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Capítulo 6.


Dilan.

Encarei o menino ruivo ao meu lado. Ele está mais pálido que antes.

— Sua mãe veio hoje? – Indaguei o observando. Ele tentava abrir a garrafa de água que eu o dei, isso acabou me fazendo rir.

— Obrigado. – Agradeceu, logo que eu abri a tampa da garrafa. — Não, ela nunca vem. – Revelou com a voz baixa. Suspirei encarando seus braços magros. Ele com certeza emagreceu.

— E seu pai? – Stephan levantou a cabeça, me encarando pela primeira vez essa noite. Ele deve estar com raiva.

Meu peito se apertou quando ele sorriu de maneira fraca e negou. Seus dedos brincavam com a tampa da garrafa, enquanto seus olhos fitavam a mesma.

— Desculpa ter ficado um mês sem vim. Eu estava... Meio ocupado. – Pedi o observando. Ele parece mais fraco desde a última vez que estive aqui, isso está me preocupando.

Seus olhos verdes se focaram em mim, eu podia ver a sombra triste que sempre rondava seus glóbulos, porém ele sorriu.

Esse sorriso falso.

— Você sabe que não precisa se desculpar. – Se levantou com dificuldade, indo em direção a sua cama. Me levantei e o segurei com rapidez, quando ele quase caiu no chão. — Você não é obrigado a visitar um doente.

Os cabelos ruivos em sua testa tapavam seus olhos, e aquele maldito sorriso fraco fez meu peito se apertar ainda mais.

— Você é meu amigo, Stephan. Eu não vou te abandonar também.

                            ...*...*...

Engoli em seco, sentindo aquela angústia que domina meu ser novamente.

Molly comia tranquilamente ao meu lado. Seus cabelos ruivos me lembram dos dele, deve ser por isso que senti carinho por Molly desde a primeira vez que a vi.

Melanie estava de longe nos observando, eu podia sentir seus olhos cravados em minha pele. Acho que preciso conversar com ela, coisa que deveria ter feito desde o início.

— Tio Dilan, você sabia que minha irmã fala de você? – Molly indagou levemente, se ajeitando nas cadeiras do consultório veterinário.

Molhei os lábios, mudando minha atenção para, agora ruiva, Melanie. Quando nossos olhos se encontraram ela desviou rapidamente.

Merda.

— Não. – Contei fitando as sardas de Molly. — O que ela fala? – A menina tocou meus ombros, parecendo querer que eu me aproximasse. Me curvei, para que ela conseguisse cochichar nos meus ouvidos.

— Que você é um idiota. – Revelou num sussurro. — Mas eu não acho isso, você é uma pessoa boa. – Ela se ajeitou ao meu lado, voltando a comer sua rosquinha.

Saber disso não foi uma surpresa. Eu realmente era um idiota enquanto namorávamos, se aquilo podia ser chamado de namoro.

Eu a tocava pensando em outra pessoa. Eu me odeio por isso, eu odeio a pessoa que eu era.

— Sua irmã está certa. Eu era uma pessoa horrível. – Passei a mãos pelos cabelos, sentindo aquele sentimento amargo novamente. — Mas eu acho que até idiotas podem mudar, ou serem mudados. – Afirmei calmamente. Eu mudei sem perceber quando reencontrei mestra. Ela desperta o que há de melhor em mim. — Mas muito obrigado por falar que sou uma pessoa boa. – Molly chegou mais perto de mim, apoiando sua cabeça em meus braços e sussurrando um "de nada."

Passamos mais algum tempo ali, ela pediu para eu contar mais sobre as minhas histórias com Lory, e foi o que fiz.  Molly riu bastante quando falei da vez que mestra chorou porque eu tinha arrotando em seu rosto. Foi um dia bem engraçado.

Logo após, senhor Sandler saiu com Smuff nos braços. Meu cachorro que possui pêlos pretos estava todo molhado, parece que o banho o fez bem.

— Muito obrigado, mas eu prefiro pagar. – Afirmei novamente, porém Travis negou.

— Já falei que é de graça. Você me ajuda bastante aqui, é o mínimo que eu posso fazer. – Sorriu gentilmente, dando carinho nos pêlos de Smuff.

Suspirei, não conseguindo discordar. — Tudo bem. Obrigado. – Concordei, fazendo seu sorriso crescer.

— Eu que agradeço, rapaz. – Deu leves tapas em meus ombros, e então voltou para sua sala. Sorri, me virando para ir embora. Meus olhos ainda estavam pesados por causa do horário que acordei.

Essa noite eu não consegui dormir direito.

— Eu já vou, Molly. Tome cuidado para não cair. – Beijei seus cabelos, e ela me abraçou.

— Tchau, titio Dilan. – Sorriu, me soltando. — Depois temos que começar com o nosso projeto, mesmo que seja verão. – Acabei rindo por causa de sua voz séria.

— Claro. Eu vou conversar com a Lory sobre isso depois, tudo bem? – Ela assentiu, comendo o último pedaço de sua rosquinha. — Até mais. – Sai do consultório refrigerado. Meu corpo demorou um pouca para se acostumar com a mudança de ambiente.

Hoje está ainda mais quente.

Na entrada do consultório, meus olhos correram para a menina ruiva que mexia distraidamente no celular, mas eu sabia que ela estava fingindo.

Me aproximei lentamente, já sabendo o que deveria fazer. — Melanie – A chamei, fazendo-a levantar a cabeça e me encarar. Admirei seus olhos azuis, sentindo meu coração disparado. Eu tenho que enfrentar isso. — Acho que precisamos conversar. – Soltei o ar pelo nariz calmamente, esperando uma resposta.

Ela parece diferente.

Melanie se aproximou, fazendo Smuff latir para ela. A ruiva voltou a se afastar.

— Sobre o quê? – Indagou suavemente. — As coisas já estão resolvidas entre nós. – Estalei o pescoço, não gostando de ter que relembrar como foi nosso término.

— Eu quero me desculpar. Eu fui um merda com você. – Afirmei, tirando um risada discreta dela.

— Vamos falar a verdade, nós dois fomos. Eu te trai com o Trevor, eu também fui uma merda. — Suspirou, tirando os cabelos do rosto. — Eu quero me esquecer desses momentos com você. Eu nunca gostei de você, eu só queria que meu pai parasse de falar para eu arrumar alguém que prestasse. Eu odeio a pessoa que eu era, por isso não quero me lembrar dessas coisas. – Eu entendo o que ela está dizendo pois me sinto da mesa forma. Eu odeio a pessoa que eu era. — E agora eu sou meia irmã da Lory. Eu vejo como vocês se olham e não quero atrapalhar isso. – Suas palavras sinceras me deixaram aliviado. Eu nunca senti raiva de Melanie pelo o que ela fez, afinal, naquele época, eu só comecei a namorá-la para me impedir de ir atrás de Lory.

Porém o destino acabou nos juntando, ou talvez um cachorro fez isso.

— Obrigado, Melanie. Fico feliz que as coisas possam ser assim. – Sorri, me sentindo um pouco melhor. — E lamento por simplesmente ter acabado tudo. Eu estava muito alterado com todas as coisas que você tinha feito e também por causa da Lory. — Seus olhos azuis me fitaram com tranquilidade. Ela parecia calma.

— Eu também gosto que as coisas sejam assim. Desejo boa sorte com a minha irmã. – Sorri junta a ela. Com um aceno, fomos embora. Acho que ela também queria colocar as coisas nos lugares certos.

E agora, mas do que nunca, posso tentar me livrar do meu passado desses últimos anos.

Esquecê-los.

                               
                                 ...*...*...

Lory.

Entrei silenciosamente no quarto de minha mãe. As paredes cinzas me receberam junto ao vento que entrava pela janela.

Ontem eu passei o dia todo pensando no que ela me falou. Isso está atormentando meus pensamentos, como ela pode saber de algo que eu não sei sobre Dilan?

Abri sua gaveta em silêncio, encontrando vários papéis na mesma. Mamãe tem um pequeno diário onde relata coisas do seu dia, sei disso por causa de uma conversa que ela teve com Travis, e eu acabei escutando. Peguei o pequeno caderno com capa dura. Ele parecia velho, algumas folhas já se encontravam amareladas e um pouco amassadas.

Me sentei em sua cama, um pouca mais calma por ela não estar em casa. Comecei a folhear com cuidado por causa da fragilidade das folhas. Meu coração disparou quando encontrei o nome de Melanie em uma das páginas. Nela, mamãe relatava como tinha sido conhecer a filha mais velha de seu namorado.

Respirei fundo e continuei folheando. Meus olhos corriam por sua letra perfeita, atrás daquilo que eu procurava. Ao chegar na última folha com coisas escritas, ri alto, vendo o quanto minha mãe me conhece.

"Lory, eu sei que você está espionando meu diário. Isso é muito feio, filha."

Fechei o caderno, rindo por causa de suas palavras. Coloquei o objeto na cômoda novamente, me sentindo frustada e aliviada ao mesmo tempo.

Eu não sei como vou me sentir ao saber do passado do Din.

Me levantei, indo para meu quarto. Me joguei na cama, dando carinho em Estrela que girava no colchão. Ela miou e apreciou o carinho. Seus pêlos pretos são fofos e macios.

Eu preciso descobrir o que está acontecendo. Eu não vou deixar ele passar por coisas difíceis sozinho... Eu nunca deixaria.

Encarei o relógio que marcava meio dia. Hoje é o festival de artes na escola. Emily está desde de manhã me mandando mensagem pedindo ajuda.

Ela está nervosa.

Peguei meu celular e admirei a foto que ela me mandou de seu quadro. Nele, uma menina parecia se afogar na água cristalina, porém, seus olhos estavam para o lado de fora, como se estivessem admirando a imensidão do céu.

Desejando o céu, que está longe e se afogando nas coisas que ela pode ter. E como querer algo que não se pode tocar e se afogar nos seus sentimentos pelo impossível.

É profundo.

"O que você achou? Eu acho que está bom. Eu não sei..."

Acabei rindo de sua mensagem.

"Está incrível. Você com certeza vai ganhar<3"

Encarei o teto acima de mim, sentindo meu coração batendo devagar e a curiosidade ainda em minhas veias.

Vou fazer o que mamãe falou.

"Obrigado"

Mordi os lábios, dando mais carinho em Estrela. Ela estava dormindo em cima de mim. Sai do bate-papo com Emily e meus olhos caíram nas mensagens anteriores de Trevor.

Logo, a lembrança de nossa conversa dominou minha mente, junto a ela, a incerteza. Eu gostava de nossas conversas, não sei se fiz certo ao tratá-lo daquela forma.

Porém, eu não posso deixar que pessoas como ele entrem em minha vida. Nunca se sabe o que pode acontecer...

Me levantei, deixando Estrela dormindo em minha cama e segui ao banheiro. A água quente banhava minha pele e cabelos, levando o sono que permanência em meu corpo. Ao sair, com os cabelos encharcados, encarei meu guarda roupa aberto. As roupas brancas predominavam e isso me fez rir.

Coloquei um macacão jeans e uma regata branca, junto ao meu tênis velho e limpo. Agora o branco não parece amarelo por causa da sujeira. Escovei meus cabelos, peguei minha bolsa com poucas coisas e enchi a vasilha de ração de Estrela, antes de ir.

Meu coração disparou quando abri a porta e encontrei Dilan Peterson, apoiado na porta de seu carro, do outro lado da rua, me encarando com atenção. Meu rosto queimou e sorri sem jeito para ele, recebendo de volta um sorriso leve e atraente. Fechei a porta com calma, me aproximando em silêncio. Segurei minha bolsa com os nervos a flor da pele.

Sempre fico assim quando é ele que vem de encontro a mim.

Parei em sua frente, e ele permaneceu parado, com as mãos nos bolsos e me observando intensamente. — Para de me encarar, idiota. – As palavras escaparam de minha boca automaticamente, fazendo minha vergonha aumentar com sua risada gostosa.

— Desculpa. – Pediu, passando a mão entre os cabelos e molhando os lábios. — Eu só achei que seria legal vim te buscar. – Revelou, tirando um sorriso idiota de mim. Escondi o ato com a mão, entrando no banco dos passageiros.

Se controla, Lory.

— Eu sei andar, mas obrigado. – Agradeci assim que ele sentou no banco do motorista. Dilan se virou, me encarando com um sorriso travesso. — O que foi? – Soltei o ar lentamente, tentando me acalmar. Ele está diferente hoje, seus olhos possuem um brilho diferente, assim como o sorriso largo que dança em seus lábios vermelhos.

— Quero te mostrar minhas habilidades com o volante. – Contou radiante. Pisquei, não compreendendo como ele podia ter um cheiro tão bom. — Eu sei que é algo meio estranho, mas queria mostrar que nesses anos consegui aprender, mesmo falando que tinha medo quando éramos mais novos. – Foi minha vez de rir. Lembro-me de seus glóbulos aflitos toda vez que mencionava carros. É bom saber disso.

Antes de ele dar partida, sai do banco dos passageiros e me sentei ao seu lado. Me ajeitei no assento macios e coloquei o cinto, fitando as casas a minha frente. — Me mostre, então. – Fisguei seus olhos brilhantes, com desafio em minha voz.

Dilan sorriu, segurando o volante e dando partida. Gritei quando o vento forte encheu meus pulmões e meus cabelos começaram a voar. Os pneus corriam sobre a pista livre, enquanto o menino ao meu lado ria alto.

O fitei. Meu coração batia de maneira disparada e forte. Não sabia se era por causa da adrenalina em minhas veias ou por causa de seus cabelos castanhos que balançam junto ao vento forte, de seu sorriso feliz ou seus olhos brilhantes.

Tudo nele é nostálgico, mas tão diferente. Dilan Peterson cresceu, ele virou um homem bonito e forte. Talvez seja por isso que meu coração bate tão rapidamente ao seu lado, talvez seja porque eu amo esse Dilan. Eu amo todas suas versões.

Sorri, guardando em meu coração esse sentimento quente e confortável. Não importa o que aconteça, ele sempre fará parte de mim. Dilan Peterson sempre será meu primeiro amor, ele sempre será o menino magrelo com um sorriso cativante que ria de tudo.

Não importa o que aconteça, eu sempre o amarei.

Sai de meus delírios quando nossos olhos se encontraram. Por um minuto perdi a noção de onde estava, por causa da imensidão daqueles castanhos profundos que guardam segredo, mas mesmo assim, me fitam tão intensamente. — Você dirige bem. – Afirmei sem ar, desviando o olhar para meus tênis. — Mas tome cuidado. – Pedi, tentando me recompor.

Dilan riu discretamente e assentiu. Relaxei no banco, sentindo o ar refrigerado bater em minhas bochechas quentes. Engoli em seco, ajeitando meus cabelos bagunçados e observando a janela se fechar.

Aquele carro era reconfortante. Os bancos eram macios e seu cheiro rondava pelo ar gelado. Eu queria continuar ali, escutando aquela música baixa e serena, porém, logo pude ver a entrada da nossa escola, que é bem perto da minha casa.

Dilan molhou os lábios, estacionando o carro em uma vaga vazia em silêncio. Ao desligar o carro, ele me encarou com as mãos no volante e a ponta do nariz vermelha.

— V-você quer descer agora? – Indagou suavemente, porém suas palavras atropeladas demonstravam seu verdadeiro estado. Ele está diferente.

— Não. – Revelei com o peito batendo loucamente. Relaxei minha cabeça no banco, fitando suas bochechas com discretas sardas fofas. — E-eu quero te perguntar algo. – Soltei o ar pelo nariz lentamente, tentando controlar as batidas frenéticas de meu coração.

Dilan me observou com atenção, esperando que eu começasse a falar. Segurei minha bolsa contra o colo, fitando o estacionamento vazio a minha frente. O nervosismo escorria por minhas veias.

— Din... –  Comecei, não sabendo se deveria. O carro gelado ficou em silêncio, esperando que eu voltasse a falar. — Mamãe me contou algumas coisas ontem, quando voltei de sua casa. – Pisquei, não entendo seus olhos arregalados e a cor que deixou seu rosto, o deixando pálido.

— O que ela falou? – Perguntou em um sussurrou, como se estivesse com medo de suas palavras, ou das palavras que sairiam de minha boca.

— Sobre você – Suas mãos deixaram os volantes, tocando meus ombros e me permitindo sentir o frio que elas possuíam. Seus olhos fisgaram os meus, com o desespero estampado em sua iris. A tensão no ar agora era palpável.

Sua boca se abriu algumas vezes, como se ele estivesse tentando falar algo, porém o ar tinha ficado preso em sua garganta.

— Dilan? – Toquei suas mãos em meus ombros, vendo uma sobra triste aparecer no fundo de suas pupilas. — O que foi? – Ele ficou em silêncio, desviando o olhar e se soltando de meu toque. Dilan voltou a se sentar de frente para o volante, parecendo não querer me encarar.

Ele puxou o ar trêmulo, fechando os olhos. – Saia. – Pediu, abrindo a porta. — Eu preciso ficar sozinho. – Eu pude sentir o frio em sua voz arrastada, e a dor em suas mãos que apertavam o volante com força. Isso fez um aperto tomar conta de meu coração. — Por favor, Lory. Saia. – Pisquei, tonta, com tudo que estava acontecendo tão rapidamente. Dilan escondeu o rosto com as mãos, pedindo novamente para que eu me retirasse.

Fiz o que foi mandado sem dizer nada. Minha voz tinha ficado presa.

Quando meus pés tocaram o chão duro daquele estacionamento, e o sol de um verão quente me recebeu, me virei para trás, encontrando uma porta sendo batida com força. Mas antes disso, vi algo que fez meu coração se quebrar.

Ele estava chorando.

Não tinham lágrimas descendo por seu rosto, apenas a vazia e seca tristeza em seus glóbulos castanhos.

Antes que eu pudesse tentar quebrar a porta daquele carro azul-marinho, mãos gentis seguraram meu pulso, me puxando com rapidez para dentro da escola. Minha cabeça girava enquanto sentia algo se acumular em meu peito inchado.

— Lory – Tessa me abraçou com carinho, logo depois se afastando e sorrindo para mim. — Estávamos te esperando. — Revelou com animação. Olhei em volta, com uma enorme dor de cabeça. As paredes da escola estavam decoradas com cores vivas e lindas decorações. Nos murais, pinturas ganhadoras do ano passado e o nome dos participantes desse ano.

Puxei o ar com força, tentando encontrar mais oxigênio para me recompor.

— Lory? – Tessa me sacudiu, fazendo-me fitar seus olhos negros. — Você está bem?  – Indagou preocupada. Sorri para ela, por impulso. Eu estava perdida, por que ele reagiu daquele jeito?

O que diabos está acontecendo? O que ele está escondendo de mim?

— O Dilan... Ele – Apontei para fora, não encontrando mais o carro onde deveria estar. — Eu fiz algo que não deveria, de novo – Fechei os olhos com força, sentindo aquela dor encher meu peito novamente. — Ele não confia em mim, Tess. — Minha voz falhou. Tessa me abraçou com carinho, em silêncio.

Tentei me acalmar com seu calor e seu abraço gentil, porém aquela expressão marcante não deixava minha mente. Seus olhos negros e tristes, seu sorriso caloroso que sumiu rapidamente com minhas palavras, tudo isso me deixou em estado de choque.

Eu só falei uma coisa.

— Lory – Mordi os lábios com força, sentindo meu peito inchado. Tessa se afastou, me fitando com cuidado. — Aconteceu algumas coisas durante esses anos. Eu e Dilan sofremos bastante, por que aceitando ou não, a culpa foi nossa. — Sua voz ficou pesada e baixa, como aquilo doesse muito nela. — Eu não tenho direito de te contar isso... – Tessa puxou o ar de maneira trêmula. Era a segunda vez que a via assim — Eu vou falar com ele. Avise a Becca que saí. – E então, ela se foi, me deixando sozinha naquele corredor vazio.

Fiquei longos segundos encarando a entrada da minha escola, com esperança que ele voltasse com seu sorriso feliz e seus olhos brilhantes, mas isso não aconteceu. Molhei os lábios secos.

Minha cabeça girava, e eu me encontrava tonta e com o coração apertado. Coloquei a mão sobre o peito, tentando segurar aquilo, porém, não adiantou.

— Lory? – A voz de Becca encheu meus ouvidos. — Cadê a Tessa? – Encarei as pinturas atrás dela, não tendo coragem para encará-la. Eu me sentia culpada.

— E-ela saiu. – Gaguejei, fechando os olhos com força por causa da dor afiada. — Ela foi atrás do Dilan. – Contei, engolindo em seco. As mãos de Becca tocaram meus ombros, me assustando.

— Tudo bem. – Sorriu gentilmente. — Vamos esperar eles no pátio. A competição já vai começar. — Ela abraçou meus ombros, me guiando até o pátio.

Aceitei, não conseguindo me concentrar em suas palavras, e muito menos nas coisas que o diretor anunciava pelo megafone. Hoje é o dia de uma competição importante na escola, porém, eu não consigo pensar nela pois minha cabeça está cheia de coisas, coisas sobre ele.

Ao chegarmos no pátio, meus olhos correram para a menina de cabelos escuros no palco. Ela falava sobre sua pintura, pintura que me tocou. Seus olhos azuis demonstravam nervosismo, mas ela sorria lindamente. Eu gostaria de ser como ela, saber como agir nos momentos de tensão.

Porém, como ele, eu sempre fujo. Acho que somos parecidos nesse aspecto.

Becca segurou minha mão com cuidado. Ela parecia saber o que estava acontecendo, ou pelo menos, entendia mais do que eu. Eu estou completamente perdida.

Forcei um sorriso para ela. Meus olhos estavam embaçados enquanto a menina de cabelos azuis sorria para mim. Minha garganta estava dolorida, assim como meu peito.

Foi apenas uma fala, eu apenas toquei em um assunto. E ele, ele, diferente das outras vezes, ficou em silêncio e fugiu. Ele não fez perguntas que eu não posso responder, ele apenas me expulsou de seu carro e foi embora.

E isso, doeu mais do que tudo que ele pudesse dizer ou perguntar.

Um vento forte passou ao meu redor, fazendo meus cabelos soltos balançarem. Becca segurou meus ombros com mais força e tirou os fios castanhos de meu rosto. Ela estava tentando me consolar, porém, eu sabia que aquilo não funcionaria. Eu odeio essa minha parte que é tão frágil perante suas palavras e suas atitudes. Eu queria ser mais forte, eu queria ter ficado dentro daquele carro e ter conversado com ele.

Eu me sinto culpada por que eu vi o sofrimento em seus glóbulos castanhos, porém, mesmo assim, eu saí daquele carro gelado e o deixei sozinho com suas sombras. Eu não o ajudei como prometi que faria desde a primeira vez que o vi.

Eu trai minha promessa, e agora, ele pode estar correndo em alta velocidade em uma pista enquanto sofre sozinho.

Puxei o ar trêmulo, me sentindo fraca. Eu só queria ter corrido atrás dele, porém, estou aqui, nesse pátio, chorando porque não o ajudei. Eu não ajudei meu branco.

— Becca – A chamei, com a voz falha. — Você sabe o que está acontecendo com ele? Por que ele tem tanta dor nos olhos? – Eu eu nem sequer sei isso. Ele não confia em mim para contar sobre suas dores.

Esperei, com ansiedade e esperança que ela soubesse, porém, ela negou.

Os aplausos começaram, e então, Emily desceu do palco com um lindo sorriso nos lábios rosados. Ela seguiu até nós, seu semblante mudou quando ela me olhou. — O que aconteceu? – Indagou se aproximando. Engoli em seco, não sabendo o que falar. Eu estou chorando por culpa.

Culpa é um sentimento pesado e que dói profundamente. É um sentimento que eu nunca sei lidar.

— Eu também não sei. – Becca sussurrou para Emily. A menina de cabelos pretos assentiu, tirando os fios de meus rosto molhado com cuidado. Eu devo estar patética.

— Vamos pegar um ar. – Emily sugeriu levemente. — Aqui têm muitas pessoas, chega a ser sufocante. – Assenti, não conseguindo prestar atenção em suas palavras. Eu me sinto fraca.

— E o resultado? – Becca indagou em voz baixa. Não escutei resposta de Emily, ela apenas sorriu e também passou o braço sobre meus ombros, antes de fazer sinal para Benjamin, que estava ao lado do palco, esperar.

Andamos lentamente pelos corredores decorados da minha escola. As meninas ficaram em silêncio, apenas tentando me consolar com suas palavras bondosas. Me sentei no banco de pedra assim que chegamos na parte aberta da escola. Puxei o ar profundamente, aproveitando a boa brisa daquele lugar, mas não importa o que eu fizesse, aquilo dolorido permanecia lá.

Tudo por causa daquela maldita expressão que acaba com todo meu ser.

— Você está melhor? – Emily perguntou acariciando minhas costas. Assenti, sentindo minha garganta doer. Fitei o céu azul, vendo os passarinhos voarem livremente por ele.

Meus olhos ficaram ainda mais embaçados quando lembranças de quando éramos menores encheram meus pensamentos. Do sorriso que ele sempre carregava independente do que acontecesse. Mas depois da morte de seu pai, eu senti que aquele Dilan tinha sumido, dando espaço para aqueles olhos que escondem segredos e dores.

— Ele não confia em mim. – As palavras escaparam de minha boca, quando meus sentimentos começaram a transbordar por minha garganta. — Eu não sou uma pessoa confiável. – Mais lágrimas quentes e salgadas desciam por minhas bochechas, enquanto eu perdia a voz.

Esse sentimento angustiante e pesado é horrível.

— Não fale isso, por favor. – Emily me abraçou com carinho. Nada do que elas falassem poderia mudar isso, porque essa é a verdade. Ele não confia em mim.

— Tessa me mandou uma mensagem. – Becca afirmou, fazendo meu coração pular. A olhei, vendo seus olhos atentos vasculharem o celular. — Ela encontrou o Dilan. – Naquela momento, sem pensar e movida pela emoção, tomei seu celular e pedi a localização.

Nós vamos resolver isso. Mesmo que ele não confie em mim e isso me magoe profundamente, eu vou ajudá-lo.

Independente do que ele esconde de mim, eu ainda o amo.

Eu prometi isso.

"Não importa o que aconteça, eu sempre o amarei."

Aaaaaaaa esse capítulo...

Espero que vocês tenham gostado! Esse foi o capítulo 6!

Assim eu imagino o quadro da Emily.

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Muito obrigado por tudo! Amo vocês.❤️

Até sábadooooo❤️

Próximo capítulo sábado.

Por favor não me matem😣

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