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𝖎. Sometimes You Lose

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─ Você não pode fazer isso comigo!

─ É minha filha, faço o que eu quiser com você!

Ursa atingiu a mesa de vidro com as palmas abertas, a ardência que subiu por sua pele alimentou mais a raiva crescente em seu peito, ameaçando engoli-la.

─ Está arruinando minha vida.─ Declarou, feroz.

Druella reservou um instante para piscar os olhos, surpresa com a audácia da adolescente, nem mesmo a estúpida Andromeda ousara dizer tais palavras à ela. A mulher riu, divertida. A xícara presa em seus dedos tremeu e uma ponta de desdém pairava por suas feições.

─ Não seja tola, criança. Eu a dei o sonho de qualquer menina, um marido sangue-puro e rico, um herdeiro ainda por cima!

Druella depositou a porcelana na mesa de vidro e lançou um breve olhar para a criada nas sombras, acenando suavemente com a cabeça.

─ Você me deu Sirius!─ Ursa exclamou, arrastando os braços pela mesa, levando a bandeja de chá e as xícaras ao chão num ato furioso. Druella ergueu uma sobrancelha e a criada soltou um guinchado, assustado.─ Não me venha com essa de herdeiro! Só Walburga e Orion ainda acreditam que ele vai milagrosamente desenvolver algum senso naquela cabeça oca, é só questão de tempo até Regulus ser o herdeiro!

─ E quando esse momento chegar, Regulus também será seu.─ Falou a matriarca da casa, estalando os dedos e os apontando para os cacos de porcelana espalhados pelo carpete, sem oferecer mais algum olhar para a própria filha.─ O acordo com Walburga é casá-la com um herdeiro. Se é Sirius ou Regulus, não me importa.

É um encerramento. Silêncio abrupto e desviando o olhar, tratando-a como uma mera partícula de poeira, é maneira com a qual Druella Rosier preferia tratar suas filhas quando perdia interesse no que classificava como birras sem sentido.

Fora derrotada, mas sua boca ainda borbulhava com os berros que desejava tanto liberar.

Isso é injusto, pensou Ursa.

Ela construiu uma reputação para si mesma do zero por conta do trio de irmãs que vieram antes dela, alcançara um patamar novo por completo entre os sonserinos. É o exemplo que ofereciam aos mais novos quando pensavam em disciplina. Em seus cachos loiro-escuro, uma coroa moldada por influência e poder fora colocada, um ato que nem mesmo Bellatrix conquistou, apesar de ter sido cercada por sonserinos interessados pela Arte das Trevas e conhecida desde sempre como a namorada de Rodolphus Lestrange.

Tudo porquê Druella a disse que teria um marido rico e que compartilhava de suas mesmas opiniões, alguém que oferecia alguma atribuição política à sua família. Um preço que deveria pagar por não ter nascido um homem, como uma curandeira competente prometeu.

Mas, agora, mãos sedentas a empurraram para Sirius Black. Um maldito traidor de sangue que desperdiçava tempo com outros traidores de sangue, mestiços e sangue-ruins. Que se orgulhava de estar na casa dos leões, desprezando Ursa e Regulus no processo, sem nem mesmo oferecer um mísero olhar para quem partilhava o mesmo sobrenome.

Ursa mordeu os lábios com força, sangue invadiu sua boca.

Não só seus olhos, mas como suas veias queimavam quando levantou-se, decidindo que não se humilharia ainda mais ao cometer o erro de derramar lágrimas em frente de sua mãe.

Prometeu a si mesma poucas coisas. E não quebraria nenhuma delas.

─ Tenha uma boa hora do chá.─ Cuspiu, imitando o desdém no tom de Druella.

Ursa Cordella Black partiu, porém não silenciosa. Ela chutou o pé da mesa de centro e bateu as portas com tanta força que sacudiu os quadros presos nas paredes, seus passos firmes compunham uma melodia pela mansão pertencente à Cygnus Black III numa ilha bruxa no mar europeu.

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Ursa grunhiu consigo mesma, empurrando as mãos em direções contrárias, encontrando conforto no som dos lençóis sendo rasgados antes de largá-los, observando-os flutuar até cair sobre o assoalho. Passou-se horas, se não estivesse errada, mas a fúria que ainda agitava seu peito, provocando-a com o pensamento de ordenar que Mine as aparatasse na casa ancestral Black, onde seria capaz de incendiar o quarto de Sirius ou até mesmo matá-lo pela audácia de aprisioná-la a ele por conta de uma provocação mesquinha após Walburga Black ordenar que ficasse em seus aposentos durante o baile, fingindo ser nada além que um mero fantasma, numa tentativa de impedir que seu primogênito envergonhasse os Black ainda mais com seu comportamento inaceitável, o que fora um erro quando é levado em conta que a retaliação de Sirius Black veio na forma de champanhe enfeitiçado, gerando uma cena desconfortável do já idoso Conrad Crabbe tossindo pernas enquanto lentamente assumia as feições de um pombo cinzento.

Bom, Druella teria muito a dizer e Cygnus não desperdiçaria a chance de aplicar uma punição. Mas valeria a pena. Ursa sabia que valeria.

Bufando e cruzando os braços, os olhos cinzas vagaram pelas paredes de seu quarto, a coloração esverdeada que podia-se ser encontrada junto à cor prateada nos cachecóis e suéteres dobrados em uma poltrona próxima, na pequena bandeira que exibia o emblema da Sonserina. E desejou estar em Hogwarts, caminhando pelos corredores de pedra escorregadia das masmorras ao lado de Bessie Parkinson e Alexandria Selwyn, gargalhando de algum comentário especialmente ácido feito por Severus Snape ou compartilhando doces artesanais vindos diretamente das mãos dos sonserinos do sétimo ano, os quais tinham prazer em misturar açúcar com ervas alucinógenas, com Evan Rosier enquanto escutava as divagações de Mulciber.

Lá, exibindo sua coroa e seu título tão orgulhosamente, Sirius Black não passaria do menininho covarde que é sedento por atenção que tanto buscava escapar e que imploraria aos seus pés quando percebesse que suas ações acarretaram num erro, sendo punido pelo pecado de interferir nos caminhos de Ursa.

─ Tenho certeza que a ouvi choramingando em algum canto.

Ela virou o rosto para a porta. Ar fugiu de seus pulmões por um momento, aqueles cachos escuros que caíam pelos ombros pontudos e rosto inclinado para frente numa provocação silenciosa... Ursa quase separou os lábios, chamando pelo nome que atormentou aqueles corredores por longos e tortuosos meses quando a figura deu um passo a frente, a aparência maliciosa que carregava cada traço a direcionou um nome único e distinto.

Ursa bufou, silenciosamente zombando de si mesma por ser tola o bastante para pensar em tal possibilidade, esticando a mão para agarrar mais um lençol que cobria sua cama.

─ Não sou eu quem choraminga por aqui, Bells.

Bellatrix ergueu as sobrancelhas grossas, surpresa com o tom cortante. Se bem lembrava, sua pequena irmãzinha mal poderia escutar um murmúrio desgostoso vindo de Druella ou Cygnus antes de desabar em lágrimas, tornando-se alvo de mais olhares críticos, além receber constantemente a punição de alimentar-se somente com ervilhas, as quais a deixavam com o rosto vermelho e inchado, lutando para respirar até fosse solicitado a presença de sua curandeira em seus aposentos.

Agora Lestrange, a bruxa não deixa de sorrir, pensando na atitude adotada por Ursa. Sem dúvidas, aquela coisinha selvagem afiara as garras em alguma das pedras anciãs de Hogwarts, a verdadeira questão é o que fará com elas quando finalmente aprender a usá-las. Certamente, será mais útil nas mãos capazes de seu Lorde em vez de estar esquentando os lençóis de algum tolo ignorante.

─ Devo lembrá-la com quem está falando, querida Ursa?

A adolescente não expressou nada, além de um claro desinteresse ao assisti-la retirar sua varinha naturalmente curvada das vestes escuras que nunca ousara abandonar, afinal ironicamente não havia cor que a servia melhor do que o absoluto preto. O som do lençol esverdeado rasgando-se, preenchendo o silêncio entre as irmãs enquanto Ursa continuava a manter suas orbes jactanciosas na figura de Bellatrix, não desviando ou piscando, uma atitude que ninguém parecia capaz de reproduzir.

─ Convenceu nosso pai de participar do seu...─ Ursa estalou a língua.─ fantástico grupinho?

Bellatrix revira os olhos, escondendo novamente a varinha, caminhando na direção da cama, jogando-se no colchão já descoberto após Ursa mutilar todos os tecidos que o cobriam. E com uma mão na bochecha, arrastando as unhas curtas e sujas pela costura responsável por conter a espuma, cantarolou:

─ Se olhasse os jornais, saberia que não é uma simples brincadeira. É o futuro batendo em nossas portas!

Ursa a ofereceu um olhar vazio, escondendo a tensão que sentia instalando-se em seus músculos, congelando-os enquanto imagens da nova edição do Profeta Diário que fora lido em alto e bom tom naquela manhã por Druella, relatava um massacre misterioso numa vilarejo trouxa, cujos corpos foram espalhados pelas estradas, um prenúncio das trevas iriam cobrir toda a Grã-Bretanha, caso o bom humor da alta sociedade bruxa fosse um indicativo suficientemente poderoso.

Angústia distorce suas entranhas e aperta seu peito quando lembra-se que, no mês passado, as vítimas haviam sido um casal. Uma mestiça e um nascido-trouxa que já possuíam uma pequena menininha. Mortos cruelmente, as vísceras penduradas nas janelas, enquanto sua filha de cinco anos fora torturada pelo que desconfiaram ser pela maldição cruciatus, abandonada com os ossos quebrados e a mente destruída.

A semelhança fora tanta somada a implicação na expressão orgulhosa de Druella, Ursa mal conseguiu conter o enjoo ou esconder as mãos trêmulas. Precisou trancar-se no próprio quarto, rasgando todos papéis ao seu alcance e pisoteando suas penas, até mesmo suas preferidas. Qualquer meio para impedir a si mesma de cometer um erro drástico.

─ Ele não hesitará por mais tempo.─ Bellatrix articula, mastigando o lábio inferior, as palavras difíceis de reconhecer.

Ursa piscou os olhos, puxada para fora de seus pensamentos, e franziu as sobrancelhas, descrente.

─ E pode culpá-lo?─ Um cacho chicoteou sua bochecha quando virou-se para fitá-la.─ É um risco a correr.

─ Um risco?─ Bellatrix riu, um som estridente e insano.─ Uma nova era está chegando!─ Ela ajoelhou-se e jogou-se sobre a irmã, os braços esticados sobre os ombros, mãos abertas como se estivesse afastando as nuvens cobrindo a visão de Ursa.─ Imagine só! Um mundo onde bruxos que não se juntaram com o sangue podre dos trouxas estão no poder. Sem sangue-ruins. Trouxas. Ou qualquer criatura imunda.

─ Parece como um sonho.

E realmente queria dizer tal coisa. Soava exatamente como um sonho delirante, febril. Um retrato fiel do que sempre esteve presos em suas garganta, apenas sendo proferidos na proteção de suas mansões, cercados por objetos presos à magia negra, onde sua riqueza é vista por todas as paredes. Um desejo impossível, mas, que tornou-se uma possibilidade brilhante, bem ao alcance dos dedos desesperados.

─ É uma realidade.─ Sibilou Bellatrix em seu rosto, sombria e orgulhosa.

A respiração quente batendo contra a nuca de Ursa, acendendo o horror que sentira ao ser confrontada pelas as notícias.

─ Lorde das trevas, ─ Começou, conspiradora.─ até pode dá-la um marido de sua escolha.

Erguendo uma mão até a da irmã, questionou-se à si mesma se Bellatrix Lestrange utilizou tal tom quando despedaçou famílias, mas ainda assim, o que escapou de sua boca fora:

─ Um marido.

─ Sim!─ Ela escorregou para seu lado, podendo assim fitar o rosto de Ursa.─ Puro-sangue, rico. Aquele que desejar.

─ Não Regulus.─ Ursa falou, espreitando o olhar.

É um tormento imaginar-se trocando votos com Regulus. O menino poderia facilmente ser seu irmão mais novo pela forma que acabava sempre empurrada para o dever de observá-lo nos bailes e tinha suas saias puxadas até estar sentada ao seu lado, dividindo os brinquedos de madeira. Quando entrara em Hogwarts, Regulus era uma criança trêmula e desconfiada, machucada pelo fato de seu irmão não ter ido até ele para uma conversa após a seleção que o marcou como um sonserino. Mais um na família. Deixando Sirius com o título de vergonha por assumir as cores vermelhas e douradas da Grifinória.

A única pessoa que o entendia e vice-versa foi Ursa, que o apresentou ao seu grupo de amigos formados por Evan Rosier, Bessie Parkinson, Severus Snape e Dorian Mulciber. E o incentivou a ser amigo de Misery Wilkes e Chase Burke para que tivesse companhia nas aulas diárias. Ela garantiu que o menino ficasse distraído o suficiente para não pensar nas escolhas dolorosas de seu irmão mais velho, substituindo o papel de Sirius conforme o tempo passava.

Bellatrix revirou os olhos, os dedos dispararam, agarrando as bochechas da adolescente.

Aquele que desejar.─ Reforçou.

Ursa não saberia dizer o que a incentivou a falar. Talvez fosse o brilho enlouquecido ou a promessa de violência que poderia ser encontrada em algum lugar daquelas íris castanhas, ou simplesmente o desespero desperto por palavras ditas a uma década atrás.

─ Não precisa convencer nosso pai.─ Seus dedos suam e há algum indício de tontura cercando sua mente.─ Walburga já está cuidando disso. Então, ─ Bellatrix Lestrange sorria, tão vitoriosa quanto Narcissa quando ganhara a Taça de Quadribol em seu último ano.─ poupe seu fôlego, irmã.

Bellatrix levou uma mão para perto de seu rosto, afastando um cacho que caíra sobre o olho e inclinou a cabeça, a cópia da irmã que deixaram para trás, transformando-a num fantasma.

─ Você é uma coisa, não é mesmo, Ursa?

Ursa ergueu o queixo e esticou os lábios, uma imagem que tomou a pergunta como elogio, um disfarce para o desconforto nas orbes cinzentas.

Em sua prateleira, um retrato coberto por um lenço de lã continha uma fotografia velha, já descascando nas pontas, um rosto gentil e redondo sorria com os braços em torno à uma pequena Ursa de seis anos. Os dizeres escritos abaixo delas, nunca se afunde em escuridão, agora soavam mais como a primeira promessa que destruiria com as próprias garras.

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