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Demorei?
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– Então, bom primeiro dia para nós. – falou Anne animada com o primeiro dia na faculdade. Linn já estava mais nervosa, sempre ficava assim em alguma nova etapa de sua vida. Mas estava confiante. – qualquer coisa é só me ligar.
– Certo. Bom primeiro dia, meu bem.
As salas de cada uma eram longe uma da outra, então pegaram táxis diferentes. Linn chegou e a sala não estava cheia, então poderia escolher um lugar sem pressão. Escolheu um lugar entre o meio e o fundo da sala, onde a pessoa mais próxima era um rapaz de cabelos cacheados que parecia imerso em um livro no qual ela conseguiu ver.
– Bom dia, turma. Hoje nós vamos começar com lógica matemática. – após longos minutos, a professora deu início a aula, o tempo necessário para a sala encher de alunos.
– Eu adoro quando a didática é boa. – comentou um rapaz sentado uma cadeira depois de Linn. – Franscisco, prazer.
– Linn. Eu também gosto, a senhorita Candice é ótima.
Ele assentiu e voltaram a prestar atenção na aula.
Ao final daquela aula Linn pode perceber que aguentaria aquilo por mais quatro anos. Saiu do campus e mandou mensagem para Anne, que falou que também havia tido uma ótima manhã e que estava a caminho do restaurante que combinaram de se encontrar.
– Eu fiz uns três amigos, a Jade, o Cam e a Manu. Acho que eles já se conheciam, mas me dei bem com todos, o professor começou com introdução a economia e eu gostei bastante, mas preciso fazer mais anotações. – Anne falava, rápido demais e Linn procurava processar todas as palavras.
Ambas já haviam dito como havia sido o dia e combinaram de pensar nos preparativos para o casório apenas no final de seus cursos.
Naquele momento a prioridade era a estabilidade financeira.
Logo após o almoço elas foram trabalhar, mas se despediram calorosamente prometendo uma noite regada a Netflix e fast food.
Anne estava entrando na empresa quando a recepcionista lhe falou que sua chefe estava a esperando em sua sala.
Achou estranho, mas foi o mais rápido possível. Bateu na porta, logo recebendo permissão para entrar.
– Boa tarde, em que posso ajudar? – entrou e logo notou que havia algo errado com a mulher a sua frente.
– Preciso que você revise isso aqui, você é a única que confio para não cometer erros. Eu preciso ir embora agora, fique aqui até terminar isso e poderá sair quando terminar, não precisa fazer suas outras tarefas. – falou pegando arrumando a bolsa.
– Senhora, você está bem?
– É só um enjôo, vai passar. – se levantou, mas Anne precisou correr para não deixar a mulher cair. – e tontura. Eu vou ficar bem.
– Eu vou acompanhar você até a saída, ligo para o seu marido?
– Não, eu vou no médico sozinha. Não precisa me acompanhar, fique e faça o seu trabalho.
– Eu vou fazê-lo, mas te acompanhar não vai custar muito do meu tempo, vamos? – Chamou Anne, abrindo a porta da sala enquanto ligava para a recepção pedindo que chamassem o motorista da empresa. – esses enjôos estão frequentes?
– Mais ou menos, costuma ser de manhã, mas hoje especialmente está mais forte. Já vomitei umas três vezes e nem comi nada.
– Posso fazer uma pergunta um pouco pessoal? – questionou, receosa. Bonnie assentiu.
– Quando foi a sua última menstruação?
– Oh… não! Eu sempre me preveni! – colocou a mão na testa.
– Você ainda não quer que eu ligue para o seu esposo?
– Tudo bem, eu ligo do carro. Obrigada por me alertar, Anne. Até amanhã e pode sair assim que terminar. – falou se recompondo e indo em direção do carro parado na frente da empresa.
Anne concluiu a revisão dos relatórios cerca de uma hora meia depois, mas não foi para casa, trabalhou nas tarefas que ia fazer antes de ser interrompida por mais algumas horas até decidir ir embora. Chegaria bem mais cedo que Linn em casa, então preparou um jantar para a noiva.
– Uau, que surpresa! – falou Linn ao entrar em casa, deixou a mochila no chão ao lado da porta e foi abraçar a namorada que estava lavando algo na pia. – não sei se prefiro o cheiro das panelas ou o do seu corpo…
– Tenho certeza que das panelas.
– Calúnia! Nada se compara a você, chatinha.
As semanas foram passando e uma rotina extremamente cansativa desgastava Anne e Linn, que procuravam sempre meios de ficarem juntas por algumas horas do dia.
Com a gravidez de Bonnie, muitas vezes Anne tivera que a substituir na empresa, o que acabava fazendo com que chegasse mais tarde que o normal em casa, a loira estava fazendo malabarismo para conseguir focar-se nos estudos mesmo com o cansaço.
Linn chegava horas mais cedo e usava seu tempo livre, após as atividades da faculdade, para conversar com a mãe sobre os detalhes do casamento que seria em poucas semanas, duas para ser exata.
Ela sentia falta de sua namorada, mas sabia que aquela distância não seria para sempre, mas era inevitável se sentir carente. Então sempre se ocupava com algo até ela chegar.
– Oi, meu bem! – Gritou Anne ao chegar. Linn respondera que estava na cozinha. – tudo bem? Estou com saudade. – Anne obviamente também sentia falta de ficar grudada em Linn, seus pensamentos voavam até a namorada inúmeras vezes no dia. Linn a abraçou dizendo que sentia falta dela.
– Estou bem, e você? Como foi o dia?
– Foi bom, bem cheio. Exatamente como eu gosto. E o seu projeto?
Questionou, se sentando e pegando um pedaço de pizza que ainda estava quente. Linn tinha um projeto junto com Franscisco, o rapaz que falou com ela em seu primeiro dia. Ela o ajudou a conseguir um estágio na empresa e juntos com uma equipe, eles criaram um robô que detecta alguns vírus em pouco tempo, mas ainda tinham muito o que fazer. De qualquer forma, era uma ótima iniciativa.
– Muito bem, mas ainda falta muita coisa. Mas é gratificante ver o progresso do nosso bebê.
– Bebê? Vocês estão chamando o robô de bebê?
– Talvez… mas só até termos um nome, Cisco está pensando em algo. Como vai a Bonnie?
– Vai bem, mas ainda tem muitos enjôos, tadinha.
– Começo de gravidez é sempre péssimo… – refletiu, ainda tinha dúvidas se queria passar por esse processo de maternidade, mas logo se livrou dos pensamentos. – minha mãe está louca para que provemos os vestidos de damas de honra, ela me mandou os modelos e a cor.
– Nós podemos ir sábado, que tal? – Linn assentiu e assim ficou combinado. A morena foi se deitar enquanto Anne tomava banho para poder se juntar ela ela.
Linn estava quase pegando no sono quando sentiu os braços de Anne lhe acochegarem.
– Linn?
– Oi?
– Eu sei que estamos distantes, e eu morro de saudade de você e é um sentimento que não passa mesmo eu estando com você nos braços, mas logo, logo as coisas ficarão menos agitadas nas nossas vidas e poderemos dar mais atenção uma a outra, tá certo? Eu só não quero que esqueça o quanto eu amo você. – falou acariciando a bochecha de Lin. Mesmo no escuro ela sentiu o sorriso em seus lábios.
– Eu sinto muita saudade de nós naquele grude, mas sinto muito orgulho de sermos duas mulheres ocupadas, nosso futuro agradece. E eu te amo, ainda vou ficar muito grudada em você, viu? – falou Linn, a abraçando mais, se é que era possível. Logo adormeceram.
– Vocês não podem quebrar o contrato dessa forma! – esbravejou Bonnie, se levantando da cadeira, inconformada com a atitude de um dos sócios mais importantes para a empresa, Marcos Price. – Pelo amor de Deus, vocês perderão milhões.
– Nós estamos cientes disso, mas é assim que queremos e iremos fazer.
– Vocês não estão dispostos nem a negociar? Tenho certeza que podemos chegar a um acordo que não vai fazer com que nas as empresas se prejudiquem. – Interviu Anne, vendo que Bonnie estava muito nervosa e aquilo poderia ser perigoso para tão pouco tempo de gestação.
– Que acordo? Quem é você mesmo?
– Anne Parker, senhor Price. E tenho certeza de que se nos der algum tempo para criar um contrato de benéfico para todos os lados, você ficará satisfeito com a proposta. – sustentou o olhar arrogante do homem velho a sua frente, os anos de experiência o fizeram ponderar.
– Tudo bem. Duas semanas. É isso, até lá. Vamos, rapazes. – falou saindo junto com outros dois senhores aparentemente mais novos.
Anne soltou a respiração que não percebera que estava prendendo.
– Obrigada por isso, com os hormônios que esse ser está me fazendo ter, provavelmente essa jarra estaria na cabeça dele.
– Agora temos que contatar nossos advogados. – Bonnie assentiu, se levantando e rumando para a saída.
Ela parou de repente e olhou para suas pernas ensanguentadas, entrando em pânico.
– Anne, pegue a chave do meu carro e me leve para o hospital agora! – falou antes de sentir uma pontada muito forte na barriga.
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