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Anne chamou o segurança mais próximo e pediu para levá-la até o estacionamento, dirigiu o mais rápido que podia, tentando manter a calma. Bonnie ligou para seu marido, pedindo para ele a encontrar lá.
Anne teve que voltar para a empresa, não poderia deixar o local por muito tempo já que quando Bonnie não estava era ela quem ficava responsável, então quando o marido de Bonnie chegou, Anne voltou no carro da chefe e pediu para lhe darem notícias.
Ligou para Linn e contou o acontecido, explicando que tinha muita coisa para fazer e não sabia que horas chegaria em casa. Linn entendeu, mas a pediu para não chegar tão tarde pois tinham que estar dispostas para o dia seguinte, no qual iriam provas os modelos de vestidos mais parecidos para o casamento.
– Linn, nós já tivemos um grande progresso por hoje, podemos dar uma pausa. – falou Cisco, já cansado do dia. Eles ficaram muito próximos, passavam praticamente o dia todo juntos.
– Eu preciso que esse robô seja perfeito, Cisco. Não acredito que esteja cansado.
– Olhe para o restante da equipe! Por hoje nós fizemos o bastante, não adianta continuar sendo que estamos saturados, inclusive você. Na segunda-feira teremos outro avanço, tenho certeza disso, mas precisamos relaxar um pouco. – falou girando a cadeira que Linn estava sentada, lhe forçando a prestar atenção no que estava dizendo. Ela suspirou.
– Você está certo. Pessoal, podem parar por hoje. Nosso trabalho está indo muito bem, e desculpem estar exigindo demais do esforço de vocês é que eu quero muito que isso dê certo.
– Tudo bem, nós entendemos e queremos que isso dê certo tanto quanto você, mas que tal comemorarmos as primeiras palavras do nosso bebê? – sugeriu uma das funcionárias, Mayara. Linn era líder daquele projeto, então as vezes era tratada como chefe. Pediu para a equipe agir normal quando ela estivesse presente, afinal, era um trabalho de equipe.
– Tem um bar aqui perto, vamos? – sugeriu Cisco. Todos concordaram e estavam de saída quando Linn foi chamada pelo chefe, falou que poderiam ir na frente e seguiu para perto do homem.
– Algum problema? – questionou receosa de ter feito algo errado.
– Não se preocupe, eu só queria saber como anda o projeto. Estou certo de que está fazendo um bom trabalho com a carta branca que lhe dei, mas é apenas por curiosidade mesmo já que me custou uma certa quantia. – falou, tentando evitar o tom autoritário e arrogante.
– Senhor, todos nós estamos dando o nosso melhor, acredite. Tivemos um progresso enorme hoje. Entretanto, eu queria pedir um pouco da sua paciência pois dentro de um mês eu irei apresentar detalhadamente o nosso robô. Estamos criando algo inovador, pode ter certeza, mas peço que confie em mim.
– Um robô inovador? Espero ansiosamente, srta. Somers.
– O senhor não vai se decepcionar. – ele assentiu e a dispensou, sabia de sua competência.
Linn entrou no elevador quase tendo uma crise de ansiedade, era assim sempre que ele lhe chamava. Adentrou no bar e logo se juntou aos colegas de trabalho. Mike trabalhava em outro departamento, então não estavam se vendo muito.
– Uma cerveja? – ofereceu May, mas Linn fez careta.
– Uma vodka, por favor. – pediu ao garçom. – cerveja é horrível, não sei como conseguem.
– Com certeza é melhor que vodka pura, Somers. – falou Cisco. Ela foi questionada sobre a conversa com seu chefe e contou por cima como fora.
Mandou mensagem para Anne lhe dizendo onde estava mas não obtivera resposta. Ficou ali bebendo pouco, evitando a todo custo ficar bêbada perto de pessoas do trabalho.
Era mais de oito horas da noite quando decidiu ir embora, a conversa estava boa, mas preferiu sair.
– Eu te acompanho até em casa. – falou Cisco, que não bebeu quase nada e preferiu ficar nos petiscos.
– Não precisa, tudo bem mesmo. – falou Linn, se sentindo um pouco tonta.
– Até segunda-feira, pessoal. Vamos, dividimos o Uber. – assentiu, aceitando a companhia.
Foram conversando até a casa dela e se despediram. Ela entrou checando o celular procurando notícias da namorada, mas nenhum sinal. O apartamento ainda vazio.
– Merda. – ligou para Anne, que atendeu e falou que estava de saída. Linn até tentou esperar, mas caiu no sono antes dela chegar.
Anne se apressou em sair, estava exausta então quando chegou, apenas tirou toda a roupa e tomou um banho rápido e deixou ao lado de Linn que parecia estar em um sono profundo e com cheiro de álcool.
– Bom dia, amor. – Anne havia acordado antes e espalhava beijinhos pelo pescoço de Linn.
– Bom dia. Tentei te esperar, mas acabei dormindo. – falou, se espreguiçando.
– Me desculpa ter chegado tão tarde, eu perdi a noção da hora. Ontem você bebeu?
– Bebi um pouco sim, mas só para socializar e comemorar mesmo. Que bom que hoje é sábado! – Anne assentiu.
– Posso saber o que foi comemorar?
– O bebê falou suas primeiras palavras.
– Que coisa incrível! Meu Deus, minha namorada cria robôs! – riram.
– Vamos levantar? Não quero ir tão tarde no ateliê.
– Claro, mas você vai tomar banho primeiro para tirar esse cheiro de vodka barata.
E Linn foi, morrendo de preguiça. Tomou um longo banho.
– Alô? Porque? Entendi, ok. Tá bom. – A curta ligação teve o poder de estragar o clima bom da casa. Anne suspirou e Linn saiu do banho. – amor, tenho uma notícia não muito boa.
– Diga.
– O marido da Bonnie ligou agora e me pediu para ir na empresa resolver algumas pendências.
– Agora?! Não podem esperar até segunda?
– Não. Olha, eu prometo que eu volto logo, não vai custar mais que duas horinhas do nosso dia. – Linn suspirou, decepcionada e assentiu. – você pode ir na frente e eu te encontro lá. – Anne falou, indo tomar um banho.
– Ok. Te mando por mensagem.
Anne se arrumou rápido e foi para a empresa, ao chegar foi informada de que teria uma reunião com os advogados da empresa sobre a quebra de contrato. Mas antes teve uma conversa com Bonnie, por telefone, para ficar a par de tudo que estava acontecendo.
– Então, ficamos combinados de propor isso e isso aqui ao senhor Price? – apontou para a cláusula do contrato. Ela leu e releu e assentiu.
– A Bonnie ainda irá revisar, mas por enquanto sim, é isso mesmo. – falou, tentando não demonstrar o quão apressada ela estava, já havia passado muito de duas horas e ela ainda não podia olhar o celular. – terminamos?
– Por hoje é só isso. – ela assentiu e saiu da sala.
"Anne, cadê você? Cacete!"
"Puta merda, você disse que era apenas duas horinhas… já são três horas da tarde!"
Essas eram apenas duas de dez mensagens que Linn lhe enviara. Ela foi o mais rápido que pode para o local indicado e quando saiu do carro, avistou sua mulher com um semblante dividido entre extremamente raivosa e triste, saindo do ateliê.
Linn notou a presença de Anne a poucos metros e então seu semblante já era apenas de raiva. Ela entrou no carro sem dar chances de Anne dizer nada.
Linn ia para casa, mas mudou a rota e foi em um bar famoso no centro da cidade. Aquele horário não era movimentado, então estava perfeito para ela. Mandou mensagem para Cisco e Mike dizendo que não estava bem mas que não queria falar sobre e queria apenas parceiros de bebida.
– Linn? Como você está? – Cisco foi o primeiro a chegar, ela já estava na quinta dose do dia. Aquela era de whisky, mas já havia tomado vodka, rum, vinho e cachaça pura. Não demoraria a sentir o efeito. Seu celular não parava de chegar mensagens. – Uma cerveja, por favor.
– Eu não quero falar, não quero pensar… só quero provar todas essas incríveis bebidas! – falou sorrindo amargamente para Cisco. Mike não demorou para chegar.
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Postei no meu perfil para prepararem os corações, né?
Será que vai dar alguma merda?
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