Capitulo 11 - MILENIUM
ALGUM LUGAR NA CIDADE DE SÃO PAULO
Dia 1237° Z
Os monitores repetiam as mesmas cenas pela décima vez, eram duas pessoas usando um traje de proteção verde escuro, aplicando alguma medicação no braço daquela criança presa a uma maca, ver aquelas cenas várias e várias vezes só servia para ter certeza de uma coisa, eles gastaram a única esperança de cura injetando o Soro no garoto.
— Senhor! Consegui outras imagens.
O grande homem com roupas militares pretas somente assentiu com a cabeça e as imagens nós monitores mudaram, o garoto brincava com alguém, melhor dizendo com alguma coisa, se os olhos daquele homem não estivessem vendo aquela cena, cético como ele era, seria difícil de acreditar se alguém falasse a ele o que aconteceu naquelas instalações.
— Senhor! Senhor!
— Salve tudo o que for possível, alguém achou os dados referente a pesquisa?
O silêncio se fez presente dentro daquela sala, ninguém desejava questionar suas ordens, ninguém poderia falhar com ele, mas todos ali haviam feito isso, falhado em achar todos os dados da pesquisa, até que uma garota olhou diretamente em seus olhos e sorriu.
— Eles baixaram toda a pesquisa, provavelmente o garoto tem a chave para o que o senhor deseja.
— Tivemos contato com ele senhor, mas não conseguimos definir sua última localização exata.
O olhar daquele homem era de puro ódio, pois não sabiam ao certo se ouve outra falha na segurança, ou se simplesmente seu melhor "farejador" havia se tornado mais um NM. Do nada as telas daquela sala de vigilância ficaram todas pretas e as sombras de três pessoas apareceram diante dos seus olhos.
— Senhores tiveram o vazamento de parte do projeto "DUALIDADE".
— Você tem ciência do que está em jogo? Ou precisamos te lembrar? - Disse a sombra mais a esquerda sua voz era rouca e cansada.
— Peço um pouco mais de paciência, não foi fácil passar....
— Paciência? Está brincando... Cada dia que se passa a mente do garoto se torna mais protegida, cada dia que passa os vínculos deles só aumenta. -falou uma voz feminina que correspondia à sombra da direita.
— Caçador se não apresentar resultados em breve, o senhor e sua equipe não vão ser mais necessários para a Millenium.
A última vó a falar foi a da sombra do meio, está fez com que todos presente se olhassem com medo, eles sabiam bem o tipo de pessoa que era aquele homem sem escrúpulos, que todos ali estavam presos a suas ordens gostando ou não.
— Já descobriram de onde veio o Sinal do Kater e sua família?
— Sim... Senhor... Algum lugar ao sul do país...
— Meus parabéns reduziram a busca somente a 576mil KM²... Incompetentes
UMA DÉCADA ANTES DA ERA Z
Olhava para aqueles documentos falsos diante de mim, e sabia quê era o único jeito dele não virar uma cobaia não sofrer nas mãos de ninguém da Millenium, nosso plano iria dar certo, mesmo que para isso nós dois tivéssemos que destruir o coração do nosso filho mais velho, mesmo que existisse o risco mínimo dele tomar alguma atitude com sua vida, mas não aguentaria o ver sendo feito como cobaia, não iria aceitar isso, não iria conseguir proteger ele se ficassem sabendo.
Sei que cometi um grande erro em dar a ele aquelas drogas experimental, sabia das consequências que viriam depois de todos os riscos envolvidos, mas não poderia vê-lo sendo consumido por aquela doença, o Lúpus está destruindo seu pequeno corpo bem diante de nós e ficar ali sem fazer nada para evitar a morte certa do meu filho eu não conseguia, por sorte e destino a droga apresentou resultados muito rápido e eficaz, o SORO do nosso "Projeto Genoma Alpha" era um sucesso, não só curou o ele da doença, como corrigiu todas as imperfeições, cicatrizes de quando era criança, porém veio com um preço alto algo que eu já sabia ser possível, sua memória foi quase toda apagada, durante semanas com ajuda de Eleonor, nos fizemos de tudo para tentar reverter está parte do soro, mas todos os caminhos davam em um beco sem saída, e o pior de tudo, o conselho da Millenium estava em nosso pé.
— Ricardo não tem mais tempo, ou usamos a reprogramação de memória do "Projeto Dualidade", ou eles vão descobrir. - Eleonor tinha razão, não havia mais no que pensar, não havia outra maneira de manter ele vivo.
O "Projeto Dualidade" servia para reativar ou criar memórias em pessoas que sofreram algum trauma grave e as perderam, mas nenhuma nação aceitou o registro desta droga por achar ela perigosa de mais, é realmente nisso nós dois sabíamos que implantar memórias seria algo muito arriscado, pois isso seria fácil de influência líderes de governos a fazer a vontade de qualquer louco.
Programar a mente dele para se afastar de nós dois após uma briga família foi fácil, inserimos todas as lembranças boas que tivemos com nosso filho, tudo de bom, porém odiei implantar aquela memória, de forçar ele a acreditar que o odiamos sua existência, que nunca iríamos amar ele por conta de quem ele era, desde antes desta doença, já sabíamos sobre a sexualidade de nosso filho, mas não havia o que fazer tínhamos que afastar ele de nós dois, é foi com a ajuda de uma velha amiga minha e sua esposa que nosso plano deu certo, contei o mínimo possível a elas, que de início acharam que o que fazíamos era loucura de mais, que o melhor era procura uma maneira de denunciar a Millenium, mas sabíamos como isso iria acabar no Brasil, e nosso plano acabou tendo que sofrer uma pequena alteração.
Primeira parte foi conseguir o atestado de Óbito dele com morte por lúpus, o que foi fácil já que todos sabiam de sua doença e o quando batalhamos, contudo nada funciona, por ser chefe na Área de Genética avançada, Eleonor e eu manipulamos dados para tirar a curar ao nosso filho e também reescrever toda sua memória e de nossas amigas, o risco foi gigantesco, mas o destino ficou ao nosso lado e assim conseguimos tudo.
°°°
Conforme os anos foram passando, a dor e a saudade de nosso filho mais velho eram crescentes, ver que Bruno se lembrava do seu rosto estava acabando com nossa sanidade, que ele estava se tornando uma pessoa amargurada por acreditar que nos éramos dois lixos. Eu acreditei que mudar para Curitiba iria o fazer esquecer, que talvez o fizesse ser alguém mais amável, mas seu ódio por nós dois só crescia, ainda mais por descobri que teve um irmão mais velho e nunca contamos isso a ele.
Com a chegada do Apocalipse Zumbi, o pouco de Juízo que restava a mente de Eleonor estava se esvaindo quase que totalmente, o arrependimento de ter abandonado nosso filho, de não ter tentado lutar contra a Millenium a deixava pior, quando uma das filiais caiu, descobri que outros cientistas haviam utilizado o "Projeto DUALIDADE e Genoma Alpha" e aperfeiçoado a droga a tal ponto que ela seria capaz de curar o vírus NM, quando perguntei se os testes deram certo, eles me mandaram um vídeo que me fez cair da cadeira.
Mais uma vez o ciclo se repetia, eles usaram o Soro aperfeiçoado em seu filho, ele era o primeiro humano curado do NM, ele era a chave para reverter todo o processo.
— Karter... ...Estamos saindo de São Paulo hoje com ele e as espécies, o sangue combinado deles pode trazer a cura sem sequelas...
—... Ele não perdeu a memória...
—... Ele criou... ...Karter... ...Ele só precisa ser... ...o pendrive...
Droga o áudio do Marcel havia sido se perdido quase todas as informações importantes, o nosso ponto de encontro seria na Cidade de Colombo, única coisa que eu precisava fazer era me livrar do chefe de segurança da minha instalação, Bruno e suas amigas achavam que nosso grupo era de civis, mas eu sabia bem que eles eram funcionários da Millenium, levou quase um ano e aos poucos Eleonor e eu fomos matando eles, o mais difícil foi o "Jony", precisava pegar ele de guarda baixa o suficiente para acertar um único golpe, um arranhão que fosse ele já seria contaminado com o Vírus NM enfraquecido e em questão de 24h ele iria virar uma daquelas coisas.
°°°
— Eleonor e Ricardo vocês acham que eu seria tão burro, que eu não sabia dos planos de vocês, a anos venho seguindo os passos de vocês, a anos suspeito que vocês sabem bem mais do que contam a todos... E agora recebo um áudio que seus amigos da sede em São Paulo conseguiram sintetizar uma cura... Isso é perfeito.
— Mas nunca vou contar a vocês onde eles estão...
— Nem precisa Ricardo já sei que o ponto de encontro e em Colombo, usar pequenas doses disso aqui fez seu filho te odiar e muito.
Desgraçado desde quando ele estava usando "Dualidade" no Bruno, desde quando ele já estava infiltrado na mente do meu filho. Foi consumido pela raiva que cometi o erro de ir para cima dele, que não notei que Eleonor também estava sendo controlada, por aquele desgraçado.
— Isso segure bem ele querida Eleonor, ele e o culpado por tudo.
— Me mate! -ela me pediu, mesmo me segurando com força sua mente estava sendo destruída por conta da droga que ele usava nela e em Bruno.
Quando ela me disse isso pela segunda vez me empurrou na direção do maldito Jonshon, ele não esperava por isso, agi rápido acertando seu abdômen, mas ele também conseguiu me acerta, o problema que ele usou minha faca, droga não teria muito tempo. Fechei o portão deixando aquele desgraçado caído do lado de fora, que os Mortos o comam vivo, puxei Eleonor pelo braço, ela estava relutante de início e só repetia a mesma frase
— Me mate!
— Me mate, por favor, Ricardo...
— Tudo bem hoje vamos acabar com isso! - Falei pegando aquela pequena faca contaminada e acertei sua mão.
Há anos que não via aquele seu sorrisos gentil, a quanto tempo ela deveria estar lutando contra o controle daquele desgraçado e da Millenium, a quanto tempo ele estava envenenando a mente do meu garoto, tentei contar uma história convincente a ele e as amigas sobre a morte do desgraçado, mas seu olhar demonstrava que sua mente estava sobre seu controle ainda, quando ficamos sozinho, me senti feliz mesmo sabendo de nosso morte certa, eu sabia que aquilo era inevitável, mas seria muito melhor sentir aquela espada perfurando meu coração do que passar pela dor da transformação ainda vivo.
— Obrigado! - Foi o que eu disse assim que ele acertou sua mãe e na sequência fez o mesmo comigo, a morte era minha única salvação para redimir nossos pecados.
Algo em meu peito gritava para não ficar naquele Hotel, precisava voltar onde o Jony estava mesmo tendo visto horas atrás todos os meus institutos gritando sem parar "SALVE ELE... SALVE ELE". Assim que cheguei naquele grande estacionamento na frente do hospital vi um céu negro, que se aproximava de Colombo, algo grande estava para acontecer, aquelas Nuvens não era o anúncio de chuva chegando mais se algo destruidor.
Quando olhei para o único andar daquele hospital que ainda havia luz elétrica meu peito doeu com o barulho de um animal gritando de dor, será que algum cão havia entrado e atacado eles? Não, se fosse isso meus pais que se encontravam presos de algum modo sentiriam o "inimigo", mas não eles somente mexiam a cabeça me seguindo com aquele olhar.
Aquele mesmo maldito olhar do dia que tirei a vida de ambos, mamãe tinha um olhar de agradecimento e meu pai um olhar de libertação, o que se passou na mente de ambos no exato momento que viram suas vidas se acabarem diante de seus olhos, mesmo após votarem, ele não tinham um olhar assassino ou de fome, acredito que mesmo se as Meninas e eu não tivéssemos arrancado seus membros e mandíbula, eles não iriam nós atacar em nenhum momento.
Subi cada degrau sentindo meu peito subir e descer segurava a espada que roubei do museu pronto para uma luta, pronto para destruir qualquer Morto-Vivo ali dentro, mas aquelas cenas que meus olhos acabaram por ver, aquilo me deixam em estado de choque total, o tal Samuel estava todo encolhido em um canto do quarto e na cama ele rosnava feito uma fera enlouquecida tentando se soltar da cama.
— J.P por favor me ajuda, ele virou uma daquelas coisas! – Não acreditava que ele falava com o tal JP por um radio, e ouvir ele o chamar desesperado fez minha mente ter uma lembrança que parecia esta enterrada.
— Eu já disse... Ele e um Zumbi...
O que aquele garoto desgraçado estava dizendo? Como ele virou um Morto-Vivo? Não isso era impossível, não havia como ele virar um Zumbi, não havia como isso acontecer, lutou até o último momento para ele chegar aqui vivo, chegar aqui com vida, o Médico disse que o estado dele era delicado, contudo com sorte ele sairia desta. Sorte! Não ali não existia sorte, o que existia era uma criatura sedenta por carne, sedenta por sangue, a cada passo que dava em sua direção, uma voz na minha cabeça ficava me dizendo a mesma palavra, uma única palavra, que iria me deixar louco.
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
— MILENIUM
O que significa aquela palavra, porque meu corpo se tremia todo só de pensar nela, só de ouvir ela, mesmo que fosse somente a minha cabeça, aquilo era um grito desesperador, o que poderia ser MILENIUM? O que estava acontecendo, minha sanidade estava se esvaindo de dentro de mim.
Não se esqueça de dar aquela 🌟 para fortalecer
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