Capítulo Único
Olá! Essa é a primeira oneshot que escrevo e não sei se ficou bom, mas fiz de coração e me empenhei bastante como sempre faço então espero que vocês gostem.
P.S: Não tive intuito em momento algum de ser transfóbico e assim como reli inúmeras vezes tendo cuidado de não cometer transfobia em nenhuma cena um amigo meu também deu uma conferida, mas se por algum acaso alguém ver algo do tipo peço que educadamente me alerte que irei corrigir.
Peço que votem e comentem se puderem, agradeço desde já. Boa leitura e muitos beijos para vocês ♥♥
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Quando seu melhor amigo bateu em sua porta desesperado por ajuda o Lee o julgou, mas lá estava ele metido em toda aquela confusão.
Apesar de já estar na faixa etária dos vinte e oito anos Han Jisung continuava solteiro, tinha comprometimento apenas com a empresa que assumiu após seu pai se aposentar e se mudar para o interior da cidade. Ele nunca saía para passear e ter um lazer diferente, tampouco conhecia novas pessoas para tentar uma relação. O seu ciclo social se resumia a sua família, seu cágado e o seu único e melhor amigo Lee Minho.
Talvez por ver todo o seu comprometimento com a empresa que seus pais estavam sempre pegando em seu pé perguntando sobre supostos namoros, mas ele sempre negava e aquilo gerava grandes burburinhos e conselhos filosóficos sobre o quanto um homem precisa de uma mulher para ter um futuro bem sucedido e outras baboseiras que ele já estava cansado de ouvir.
E foi por causa de toda essa pressão psicológica que ele havia admitido que estava namorando alguém, sendo obrigado a prometer levar a "namorada" para o casamento de sua irmã mais nova.
Os meses passaram e Jisung tinha esquecido completamente da promessa, seu trabalho estava o tomando ainda mais tempo já que havia pegado uma causa grande de um político famoso que o gerava apenas stress. Faltando apenas alguns dias para a cerimônia que ele se lembrou daquele detalhe - na verdade sua irmã citou sobre estar ansiosa para conhecer sua namorada durante uma chamada de vídeo, questionando ao irmão se a mulher realmente o acompanharia.
E graças a isso ele se desesperou após desligar a chamada, marcando vários encontros através de aplicativos e os cancelando desesperado após se repreender mentalmente por cogitar levar alguma mulher desconhecida para o seio de sua família.
Tendo vários sentimentos misturados se viu na frente da porta do melhor amigo, foi apenas para desabafar e pedir de maneira desesperada por ajuda e saiu de lá "comprometido" com o Lee.
— E então? — O Lee questionou ao aparecer na sala do amigo, dando uma voltinha enquanto mostrava a roupa escolhida.
Jisung o olhava boquiaberto sem o reconhecer, batendo palmas para o moreno que riu envergonhado.
Apesar de ter julgado no primeiro momento a ideia idiota do amigo em faze-lo se passar por uma mulher e fingir ser sua namorada durante a noite que passariam na casa de seus pais e o casamento, Minho acabou aceitando minutos depois. E lá estava ele, usando uma peruca longa, uma maquiagem disfarçada e um vestido azul bebê rodado com um tamanco plataforma branco.
— Você está bonito. — Jisung elogiou, sorrindo. — Sou realmente um homem de sorte.
Minho riu abertamente e o empurrou levemente pelos ombros, alisando a camisa social do Han antes de esticar levemente o colarinho o arrumando.
— Acha que seus pais vão acreditar?
— Claro que irão. — O Han sorriu. — Fique tranquilo.
— Pare de me tratar no masculino, hoje sou uma dama.
— Desculpe, senhorita. — Jisung riu fraco. — Está pronta? Podemos ir?
— Podemos!
Os dois saíram juntos da casa de Minho e depois de colocar as pequenas malas nos bancos traseiros adentraram o carro luxuoso que estava na frente da residência. Jisung ligou o veículo e após se certificar que estava tudo certo tirou o automóvel da vaga, dando partida.
Como seus pais abandonaram a cidade grande após a aposentadoria, eles iriam fazer uma longa viagem até a fazenda onde a família do Han morava e o casamento aconteceria.
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Jisung suspirou nervoso enquanto encarava o horário no relógio de pulso, apertando um pouco forte o volante. Eles saíram cedo de casa para não ter atrasos apesar do casamento acontecer somente no dia seguinte, mas ele não contava que iriam pegar um engarrafamento.
— Em todos esses anos de amizade nunca o vi tão nervoso. — Minho comentou, olhando o amigo. — Não iremos chegar tão tarde, relaxa.
— Eu não costumo mentir para meus pais... — Jisung resmungou. — Eu...
— Apenas relaxa, Jisunggie.
Um tanto que relutante o Han concordou, respirando fundo enquanto sentia os músculos que antes estavam tensos relaxarem devagar. Encarou a mão do Lee em sua perna, admirando a unha feita e pintada antes do o olhar.
— Ainda não acredito que topou essa loucura. — Comentou, rindo. — Obrigado, você é realmente meu melhor amigo.
Minho sorriu fechado e então quebrou o contato que estavam tendo, virando levemente o corpo para a janela quando o carro voltou a andar.
Apesar de serem melhores amigos e de saber que Han Jisung era cem por cento hétero, ele não conseguia deixar de nutrir aquele sentimento amoroso por ele. Não se importava em amar o outro em segredo, mas se sentiu extremamente feliz quando ele o procurou para falar sobre aquilo e apesar da situação resolveu agarrar a oportunidade.
Ele amava Jisung e não se importava em o amar como Lee Minho ou com sua falsa identidade Lee Minhee.
Um tanto que distraído o Lee abriu a bolsa de mão que carregava, tirando um gloss rosa de dentro dela e o passando devagar enquanto se espelhava no retrovisor do carro. Quando Minho desviou o olhar e guardou a maquiagem percebeu que o Han havia acompanhado todos os seus movimentos, sorrindo sem graça.
— É sempre bom retocar o gloss... — Murmurou timidamente.
Os olhos castanhos de Jisung se prenderam nos lábios desenhados e brilhantes do Lee, voltando a si segundos depois ao ouvir buzinas e perceber que o engarrafamento havia melhorado um pouco.
Jisung balançou a cabeça levemente tentando afastar aqueles pensamentos de sua cabeça, por um momento desejou beijar o melhor amigo e aquilo com certeza era loucura.
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— Querido! — A voz doce de sua mãe preencheu seus ouvidos no momento em que ele pisou os pés fora do carro. — Olha como está lindo!
Jisung sorriu e então abraçou a mulher carinhosamente, beijando a testa da senhora de idade antes de se afastar para cumprimentar o pai e logo depois sua irmã.
Após todos os cumprimentos o Han puxou cuidadosamente o Lee, entrelaçando seus dedos antes de olhar para a família com um sorriso nervoso.
— Está é minha namorada, Lee Minhee.
— É um prazer finalmente a conhecer, querida. — A mulher de idade quem falou, sem conseguir disfarçar a felicidade. — Você é tão linda!
— Obrigada, senhora Han.
— Seja bem-vinda a família, Minhee. — O homem de idade falou breve.
— Obrigada, senhor. — O Lee sorriu.
— Espero que o meu irmão não lhe dê tanto trabalho. — Chaeryeong comentou risonha, fazendo todos rirem fracamente.
— Ele dá um pouco de trabalho sim, mas eu aguento.
Os olhos do Lee se voltaram para o amigo que o encarava, trocando um sorriso cúmplice com ele.
— Agora que já chegaram vamos entrar, estávamos os esperando para o jantar.
Como seria a primeira vez que Jisung iria apresentar oficialmente a namorada para a família, sua mãe decidiu fazer um jantar especial e por isso eles viajaram um dia antes do casamento de Chaeryeong. Os genitores do Han queria conhecer a namorada do filho o quanto antes.
Minho olhou ao redor admirando em silêncio o interior da casa dos pais do amigo, os móveis em cores claras pareciam brilhar, quadros de fotos na parede e alguns vasos de plantas espalhados dava um ar familiar que aqueceu seu coração. A casa deles tinha cara de lar.
O olhar do Lee acabou se prendendo a uma foto de Jisung criança com a irmã no colo, ele estava sorrindo de maneira sapeca para a câmera e seu rosto estava sujo de terra. O quadro com aquela foto estava próximo a ilha da cozinha.
— Você não mudou nadinha. — Comentou divertido quando o amigo se aproximou de si.
— Continuo bonitão. — O Han brincou, sorrindo.
Minho gargalhou e negou levemente com a cabeça, olhando de canto para a irmã do amigo que os observava disfarçadamente de longe. Se aproximou um pouco mais do Han e então deitou a cabeça no ombro largo dele, apontando com o dedo para uma outra foto enquanto sentia a mão de Jisung segurar sua cintura.
Os dois estavam distraídos olhando as fotos e comentando sobre elas, permanecendo com os corpos bem próximos totalmente alheios ao que acontecia ao redor. Se separaram apenas quando ouviram um pigarro, virando na direção dos pais de Jisung que sorriam ao lado de um rapaz.
— Junhoe! — O Han falou animado enquanto se aproximava do cunhado para apertar sua mão. — Finalmente pediu a ChaeChae em casamento, hein.
— Tudo no tempo certo. — O homem respondeu, rindo fraco. — Essa é a sortuda que conquistou seu coração?
Jisung sorriu timidamente sentindo os seus batimentos cardíacos aumentarem, olhando para o Lee totalmente envergonhado.
— Sim! Minhee, este é o noivo da minha irmã, Junhoe. — O moreno os apresentou breve.
— Agora que já estão todos aqui vamos comer. — A Sra. Han falou docemente.
Em um silêncio confortável todos de dirigiram até a sala de jantar, tomando seus assentos e se servindo logo em seguida. Minho imaginou que a refeição seria silenciosa e "engessada", se surpreendendo ao ouvir a sogra relembrar os momentos de infância dos filhos com um olhar amoroso.
O tempo passou e todos já haviam terminado de comer, mas ninguém saiu do lugar já que conversavam confortavelmente e riam. Minho acabou se sentindo parte da família e pensar aquilo rapidamente mudou seu humor, mas ele não deixou transparecer.
— Chega de falar de mim. — Chaeryeong falou. — Como se conheceram?
— Na faculdade. — O Lee respondeu tranquilo, sentindo o moreno deitar a cabeça em seu ombro. — Estávamos em cursos diferentes, mas tínhamos amigos em comum.
— Qual curso você fez? — A garota parecia curiosa.
— Jornalismo.
— Uau. — Junhoe deixou escapar. — É uma profissão interessante.
— Né? — Chaeryeong concordou. — Eu quase cursei jornalismo também, mas me contentei em fazer letras.
— E vocês namoram desde a época da faculdade? — Dessa vez o pai de Jisung quem perguntou.
— Não pai, sempre fomos amigos bem próximos e recentemente que começamos a sair. — Jisung respondeu. — Tem o que? Quatro meses?
— Cinco, jagi.
— E tudo só aconteceu porque a noona tomou a iniciativa de me chamar 'pra um jantar. — O moreno falou risonho, fazendo o Lee chutar levemente seu pé por baixo da mesa.
— Pelo menos ela é uma mulher de atitude, imagina se ficasse esperando por você... — A mãe do Han quem disse, rindo. — Então você é mais velha que ele, querida?
— É... Eu tenho vinte e nove.
— Eu posso te chamar de unnie? — A Han questionou, eufórica.
— Claro. — Minho sorriu nervoso.
A atenção do Lee acabou se focando na própria mão, acompanhando distraído os dedos do amigo que acariciavam sua derme e brincavam com as listas de sua palma.
Minho pegou o copo de suco com a mão livre e o bebeu elegantemente, tossindo nervoso quando ouviu o questionamento da Sra. Han em alto e bom som:
— E vocês quando vão casar? Preciso de netinhos correndo por essa casa.
— Mamãe! — Jisung a repreendeu nervoso, totalmente envergonhado.
— Mas é verdade, oras! — A mulher continuou. — Vocês dois já estão próximos dos trinta, não é bom para uma mulher engravidar tão tarde.
— Eu... — Minho balbuciou, estático. Onde aquela conversa iria parar? — Ainda estou nova, senhora... — Riu nervoso.
— Você não quer ter filhos, querida? — A Sra. Han questionou curiosa. — A grande maiorias das mulheres atualmente não querem engravidar, não precisa ficar com vergonha se esse for o caso.
— E ela ataca novamente. — Chaeryeong cochichou para o noivo.
— Na verdade a Minhee não pode ter filhos, ela é estéril. — Jisung revelou em um tom dramático e Minho o olhou com os olhos semicerrados.
— Céus... Me perdoe, querida.
— Não se preocupe, senhora. — Sorriu timidamente.
Pela primeira vez na noite o silêncio desconfortável tomou conta da atmosfera, fazendo com que todos apenas se encarassem sem saber o que dizer.
Chaeryeong levantou e se espreguiçou, fingindo um bocejo.
— Vou ir descansar, afinal sou a noiva e preciso estar magnífica amanhã. — A garota falou, suspirando. — Boa noite!
Após se despedir de todos junto ao noivo os dois saíram, fazendo com que os outros também se levantassem e deixassem a sala de jantar aos poucos. A mãe do Han aceitou a ajuda de Minho para lavar a louça conversando sobre novelas, mostrando ao Lee onde ficava o banheiro quando terminaram e reforçando que ele deveria ficar a vontade durante a estadia em sua casa.
Minho agradecia tímido, tentando acompanhar a mulher em todos os assuntos que ela puxava. Depois de um tempo ela o deixou sozinho, dando-o espaço para tomar banho no banheiro do primeiro andar.
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Após o banho o Lee saiu do banheiro usando seu pijama, olhou ao redor percebendo que as luzes já estavam apagadas imaginando que todos haviam ido deitar e então foi para o quarto do amigo dando passos silenciosos.
Quando fechou a porta do quarto suspirou exausto, deixando os ombros caírem e mudando totalmente a postura. Sentia que o dia havia sido mais longo que o normal.
Sentou na cama de casal e então olhou ao redor, sorrindo minimamente com a decoração do cômodo. Aquele quarto era sem dúvida alguma a cara de Jisung e exalava a sua personalidade. Os livros nas enormes prateleiras, seu vídeo game esquecido jogado em um canto do quarto e os pequenos carrinhos de sua coleção.
— Está fazendo frio. — O moreno comentou ao adentrar o próprio quarto, encolhendo o corpo. — O que achou dos meus pais?
— Eles são legais e sua mãe é uma fofa. — O Lee sorriu. — Acho que ela gostou de mim.
— Quem não gosta de você? — Jisung se aproximou e então sorriu.
Minho riu terminando de passar o hidratante facial, colocando o creme fechado na mesa de cabeceira ao lado da cama. Após se certificar que a porta havia sido trancada e mais ninguém apareceria por ali ele tirou a peruca, arrumando ela cuidadosamente no espaço que sobrou.
— Amanhã é o grande dia da minha irmã... — Murmurou pensativo. — Essa situação toda me fez pensar muito sobre a minha vida e minhas escolhas, sabe?
— Como assim?
— Eu preciso pensar em outras coisas além do trabalho... — Comentou baixo, pensativo. — Ultimamente tento suprir o meu vazio com minha carga horária e minha rotina sobrecarregada de trabalho.
— Você poderia tirar uns dias de férias. — O Lee sugeriu, encostando as costas na cabeceira. — A vida não se resume somente ao trabalho.
— É... Acho que eu deveria começar a fazer mais coisas além de trabalhar, sabe? — O Han o olhou. — Talvez eu precise começar a fazer o que tenho vontade.
— Eu concordo, provavelmente seria bom para você. — Minho respondeu distraído.
Jisung concordou e continuou o olhando enquanto pensava se deveria ou não fazer o que estava com vontade desde cedo, fitando os lábios carnudos do Lee.
Acabou jogando os questionamentos para longe e então se aproximou, vendo a expressão confusa de Minho antes de juntar suas bocas em um selar. Jisung moveu levemente os lábios na tentativa de transformar o selinho delicado em um beijo, mas visto que o amigo estava imóvel decidiu se afastar devagar.
Entretanto, antes que se afastasse totalmente, sentiu a mão quente do Lee segurar sua nuca com cuidado e mover os lábios contra os seus, iniciando o beijo lento e cauteloso que tanto desejavam.
— Por que fez isso de repente e depois de tanto tempo? — Minho questionou com a voz trêmula ao se afastar, cochichando.
— Acho que enlouqueci. — O moreno respondeu, rindo fraco. — Faz anos que sinto vontade de beijar você, mas nunca tive coragem.
As bochecha do Lee estavam vermelhas, sentiu o corpo inteiro arrepiar ao ouvir a voz rouca e os lábios molhados rente a pele quente de seu rosto. Jisung beijou o canto de sua boca, afastando vagarosamente seus rostos.
— Desculpa. Eu não deveria... — Suspirou, confuso. — Sei que você está apenas me ajudando e que eu não devo confundir as coisas, mas-
— Eu gosto de você. — Minho finalmente revelou o seu maior segredo, totalmente envergonhado.
— Min... — Os olhos pequenos de Jisung se iluminaram. — Eu sempre gostei de você, mas além de acreditar que não era um sentimento recíproco sempre me prendi ao meu trabalho e nunca tive coragem de lhe contar ou tomar um atitude sobre isso.
O Lee riu fraco, abraçando o pescoço do Han enquanto sentia os lábios macios beijarem seu rosto.
— É bom ouvir isso.
— Desculpa fazer você esperar por tanto tempo. — Jisung cochichou. — Prometo que não vai se repetir.
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Minho odiava acordar tão cedo, mas a casa estava tão barulhenta devido a agitação da família Han que ele foi obrigado a se levantar próximo das seis e meia da manhã.
Após o café acompanhou o amigo até o estábulo, conversou com os cavalos que estavam lá acompanhando com o olhar o Han colocar comida para os animais, seguindo ele por toda a fazenda enquanto o ajudava a alimentar e prender os bichos que estavam soltos. A cerimônia seria feita no enorme jardim do lugar então precisavam ser cautelosos quanto aquilo.
— Minha nossa senhora! Querida, o que aconteceu com você?! — A voz preocupa da Sra. Han soou ao ver a nora com os cabelos bagunçados e o corpo sujo de lama.
— Eu... — O Lee balbuciou, fechando os olhos com força ao ouvir a risada de Jisung atrás de si.
— Vocês estão fedidos! — A irmã do homem falou histérica, batendo levemente o pé.
— Aparentemente tomaram um banho com os porcos. — A mais velha dentre eles comentou risonha. — Vão tomar um banho, precisamos de ajuda.
Jisung se afastou na frente enquanto ria da queda que o Lee havia tomado no chiqueiro, recebendo um leve chute na bunda do amigo que mandava ele parar de rir e apressar os passos para o banheiro.
As duas mulheres observaram eles se afastarem enquanto riam baixinho.
— Eles estão apaixonados. — Chaeryeong comentou.
— Sim, demais. — A Sra. Han murmurou chorosa. — Meus filhos cresceram tão rápido.
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As horas passaram e rapidamente a tarde chegou, fazendo com que consequentemente alguns convidados começassem a aparecer. O pai do Han quem estava recebendo os convidados ao lado da esposa, enquanto a noiva terminava de se arrumar.
Quando Minho desceu as escadas foi na direção que o amigo estava, percebendo alguns olhares curiosos presos a si. Ignorando a atenção exagerada em sua pessoa ele se aproximou do Han, sentindo os braços do homem lhe cercaram em um abraço frouxo.
— Essa é a sua namorada? Uau. — Um dos homens que estava ao lado do Han comentou, boquiaberto.
— Você quase some ao lado dela. — O outro acrescentou, rindo.
Minho sorriu forçado com o comentário sobre sua altura, ele já era alguns centímetros mais alto que Jisung e por estar usando salto ficava ainda mais.
— É bom que eu suma mesmo, assim todos conseguem ser ofuscados com a beleza exuberante da minha Minhee. — Jisung respondeu com um sorriso fofo, arrancando risinhos contagiantes dos amigos e palavras de concordância.
— Vou roubar ele de vocês um pouquinho. — O Lee resmungou, puxando o amigo pela mão e se afastando dos dois homens que estavam com ele.
Jisung o olhou com um sorriso fofo no rosto, encarando encantado o Lee que estava usando um vestido mais formal e colado da cor preta com uma enorme fenda que deixava sua coxa a mostra, tendo um corset de renda apertando um pouco de sua cintura enquanto avantajava um pouco mais os seios falsos da prótese que ele usava, sem ressaltar o salto de bico fino que estava preso ao pé leitoso dando destaque as unhas pintadas em um vinho brilhoso.
— Está tudo bem? — Jisung perguntou meio zonzo, havia passado muito tempo admirando o outro.
— Não consigo encontrar a sua mãe. — Cochichou olhando ao redor. — Ela me pediu ajuda com a maquiagem da Chae e agora as duas estão sumidas.
— A mamãe está recebendo os convidados com o papai, você não sabia? — O Lee rapidamente negou. — Irei avisar a ela que você está esperando e peço para ela vir lhe encontrar.
— Certo. Ficarei aqui.
Jisung concordou e então deu um rápido beijo nos lábios pintados do Lee, conseguindo capturar com os olhos a expressão surpresa dele antes de vê-lo disfarçar. Por fim se afastou dele para ir de encontro a própria mãe, sorrindo bobo.
O Lee se acomodou ao lado de um jarro e começou a observar os convidados que interagiam entre si bebendo algo que parecia ser champanhe, ouvindo a música clássica soar ao fundo dando um ar harmonioso ao ambiente.
— Minhee, correto?
Direcionou o olhar para o mesmo homem que estava conversando com Jisung minutos atrás, sorrindo forçado para ele e concordando com a cabeça sem interesse algum no papo.
— Hanbin, prazer. — Ele segurou a sua mão e de uma maneira exagerada a beijou, fazendo o Lee contorcer o rosto em uma careta antes de disfarçar com um sorriso pequeno. — Está mesmo com o Jisung?
— Desculpe? — Os olhos escuros do Lee fitaram o homem, totalmente incrédulo.
— É que com o dinheiro que ele tem ele pode facilmente estar lhe pagando para fingir namorar com ele. — Hanbin começou, distraído. — Meio que para nós que o conhecemos é difícil acreditar que está saindo com uma mulher de sua altura, sabe? Você é demais para ele.
— Ah! E você seria bom para mim? — A voz soou debochada antes do Lee rir baixo, negando. — Coisas como o amor o dinheiro não é capaz de comprar, Hanbin. Então não, Jisung não está me pagando absolutamente nada para fingir namorar com ele porque realmente namoramos e eu estou muito feliz ao seu lado. — O olhou desdenhoso. — Para mim ele é perfeito e apenas isso basta.
— Querida, vamos? — A Sra. Han chegou no momento exato que o homem retrucaria, fazendo com que ele se afastasse envergonhado. — Ele estava importunando você?
— Sim, mas nada que eu não tenha resolvido. — Respondeu com um sorrisinho. — Ele veio me questionar se realmente estou com o Jisunggie, acredita? Um louco! — Riu.
A senhora gargalhou e então entrelaçou o braço ao do Lee, subindo as escadas para o primeiro andar e o guiando até o quarto escondido onde a noiva estava se arrumando.
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— Ah! N-Não vai caber! — A voz aguda da noiva soou trêmula.
— Claro que vai, aguenta só mais um pouco. — Minho respondeu.
— Meninas, cuidado!
Apesar de tentar interferir com palavras a senhora Han não conseguia ajudar muito, apenas observava a filha agarrada a cabeceira da cama enquanto a nora tentava fechar o corset do vestido de noiva.
— Não consigo respirar. — Chaeryeong resmungou com o rosto e o pescoço vermelho.
— Você comeu demais essa manhã. — O Lee comentou, rindo. — Lembro que isso havia entrado perfeitamente hoje cedo.
— Unnie! Não precisa passar na minha cara. — A garota respondeu, chorosa. — Eu comi porque estava ansiosa.
Depois de tentar mais uma vez desistiram, observando a Han sentar na cama com uma expressão triste e lágrimas nos olhos.
— Meu casamento está arruinado! — Comentou, dramática como Jisung já havia lhe contado antes.
— Ei... Um casamento não vai acabar só porque a noiva não entrou direito dentro de um corset. — O Lee murmurou, afastando a franja longa da cunhada. — Você está linda e tudo está perfeito lá fora, não precisa disso.
— Não entendo porquê escolheu um vestido com isso, apertaria você e a deixaria desconfortável. — A Sra. Han comentou. — Está linda assim, filha.
— Mas um corset me deixaria peituda, mamãe! — Ela olhou para a mais velha dali, fungando. — Olha para a Minhee, fica charmoso.
— Isso aqui é silicone, querida. — Minho respondeu, rindo. — Esqueça essa história de corset, você está perfeita assim e precisamos apenas fazer sua maquiagem.
— É silicone mesmo? — A Sra. Han questionou e o Lee concordou meio frenético. — Como funciona o procedimento? Acho que vou colocar também.
O quarto explodiu em gargalhadas e rapidamente Chaeryeong esqueceu a história do corset, iniciando uma nova discussão sobre sua maquiagem.
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— Você demorou... — Jisung cochichou quando o Lee reapareceu ao seu lado, vendo-o beber um pouco de água. — Estava quase pensando que você quem era a noiva.
— Eu poderia ser, você vai me pedir em casamento? — Minho sorriu fechado.
— Só se você pegar o buque.
Os dois riram baixo e então ficaram um tanto que sérios quando alguns convidados se aproximaram. Quando Jisung reconheceu sua ex namoradinha de infância fechou os olhos com força, havia esquecido completamente que a mulher era melhor amiga de sua irmã.
— Oppa! — A voz dela soou surpresa, mas ela parecia feliz em revê-lo. Muito feliz.
— Ryujin... — Jisung murmurou, sorrindo educado.
A mulher o puxou para um abraço quebrando o contato das mãos do Lee que estavam abraçando o seu braço com o ato, fazendo com que Jisung o olhasse nervoso. Rindo totalmente sem graça ele a afastou com cuidado, virando levemente o corpo na direção do amigo.
— Essa é minha namorada, Minhee. — Apresentou cuidadoso. — Amor essa é Ryujin, minha ex...
— Ah, oi. — A mulher fitou o Lee de cima a baixo, passando a ponta da língua na parte interna da bochecha antes de sorrir forçado.
— Olá.
— Não imaginei que tinha alguém, oppa... — Ryujin comentou sem esconder sua frustração.
— É uma pena que você não soube aproveitar a sua oportunidade, não é? — Minho resmungou com um sorriso cínico.
A mulher riu ainda mais forçado, levantou o nariz e então se afastou falando em alto e bom som que voltaria para conversar com o Han quando a "megera" estivesse longe dele.
Os olhos pequenos se voltaram para o Lee o vendo fazer biquinho.
— Você realmente a odeia pelo que lhe contei? — Jisung perguntou curioso.
— Sim. E agora a odeio mais porque ela quer você e ainda me olhou torto, você viu?
Jisung riu abertamente enquanto negava, beijando o rosto do Lee antes de o dar um selinho demorado. Rapidamente todos foram para seus lugares e a música se encerrou quando foi anunciado a entrada da noiva, voltando a soar o toque tão conhecido da música clássica de casamento.
Os convidados estavam em pé na frente das cadeiras, olhando para a noiva que havia aparecido na porta e agora atravessava o enorme tapete vermelho esticado no jardim com o braço entrelaçado ao do pai. Minho deu um leve murro na costela do amigo ao vê-lo chorar, sorrindo para a mulher quando ela passou ao lado deles e sorriu.
Após entregar a filha ao noivo que já a aguardava no altar o pai se sentou na cadeira da frente, começando a tirar fotos em seu celular enquanto chorava totalmente emotivo ao ver a sua filhinha casando.
Os convidados se sentaram e então o padre começou a falar, logo depois os noivos trocaram votos e deram o aceite arrancando aplausos da multidão que assistia e ouvindo os gritos quando se beijaram.
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Os burburinhos de conversa entrecortavam a música pop que tocava, enquanto algumas pessoas dançavam livremente no jardim comendo os aperitivos e bebendo ponche de morango - retirados da plantação da noiva.
Chaeryeong já havia feito a troca de vestido para aproveitar mais da festa de maneira livre, ela também apresentou uma dança para o marido que havia ensaiado durante meses antes da valsa dos recém casados.
— Céus! Esqueci de jogar o buquê! — De repente ela gritou, rindo.
Virando de vez o ponche ela largou a taça em cima da mesa do buffet, pegando o buquê e saltitando para o meio do jardim.
— Vamos lá mulherada! Vamos ver quem vai ser a sortuda que irá pegar o buquê. — Falou animada, dançando enquanto as mulheres se reuniam em sua frente em uma distância considerável. — Prontas?
— Sua namorada parece bem empenhada em pegar o buquê. — A voz do Sr. Han soou ao lado do filho, rindo.
— Eu falei a ela que se ela pegasse iríamos nos casar. — Jisung riu, observando o Lee na fila enquanto ele parecia rebater algo que Ryujin havia falado, eles estavam lado a lado.
— Mesmo se ela não pegar esse buquê você precisa se casar com ela, querido. — Sua mãe se intrometeu. — Ela é ótima e super divertida.
— E você gosta dela. — Seu pai acrescentou.
"E se ''ela'' não fosse ela, vocês ainda pensariam assim?" Jisung se questionou mentalmente, mordendo a própria língua nervoso.
Após a contagem de um a três a sua irmã jogou o buquê alto, Jisung assistiu as flores rolarem no ar como se estivesse em câmera lenta e então caírem bem em cima dos peitos de Ryujin, enxergando as mãos ágeis do Lee puxarem o buquê para si e o levantar alto enquanto ria.
— Ei! Eu peguei! — Ryujin reclamou alto, tentando roubar as flores.
— Você não querida, seus peitos pegaram. — Minho retrucou impaciente. — Mas a rega é pegar com a mão, veja só. — Balançou as rosas brancas na frente do rosto da mulher com um sorrisinho diabólico.
A mãe do Han gargalhou, recebendo a nora de volta e a puxando para um abraço enquanto as duas comemoravam o fato do Lee ter pegado o buquê. Quando Minho se afastou da sogra olhou o Han, sorrindo.
— Acho que agora você vai ter que casar comigo. — Falou, rindo.
— Eu casaria com você nessa vida e em todas as outras, noona.
O Lee sorriu e então abriu um pouco os olhos surpreso ao sentir os lábios de Jisung colados aos seus, fechando os olhos devagar retribuindo o beijo, ignorando absolutamente tudo e todos que estavam ao redor dos dois.
Quando se afastaram Jisung manteve seus corpos colados, olhando ao redor e notando que seus pais haviam se afastado.
— Você quer namorar comigo, Lee Minho? — Sussurrou próximo ao ouvido do Lee.
— Claro que sim, bobo.
Trocaram mais um beijo, sorrindo bobamente um para o outro sem conseguir esconder o quão felizes estavam.
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