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Boa leitura, bbs ❤️
Anne sabia que esse momento iria chegar, mas tinha um medo absurdo da sogra não gostar dela.
– Bem… eu não sei, amor.
– Seria incrível, você conheceria outro país, além da minha mãe. Vocês já se falaram, Anne. – insistiu Linn, segurando as mãos da namorada.
– Eu teria que pedir para adiantar minhas férias…
– Por favor… por mim, vai! – falou com uma expressão tão fofa que não teve como negar o pedido.
– Ok, ok. Vou falar com a Bonnie. Não quero abusar da nossa amizade.
– Não vai, tenho certeza que ela vai entender.
Anne assentiu e continuaram a comer as batatinhas.
– Sabe, já que eu vou viajar com você, você poderia fazer um pequeno esforço por mim, não é? – falou com um sorriso travesso.
– Claro, o que?
– Quero que vá a um jantar na minha casa, quero que minha mãe conheça você.
Linn, que estava deitada até aquele momento, levantou-se abruptamente.
– Não é uma troca justa! Sua mãe me odeia, Anne!
– Ei! Linn, calma. Respira, pelo amor de Deus.
– Eu tô calma, mas sua mãe não vai nem me deixar entrar na sua casa.
– Se eu falar com ela, a convencer a te conhecer. Você iria?
– Ela vai aceitar só para botar veneno na minha comida, amor.
– Por favor! Por mim, vai… – Jogo sujo, pensou Linn.
– Usando as minhas armas contra mim?
– É que eu aprendo rápido. Mas e aí? Aceita? Uma noite, só isso que te peço.
Linn revirou os olhos.
– Uma noite. Uma. Se não nós entendermos, você esquece isso?
– Esqueço, mas você tem que tentar.
– Tá, tá. Você vai para casa hoje?
– Vou, eu tenho que ver com a Bonnie amanhã se vai dar certo conseguir as férias.
– Está ficando tarde, melhor não arriscar a entrar em um carro tão tarde assim.
– Eu preciso comprar um carro.
– Eu tenho minhas economias, mas sou um desastre até naqueles carrinhos de bate-bate.
– Eu sou uma ótima motorista, meu tio me ensinou quando eu era mais nova.
– Seu tio? Olha, algo que não sabia sobre você; uma pilota de fuga.
– Idiota. É, o irmão da minha mãe. Nós éramos bem próximos, mas ele sofreu um acidente no trabalho e, bem, não resistiu. Ele era o pai que nunca tive.
– Sinto muito, meu bem. Vem cá. – Abriu os braços e Anne aconchegou-se.
Ficaram ali namorando mais um pouco até Anne ter que ir embora.
– Boa noite, vou ficar olhando a viagem viu? E ah, vou cobrar umas aulas de direção. Eu te amo, tchau. Boa noite, Marcus. – dividiram o carro até a casa de Linn e depois para a casa de Anne.
Quando chegou, a mãe já estava dormindo, então ela tomou um banho e fez o mesmo. Mas antes repassou na cabeça os argumentos para poder fazer o tal jantar acontecer.
– Anne, não! – esbravejou Claire, completamente contrariada à ideia do jantar.
– Por que, mãe? Você não tem motivo nenhum para odiá-la!
– Ela fez você virar essa anormalidade!
– Pelo amor de Deus, eu nem conhecia ela quando me dei conta que era lésbica! Eu nasci assim, se não fosse ela, seria outra mulher que eu iria querer que conhecesse.
– Eu não tenho que aguentar isso na minha casa, Anne. É abominável. Eu não quero.
– Olha, eu só te peço uma chance. Um jantar. Apenas um. Se você ainda não suportar ela, eu esqueço e não faço com que vocês se falem nunca mais.
Claire ponderou. Sabia que não iria gostar nem um pouco da menina, não havia essa hipótese em sua cabeça. Ela não aceitava e tinha certeza que não iria mudar de ideia.
Respirou fundo.
– Um jantar. Um. Mais nada. – falou e Anne a abraçou. A loira estava convicta de que bastaria um jantar para que ambas passassem a se aturar.
– Obrigada, obrigada! Sexta-feira, viu? Vou falar com Linn, mas agora tenho que ir para o trabalho.
– E essa mochila?
– São algumas roupas, eu vou deixar algumas coisas na casa da Linn.
– Você vai sair de casa de novo?
– Eu fico lá por muito tempo, só quis levar mais roupas. Mas teria algum problema em sair?
– Você vai deixar sua mãe sozinha?
– Eu não vou sumir, mãe. Estarei sempre por perto. E você pode me visitar. Mas por hora, espero que tente entender que eu gosto de estar do lado da minha namorada, que moramos juntas por muito tempo e que lá virou meu lar.
Claire abaixou a cabeça, triste por saber que Anne tinha razão sobre a casa não ser um lar de verdade a muito tempo.
Apenas assentiu e Anne lhe deu um beijo na testa, saindo porta a fora. Ela precisava falar com Bonnie o quanto antes para anular a demissão da mulher que ficou em seu lugar porque iria pedir alguns dias de férias.
Ela sabia que podia pedir, pois passou quase um ano lá e não teve férias, então sabia que não seria um problema para Bonnie.
Quando saiu da empresa, se viu radiante. Teria um mês para dar toda sua atenção para Linn e principalmente para a viagem. As duas agora recebiam bem e não seria um problema viajarem para tão longe.
Abriu a porta do apartamento de Linn, que mal era vista no meio daqueles lençóis e travesseiros.
– Bom dia, flor do dia! – falou abrindo a janela próxima a cama e deixando o ambiente mais claro.
– Eu espero que para ter me acordado desse jeito, você no mínimo tenha comida aí com você. – resmungou abrindo um olho. Anne riu e deitou-se com ela, que se aconchegou e a olhou.
– Mas é claro que trouxe comida. Café, alguns salgados e um pedaço de bolo.
– De chocolate?
– Óbvio. Nós passamos um tempo longe, mas eu ainda conheço você, Somers. Agora levanta daí e vamos viver esse dia lindo!
– Me dá só cinco minutinhos para a minha alma voltar para o corpo, pode ser?
– O café vai esfriar… – falou olhando as próprias unhas, debochando.
– Argh, vou só escovar os dentes então. – falou levantando a contra gosto. Anne só observou a cena. Linn estava com uma blusa preta que cobria só metade da sua bunda e uma calcinha relativamente pequena.
Que saudade que estava de vê-la assim, pensou, com a cara inchada e o mau humor matinal. Mas Anne sabia que era só até ela comer. Então a esperou terminar para dar-lhe as boas novas.
– De antemão, eu quero te avisar que hoje eu estou bem elétrica. Então, eu quero conversar com você sobre várias coisas.
– Anne, meu bem, calma. Fala só um pouquinho mais devagar para eu te acompanhar.
– Eu consegui minhas férias, você já tem o dia para irmos?
– Eu estava pensando em ir já na próxima semana, na segunda.
– Ok, que bom, porque o nosso jantar com a minha mãe é sexta feira.
Linn conteve a vontade de revirar os olhos, mas assentiu.
– Eu acho que preciso comprar umas roupas para ir lá. Mais decente, né.
– Eu quero que você vá do jeito que se sentir bem, meu amor. Eu não quero que minha mãe goste de algo inventado. E sem contar que você é adorável.
– Eu queria que ela também achasse isso, mas… – deu de ombros, terminando o café.
– Vai dar certo, tá bom? Eu vou estar do seu lado. – Linn assentiu e se abraçaram.
– De qualquer forma, eu quero mesmo comprar algo novo. Vamos chamar o Mike? Faz tempo que não saímos juntos.
Anne concordou e mandou mensagem para o amigo, que falou que iria levar a irmã mais velha dele, Clary.
Lá os quatro compraram coisas novas e Clary se deu bem com o casal. Ela era casada a quase dez anos com o marido e ainda falava apaixonadamente do mesmo. Era isso que Linn e Anne queriam para elas. Ouviram atentamente a história da mulher enquanto comiam, com todos já com várias sacolas.
Voltaram quando estava anoitecendo, todos exaustos, porém satisfeitos.
– Obrigada meninas, foi um prazer conhecê-las! – falou as abraçando quando estavam na porta. Se despediram e entraram em casa.
– Eles são praticamente iguais, você viu? Eles falam gesticulando, tive que me segurar para não rir. – comentou Anne enquanto entrava no banho.
– Claro, foi impossível não perceber. Eles falaram a mesma coisa na mesma hora várias vezes. Mas achei bonita a ligação deles. – respondeu Linn, ligando a TV e colocando um filme. – vamos ver um filme?
– Meu bem, eu estou morta. Pode ser só um episódio de alguma série?
– Pode, aliás, lançou episódio novo de good place, vamos ver?
Anne já tinha saído do banho e foi colocar uma roupa quentinha para, então, aconchegar-se no peito do seu amor.
Não demorou muito para que acabasse, ambas estavam muito sonolentas então quando acabou Anne foi para cama e Linn tomou um banho rápido e logo se deitaram juntas, em uma conchinha confortável. Adormeceram em poucos minutos.
A sexta-feira havia chegado e com ela o pesadelo de Linn; jantar na casa da sogra.
Com um pequeno detalhe.
A sogra a odiava.
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