16
Ela retribuiu os toques, e deram início ao beijo. A boca de Linn era carnuda e a da outra pessoa era pequenininha, então Linn sentiu como se estivesse dando o primeiro beijo novamente.
Talvez fosse o álcool, ou só não havia encaixado, mas ela gostou da pegada.
Anne sentiu um empurrão, e notou que a multidão havia voltado a dançar feito doida e acabou perdendo de vista quem tinha acabado de beijar. E não havia nem como procurar, pois Anne não fazia ideia de quem era. Só sabia que era uma mulher por conta do cabelo grande. Lhe restava apenas procurar Linn para saber se ela também havia beijado alguém.
– Te achei! É incrível a sua capacidade de sumir, sabia? – Anne falou, quando encontrou a amiga no banheiro.
– Obrigada, muitos anos de prática. E aí, beijou a menina do bar?
– Olha, não sei. Mas beijei alguém, só que me empurraram e não deu para ver quem era a moça, então desencanei. E você?
– Olha, eu acho que beijo muito mal. A pessoa simplesmente sumiu quando o beijo acabou, então eu presumi que nem pra beijar eu sirvo. Por isso estou aqui, quase no final dessa garrafa.
– Só deve não ter encaixado. Não fica paranóica.
– Não sei, eu queria saber se beijo mal mesmo. – Anne estava alcoolizada, então não estava pensando direito. Se aproximou de Linn, ficando atrás dela, que estava apoiada na pia e a olhava pelo espelho.
– Se você quiser, eu posso tirar essa tua dúvida...
– É, você pode sim. - Falou, se virando. Quando Anne pegou sua cintura e nuca, a puxando, teve um djavu. Linn parou na mesma hora também, se afastando. – eu acho que a gente se beijou a alguns minutos.
– Caralho! Linn, eu juro que não sumi, alguém me empurrou e eu não pude voltar para onde estava, porque eu não fazia ideia de onde estava exatamente.
– Anne, eu entendi. Que vergonha. Que Merda.
– Não, não, não! Eu acho que deveríamos tentar de novo. Agora, no claro. Com mais calma.
Linn assentiu e elas se aproximaram novamente.
– A gente vai se lembrar disso amanhã?
– Provavelmente não. – e selaram os lábios, dessa vez, em um encaixe perfeito. Anne apertava a cintura de Linn a cada mordiscada no lábio que recebia. Podia sentir a garota sorrindo e passando a mão em seu cabelo, puxando de leve.
Ambas nunca haviam sentido as famosas borboletas no estômago, mas experimentaram essa sensação juntas. Não queriam parar o beijo, mas necessitavam de ar. Pararam, ofegantes.
– Isso foi muito, muito bom. – Elogiou Anne, notando o rosto vermelho da garota.
– Foi bom mesmo... – Elas ficaram se entreolhando, até começarem a rir. – eu não acredito que fizemos isso!
– Nem eu! Mas que bom que fizemos. – as risadas pararam, e as duas se encararam, dando início ao terceiro beijo.
No dia seguinte, elas não tiveram tempo de conversar sobre o acontecido, Linn não se lembrou exatamente na hora em que acordou, mas ao se despedir de Anne, deu um selinho rápido e se lembrou imediatamente do ocorrido.
O apagão, o beijo e o segundo beijo. Ficaram paradas, mas Linn despertou e saiu quase que correndo.
"Ei, espero que não fique estranha" Estava no meio do expediente quando Anne a mandou mensagem. Estava com tempo livre, então respondeu.
"Nem eu..."
"A gente pode esquecer isso se você quiser"
"Eu não sei o que quero. Acho que não consigo esquecer"
"Nem eu" ela não sabia mais o que responder. "Eu não quero que se sinta desconfortável, Linn"
"Acho que só tenho medo de estragar nossa amizade"
"Nada me afastaria de você." Linn não queria, mas sorriu automaticamente. Quanto mais Linn pensava no beijo quente de Anne, mais queria repeti-lo.
"É bom saber disso."
"Eu estava pensando, você só conhece as boates de Londres, né?"
"É, nunca conheci Londres de verdade"
"Vou ser sua guia turística. Você pode chegar em casa um pouco mais cedo?" Linn falou que sim e perguntou onde iriam. "Turistar, leve sua câmera" Linn adorou a idéia e foi terminar algumas pendências para sair logo, ficou pensando em fotografar Anne. Com certeza seria uma ótima modelo.
– Juro que tentei sair mais cedo que consegui, mas aqui estou eu. – Falou abrindo a porta, se deparando com uma Anne com uma roupa bem descontraída. Calça moletom e uma blusa branca de manga comprida, ficou linda, pensou.
– Tudo bem, ainda está claro, é o suficiente. Vai se arrumar, garotinha. Logo, hein. – ela estava arrumando uma mochila com algumas besteiras e uma toalha de mesa, caso precisassem.
– Blablabla, precisa que eu leve algo?
– Eu peguei sua câmera, okay? Só você mesmo está bom. – Linn assentiu e foi se arrumar rapidamente. Usava uma calça moletom e um blusão do Harry Potter, preto, obviamente.
Foram de táxi, Anne falou que Linn tinha que andar de ônibus, mas que queria ver o pôr do sol e iria demorar.
– Já ouviu falar do Primrose Hill?
– É um parque né?
- É, de lá dá pra ver o pôr do sol, é muito bonito.
- E porque você quer me levar lá, Anne?
- Você é a minha amiga, Linn. É um passeio normal. - Linn relaxou um pouco e a viagem foi silenciosa. - Chegamos!
- Uau! - Linn sempre gostou de parques, mas esse sem dúvida superava todos os outros. O céu fazia um contraste maravilhoso aos olhos da garota. O sol já estava baixo, então alguns raios eram vistos. - Aqui é muito lindo, puta merda, Anne.
- É um dos meus lugares favoritos, eu sempre vinha aqui com a minha mãe quando era menor e as vezes sozinha. Só para apreciar a vista mesmo. Quer saber uma curiosidade sobre esse lugar?
- Hm?
- Já encontraram um corpo aqui.
- Eita, e você gosta daqui?
- Relaxa, faz muito tempo mesmo, tipo, em 1600 e bolinhas. Sei que ficou conhecido por causa disso, mas não muda o fato de ser lindo. Né? - Linn assentiu enquanto estendia a toalha junto com Anne. - Trouxe umas besteiras pra gente comer.
- Eu tô sem fome.
- Milagre - Linn fez careta enquanto dava de ombros.
Próximo a elas, uma criança brincava com um cachorro e dava gargalhadas contagiantes. Anne riu junto, a olhando. Linn tirou uma foto mesmo na hora, adorava tirar fotos espontâneas. Ao notar a câmera, Anne deu um sorriso enorme e Linn sabia que essa seria uma de suas favoritas.
- Passa essa câmera pra cá, chega de fotos minhas. - pegou a câmera, mas Linn não gostava de ser fotografada, nunca gostava do resultado. - Olha pra cá.
- Não, não quero tirar foto Anne, sai! - Falou, cobrindo o rosto.
- Chata! Tá bom. Parei. Vamos comer?
Ficaram ali conversando por horas. Uma daquelas conversas que nunca acabam. Anne conseguiu tirar uma foto de Linn no momento em que ela se distraiu, mas ela não tinha visto ainda. Ficaria com aquela foto só para ela. Anne não tirava a noite anterior da cabeça, mas tentava não falar sobre isso. Tentava.
- Linn, eu tenho que te dizer uma coisa.
- A última vez que você me disse isso não foi muito bom, mas pode dizer. - Anne fez careta, mas prosseguiu.
- Eu entendo que você não quer perder a amizade, mas...
- Anne, eu... - Anne a interrompeu, tinha que falar.
- Não, Linn, se eu parar agora eu vou perder a coragem. Enfim, eu também não quero perder a amizade, e não vamos! Juro. Mas a verdade é que eu realmente gosto de você, como eu nunca gostei de ninguém. Esse sentimento me assusta, mas é isso. Eu gosto de você, Linn Somers! Eu só preciso de uma chance, por que na real mesmo, eu quero te fazer tão feliz que não importa se vai ser sendo minha amiga ou minha garota. - Linn ficou sem palavras, era muito manteiga derretida, então estava tentando respirar fundo e mandar o nó em sua garganta para longe.
- Anne, o que eu estava tentando dizer é que eu não parei de pensar sobre ontem e em você. E quanto mais eu penso, mais eu quero. Eu também gosto muito de você, Anne Parker. - Anne pulou em cima de Linn, a derrubando e indo junto. Deram gargalhadas, mas logo pararam. - E no beijo. Quanto mais eu pensava, mais eu queria. Quero.
A cada beijo, o encaixe e a paixão ia ficando melhor e mais forte. Era surreal ter alguém tão completo ao seu lado. Ficaram ali, aos beijos, por mais alguns minutos. Entre conversas paralelas uma descobria mais um pouco sobre a outra.
- Linn? - Ela fez um "hm". Estava deitada no colo de Anne. - Namora comigo? - Linn levantou quase que no susto.
- O-o que? - Anne sorriu e levantou-se.
- Linn, garota mais irritante e bipolar do mundo. Mais esfomeada, arrogante, linda e incrivelmente branca. Ser humano mais incrível que já conheci... Namora comigo?
- Anne, garota mais chata e louca, mais fraca pra bebida e melhor pessoa do mundo todo... Sim! Sim! - aceitou, se levantando e beijando a recém namorada, a rodopiando no ar. - Que dia é hoje?
- 16.
- 16 de março, nosso dia! - falou e ficaram ali, namorando até decidirem voltar para casa e comer pizza com a promessa que Anne a levaria para mais pontos turísticos.
- Te levo até a lua, garota!
Espero que tenham gostado, Sorry pelo capítulo ter ficado grande.
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