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EPÍLOGO

Após oito anos...

Segui firme com o trabalho nas fazendas de Franco. O primeiro ano não foi fácil, todos os dias enfrentei um desafio. Mas aos poucos e com muita força de vontade, fui criando autonomia. Vivi seis meses nos alojamentos destinados aos funcionários até Grayce Kelly me convidar para morar com ela. Não vi motivos para negar sua proposta, afinal, éramos amigas e eu queria um espaço maior. Quem não gostou muito foi Gustavo, que sempre me perguntava quando eu me mudaria para sua casa. Ainda era cedo para isso. Por mais que sua filha tivesse me recebido tão bem, seria prudente entrar em suas vidas aos poucos. Além do mais, eu estava satisfeita com o status de namorada de Gustavo.

Eu gostava de me arrumar para encontrá-lo, adorava sair para jantar, ir ao cinema, andar de mãos dadas e passar alguns fins de semana com ele e Alexa.
Eu sabia que uma hora seria inevitável a minha mudança para sua casa. Ainda mais quando Mauro e Grayce decidiram se casar. Então, após um ano dividindo a casa com minha amiga, percebi tinha chegado o momento de procurar um novo lugar para alugar.

Entretanto, nesse meio tempo, Alexa me entregou um convite para uma apresentação em sua escola. Não havia nada especificando sobre o que tratava. Gustavo estava em uma viagem a trabalho e eu não poderia falhar com a pequena.
Era uma tarde de maio, cujo auditório estava com todas as cadeiras ocupadas por mulheres. Quando entendi que seria uma comemoração para o Dia das Mães, meu coração errou uma batida. Mas foi enquanto Alexa solava uma linda canção que eu disparei a chorar compulsivamente. Minha guriazinha tinha um timbre doce e uma afinação impecável. Seus olhos cinzas voltados na minha direção me trouxeram um sentimento que eu nunca tinha experimentado antes.
Ao final daquele espetáculo, os filhos foram ao encontro de suas mães. Porém me levantei muito ansiosa e caminhei na direção de Alexa, que vinha correndo com uma rosa na mão. Nos abraçamos ao mesmo tempo em que eu a carreguei e distribuí beijos em seu lindo rostinho. A partir daquele dia, ela passou a me chamar de mãe e eu a referia como minha filha. Foi então que percebi que era hora de me mudar para a casa dos Schmidt. Inclusive, o sobrenome alemão começou a fazer parte da minha assinatura oito meses depois.
Gustavo e eu nos casamos na Igreja Luterana da cidade.
Grayce e Mauro foram nossos padrinhos, assim como o doutor Guilherme e Cíntia, sua noiva.
Valdete, Miguel, Leonardo, Jairo e seu Jorge compareceram para a cerimônia. E claro, não poderia faltar Jandira. A capitã do Vitória Régia trouxe sua sanfona e ficou brava quando chamaram seu instrumento de gaita. Na festa, ela tocou Morena Tropicana para que nós, os noivos, pudéssemos realizar a primeira dança como marido e mulher.

***

Suspirei nostálgica na varanda do meu quarto. Oito anos tinha se passado desde a primeira vez que vi Gustavo. Na época eu jamais pensaria que minha vida poderia mudar drasticamente para melhor, muito melhor, diga-se de passagem.

- Mãe? - Alexa me chamou e eu entrei no quarto.

- Oi, minha filha.

- Podes me fazer uma trança escama de peixe? - Perguntou sem graça, pois horas atrás ela havia me dado uma má resposta quando sugeri tal penteado para seu recital de canto. Aos doze anos, ela andava arisca, deixando seu pai de cabelo em pé. Porém eu sabia que era um comportamento comum da adolescência. Alexa tinha a essência bondosa, não precisávamos exceder nas preocupações. - A senhora está certa, não ficará legal o cabelo caindo no rosto enquanto olho para a partitura.

Sorri e falei:

- Senta na cadeira da penteadeira. - Coloquei-me ao lado do móvel. Ela meneou a cabeça e me obedeceu. Com cuidado, comecei a pentear suas madeixas castanhas. - Seu cabelo está muito bonito.

- É o creme de bambu e açaí que a senhora comprou. Fez milagres. - Brincou me olhando pelo espelho, e sorrimos.

- Parece que foi ontem que eu vi você correndo portão a fora, segurando uma bola e dona Andréia aos berros... - Alinhei as mechas para iniciar o trançado. - Fiquei tão insegura, com medo de você me rejeitar. Nem toda filha quer outra mulher na vida do pai. Mas você me recebeu tão bem.

- É que meu pai já tinha preparado o terreno para sua chegada. Eu era pequena, mas me lembro bem quando ele chegou da viagem e me chamou para uma conversa. - Ela soltou uma risadinha, idêntica de quando era pequena. - E no meio da conversa ele disse: encontrei uma mãe para ti. Não significa que vamos esquecer da sua mãe Patrícia, pois ela me deu o meu bem mais precioso. Mas agora que ela está no céu e o papai precisa de ajuda para cuidar de ti. Quando conhecer a Ísis, verás como ela é especial.

- Ele disse isso? - Nem percebi que havia parado de fazer o penteado.

- Não exatamente com essas palavras, mas foi isso.

- Seu pai não bate bem da cabeça. Só pode! E se eu fosse uma lunática com a ficha suja? Como assim ele chega dizendo para uma criança que encontrou uma mãe para ela?

- Ele estava certo. - Ela riu contidamente. - Apesar da sua pose de durona, foi impossível não te amar. Hoje eu sou feliz, pois tenho a ti, minha mãe de coração. - Alexa falou olhando em meus olhos através do espelho.

- Não me faça chorar antes da hora, mocinha. - Limpei uma lágrima solitária, segurando o restante em meus olhos.
Minutos depois finalizei a trança e esperei seu aval.

- Ficou perfeita! Obrigada, mãe.

- Mamãe! - Uma voz infantil ecoou e logo uma figurinha bochechuda entrou correndo no quarto.

- Alice, a mamãe já falou pra não correr! - Alexa repreendeu a irmã antes de mim.

A pequena fez bico e cruzou os braços. Apesar de ter quatro anos, Alice era muito esperta. A caçula da casa tinha a pele clara e os olhos acinzentados do pai. Já os cabelos negros e o gênio forte foram herdados de mim.

- O que foi, meu amor? - Me curvei para ajeitar o vestido cor de rosa com um laço nas costas.

- O papai quer colocar elásticos de borboletas em meu cabelo! Eu quero os de pompom!

- Em minha defesa, não sei onde estão! - Gustavo apareceu na porta. Aos quarenta e seis anos ele estava ainda mais lindo do que quando nos conhecemos.

Como um bom vinho, pensei.

- Vamos Alice. Eu procuro os pompons. - Alexa pegou a mão da irmã e saiu do quarto.

- Estamos quase prontos para zarpar, capitã. - Meu marido me enlaçou pela cintura e cheirou meu pescoço.

- Que bom. Se me permite, está muito bonito neste paletó.

- Fico feliz que tenha a aprovação da minha capitã. - Disse antes de me beijar e levar todo o meu batom junto. - Você está linda nesse vestido, mas estou mais interessado no que está usando embaixo dele. - Sussurrou em meu ouvido.
Ainda que minha vida de navegadora de águas doces tivesse acabado há quase uma década, Gustavo dizia que eu sempre seria a sua capitã.

- Quem disse que estou usando alguma coisa? - Sussurrei de volta, saindo do quarto.

Percebi que nossas filhas já nos esperavam na sala. Foi possível escutar elas rirem das travessuras de Chulé, um filhote vira-lata com pelagem branca e preta.
Suspirei reflexiva.

Já ouvi muitos dizerem que a felicidade é passageira. Não acredito nisso. Aprendi que alguns adjetivos e substantivos podem ser muito mais do que um estado de espírito influenciado por fatores externos. Não controlamos as adversidades da vida e não podemos fugir das responsabilidades para viver na ilusão. Mas, cada vez que somos colocados à prova, temos a chance de amadurecer. O contentamento vem de dentro porque a alegria vem de uma força maior, tal como as coisas simples se transformam em preciosidades à medida que envelhecemos.

A rotina nos faz tentar um lugar neste mundo; a gente estuda, trabalha, paga contas, parcela o cartão de crédito para obter bens de consumo, faz planos de aposentadoria etc. No entanto, todos esses esforços caminham para um objetivo: o conforto da nossa alma. O melhor da vida é levar a paz no coração. Para mim, estar entre os meus, se tornou o destino almejado. Pois nada (nada mesmo!) se equiparava quando nós quatro estávamos juntos. Fosse no nosso corriqueiro café da manhã num dia qualquer da semana ou fazendo a noite do cinema em nossa sala de tevê, ali era o meu oásis.

- Apreciando seu final feliz, capitã? - Gustavo me abraçou por trás.

- É como naquela música...

- Qual?

- Eu, você, dois filhos e um cachorro. E aí, cê topa?


FIM

*****


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