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8 • Sobre más companhias e teimosia juvenil

Na quinta-feira à noite, ainda na ausência de Robert e Susan, decido que irei para a reunião de Billy Carson no dito chalé do bosque. Olho para o relógio em forma de pinguim pendurado na parede da cozinha. São 19h25. Segundo o próprio Billy, ele começaria a festinha lá pelas oito da noite. 

Visto um moletom laranja com capuz forrado em verde, e nas costas, os dizeres "Player 77" em letras cinzas. Lucy está na frente da TV, ainda parcialmente entediada enquanto assiste o jornal local. Quando passo pela sala, olha-me confusa, as mãos segurando um sanduíche de pasta de amendoim e geleia de morango. Mordisca o aperitivo, tediosa. Estou há quase um mês aqui e essa pirralha não abriu a boca para falar comigo.

— Uns amigos me convidaram para uma pequena reunião de escola, e eu preciso ir, ou eles vão achar que eu dei pra trás — tento contar a história mais plausível do mundo. — Prometa que não vai dizer nada ao Robert e nem para a sua mãe.

Lucy continua a olhar-me como se pudesse ler as mentiras que carrego em minha alma.

— E eu queria que você ficasse em casa, quietinha, assistindo TV. Pode comer todos os doces que quiser, eu prometo que não vou voltar tarde.

 Levanta-se, passando por mim, fazendo pouco caso do que eu disse para ela, abrindo o closet de casacos que dá para o vão da entrada da casa. Pega um casaco cor-de-rosa e calça suas galochas vermelhas. Fica parada, ainda olhando-me, esperando alguma reação minha.

— Você quer ir junto? — pergunto, embasbacado. Achei que ela iria querer ficar aqui e assistir TV a noite toda. — Comigo?

Ela assente pacientemente. Nada de choradeira, ameaças ou chantagens. Ao menos, terei dela o voto de silêncio. 

• • •

Ainda no Lada com Lucy sentada no banco do passageiro, vejo a tal estrada leva ao bosque que Billy mencionou. É um bosque pequeno, quase uma reserva florestal, e encontro o minúsculo lago cristalino, que mais parece uma mera poça. Encontro o chalé, e assim que estaciono o carro, viro-me para Lucy, que permanece em sua quietude. As luzes estão acesas, sinal de que eles já chegaram.

— Olha, Lucy, preciso que colabore comigo — o silêncio dela me incomoda demais. — Isso é sério! Não pode falar para ninguém que estou indo para uma festa, ou minha próxima e última parada será em um colégio interno na Inglaterra.

Ainda emudecida, Lucy acena com a cabeça, sem tirar os olhos de seu relógio de pulso da Minnie Mouse.

— Eu não sou idiota.

Escuto-a falar e fico completamente embasbacado. Ela logo retorna a falar.

— Você me trata como se eu fosse idiota. E eu não sou. Papai disse que eu deveria ficar de olho em você, e é isso que estou fazendo.

Que criança fala dessa maneira?

— Ele não é o seu pai — minha fala sai desarticulada, quase vacilante. 

— Robert me criou desde os meus oito anos. O meu pai biológico morreu em um acidente de carro, antes de ver meu nascimento, então sim, eu considero o Robert o meu pai. E, eu também sei que você odeia esta cidade, odeia a nossa casa, e odeia quando as pessoas pensam que somos irmãos.

Lucy surpreendeu-me agora. Quem diria que por detrás de um rostinho inocente, haveria uma menina com pensamentos como estes?

— Parabéns, não preciso mais fingir que estou satisfeito em ter vindo para cá. Se sabe de tudo isso, então, por qual razão veio comigo? 

— Eu não quero que você destrua a minha família.

— E por que durante todo esse tempo você não falou comigo?

— Você também não falou comigo.

— E por que não tentou me impedir de sair de casa quando ainda estávamos lá?

— Você não me escutaria. Escutaria?

Ela tem razão. Eu não escutaria uma criança de doze anos metida a gênio.

Saio do carro, e ela também. Caminhamos até o chalé. Escuto algumas risadas vindas de lá. Bato na porta, e Billy a atende. Segura uma garrafa verde em uma das mãos, e imediatamente já julgo ser cerveja.

— Ele chegou — Billy passa os olhos de mim para Lucy. — E trouxe a irmãzinha com ele. Desculpa, garotinha, não trouxe Legos® para você brincar. 

Entramos no chalé, e Karen, Rachel e Peter estão aqui. Estão sentados no chão, comendo pipoca, Karen bebendo Coca-Cola®, enquanto assistem Sexta-Feira 13 Parte 1. 

— Parece bem decepcionado, John. Achou que a gente ia aprontar? Que estava rolando uma festa selvagem? 

Dou de ombros. 

— Billyzinho, acabou o refrigerante — Karen resmunga.

— Ainda tem cerveja — Billy diz, revirando os olhos. — É só ver na caixa térmica.

— Eu não quero cerveja. Quero Coca-Cola® — Karen age como uma criancinha birrenta. — E se eu ficar bêbada, quem vai dirigir?

— Bêbada ou sóbria, você dirige mal —  Billy diz e Peter cai na gargalhada.

Percebo Lucy sussurrar alguma coisa no ouvido da Rachel, e em seguida, ela grita para o seu irmão.

— Ei, Billy, a pequenininha aqui quer saber se temos telefone — Rachel tira a tigela de pipoca das mãos de Peter.

— Óbvio que temos telefone. Não estamos mais na Idade da Pedra — ele responde, um tanto ofendido. — Tem um telefone na parede da cozinha, acho que ele ainda funciona.

— Então, esse é o famigerado chalé onde ocorreu um assassinato? — pergunto.

Todos olham para mim, e em seguida caem na risada.

— Sério que você acreditou nisso? — Peter fala com a boca cheia de pipoca. — Caramba, John, você está parecendo um caipira.

— Deixa eu adivinhar, foi o Billy quem contou essa história? — Karen continua a rir.

— É tudo mentira, John — Rachel explica para mim. — Esse chalé pertence a um veterano da escola que era muito amigo do meu irmão, ele se chama Sam Hudson. Mas como ele está na faculdade em Washington, meio que deixou uma chave debaixo do tapete para o Billy ficar de olho no chalé.

— Contei essa mentirinha para afastar os curiosos. Julguem-me — Billy dá um gole na garrafa de cerveja.

Lucy encontra-se em um canto do cômodo, visivelmente assustada com as cenas violentas que passam na televisão de 14 polegadas que sequer tem cores. Ela solta um grito na cena em que Pamela Voorheess tem a cabeça decepada por um facão.

— Tudo bem. Chega de filme. Estamos assustando o Jardim de Infância. — Billy diz, desligando a TV.  — Quem está a fim de começar a verdadeira festinha?

 Liga um aparelho de som da Sharp®, colocando uma fita cassete para tocar. Todos começam a dançar, malucos e desordenados, quer seja pelo efeito da bebida alcoólica ou por outra coisa a mais. Esquecem até mesmo que amanhã ainda terá aula. 

— Como fizeram para fugir de casa? — pergunto, em voz alta, esperando que alguém me responda.

— É muito simples — Karen fala. — Eu disse que todos estavam na minha casa. Meus pais estão fora da cidade, então, os pais de Billy e os pais do Peter acham que eles estão na minha casa, em um estudo bíblico — ela ri de sua brincadeira perigosa. — Eu sou ou não sou um gênio?

— Gênia! — Rachel grita em uma risada escandalosa.

Não consigo ouvir meus pensamentos com toda essa música alta.

— Quero ir para casa, John — Lucy olha-me sisuda.

— Acabamos de chegar.

— Já são 20h55. Quero ir embora — Lucy insiste, enquanto mostra-me seu relógio de pulso da Minnie Mouse.

— O que foi, garotinha? — Billy intromete-se, agindo como um bom anfitrião. — Quer jogar água fria na diversão do seu irmão? Quer um refrigerante? Acho que vi um, no fundo da caixa térmica. 

— Eu quero ir embora — Lucy diz outra vez.

— Refrigerante, com certeza — Billy caça entre os cubos de gelo e garrafas de cerveja, alguma garrafa de refrigerante, embora eu lembre nitidamente de que a Karen disse que o refrigerante havia acabado. — Aqui! Não disse que tinha? — mostra uma garrafa de Coca-Cola e oferece-a para Lucy. — Só esqueci o canudinho.

Lucy bebe um pouco do líquido na garrafa e o cospe fora de imediato.

— Isso tem um gosto ruim — Lucy reclama, limpando os lábios no casaco.

— Droga! Não era Coca-Cola — Billy cheira o conteúdo da garrafa. — É cerveja preta. Tá legal, quem foi o imbecil que colocou cerveja preta em uma garrafa de Coca-Cola?

— Muito bom, Billy. Dando cerveja para uma criança — Peter fala como se tivesse alguma autoridade.

— Ah, vá para o inferno, Pete!

Lucy olha-me amargurada, seus olhos fuzilando-me. O que eu poderia fazer? Eu não sabia que era cerveja preta.

Influenciado pelos demais, acabo por render-me à bebida alcóolica vinda em forma de um copo vermelho.

É uma festinha esquisita, com pessoas que não conheço verdadeiramente, e que elas tampouco me conhecem. Billy e Karen estão se beijando sem qualquer pudor no sofá, sequer importando-se com a presença dos demais. Por isso eles escolheram um lugar tão afastado de tudo, para que ninguém possa ver suas manchas, para que possam continuar a bancar os virtuosos, e estou no meio deles. Sou tão hipócrita quanto.

Dou por falta da Lucy, e procuro-a pelo chalé. Escuto a voz dela vinda da cozinha.

— Eu vim com ele, mas estou com medo. Eles estavam vendo um filme de terror. Me deram cerveja para beber. Eu quero ir para casa, você pode me buscar? Eu não sei que lugar é esse, parece uma floresta... Você sabe onde fica?  

Rapidamente, corro até Lucy, tomando o telefone de suas mãos. Tento puxar, mas ela reluta em entregar-me. Derramo bebida no tapete, e enfurecido, jogo o copo vazio no chão. Tranco meus dedos ao redor do telefone, mas Lucy não ousa entregar-me, iniciando um patético cabo de guerra.

— O que pensa que está fazendo? — indago, apertando meu maxilar, trincando meus dentes. — Quer ferrar comigo, garota?! Você prometeu não fazer isso.

Lucy fita-me com a cara fechada. Calada, outra vez, aumentando a minha angústia.

— Por que não diz nada, Lucy?

Consigo, enfim, tirar o telefone de suas mãos e batê-lo no gancho.

— Fala alguma coisa, droga! — digo enraivecido. — Eu escutei você me dedurando agora pouco. Para quem estava ligando? Para a polícia?!

Não sei se a minha voz estava alta o bastante, ou se eu estava suficientemente histérico, mas Rachel e Karen sugiram para apartar-me para longe de Lucy. Eu a vi encolher-se, abrigada nos braços de uma Karen sem equilíbrio algum sobre os sapatos de salto alto rosa chiclete.

Não digo que Lucy fizera uma ligação. Guardo o pequeno segredo comigo. E também não justifico o motivo da minha irritação. Lucy senta no sofá, completamente emburrada. Não sei quanto tempo se passa, mas só sei que bebi onze copos vermelhos. Se eu beber mais, não conseguirei dirigir, e, principalmente, não conseguirei ir para casa.

— Passe a noite aqui com a gente — Rachel sussurra em meu ouvido, de forma sedutora. — Ninguém vai para casa hoje, e seria um desperdício passar a noite sozinho. E quem sabe, a gente possa nadar no lago mais tarde?

Viro-me para ela, incrédulo. Que raios essa garota está falando?

Vou ao banheiro e tranco-me lá dentro por um bom tempo, fugindo da música estupidamente alta, olhando meu reflexo pelo espelho do pequeno armário de remédios. Jogo água no meu rosto, refletindo na merda que estou fazendo. Lembro-me que fiz uma festa igual a essa na minha antiga casa, e a polícia obviamente foi chamada pelos vizinhos. Foi uma dor de cabeça e tanta para Regina. Será se estou condenado a cometer os mesmos erros? Escuto barulhos na porta, e assim que abro-a, dou de frente com Peter e Rachel, que parecem um tanto embriagados.

— A Pastorinha está aqui, John — Peter pula como se o chão fosse uma cama elástica. — Está dando lição de moral em todo mundo.

— Certeza que foi o Billy quem convidou ela. Meu irmão sempre teve uma quedinha por essa ridícula. — Rachel reclina o corpo para frente, batendo o bico do salto alto no chão.

— Ninguém a convidou — respondo. — Acho que a Lucy ligou para ela há alguns minutos.

— E você deixou a sua irmã estúpida ligar para a Pastorinha?

 Karen aparece assim que Rachel termina de fechar a boca. O cabelo completamente eriçado como se houvesse levado uma descarga elétrica.

— John, a Pastorinha está fazendo o maior barraco.

— Disso eu sei. Peter acabou de contar. — cruzo os braços, aborrecido.

— Ela está uma fera porque a Lucy está aqui — Karen soluça, mal conseguindo manter-se de pé. — Acho que ela vá até mesmo chamar a polícia.

Como isso escalou tão rápido? Vou até a pequena sala do chalé, e vejo Mary dando uma enorme bronca no Billy, que faz pouco caso de suas palavras. Lucy está agarrada à ela, abraçada em sua cintura, e do lado de fora do chalé, dentro da caminhonete com faróis altos está o Jake. Certamente, ele deu carona para Mary, e foi assim que ela conseguiu chegar até aqui.

— Eu vou levar a Lucy comigo — Mary diz, muito séria. — E vocês tem sorte por eu não ter chamado a polícia!

Billy faz caretas, como se estivesse imitando a forma dela falar. É como se tudo o que ela tivesse acabado de dizer tivesse entrado em uma orelha e saído pela outra. 

— O que pensa que está fazendo? — digo, irritado, segurando o braço de Mary. Não meço a minha força.

— Você é louco ou o quê? — aponta o dedo para mim, quase esfregando-o em meu rosto. — Eu sabia que você era tonto, mas não ao ponto de ser um completo idiota.

— Mary, saia daqui. — ponho minha mão sobre a testa. — Você está somente envergonhando a si mesma.

— Eu não me importo! — grita, a voz sobrepondo-se ao som alto da música grudenta. — Como foi capaz de trazer a Lucy para cá? Faz ideia do quão grave é isso?

— Isso não é exatamente da sua conta. — mantenho meu tom de voz na defensiva.

— Olha para ela! — aponta para a garotinha que segura em sua cintura, assustada. — Olha o que fez à ela!

— Ela bebeu porque quis. Ela não é mais criança.

— Ela só tem doze anos! — Mary grita.

— Quem você pensa que é? Alguma porcaria de super-heroína que está destinada a salvar todo mundo? Vê se cresce!

Mary conseguiu a atenção que tanto queria. Nós dois estamos aprisionados sob um círculo de olhares. Até mesmo o som da música ficara no volume mínimo, pois todo mundo de repente parece interessado no discurso da Pastorinha.

— Não lembro de ter lhe convidado para minha festa particular, Pastorinha — Billy ergue o copo vermelho. — Mas já que está aqui, deveria relaxar. Beber alguma coisa. Dançar. Beijar na boca.

Risadinhas ecoam em meus ouvidos e apesar de eu ter ficado constrangido com o comentário de Billy, Mary continua firme diante de nós, não abalando-se com o garoto que caçoa dela.

— Só vou ficar calma quando esta menina desintoxicar seu corpo dessas substâncias venenosas.

— Veneno? Eu tô bebendo veneno, é? — Billy olha para o fundo do copo vermelho de plástico. A língua enrolada na boca.

— Pare de zombar de mim e diga ao seu amigo que vou levar Lucy para casa — Mary está com tanta raiva de mim que sequer olha-me quando diz seu recado.

— Veja só, Pastorinha — Billy caminha, trôpego, até Mary —, a irmã do Jaw é a convidada desta festa, e ela parece bem à vontade — passa a mão na cabeça da Lucy, fazendo-a encolher-se.

— Não toque nela! — o rosto de Mary está vermelho, retorcido de uma raiva que não compreendo.

— Está com ciúmes? — Billy está arriscando-se ao aproximar de uma garota que certamente irá mordê-lo. — Você é tão sem graça, Pastorinha. Todo mundo feliz e você veio aqui só para naufragar a festa. Aprenda a se divertir.

— Chama isso de "felicidade"? Essa sensação passageira que acabará assim que o sol nascer?

Olho para trás, deparando-me com uma Rachel furiosa que fuzila Mary com os olhos. Quando volto minha atenção à dupla chamativa da festa, noto que Billy está com a mão no maxilar de Mary, enquanto sussurra algo para ela. Não sei o que ela disse, mas foi suficiente para que uma força nascesse de dentro dela, tornando-a capaz de empurrá-lo bruscamente, fazendo-o cair esparramado no sofá.

Essa garota é completamente pirada.

Muito ardilosa, Mary puxa Lucy pela mão, levando-a para a caminhonete de faróis altos. Ela estava determinada a levar mesmo Lucy para casa. E levar-me junto também. As duas entram no veículo, que dispara. Mergulho na escuridão, rumo ao meu Lada. Enfio a mão no bolso da minha calça jeans, à procura da chave do carro. Gostaria de não estar tão zonzo.

— A gente se vê amanhã na escola.

Grito para o pessoal no chalé, mas a porta já está fechada e a música alta continua, como se a minha ausência não fizesse diferença alguma para eles. Abro a porta do carro, giro a chave no contato e parto para casa. Se aquelas duas ligarem para o Robert, estarei morto e enterrado.

• • •

Chego na porta de casa, e encontro a caminhonete em cor vermelha do tal do Jake. Ele encontra-se do lado de fora da caminhonete, lutando contra o frio, com o corpo encostado nela, e mesmo com tontura, mesmo estando escuro aqui fora, posso sentir o olhar fulminante dele em mim.

— Você é um imbecil — ouço-o dizer.

— Como é que é?

Não vou desperdiçar meu tempo com esse idiota. Se ele quer confusão, que arranje sozinho. Entro em casa, e vejo Mary servir um copo de chá para Lucy. Lucy está sentada em nosso sofá, aparentando estar mais calma. Mary pega-me pelo braço, sem qualquer gentileza, e leva-me para a cozinha, para longe de Lucy, apontando para o relógio de pinguim, esfregando em minha cara que já passava das 22h00.

— Sabia que isso é considerado é crime nesse país, John? — Mary continua irritada comigo. — É chamado de corrupção de menores.

— Desculpa, eu...

— Não tem que pedir desculpas para mim. — Mary desvia o rosto. — Você é um péssimo irmão mais velho.

— Ela não é minha irmã, entendeu? — aviso-a. — Não é a minha irmã! Por que todos acham que eu devo ser responsável por ela?

— E faz diferença? — Mary fita-me com furor. — Sabe por que Lucy é tão calada, antissocial e isola-se facilmente das outras pessoas?

— Por que ela quer atenção de todos?

— Lucy tem a Síndrome de Asperger, troglodita!

Suspiro, sentindo-me o maior idiota da face da Terra. 

— E você, John, levou-a para o pior lugar possível. Justo a Cabana da Perdição. Sabe o que Billy Carson faz naquele lugar? É ali onde ele bebe, fuma maconha, e faz outras coisas que nem ouso citar.

— E por que não o denuncia para a polícia, já que você sabe de tudo isso?

— Como se fosse simples. Como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Realmente, você não é só tonto, como é ingênuo.

Onde está aquela doce Mary de dias antes?

— Você conseguiu tirar todo mundo do sério. Billy vai pegar no seu pé a partir de agora.

— Pessoas como o Billy são do jeito que são, porque existem covardes como você que aplaudem tudo o que ele faz.

Agora ela me ofendeu profundamente!

— Billy e eu nos conhecemos desde os três anos de idade. Ele não é um cara mau.

— O Billy que você conhecia, não é o mesmo Billy de agora. Aquele que está na festa, é um covarde que se esconde na sombra do pai. Acorda, John. Já parou para pensar que seus amigos possam não ser tão verdadeiros assim?

Meneio a cabeça, pouco importando-me com a opinião de Mary Marshall. Ela entra em sua "carruagem" vermelha, acompanhada por seu fiel lacaio, conseguindo deixar-me com a pulga atrás da orelha. Todas as palavras que ela me disse foram como um murro em meu estômago. Mary conseguiu estragar a minha noite.


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