos você! - Foi um pequeno e fatal deslize. - Como afirmou estar em uma passeata, mas nas câmeras você estava nos arquivos secretos do palácio da verdade? - Weber foi até a porta e exclamou: - Prendam o general Müller!

Assim, em questão de algumas horas, Müller já estava ensanguentado, sentado sobre uma cadeira velha de metal em uma sala escura, a mais adequada no Pver para a realização do Método da Paz. O General conhecia seu final; sabia que tinha duas opções: continuar com suas ideias e morrer como traidor ou aceitar a lavagem cerebral, viver por mais alguns anos e depois ser assassinado em praça pública, anunciando que foi um ingrato ao trair o Partido e, por isso, queria a morte. Nas duas opções, morreria. Então, escolheu a segunda. Nunca fora um homem cheio de ideais ou muito convicto; viver era seu único objetivo, mesmo que esse viver fosse limitado a alguns dias ou que custasse seu caráter.
Foi nesse dia que Friedrich alcançou seu ingresso adiantado na Academia da Juventude e viu sua primeira sessão de tortura. Como uma boa criança doutrinada pelo Partido, a cada soco, agulhada, luzes e ratos roendo o corpo do General, pulava na cadeira de tanta emoção e realização, sentindo um certo prazer naquelas horríveis cenas. Enquanto ocorria o interrogatório e a eficiente metodologia do Partido para a reeducação de Müller, Mavie seguia sentada no mesmo lugar, com as pernas cruzadas e um charme ancestral, um toque feminino germânico que o Partido não poderia romper. Lia o jornal da semana, pensando: um compilado de mentiras e falsificações. Em destaque na primeira página, dizia: "A educação do futuro: Os campos de recriação mostram às crianças o que educação de qualidade pode fazer em suas vidas!" Ela sabia que aqueles campos serviam para um só propósito: trabalho forçado e assassinatos em grandes escalas, chamados por seu marido de "limpeza nacional". Tudo naquelas folhas transbordava manobras e artimanhas para, e somente para, a fortificação da ideologia do Partido.

Mavie seguia folheando cada página do jornal, mas sua mente estava distante, em tempos diferentes, memórias da vida antes da Revolução. Lembranças essas que Mavie sentia coloridas, vivas, talvez porque naquele tempo ela usava vestidos além das cores do partido (pretos, azuis, brancos e vermelhos) ou pelo fato de que se era livre para questionar se o que estava no jornal era realmente verdade. Eram lembranças coloridas porque eram lembranças livres. Ela parecia centrada na leitura da gazeta, era a impressão que causava à empregada, Maryam, que, igual a um soldado britânico, ficava ao lado da porta, esperando instruções da senhora Ivanov (que muitas vezes pedia-lhe banalidades somente para que ela não precisasse ficar tanto tempo em pé). As duas já se conheciam há tanto tempo que Maryam sabia que sua patroa não estava com os pensamentos no jornal. Na verdade, ousava perceber que tinha uma visão crítica do Partido o bastante para denunciá-la. Entretanto, as duas sabiam que ela não faria isso. Mavie era uma mulher amável, chegava a ser admirável, ao ponto de nem seus empregados - principalmente Maryam - nem Thomas terem coragem ou desejo de entregá-la ao Partido. Afinal, ninguém imaginava como a vida seria sem ela.

Mavie mergulhou fundo em suas memórias ao ver no periódico uma imagem sensacionalista de uma família (era o resultado do aumento da expectativa de vida, segundo vários dados apresentados pelo Partido). Regressou a 1994, acreditava, mas já havia passado tantas versões por sua mente que já não sabia ao certo. Só recordava que Frankfurt ainda se chamava Frankfurt e que seus pais ainda eram vivos.

Era uma moça extremamente linda, ao ponto de receber serenatas e diversos bilhetes no colegial. Contudo, nunca deu muita bola para esses garotos. Seus olhos já tinham dono: Thomas, um rapaz frio e distante, amigo de um orador amado por todo o povo alemão e agraciado com toda a admiração de seu pai. Naquele tempo, o Monitor da Ordem era só um jovem de olhos e cabelos negros, um típico austríaco, sonhador, que realizava discursos revolucionários em bares e reuniões da oposição. O senhor Rech pensou por um tempo, recordou Mavie, que ela estava atraída pelo Monitor ou compartilhava do mesmo olhar político (nem nas lembranças conseguia pronunciar o verdadeiro nome dele, medo, confusão mental ou só a sensação de nunca ter sabido realmente) já que a jovem vivia nas reuniões e sempre ficava super disposta quando os jovens do partido iam jantar em sua casa. Mas seu amor não estava direcionado ao M.O, mas a Thomas, o fiel escudeiro, o braço direito e estrategista. O M.O era a cabeça, o rosto bonito, a voz; Thomas era o corpo.

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