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13

Anne achou estranho a demora de Linn e queria ir também, então foi atrás. Ao entrar, viu duas garotas aos beijos no canto, uma parecia familiar, mas estava de costas.

– Linn? – A chamou e o banheiro ficou em silêncio. Linn saiu do box rapidamente e encarou o casal que estava se pegando e tentou sair, mas foi impedida pela garota. Anne pôde ver quem era. 

– Espera, me deixa explicar. – Linn a olhou bem séria, dava para sentir o ódio em seus olhos.

– Eu já ouvi o bastante. Me solte. – Falou a última parte pausadamente e se soltou com uma certa brutalidade e saiu do lugar, Carly fez menção de ir atrás, mas foi impedida por Anne, que mesmo sendo menor não a deixou passar com um empurrão.

– Você não acha que já foi escrota demais por uma noite, não? Você estragou tudo com uma pessoa incrível. Parabéns. – Falou e saiu a tempo de ver Linn pagando a conta e saindo. Apressou o passo para a alcançar.  – Ei, ei, calma. Vem cá, tá tudo bem. Ela nunca te mereceu. – Quando Anne chegou perto, Linn se jogou em seus braços sem falar nada e ficaram ali por um tempo.

– Você estava certa. A gente pode ir embora daqui? 

– Claro. Casa? – Linn assentiu e pegaram um taxi. 

Linn não ficou magoada exatamente pela traição, mas por causa da mentira. Odiava mentira. Não gostava o suficiente de Carly para sentir ciúme, mas havia se deixado levar e se aberto para sentir algo por ela. E como sempre quebrou a cara. Era hora de levantar seus muros novamente. Seu celular não parava de vibrar com as mensagens e ela desligou o celular. Só queria um banho e sua cama. E foi exatamente o que fez quando chegou em casa. 

Anne não sabia o que falar ou fazer. Linn parecia não querer qualquer tipo de contato humano. Quando saiu do banho foi direto para a cama. Tomou um banho e ao sair viu Linn escrevendo no celular. Deitou-se ao seu lado e a garota mostrou a tela. 

“Só estou esclarecendo mais ainda que tudo entre nós acabou. Eu nunca senti nada muito forte por você, então não vai achando que é ciúme. Eu errei em confiar em você, mas obrigada por me mostrar quem és logo. Não me incomode mais. Tchau.” Era a mensagem que ela havia enviado para Carly. 

– Muito bom, agora, vem cá. – Anne abriu os braços e Linn se aconchegou em seu peito, ficando com a respiração mais leve rapidamente.

– NÃO, PORRA! Me solta! – Anne acordou com os gritos de Linn, que se debatia na cama como se quisesse se afastar de alguém. Acendeu a luz e viu o que podia fazer. Quase não conseguiu chegar perto dela sem levar um tapa, mas segurou seus braços com toda força que tinha e notou que mesmo de olhos fechados, as lágrimas rolavam em seus olhos. – Me deixa em paz, por favor… 

– Linn, acorda! – Falou mais alto e ela abriu os olhos, ofegante. Abraçou Anne, que estava em cima dela e chorou feito um bebê até dormir novamente. Não falaram uma palavra, mas Anne demorou para dormir. Estava preocupada com a amiga, queria saber com o que ela tinha sonhado.

Dormiu quando já estava quase amanhecendo, então acabou perdendo o alarme. Linn já tinha saído, o que era estranho, pois elas sempre tomavam café da manhã juntas. Mandou uma mensagem perguntando como ela estava e foi trabalhar com o pensamento em Linn.

‘’Bom dia, está tudo bem?” 

Ao ler a mensagem, Linn respondeu mentalmente “Claro, você conheceu a louca e problemática que sou e eu estou morrendo de vergonha agora, mas está tudo bem”, mas respondeu que estava tudo bem e pediu para a amiga esquecer o que havia acontecido e deixou o celular o resto do dia longe. Tentava ocupar sua cabeça com outra coisa além do motivo do seu pior pesadelo.

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